RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR DE ALTA QUALIDADE POR UM TIME DE RESPOSTA RÁPIDA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE NÍVEL SECUNDÁRIO DO DISTRITO FEDERAL. RESUSCITATION HIGH QUALITY CARDIOPULMONARY FOR A QUICK RESPONSE TIME IN A HOSPITAL PUBLIC SECONDARY FEDERAL DISTRICT Adna Sandriele Oliveira de Lima Medeiros¹, Amanda Silva Franco¹, Ataul Moura Guimarães¹, Matheus Luan Queiroz Alves da Cunha¹, Fernando Henrique Costa Lemos¹, Karina Mezalira¹, Lucas Rodrigues de Oliveira¹, Luciano Santos Sampaio 1, Mayane Santana de Oliveira 2, Julisse Marcela Nepomuceno Aragão 3 Luciano Morais da Cruz4, Eunilson Alves de Lima Júnior5, Márcia Silva de Oliveira6, Glayson Carlos Miranda Verner7 Abstract the care of in-hospital cardiopulmonary arrest (PCR) according to the latest guidelines of cárdiopulmonar resuscitation (CPR) should be performed by rapid response teams (RRT). to evaluate the effectiveness of the strategy of CPR for a TRR in a secondary hospital in obtaining any kind of return of spontaneous circulation (ROSC). controlled trial, non-randomized (intervention, I; control, C) of patients who developed PCR admission/admission into clinical emergencies between Aug-nov/2015. included 149 individuals [1:14 (8./6f.); C: 135 (76./59f.). Analysis until 90 days identified: incidence of 182 ´ PCR (PCR 1.51/day; C: 1.64/patient; I: 2.07 PCR/patient); prevalence (41.7%) night; asystole and HEART SOUNDS evenly distributed in I; recurrence of any type of ROSC in I (i: 2.23 vs. C). the greatest recurrence of PCR ´ s in I suggest greater effectiveness of interventions, what is there to be explored at the end of the study. Index Terms Cardiopulmonar Resuscitation, Impact, Rapid Response Teams, Intervention. INTRODUÇÃO A parada cardiorrespiratória (PCR) consiste na cessação das atividades respiratória e circulatória efetivas, e mesmo em condições de atendimento ideal é responsável por morbimortalidade elevada, sendo um evento que sofre ação de diversas variáveis [1]. O atendimento à PCR deve ser rápido, eficiente e baseado nas melhores evidências científicas para que o paciente que sofreu o evento tenha um melhor prognóstico [2]. Quando esta ocorre em ambiente hospitalar, torna- se mais fácil e rápida a aplicação do suporte básico (SBV) e avançado de vida (SAV), porém a literatura demonstra ainda que o início das manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP) nos diversos departamentos e enfermarias de um hospital pode exceder vários minutos e, diferentemente do que ocorre nas unidades de terapia intensiva e emergências, onde o paciente se encontra monitorado, esse tempo encontra-se demasiadamente aumentado nos leitos não-críticos e em centros diagnósticos e ambulatoriais [3]. Estudo realizado [4] mostra que a cada minuto sem RCP reduz-se a probabilidade de sobrevida em 10%. Em relação aos ritmos de PCR, assistolia e a atividade elétrica sem pulso (AESP) são os ritmos mais frequentes em ambiente hospitalar, com índice de retorno à circulação espontânea (return of spontaneus circulation – ROSC, ou retorno da circulação espontânea) de 55%, graças a 1 Medical students by the Integrated Faculty of Central Plateau (FACIPLAC). SIGA Special Area, no. 02, 72460-000, East Sector, Gama/DF, Brazil. Mayane Santana de Oliveira, Nurse, Nursing Supervisor of Adult Ready Supply of the Regional Hospital Gama/DF, Brazil, Quadra 01, Central Sector, 772405-901, Gama/DF, Brazil.. Specialist in management systems and health services. [email protected]. 3 Julisse Marcela Nepomuceno Aragão, Nurse Emergency Room by the Education and Research Foundation in Health Sciences – FEPECS/DF, Brazil. [email protected]. 4 Maxwell Trindade Ferreira , Rescuer, Gama/DF, Brazil.. 