Hannah Arendt e Simone de Beauvoir na recusa da filosofia Pedro

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Hannah Arendt e Simone de Beauvoir na recusa da filosofia
Pedro Rhavel Teixeira
PPGF/UFRJ - Mestrado - Orientador: Carla Francalanci - Bolsista CAPES
Hannah Arendt e Simone de Beauvoir são duas proeminentes pensadoras do século
XX. Suas obras de cunho político tem um uso particular da história da filosofia, onde
conceitos tradicionais ganham dimensões inovadoras e distintas das tradicionais
abstrações metafísicas que pretendem explicar o mundo. É digno de nota que ambas
recusem os títulos de filósofas repetidamente, seja em suas obras escritas ou em
entrevistas concedidas. Para negar, é necessário haver uma compreensão positiva e
determinada sobre o ser da filosofia e sua história. Ambas parecem compartilhar de
uma noção próxima sobre o que é filosofia e a quais âmbitos ela se restringe. A partir
desta formulação negativa é possível estabelecer uma relação entre Arendt e Beauvoir
e colocá-las em diálogo para uma justificativa da recusa da insígnia de filósofas. A
tese implícita é a de que há um campo, a saber, a dos assuntos meramente humanos.
que não cabem em um sistema filosófico e portanto foram negligenciados pela
filosofia até então. Enquanto Arendt está interessada na questão judaica, Beauvoir
está conectada à questão do ser mulher. Ambas as situações, são encrustadas de
hierarquias, cuja própria situação não pode ser expressa e nem explicada em um
teorema ou em qualquer fórmula precisa e universal. Tanto a questão judaica quanto a
questão da mulher se tornam relevantes para filosofia a partir da obra das autoras.
Diante do exposto, resta compreender qual é o significado de filosofia que as duas
autoras têm em mente em seus posicionamentos, em que sentido são semelhantes e
em que sentido divergentes.
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