CONFLITOS INTERPESSOAIS: ESPAÇOS PARA A CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA MORAL EIXO TEMÁTICO: PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO Neila Pedrotti Drabach Autora/Apresentadora – Acadêmica do curso de Pedagogia – CE/UFSM Lúcia Salete Celich Dani Co-Autora – Profª Drª do Depto de Fundamentos da Educação e PPGE – CE/UFSM As situações de controvérsia ou conflito moral são elementos impulsionadores do processo de construção moral. Dessa forma, é imprescindível que a escola que se preocupa com a formação moral de seus educandos considere tais situações em suas práticas educativas. Identificar e problematizar as situações de conflito interpessoais são atitudes que favorecem a construção de um ambiente de diálogo, no qual as crianças são convidadas a expressar seus pontos de vista e sentimentos, ao mesmo tempo em que conhecem as razões e emoções de seus pares. Estas experiências contribuem para a construção de capacidades como a empatia e a reciprocidade, as quais são indispensáveis à construção de valores morais que conduzam a relações interpessoais mais justas e harmoniosas. Com vistas a compreender como os conflitos e sentimentos atuam na construção da personalidade moral, desenvolvemos uma pesquisa intitulada “Os conflitos e os sentimentos presentes na relação pedagógica e seus entrelaçamentos na construção da personalidade moral”, tendo como objetivos identificar quais os sentimentos que afloram nas situações de conflitos presentes na relação pedagógica e como tais sentimentos favorecem e/ou inibem este processo, buscando compreender as significações construídas pelas crianças que sofrem com tais situações. Seguindo um referencial de cunho qualitativo, a pesquisa utilizou-se de estudo bibliográfico correspondente à temática; observação a uma sala de aula; entrevista semi-estruturada com a professora da turma; questionários, dinâmicas de grupo e entrevista grupal com as crianças. Os resultados obtidos demonstram que as significações construídas pelas crianças pautam-se na idéia de que a violência é necessária; as brigas fazem parte do cotidiano e atuam como forma de resolução dos conflitos, sendo o sentimento de raiva o propulsor dos comportamentos agressivos. Com base nestes resultados, percebemos que a banalização da violência impede um olhar mais apurado em relação aos sentimentos dos estudantes, inviabilizando a construção de personalidades morais autônomas.