5 Eunilson Alves de Lima Júnior, Doctor, Coordinator of the Clinical Unit of the Regional Hospital Gama, Quadra 01, Central Sector , 772405-901, Gama/DF, Brazil. [email protected] 6 Marcia Silva de Oliveira, Biomedical, Full Professor of the Integrated Faculty of Central Plateau (FACIPLAC). SIGA Special Area, no. 02, 72460-000, East Sector, Gama/DF, Brazil. Full Professor of the Paulista University (UNIP) – Campus Brasília. SGAS Block 913, s/n, 70390-130, Asa Sul. Brasília/DF, Brazil. Full Researcher of the Center for Studies in Education and Health Promotion, University of Brasilia – NESPROM/UnB. Campus Universitário Darcy Ribeiro s/n, set 07, room 34, 70.910-900, Asa Norte. Brasília/DF, Brazil. [email protected]. 7 Glayson Carlos Miranda Verner, Anesthesiologist and emergency physician at Regional Hospital Gama, Quadra 01, Central Sector , 772405-901, Gama/DF, Brazil. [email protected]. 2 DOI 10.14684/SHEWC.26.2016.110-114 © 2016 COPEC July 24 - 27, 2016, Salvador, BRAZIL XVI Safety, Health and Environment World Congress 110 identificação e intervenção precoces, o que difere do atendimento extra-hospitalar. Porém a despeito desta elevada taxa e dos avanços tecnológicos, a sobrevida de pacientes que evoluem para PCR dentro do hospital continua com poucas alterações e ainda com baixos valores [5]. Outros estudos preconizam que todo hospital deve ter um programa de RCP próprio que avalie o desempenho deste atendimento regularmente [7]. Para Girotra, & Cols [6], no ambiente hospitalar, os esforços para a melhoria do atendimento à PCR incluíram o uso de códigos de simulação de rotina, a discussão dos casos pós RCP, a realização de atendimento precoce por profissional não médico, e a melhoria da qualidade dos registros. Estas ações poderiam melhor ser aplicadas por meio de um Time de Resposta Rápida (TRR) em RCP [9]. Outras características destes TRR incluem: (a) ser um grupo multidisciplinar (profissionais médicos, de enfermagem e de fisioterapia), (b) profissionais altamente treinados em atendimento de RCP, (c) atuam, por um determinado período, exclusivamente no atendimento de PCR´s (“código azul”) ou a manifestações que a antecedem (“código amarelo”). Na equipe, seus profissionais são responsáveis pela pronta avaliação, triagem e tratamento dos pacientes com sinais de descompensação clínica em qualquer dependência hospitalar, excluindo unidades de terapia intensiva. Os sistemas de alertas (“código amarelo”) são representados por escores, prestando-se a avaliarem a gravidade dos pacientes e a determinar o seu provável risco de evolução à uma PCR, destacando-se, entre estes o escore MEWS (Modified Early Warning Score - Escore de Alerta Precoce Modificado). Trata-se de um sistema de alerta muito utilizado em função de sua grande acessibilidade e facilidade de execução por se basear apenas em critérios clínicos e de sinais vitais do indivíduo. Destarte, a resposta ao tratamento instituído está relacionada à precocidade da intervenção. Alinhado a este entendimento, constitui-se, em 2015, a primeira experiência piloto para avaliação da estratégia TRR em RCP no contxento de um hospital público do Distrito Federal, Brasil, o HRG CPR Team. A experiência inovou não apenas pelo seu pioneirismo, por desenvolvê-lo por meio de um ensaio clínico (Brasilia CPR Study ou BCPRS Clinical Trial) no mais adverso do contexto de pesquisa (as emergências cardiovasculares), mas também por conter em sua composição acadêmicos de medicina e socorristas voluntários da comunidade (HRG CPR Rescuers) trabalhando com profissionais de saúde (médicos, enfermereios outros profissionais da enfermagem). Estes acadêmicos pertenceram a uma liga acadêmica de uma universidade local de Brasília DF que foram selecionados a partir de sucessivas avaliações teórico-práticas em ambiente especializado de treinamento sob simulação realística. Além do mais, todos os membros do time receberam capacitação e atualização em SBV e SAV realizados pelo Serviço Móvel de Atendimento de Urgência local do Distrito Federal e por entidade credenciada pela American Heart Association-AHA (Grupo de Resgasta e Emergência). A par do epigrafado e da realidade vivenciada pelo serviço de saúde público brasileiro, mormente suas emergências, questionam-se que impactos poderia haver ao se constituir, em uma de suas unidades de atendimento hospitalar, uma equipe para a observação, avaliação e