UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DIEGO COSTA DA SILVA MARKETING DE RELACIONAMENTO ATRAVÉS DO CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT EM UMA REDE DE FARMÁCIAS Gravataí 2009/1 DIEGO COSTA DA SILVA MARKETING DE RELACIONAMENTO ATRAVÉS DO CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT EM UMA REDE DE FARMÁCIAS Prática Organizacional –TCC II Universidade Luterana do Brasil Curso de Administração Coord. de Estágios Orientador: Prof. MS. Flávio Régio Brambilla Gravataí 2009/1 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho, em primeiro lugar, a minha mãe Jania e minha irmã Camila, pessoas que sempre acreditaram nas minhas apostas e apoiaram nas dúvidas. O amor que tenho por vocês é imensurável. Dedico também aos meus padrinhos Sérgio (in memoriam) e Ione, que sem dúvida fazem parte da minha base familiar e souberam sempre aconselhar em momentos de incerteza. AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus, por me dar o dom da vida e me proporcionar a família sensacional que tenho. Agradeço a minha família pela ajuda dispensada em toda a minha vida, em especial a minha mãe Jania e minha irmã Camila. Aos meus amigos que souberam caminhar ao meu lado, incentivando, compartilhando e ajudando em momentos de alegria e angústia. A Farmanova, em especial aos amigos Gilberto e Roberto, que além de líderes souberam se tornar amigos e conselheiros ao longo dos anos, auxiliando a levantar nas quedas e ensinando como não cair novamente. Ao meu orientador, Flávio Brambilla, por me auxiliar a concretizar este trabalho, que foi fonte de muita dedicação e empenho. “A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original”. (Albert Einstein) RESUMO O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado para obtenção do grau de Bacharel em Administração pela Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, campus de GRAVATAÍ/RS, está denominado sob o título “MARKETING DE RELACIONAMENTO ATRAVÉS DO CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT EM UMA REDE DE FARMÁCIAS”. Com um número de concorrentes cada vez maior, as empresas se vêem diante da necessidade de se destacar no mercado buscando a satisfação dos clientes. Através desta necessidade o Marketing de Relacionamento, através do Customer Relationship Management, se torna uma ferramenta eficaz para a obtenção de melhores resultados. Tendo a relação “um-aum” como principal diferencial o Marketing de Relacionamento oferece às organizações informações importantes sobre os seus clientes, deixando-as aptas para oferecer soluções em produtos e serviços àqueles que fazem parte da sua carteira de clientes. É importante frisar que o Customer Relationship Management indica que sejam feitas ações e tratamento diferenciado aos principais consumidores de uma carteira de clientes, mas que não se deixe de trabalhar com os demais clientes, através de promoções e materiais direcionados, com informações importantes e relacionadas com o dia-a-dia deles, além de um acompanhamento sobre o serviço que vem sendo prestado no que tange a organização. Neste trabalho se aborda a Atenção Farmacêutica como braço de apoio ao Marketing de relacionamento, oferecendo um atendimento diferenciado aos clientes das farmácias e drogarias, realizando a dispensação correta de medicamentos, não visualizando apenas os lucros provenientes do negócio, mas sim a correta e racional utilização de medicamentos e serviços de qualidade. Palavras-chave: Marketing de Relacionamento; Gerenciamento do Relacionamento com Clientes. ABSTRACT This present Final Paper presented to obtaining degree of Bachelor in Business Administration by Lutheran University of Brazil (ULBRA), campus of GRAVATAÍ/RS, is called by the title “RELATIONSHIP MARKETING THROUGH THE CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT IN A DRUGSTORE CHAINS”. With a number of competitors increasing, the companies are facing the necessity to differentiate themselves in the market seeking the customer satisfaction. Through this necessity the Relationship Marketing, through Customer Relationship Management, becomes an effective tool to obtain best results. Taking the relationship “one-to-one” as the main differential the Relationship Marketing offers to the companies important information about their customers, making them suitable to offer solutions in products and services to those who are part customers base. Is important emphasize that the Customer Relationship Management indicates that actions should be made and differential treatment to the main costumers base, but that does not stop work whit the other customers, through the promotions and targeted materials, with important information and related with to the everyday life of them, besides to monitoring on the service that has been providing in organization’s regard. This work approaches the pharmaceutical care as an arm of support of Relationship Marketing, offering a differentiated service to the drugstores and pharmacies customers, making the correct dispensing of drugs, viewing not only the profits from the business, but the correct and rational use of drugs and quality services. Key Words: Relationship Marketing; Customer Relationship Management. LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Roteiro de entrevistas ................................................................ ............18 Tabela 2 – O Relacionamento com o cliente ................................ ...........................44 Tabela 3 – As práticas de Relacionamento com o Cliente ......................................45 Tabela 4 – O relacionamento com clientes de convênio e clientes sem vínculo......46 Tabela 5 – O sistema de vendas como ferramenta de apoio ...................................47 Tabela 6 – Cadastro e monitoramento de clientes. ................................................. 48 Tabela 7 – Atendimento personalizado por ferramentas de TI................................ .49 Tabela 8 – Objetivos da empresa para o Relacionamento com Cliente. ..................50 Tabela 9 – Atendimento como diferencial competitivo ................................ .............51 Tabela 10 – Compromisso com o cliente ................................................................ .52 Tabela 11 – Farmácia Nova, 100% cliente............................................................... 56 Tabela 12 – Ofertas aos clientes: Share of customer................................ ...............54 Tabela 13 – Investindo em clientes antigos ................................ ............................. 55 Tabela 14 – Atendimento ao cliente ................................ .........................................56 Tabela 15 – Superando a concorrência ................................ ...................................57 Tabela 16 – Os diferencias da concorrência ............................................................ 58 Tabela 17 – O que o cliente espera da farmácia ...................................................... 59 Tabela 18 – O farmacêutico no relacionamento com o cliente................................ .60 Tabela 19 – Relacionamento com clientes de convênio ................................ ..........61 Tabela 20 – O retorno proporcionado pelos clientes de convênio............................ 62 Tabela 21 – Avaliando a fidelidade dos clientes....................................................... 63 Tabela 22 – Praticando a retenção de clientes ................................ ........................64 Tabela 23 – Análise de práticas adotadas vs. recomendações ............................... 68 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................ ......................................10 1.1 OBJETIVOS................................ ................................................................ .......12 1.1.1 Objetivo Geral................................................................ ................................ 12 1.1.2 Objetivos Específicos ................................ ................................................... 12 1.2 JUSTIFICATIVA................................ ................................................................ .12 1.3 METODOLOGIA DA PESQUISA................................................................ .......14 1.3.1 Pesquisa Bibliográfica................................................................ ..................14 1.3.2 Estudo De Caso................................................................ ............................. 16 1.3.3 Instrumento De Coleta De Dados................................................................ .17 1.3.4 Análise Dos Dados Coletados................................ ......................................19 2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ................................................................ .............20 2.1 MARKETING DE RELACIONAMENTO ............................................................ 20 2.1.1 O Que É O Marketing De Relacionamento ................................ ..................20 2.1.2 As Funções Do Marketing De Relacionamento ................................ ..........22 2.1.3 Etapas De Um Programa De Marketing De Relacionamento .....................23 2.2 CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT (CRM)................................ .....25 2.2.1 O Que É O Customer Relationship Management (Crm)............................. 25 2.3 GESTÃO DE CLIENTES................................ .................................................... 29 2.3.1 Entender Para Encantar................................................................ ................30 2.3.2 Por Que A Retenção De Clientes ................................................................ .31 2.3.3 Call Center ................................................................ ................................ .....36 2.3.4 Atenção Farmacêutica ................................................................ ..................37 3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ESTUDADA................................ ...............41 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................ ............43 4.1 O RELACIONAMENTO COM O CLIENTE................................ ........................43 4.2 AS PRÁTICAS DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE............................. 44 4.3 O RELACIONAMENTO COM CLIENTES DE CONVÊNIO E CLIENTES SEM VÍNCULO ................................................................ ................................................. 45 4.4 O SISTEMA DE VENDAS COMO FERRAMENTA DE APOIO. ........................46 4.5 CADASTRO E MONITORAMENTO DE CLIENTES. ........................................ 47 4.6 O ATENDIMENTO PERSONALIZADO POR FERRAMENTAS DE TI. .............48 4.7 OBJETIVOS DA EMPRESA PARA O RELACIONAMENTO COM CLIENTE ..49 4.8 ATENDIMENTO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO. ................................ .50 4.9 COMPROMISSO COM O CLIENTE ................................................................ ..51 4.10 FARMÁCIA NOVA, 100% CLIENTE................................................................ 52 4.11 OFERTAS AOS CLIENTES: SHARE OF CUSTOMER...................................53 4.12 INVESTINDO EM CLIENTES ANTIGOS ......................................................... 54 4.13 ATENDIMENTO AO CLIENTE ................................ ........................................ 55 4.14 SUPERANDO A CONCORRÊNCIA ................................ ................................ 56 4.15 OS DIFERENCIAIS DA CONCORRÊNCIA ................................ .....................57 4.16 O QUE O CLIENTE ESPERA DA FARMÁCIA................................. ...............58 4.17 O FARMACÊUTICO NO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE.................. 60 4.18 RELACIONAMENTO COM CLIENTES DE CONVÊNIO ................................ .61 4.19 O RETORNO PROPORCIONADO PELOS CLIENTES DE CONVÊNIO.........62 4.20 AVALIANDO A FIDELIDADE DOS CLIENTES................................ ...............63 4.21 PRATICANDO A RETENÇÃO DE CLIENTES ................................ ................63 5 CONCLUSÃO ................................ ................................................................ .......65 5.1 ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO ................................................................ ....66 REFERÊNCIAS................................................................ ........................................ 72 ANEXOS ................................ ................................................................ ..................75 10 1 INTRODUÇÃO À medida que o mercado consumidor passa por um aumento no poder aquisitivo, como apresentado em revistas e periódicos entre outros, a concorrência por uma fatia no mercado de alguns segmentos de bens de consumo aumenta desproporcionalmente, estando em uma faixa de crescimento muito maior. O número de farmácias em funcionamento na região metropolitana de Porto Alegre, RS, é considerado alto, dado ao número aceitável de farmácias para cada mil habitantes, chegando a mais de mil estabelecimentos comerciais, e mais de 200 novas farmácias por ano, conforme o Conselho Regional de Farmácias do RS. Sistemas de acompanhamento farmacêutico, atenção pós-venda, fidelização de clientes e principalmente guerra de preços fazem com que as empresas tenham de se diferenciar, se relacionar melhor com o cliente, que cada vez está mais exigente. Com a necessidade de relacionamento com o cliente, é preciso saber mais sobre os seus hábitos, preferências, entre outros tipos de informações. É como se a empresa tivesse de fazer um mapeamento da mente do cliente. Com esse cenário do varejo farmacêutico, necessidades de relacionamento entre outras peculiaridades, um tratamento diferenciado ao cliente é uma forma de chegar à frente da concorrência, oferecendo um serviço de qualidade, com valor agregado, ao invés de entrar na