Arendt e Marx

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UNIDADE ACADÊMICA RESPONSÁVEL: FACULDADE DE FILOSOFIA - FAFIL
NOME DA DISCIPLINA: Tópicos de Filosofia I: Arendt e Marx
CURSO: FILOSOFIA
ANO: 2014/2
PROFESSOR RESPONSÁVEL: Adriano Correia ([email protected])
CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 64 horas aula
CARGA HORÁRIA SEMANAL*: 4 horas
EMENTA: O curso se propõe a desenvolver Tópicos Especiais de Filosofia, a partir de textos
clássicos pertinentes, de acordo com as pesquisas em andamento no departamento de filosofia.
Hannah Arendt publicou a obra As origens do totalitarismo em 1951. Nessa obra, que a tornou
mundialmente conhecida, buscou investigar os elementos e origens da dominação total, identificando
no nazismo e no stalinismo as formas acabadas de uma nova forma de governo. Muito criticada pelo
tratamento pouco profundo do stalinismo nessa obra, Arendt esforçou-se, a partir de 1952, por
investigar o que inicialmente nomeou “elementos totalitários do marxismo”. No desdobramento de
sua investigação, Arendt interessou-se pelo vínculo entre o totalitarismo stalinista, o marxismo e o
pensamento político Ocidental. Por fim, de vários cursos e conferências ela acabou por deslocar o
centro de sua análise do pensamento de Marx para o que chama de “tradição do pensamento político
Ocidental”. Dessas investigações surgiu a obra A condição humana, um clássico do pensamento político
do século passado. Examinaremos nesta disciplina os textos inéditos e já publicados de Arendt sobre
Marx, principalmente dos anos 1950. Examinaremos ainda a própria obra marxiana, no que se mostra
necessário à reconstrução da interpretação arendtiana e à sua eventual crítica.
I – OBJETIVO:
Reconstruir os aspectos fundamentais da reflexão de Hannah Arendt sobre a obra marxiana.
II – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
1- O conceito de totalitarismo
2- Arendt e os vínculos entre totalitarismo e marxismo
3- Marx e a era moderna: história, violência, trabalho
4- A vitória do animal laborans
5- Marx, a revolução e a questão social
6- Da relação entre economia e política
III – METODOLOGIA:
Aulas expositivas, trabalhos em grupo, seminários, leituras orientadas.
V – AVALIAÇÃO:
A avaliação será feita por meio de um exame dissertativo em sala de aula, da eventual participação em
seminários e de um trabalho monográfico temático ao final do curso.
VI – BIBLIOGRAFIA:
AMIEL, Anne. A não-filosofia de Hannah Arendt: revolução e julgamento. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.
ARENDT, Hannah. A condição humana. 12ª ed. Trad. Roberto Raposo (rev. téc. A. Correia). Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 2014.
______. Philosophy and Politics – the Problem of Action and Thought after the French Revolution- lecture. Hannah
Arendt Papers. Washington: The Manuscript Division, Library of Congress, Box 76, 1954.
______. “Revolution and freedom”. In. ______. Hannah Arendt Papers. Washington: The Manuscript
Division, Library of Congress, Box 78, 1966-1967, 23p.
______. Sobre a revolução. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
______. “A grande tradição”. Trad. P. Bodziak e A. Correia. O que nos faz pensar, nº 29, maio/2011, p.
273-298.
______. Sobre a violência. Trad. André Duarte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
______. A promessa da política (Ed. Jerome Kohn). Trad. P. Jorgensen Jr. Rio de Janeiro: Difel, 2008.
______. Karl Marx y la tradición del pensamiento político occidental – seguido de Reflexiones sobre la
Revolución Húngara. Trad. A. S. de Haro e M. López. Madri: Encuentro, 2007.
______. Entre o passado e o futuro, 5ª ed., São Paulo, Perspectiva, 2001.
______. As origens do totalitarismo. Trad. R. Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
______. Diário filosófico (1950-1973). 2ª ed. Barcelona, Herder, 2006.
CORREIA, Adriano. Hannah Arendt e a modernidade – política, economia e a disputa por uma fronteira. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 2014.
DUARTE, André. O pensamento à sombra da ruptura – política e filosofia em Hannah Arendt. São Paulo:
Paz e Terra, 2000.
FRATESCHI, Yara. “Democracia, direito e poder comunicativo: Arendt contra Marx”. Dois pontos.
Vol.
7,
nº
4,
set/2010,
p.
163-188
(http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/doispontos/article/view/20176/13346).
HARVEY, David. Para entender O capital. Trad. R. Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013.
LOSURDO, Domenico. “Para uma crítica da categoria de totalitarismo”. Crítica Marxista, 17, p. 51-79
(http://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/artigo100critica17-A-losurdo.pdf).
MAGALHÃES, Theresa C. “A atividade humana do trabalho [Labor] em Hannah Arendt”.
Revista Ética & Filosofia Política (Juiz de Fora), V. 9, N. 1 (Junho) – Especial Centenário Hannah Arendt (in:
http://www.ufjf.br/eticaefilosofia/files/2010/03/9_1_theresa.pdf).
MARX, Karl. O capital – crítica da economia política. Livro I (O processo de produção do capital).
Trad. Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013.
______. Manuscritos econômico-filosóficos. Trad. Jesus Ranieri. São Paulo: Boitempo, 2004.
MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Trad. L. C. Martorano, N. Schneider e R.
Enderle. São Paulo: Boitempo, 2007.
______. Manifesto comunista. Trad. Álvaro Pina. São Paulo: Boitempo, 1998.
PITKIN, Hannah. The attack of the blob: Hannah Arendt and the social question. Chicago: The University of
Chicago Press, 1998.
RAMOS, Diogo. A ação contra o trabalho – uma avaliação da crítica de Hannah Arendt a Karl Marx.
Dissertação de Mestrado (UFSC), 2009.
YOUNG-BRUEHL, Elizabeth. Hannah Arendt: por amor do mundo. Trad. Antônio Trânsito. Rio de
Janeiro: Relume Dumará, 1987.
WELLMER, Albrecht. “Hannah Arendt: sobre la revolución”. Areté – Revista de Filosofia, vol. X, nº 1,
1998, p. 67-100 (trad. Andrés León).
ZIZEK, S. Alguém disse totalitarismo? Cinco intervenções no (mau) uso de uma noção. Trad. Rogério
Bettoni. São Paulo: Boitempo, 2013.
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