implementação de um programa qualificado de registros e cuidados de alta qualidade em atendimento a RCP? Mais ainda, um TRR criado e mantido a um baixo custo e um cenário de escassez de recursos humanos e tecnológicos. O objetivo do presente estudo foi avaliar a eficácia da estratégia do TRR em RCP de alta qualidade no atendimento a PCR manifestada em um serviço de emergências clínicas em um hospital público de nível secundário no Distrito Federal, sendo considerado a obtenção de qualquer tipo de retorno da circulação espontânea (ROSC) o desfecho principal. O desfecho era caracterizado pela obtenção de elevação súbita e sustentada da capnografia, acompanhada de pulso palpável, independente do tempo de suas durações. Entre os desfechos secundários, objetivou-se conhecer a incidência da PCR e de sua recorrência, a mortalidade no evento, o período do dia em que o evento era mais frequente, dados demográficos da população em estudo e impacto de comorbidades. Para tanto, fora constituído um grupo de gestão (Brasilia CPR Group), um projeto de educação e capacitação (Brasilia CPR Project), e um projeto de pesquisa (BCPRS), resultando numa equipe composta de 36 membros (médicos, 2; enfermeiro, 1; residente de enfermagem, 1; técnicos de enfermagem, 2; acadêmicos de medicina, do 4°8° período, 25; socorristas voluntários, 4), capacitados e certificados em atendimento à RCP, e treinados nos protocolos criados para o estudo. OBJETIVO Primariamente, caracterizar a experiência BCPRS Clinical Trial). Entre os subrogados, identificar a incidência do evento PCR na unidade em estudo; descrever o sistema de atendimento local à urgência/emergências quanto ao evento em estudo; caracterizar a população atendida e demais variáveis secundárias METODOLOGIA Em atendimento à resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) que reza sob pesquisa com seres humanos, encaminhou-se, acompanhado da solicitação de faculdade de aplicação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE em regime de urgências extremas) o projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (CEP-FEPECS), obtendo-se autorização à sua realização (Parecer n° 5553/15). Na fase experimental, a casuística arrolou convenientemente, em quatro meses (agosto a novembro/15), indivíduos que manifestaram PCR à admissão ou durante a internação nas unidades (enfermarias e pronto socorro) da Clínica Médica (CM) da instituição em estudo. Excetuando pela alocação não randômica, o desenho da pesquisa seguiu a © 2016 COPEC July 24 - 27, 2016, Salvador, BRAZIL XVI Safety, Health and Environment World Congress 111 metodologia CONSORT2010 indicada para estudos de intervenção. A não aleatorização se justifica pelo impedimento legal de atuação diária da equipe médica do TRR durante a pesquisa. Porém, diuturnamente todos os casos de PCR foram acompanhados por um observador do TRR (P6), também responsável pelos registros dos dados. Diante de um paciente acometido de PCR, o grupo intervenção (HRG CPR Team) aplicava procedimento padronizados em protocolos. Estes incluíram sistema de ativação, padronização de condutas de intervenção, uso de drogas e dispositivos, cuidados pós-RCP, tidos como garantidores de maior qualidade da RCP. Já ao grupo controle (Hospital, H), era promovida RCP de acordo com o plantonista médico e a equipe de atendimento, dado que não havia um protocolo assistencial formalizado na instituição. Tendo como objetivo desfecho primário a obtenção de qualquer tipo de ROSC, os grupos seguiram independente ao longo do estudo. Para a coleta de dados, utilizou-se o questionário manuscrito In-Hospital Utstein Style, com adaptações (Adapted Utstein Style Register by Brasilia CPR Study, AUSRe-BCPRS), sugeridas em sua revisão por Perkins et al., e pela Diretriz Brasileira de Ressuscitação Cardiopulmonar (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2013). Todos os pacientes incluídos no estudo receberam manobras de RCP, exceto aqueles em que expressamente havia a ordem de não ressuscitar (“Do Not Attempt Resuscitations”, DNAR) ou que a equipe