Universidade Federal da Paraíba Departamento de Matemática Introdução à Análise Real - 2013.1 Lista 2 Nome/Matrícula: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Questões: 1. Obtenha uma decomposição do conjunto dos números naturais N = conjuntos Xn sejam innitos e Xm ∩ Xn = ∅ para quaisquer m 6= n. S∞ n=1 Xn tal que os 2. Seja a função f : N × N → N dada por f (1, n) = 2n − 1 e f (m + 1, n) = 2m (2n − 1) para todo (m, n) ∈ N. Prove que f é uma bijeção. 3. Seja {An ; n ∈ N} uma família de conjuntos. Considere os conjuntos lim sup(An ) := \[ Aj e lim inf(An ) := i∈N j≥i [\ Aj . i∈N j≥i (a) Prove que lim sup(An ) é o conjunto dos elementos que pertencem a An para uma innidade de valores de n e que lim inf(An ) é o conjunto dos elementos que pertencem a todo An salvo para um número nito de valores de n. (b) Conclua que lim inf(An ) ⊂ lim sup(An ). S (c) Mostre que se An ⊂ An+1 para todo n, então lim inf(An ) = lim sup(An ) = n∈N An . T (d) Mostre que se An ⊃ An+1 para todo n, então lim inf(An ) = lim sup(An ) = n∈N An . (e) Dê exemplo de uma família de conjuntos {An ; n ∈ N} tal que lim inf(An ) 6= lim sup(An ). 4. Seja K um corpo ordenado. Prove que (a) (b) (c) (d) (e) (f) x2 + y 2 = 0 se, e somente se, x = y = 0, x, y ∈ K. Se x 6= 0 e n ∈ N, então (1 + x)2n > 1 + 2nx. Se x < 1 e n ∈ N, então (1 − x)n ≥ 1 − nx. Para todo x ∈ K, tem-se |x − 1| + |x − 2| ≥ 1. Para todo x ∈ K, tem-se |x − 1| + |x − 2| + |x − 3| ≥ 2. K é arquimediano se, e somente se, para cada ε > 0 em K, existe nε ∈ N tal que 1 < ε. 2nε 5. Sobre números racionais e irracionais. (a) (b) (c) Sejam x racional diferente de zero, e y irracional. Prove que xy e x + y são irracionais. Dê exemplo de dois números irracionais x, y tais que x + y e x · y são racionais. √ √ Sejam a, b números racionais positivos. Prove que a + b é racional se, e somente se, √ √ a e b forem ambos racionais. √ (d) Sejam p1 , p2 , . . . , pn números primos, dois a dois distintos. Prove que p1 p2 · · · pn é irracional. 1 6. Seja X = 1 ; n ∈ N . Prove que inf(X) = 0. n 7. Sejam X ⊂ Y conjuntos não vazios limitados de números reais. Prove que inf(Y ) ≤ inf(X) ≤ sup(X) ≤ sup(Y ). 8. Sejam X e Y conjuntos não-vazios limitados de números reais tais que se x ∈ X e y ∈ Y , então x ≤ y . Prove que sup(X) ≤ inf(Y ). Prove que sup(X) = inf(Y ) se, e somente se, para todo > 0, podem-se obter x ∈ X e y ∈ Y tais que y − x < . 9. Mostre que o conjunto de todos os polinômios com coecientes inteiros é um conjunto enumerável. 10. Mostre que o conjunto de todos os polinômios com coecientes racionais é um conjunto enumerável. 11. Mostre que o conjunto de todos os polinômios com coecientes irracionais é um conjunto não enumerável. 12. Mostre que o conjunto de todos os polinômios com coecientes reais é um conjunto não enumerável. 13. Um número real é dito √ algébrico se é raiz de um polinômio de coecientes inteiros. Por exemplo, o número 7 é algébrico pois é raiz do polinômio x2 − 7. Um número real√ é dito √ 2 2 2 , transcendente se não for algébrico. Por exemplo, é sabido que os números e , π , e √ √7 5 , sen(1) e ln(2) não são algébricos. (a) (b) (c) (d) Mostre que o conjunto dos números algébricos é enumerável. Mostre que o conjunto dos números algébricos é denso em R. Mostre que o conjunto dos números transcendentes não é enumerável. Mostre que o conjunto dos números transcendentes é denso em R. (Sugestão: primeiro, prove que se X é o complementar de um conjunto enumerável de números reais, então para cada intervalo aberto (a, b), a interseção (a, b) ∩ X é não enumerável; segundo, a partir deste fato que X é denso em R). Leitura complementar: • Todo número racional é algébrico. • O conjunto dos números algébricos é um corpo. • A não enumerabilidade de R e o problema 13.(a) assegura a existência de números transcedentes. • A existência de números transcedentes assegura o fato de que R possui estrutura de espaço vetorial sobre o corpo Q de dimensão innita. 2