Nº ???_ Agosto 2005 Centro de Informação sobre Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (CIM/UFC) (85) 4009. 8276 e-mail: [email protected] A doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), é uma doença vascular grave e é pouco conhecida na comunidade médica nacional. É um distúrbio caracterizado pela obstrução das artérias dos membros inferiores e que pode atingir 6,5% da população brasileira. A patologia pode levar à morte em um período de cinco anos, algo em torno de 30% dos pacientes diabéticos e nos indivíduos fumantes esse número pode chegar a 60%. A sua presença aumenta o risco de infarto e derrame cerebral em 5% a 6% ao ano, e o seu diagnóstico representa dez anos a menos na expectativa de vida. A doença tem origem próxima à do infarto e derrame, e é considerada um marcador de doença aterosclerótica mais generalizada. O sintoma principal da DAOP são as dores nas pernas. Existem várias apresentações clínicas, mas o sintoma é geralmente desencadeado pela caminhada. Muitas vezes doença é confundida com problemas musculares ou reumatismo, pois os seus sintomas são muito parecidos. A origem da doença está na formação de um depósito de gordura na parede interna das artérias dos membros inferiores por um processo aterosclerótico. Esse estreitamento do vaso diminui a irrigação de sangue rico em oxigênio para a musculatura das pernas e dos pés e, como conseqüência, o paciente sente dor, desconforto ou formigamento da panturrilha desen- DORES NAS PERNAS cadeados pela caminhada. Esses sintomas somem após a pausa da caminhada e são conhecidos como claudicação intermitente. Os portadores da enfermidade apresentam os mesmos fatores de riscos das doenças coronarianas: colesterol elevado, diabetes, hipertensão, e é fumante, portanto o controle desses fatores de risco é de grande importância para mudar o curso da doença. Um dado preocupante, é que a maioria dos pacientes com a doença são assintomáticos, e muitos dos sintomáticos não comunicam ao médico os sintomas. Nesses pacientes, a mortalidade é de cerca de 50%.A medida preventiva mais eficaz é um exame barato, conhecido como índice do tornozelo-braquial, um exame que pode ser incorporado a prática clínica, que consiste na aferição da pressão arterial dos braços e pernas,onde a relação arterial do pulso do tornozelo versus o pulso do braço deve ser maior que 0.9% para ser considerado normal. Valores menores indicam presença de DAOP, e quanto menor for, maior a probabilidade de morte por doenças cardiovasculares. Segundo alguns cardiologistas, o maior fator de risco para a doença é o cigarro, seguido pelo diabetes. A incidência da doença aumenta com a idade, mas jovens sedentários, com colesterol e triglicerídeos elevados, também estão sujeitos à doença. Quando a doença não e diagnosticada precocemente, pode ocorrer amputação do membro, mas esse não é o principal risco dessa doença. Sessenta por cento dos pacientes correm um elevado risco de sofrer um infarto ou acidente vascular cerebral, pois ela pode ser indicador de complicações obstrutivas cerebrais, coronarianas e renais. A DAOP, geralmente, tem um curso benigno, onde 75% dos pacientes não precisarão de cirurgia e morrerão de outras causas. Atualmente, exames como ressonância magnética e por contraste podem oferecer informações mais precisas. Já se tem a disposição alguns fármacos que podem melhorar a situação dos portadores da doença, um deles é o cilostazol, uma dos mais promissores, que pode aumentar em 50% a capacidade de deambulação. Medicamentos como vasodilatadores e drogas que diminuem a viscosidade do sangue, também podem complementar o tratamento da DAOP. Por fim, pode tentar a revascularização. O nagiologista é profissional apropriado para avaliação. Apesar de não existir cura para a doença, pode-se obter o controle de sua evolução com o tratamento alopático adequado e principalmente com o combate aos principais fatores de risco, com conseqüente sugestão de mudança nos hábitos de vida. • • • • Bibliografia www.unifesp.br www.socios.cardiol.br www.libbs.com.br Responsável: Daniel Bastos Mascarenhas (Estudante de Farmácia). Revisão: Mirian Parente Monteiro (Doutora em Farmacologia). Apoio: Conselho Regional de Farmácia