assistente de alguma forma a considerasse fútil. Os resultados, nesta fase, receberam tratamento estatístico descritivo. Dentro da estratégia TRR, cada membro do HRG CPR Team era designado como player (P), havendo o P1, P2, P3, P4, P5 e P6. Cabia ao P1, médico, coordenar de forma harmonizada intervenções sobre o paciente; executar manobras médicas exclusivas; promover monitorização mecânica e fisiológica com meta no controle da qualidade do atendimento; executar e supervisionar condutas e procedimentos protocolados. Ao P2, socorrista, promover condições ideais (posicionamento do paciente, rolagem, imobilização, retirada de vestes e indumentárias que prejudicassem as intervenções ou representassem riscos aos pacientes) à aplicação de massagem cardíaca externa de alta qualidade (MCE-aq). Além disso, era função deste também alternar com o P3 na realização da MCE-aq. O P3 era o elemento da equipe que executava exclusivamente MCE-aq, zelando pela recomendação de seu caráter de “ininterruptibilidade”, regularidade de frequência e profundidade, entre outros. O P4 exclusivamente manipulava as pás do dispositivo de monitorização/desfibrilação/cardioversão (DCE) sobre o tórax do paciente, executando protocolos de monitorização e segurança quando da liberação de choques sobre o mesmo. O P5 era o incubido de promover várias intervenções, tais como venóclise, colheita de sangue para exames complementares, administração de fármacos, carregamento e liberação de choques, quando indicados, pelo DCE. Por fim, o P6 era o membro do time que não participa diretamente do atendimento, mas que registrava, nos termos de um glossário especificamente protocolado, no AUSRe-BCPRS, todas as informações sobre a PCR e a RCP promovidas por ambos os grupos. PCR. Antecedendo a PCR, alguns pacientes foram avaliados pelo Modified Early Warning Score (MEWS), um escore que avalia fatores que prenunciam um PCR, adotado dentro da estratégia “codigo amarelo”. RESULTADOS No período da pesquisa, 149 pacientes manifestaram PCR, dos quais 136 (91,3%) foram atendidos pelo grupo controle, e 13 (8,7%), pelo HRG CPR Team. Em 93 participantes (62,4%) promoveram-se RCP e nos restantes, 56 (37,5%), não. As manobras foram promovidas sobre 84 pacientes (61,7%) do grupo H e em 9 (69,2%) do grupo intervenção. Considerando toda a população do estudo, houve 232 eventos de PCR [206 (88,8%), no H; 26(11,2%), no HRG CPR Team]. Considerando a população de pacientes efetivamente reanimados, ocorreram, nestes, 176 eventos de PCR [154(87,5%), no H; 22(12,5.%), no HRG CPR Team], havendo algum tipo de ROSC em 89 eventos de PCR (50,5%) [75 (84,2%), no H; 14(15,7%), no HRG CPR Team], resultando, então, em uma taxa de sucesso de 48,7% no grupo H, e de 66,6%, no HRG CPR Team, o que representa uma taxa de sucesso pelo menos 1,36 vezes maior neste. Nos reanimados pelo H, 63% não eram idosos (>65 anos), enquanto nos reanimados no HRG CPR Team, 57%. Do total de participantes, 57% pertenciam ao gênero masculino e 42% ao sexo feminino. Em relação ao grupo intervenção, houve uma distribuição muito próxima entre os gêneros dos participantes [6 (46,1%), masc; 7 (53,9%), fem.)], diferentemente do que ocorreu com o tipo de arritmia de apresentação da PCR [5 (56%) assistolias; 3 (33%), AESP; 1 (11%), FV)] e o local, na instituição, da ocorrência do evento [23 (88,5%), na unidade de cuidados intermediários do pronto socorro; 2 (7,7%), na enfermarias de observação de pronto socorro; 1 (3,8%), nas enfermarias clínicas]. Em relação ao lugar de manifestação da PCR em pacientes do grupo H, esta ocorreu predominantemente na unidade de cuidados intermediários do pronto socorro [181 (87,9%)], em detrimento às enfermarias de observação do pronto socorro [19 (9,2%)] e das outras enfermarias clínicas da instituição [6(2,9%)]. Ainda, outras análises preliminares dos primeiros 90 dias revelam que das 182 PCR´s manifestadas no período, 76 (42%) ocorreram à noite, 57 (31%) à tarde e 49 (27%) no período da manhã; uma incidência de 182 PCR´s (1,51 PCR/ dia; C: 1,64/ paciente; HRG CPR Team: 2,07 PCR/ paciente); percentual elevado dos pacientes em idade ainda produtiva e com comorbidades crônicas (insuficiências cardíacas/renal. Entre as comorbidades mais encontradas nos grupos, hipertensão arterial sistêmica (HAS) (C, em 60% dos reanimados e 90% nos não reanimados; HRG CPR Team, © 2016 COPEC July 24 - 27, 2016, Salvador, BRAZIL XVI Safety, Health and Environment World Congress 112 57% dos reanimados e 50% nos não reanimados) e diabetes mellitus (DM)(C, em 36% dos reanimados; HRG CPR Team, 28% dos reanimados), foram as mais prevalentes. Em seguida, foram observados pneumonia (33%, nos reanimados; 29%, nos não reanimados); acidente vascular encefálico (19%, nos não reanimados; 54%, nos não reanimados); insuficiências renais agudas ou crônicas (29%, nos reanimados; 45%, nos não reanimados); doenças relacionadas ao aparelho cardiovascular, tais como insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio (27%, nos não reanimados; 20%, nos não reanimados); doenças respiratórias, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e/ ou asma (9%, nos reanimados; 39%, nos não reanimados); histórico de neoplasia (39%, nos reanimados; 9%, nos não reanimados); presença de fatores de risco, tais como etilismo (62% da população) e tabagismo (53%, da população). Ao final do estudo, foram identificados 5 pacientes sobreviventes (3% dos participantes; 5% dos reanimados), com média de idade de 53,4 anos. DISCUSSÃO A Instituição onde a experiência foi implementada faz parte da rede de hospitais de nível secundário da rede pública de serviços da SES-DF. Possui 55 leitos clínicos no pronto socorro e 65 leitos na unidade de internação da CM. Uma das metas propostas no estudo foi de abranger por completo estes setores, os quais têm seus leitos distribuídos geofísicamente de maneira particular, havendo leitos de internação e observação de diversos níveis de complexidade distribuídos entre dois andares. Os resultados apresentados pela experiência sugerem a viabilidade da instalação de um TRR permanente na instituição, dado que, em relação à meta tempo de resposta, esta foi satisfatória (<5 minutos) em 98% dos pacientes, aos quais foram ofertados RCP-aq. O curto tempo para se iniciar RCP é um dos principais determinantes da eficácia das intervenções. Chama atenção que além da variável tempo, sobressaem-se ainda a pregressa condição clínica da vítima como fator determinante de prognóstico, influenciando, de monta, os resultados da RCP intra-hospitalar. Pacientes com doenças de base gravíssimas e descompensadas impactam não só na sobrevivência do paciente, mas também nos resultados da instituição, chamando a atenção para que sejam monitorados os eventos e sua população atendida. Tortolani e cols. analisando 512 RCP´s intra-hospitalares verificaram que a mortalidade hospitalar era de 100% quando o paciente tinha idade acima de 68 anos, a PCR ocorria na unidade de emergências, em assistolia, em casos que se utilizavam o desfibrilador, a intubação traqueal, ocorria administração de mais de um medicamento por via endovenosa, ou gotejamento de mais de um inotrópico ou vasopressor. Quando o paciente não apresentava nenhuma dessas características, a mortalidade era de 35,7%. Em relação à idade, a prevalência de uma média de idade menor entre os sobreviventes da amostra (53,4 anos) corrobora estudo [13] que associou a característica pessoal maior idade ao óbito hospitalar. Estudos [11]-[12]-[13] citam melhores resultados de TRR´s atuando em laboratórios de hemodinâmica, provavelmente pelo fato de a principal causa determinante da PCR nesses casos ser uma arritmia primária, em contraposição ao serviço de hemodiálise e emergência, do hospital deste estudo supracitado, que obtiveram os piores resultados do TRR. Condizente com a literatura, em relação ao ritmo letal apresentado ao momento da PCR intrahospitalar, compareceram a assistolia e a atividade elétrica sem pulso (AESP), considerados de difícil reversibilidade e preditores de uma condição clinica deteriorante dos pacientes que os apresentam. Com isso os resultados positivos