Rastreabilidade um direito do paciente - Julho de 2013

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Rastreabilidade: um direito do paciente
João Carlos de Oliveira*
Uma recente pesquisa divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) traz à tona
dados alarmantes. O estudo revela que até 73% das falhas registradas nos hospitais
brasileiros poderiam ser evitadas. Isso inclui, por exemplo, medicações trocadas,
danos por falha de tratamento e vários outros tipos de problemas. Para se ter uma
ideia, significa que, em 2008, 562 mil pacientes de um total de 11,1 milhões de
pessoas internadas pelo SUS foram vítimas de erros evitáveis.
Hospitais e centros de tratamentos são ambientes extremamente complexos nos quais
a atenção deve ser redobrada, pois são suscetíveis a falhas humanas. Às vezes, a
dose errada é dada a um paciente. Ou a medicação não é aquela. Ou o equipamento
médico errado é utilizado. Episódios como esse demonstram a necessidade de o
sistema de saúde garantir a segurança do paciente tanto com relação à autenticidade
dos remédios, evitando a pirataria, quanto à sua correta administração pelos agentes
de saúde.
Existem ferramentas e processos capazes de prevenir a grande maioria desse tipo de
erro, e a automação e rastreabilidade são caminhos mais eficazes para garantir a
adoção de um controle efetivo. A utilização de sistemas automatizados que garantem
a rastreabilidade permite saber todo o percurso que o produto vez até chegar ao
destino final, pois possibilita conhecer a precisa identificação de cada item, sua
proveniência e localização. A rastreabilidade garante direitos ao paciente: receber o
medicamento certo, na dose certa, na hora certa, na via correta.
A falsificação de medicamentos é outro ponto crítico para a cadeia de suprimentos em
saúde que pode ser combatida. A tendência é que cada vez se cobre dos governos e
das empresas um gerenciamento efetivo das cadeias produtivas, permitindo a
rastreabilidade e visibilidade dos produtos. Quem faz a lição de casa ganha duas
vezes: conquista a confiança do consumidor e abre as portas para o comércio
mundial, que também tem sido criterioso quanto ao controle de origem.
*Presidente da GS1 Brasil - Associação Brasileira de Automação
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