Além dos problemas que praticamente submergem meu Estado, o

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DISCURSO PROFERIDO PELO DEP. DR. BENEDITO
DIAS EM OCASIÃO DO PEQUENO EXPEDIENTE EM 09-052002
Além dos problemas que praticamente submergem meu
Estado, o Amapá, transformando-o em campeão nacional da
violência e mau atendimento na área da saúde pública, temos
agora que enfrentar um outro problema, qual seja o da
importação de 38 médicos cubanos que foram chamados pelo
governo estadual ao preço de um mil e quinhentos dólares,
despesa essa acrescida de alimentação,
hospedagem
e
transporte.
Quando uso o plural, significa que, além de parlamentar sou
médico, também. Aliás, poderia até dizer , sem demérito algum
para a a nobre função de legislar, que estamos todos deputados,
enquanto que médico, advogado, engenheiro, jornalista ou que
outra profissão tenhamos, esta nos acompanhará até o último dia
de nossas vidas.
De certo, mesmo, é que esses médicos originários da
República cubana, além de estarem, profissionalmente falando,
clandestinos no País, representam grave sangria ao Erário
estadual. Cada um deles custa 1,5 mil dólares mais casa e
comida. Desse dinheiro, um mil dólares per capita, são remetidos
ao governo de Fidel Castro, o que significa que 456 mil dólares
anuais, cerca de R$ 1.000.000,00 (Hum milhão de reais) são
retirados da economia amapaense e mandados para o ditador
cubano.
Para estados ricos e poderosos como Rio de Janeiro, São
Paulo ou Minas Gerais, essa é uma quantia desprezível. Para
nós, entretanto, que temos uma economia ancorada nos
contracheques
do
funcionalismo
público,
é
uma
quantia
respeitável. O pior é que esse valor bem poderia ser usado na
formação de médicos brasileiros, preferencialmente amapaenses,
que melhor conhecem nossa realidade.
Fazendo-se uma análise neste contexto poderíamos dizer
que a vinda dos médicos cubanos além de estar retirando uma
oportunidade de emprego de médicos brasileiros, tem uma
situação mais grave, que é a exploração do ser humano como
profissional, quando falo isso, estou me referindo a remuneração
dada a estes médicos, que ficarão com apenas 1/3 do seu
salário, e 2/3 terços para o seu governo. Repito, isto é uma
exploração inaceitável que estamos assistindo à luz do dia.
Na verdade, o governo, tanto o federal quanto o estadual
não têm uma clara política de interiorização da medicina. Como
então mandar para o interior, médicos brasileiros aos quais muito
pouco é oferecido, enquanto a estrangeiros se estendem os
tapetes vermelhos do interesse político e ideológico, tão
característicos dos governos de esquerda?
Médicos brasileiros os temos aos milhares. Segundo o
presidente do Conselho Federal de Medicina, o Brasil possui 260
mil médicos formados e aptos a entrar no mercado de trabalho,
ou nele já inseridos, acrescidos de mais dez mil profissionais
formados anualmente pelas nossas Faculdades de Medicina.
Não queremos dizer que os médicos cubanos são maus
profissionais. Mas não podem exercer ilegalmente a medicina e
nem ocupar um espaço que por direito legítimo é nosso. Afinal de
contas, mandar recursos ao senhor Fidel Castro para que ele
inunde o mercado amapaense – e brasileiro – de médicos com
fins de exportação é má-fé cínica ou estupidez rígida quase
militar, como diria o saudoso Stanislaw Ponte Preta, no seu
inesquecível Festival de Besteiras que Assolam o País.
Meu Muito obrigado.
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