se limitaram, muitas vezes, ao sucesso imediato da reversibilidade de uma PCR. A literatura estimula a utilização de escores que funcionem como preditores da ocorrência intra-hospitalar de uma PCR. No estudo, adotou-se Modified Early Warning Score (MEWS), um escore validado internacionalmente e usualmente aplicado. Nele, são aferidos e julgados os critérios clínicos de: frequência respiratória, frequência cardíaca, pressão arterial, temperatura corporal e nível de consciência. Segundo Tavares e cols., o escore MEWS tem uma fidedigna relação com o índice de gravidade real do paciente e a aplicabilidade deste método como “triagem" para um provável atendimento pelo TRR é valida. Neste estudo, que adotou este escore, limitações relacionadas à logística (área física dispersa; numerário de leitos etc), ao tamanho da equipe time etc, sua aplicação foi interrompida ao final do primeiros mês, fazendo com que apenas o “código” azul seguisse seu curso. Ao se comparar a taxa de sucesso nos grupos (HRG CPR Team, 66,6%; H, 48,7%%), parecer que o sucesso da estratégia TRR seja em função de uma maior eficácia das intervenções padronizadas no protocolo em relação àquelas não uniformizadas aplicadas pelas equipes do H, corroborando com os estudos de [13]-[14], que apontam a estratégia TRR como impactante sobre melhoria da qualidade assistencial. Este conclusão há de ser avaliada por métodos associativos [15]. O TRR tem a vantagem de fornecer o registro detalhado de uma PCR e seu tratamento no momento de sua instalação, bem como apresentar melhores taxas de sucesso nas RCP que grupos não padronizados de ressuscitação, como faz sugerir os resultados deste trial. A iniciativa demonstrou a necessidade da adoção na instituição e um programa regular e qualificado de treinamento em RCP, criação e adesão a protocolos pertinentes, adoção de um sistema mais adequado e integrado de registros, envolvendo, inclusive, toda a cadeia de eventos que envolvem uma PCR. Limitações deste estudo devem ser consideradas. O caráter não randômico do arrolamento limita conclusões. A predominância de alguns tipo de comorbidades mais graves, objeto de estudos complementares, poderá ter influenciado nos resultados. A não tão manifesta predisposição dos líderes © 2016 COPEC July 24 - 27, 2016, Salvador, BRAZIL XVI Safety, Health and Environment World Congress 113 de RCP no grupo H em insistentemente investir em um indivíduo manifestando PCR, pode ser suspeitada como responsável pela menor taxa de ROSC no controle, o que carece de melhores estudos; os resultados deste trabalho se limitam a instituições e pacientes com mesmo perfil, o que pode ocorrer em grande parte na rede de hospitais componentes do sistema de saúde distrital. Apesar da boa representatividade da amostra, o curto período de tempo do estudo (quatro meses), também pode ser suspeitado de ser alterador dos resultados. [4] Cummins Ro, Ornato Jp, Thies Wh, Et Al. Improving Survival From Sudden Cardiac Arrest: The Chain Of Survival Concept. 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Embora possa haver forte probabilidade de que tenha ocorrido aumento na incidência de ROSC devido a atuação do TRR, além de redução da mortalidade hospitalar e da mortalidade associada pela implementação do time, as limitações do estudo não permitem fazer tal afirmação. Análises apresentadas neste material, são insuficientes para permitir afirmar correlação entre a implementação do HRG CPR Team e resultados em mortalidade. Assim, é esperado que o treinamento contínuo da equipe, a maior disponibilidade de recursos e a atualização dos conhecimentos associada ao aprimoramento de técnicas e dos TRR em RCP continuem trazendo benefícios para o atendimento dos pacientes acometidos de PCR . REFERÊNCIAS [1] Freitas, L. M.; Fatima, L. A. Parada Cardiorrespiratória Do Paciente Adulto No Âmbito Intra-Hospitalar: Subsídios Para A Enfermagem. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre (Rs) V.30, N.2, P. 328-337, Jun. 2009 [2] Tallo, F. S. Et Al. 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