competição com base nos preços, como é praticado por redes oriundas do sudeste e nordeste brasileiro, ou até mesmo por aquelas que tiveram o seu start-up no Rio Grande do Sul. Existem modelos semelhantes a este estudado. Espalhados pelo mundo, eles oferecem uma série de indicadores aos gestores, e com isso aumentam a rentabilidade do negócio. De forma inovadora, um sistema de acompanhamento de vendas pode oferecer ao cliente ter todas as suas compras registradas através de um cartão pessoal, identificado por um número de cadastro, oferecendo diversos benefícios pelas compras. Entre estes benefícios estão, principalmente, o acompanhamento por profissionais farmacêuticos, que com estas informações poderão prestar o serviço de saúde denominado atenção-farmacêutica, esclarecendo dúvidas sobre os medicamentos utilizados, acompanhando o tratamento médico, identificando 11 possíveis mudanças de pressão arterial, nível de colesterol e açúcar no sangue e também lembrando quando os medicamentos de uso contínuo estiverem terminando na casa do cliente, de acordo com a quantidade prescrita pelo médico e a quantidade adquirida pelo cliente. Além disso, o cartão vai fornecer dados aos tele-vendedores, para que venham a oferecer produtos dentro do período previsto para uma nova compra de determinado item nos segmentos de saúde, beleza e cuidados pessoais, seguindo a média de compras anteriores. Em um primeiro momento, ter-se-ão como itens analisados apenas os produtos de uso contínuo para pacientes de hipertensão e diabetes que fazem parte do programa FARMÁCIA POPULAR do Governo Federal. Para tanto o trabalho foi estruturado em três partes. A primeira, Fundamentação teórica, inicia-se com os princípios fundamentais do Marketing de Relacionamento. Nesta parte, se estabelece uma ligação entre Marketing de Relacionamento, atendimento ao cliente e CRM, que será explorado de uma melhor forma na segunda parte. O segundo capítulo, Detalhamento das principais funcionalidades do CRM, busca suportar as atividades de gerenciamento do relacionamento com o cliente, suas ferramentas e benefícios. De forma geral, mostra como a tecnologia pode auxiliar no marketing, tornando os seus objetivos finais mais completos. O terceiro capítulo, Verificação prática, através de pesquisa de campo, mostra a utilização do Marketing de Relacionamento em redes de farmácias, a aceitação, benefícios e resultados, além da implantação de sistema de retenção de clientes. Para o desenvolvimento da pesquisa, foi utilizado o método de Estudo de Caso, tendo sido analisada a empresa FARMANOVA FARMÁCIAS E DROGARIAS LTDA. Hoje não existe uma estratégia efetiva para relacionamento com os clientes, o que a empresa executa são ações pulverizadas para o público em geral. Com isso, este Estudo de Caso vai apresentar qual é a contribuição da implantação de uma ferramenta de relacionamento com o cliente, procurando atingir os melhores resultados de venda. 12 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral Estudar as estratégias de Marketing de Relacionamento com vistas à implantação de um programa de relacionamento com clientes. 1.1.2 Objetivos Específicos Analisar os preceitos do Marketing de Relacionamento; Descrever as etapas do Marketing de Relacionamento através das práticas de CRM; Identificar as vantagens de um programa de relacionamento com o cliente alinhado com a Atenção Farmacêutica. 1.2 JUSTIFICATIVA O varejo farmacêutico está cada vez mais competitivo, assim como outros segmentos de negócio. Com o aumento considerável de empresários com farmácias pela região, percebe-se a necessidade de diferenciação frente à concorrência. Na cidade de Viamão, por exemplo, o número de farmácias chega a oitenta, segundo a Secretaria de Saúde do município. Em outras localidades, este número é bem superior, ficando longe do ideal indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de uma farmácia para cada três mil habitantes. Os clientes não dispõem de um diferencial em uma farmácia X ou Y, e por esta razão não se sentem atraídos, muitas vezes, em comprar apenas de um estabelecimento. Ao contrário, na grande maioria, eles são atraídos por preço, e com isso procuram em todas as farmácias possíveis pelo custo menor. 13 A elaboração de um programa de Customer Relationship Management (CRM) é, talvez, a chave para o sucesso desta empresa com o Estudo de Caso sendo realizado. Com sete lojas em duas cidades da região metropolitana de Porto Alegre, e um público basicamente oriundo dos próprios bairros onde as lojas estão instaladas, o que facilita ainda mais a possibilidade de retenção dos clientes, a empresa dispõe de um organograma onde o foco é o cliente. E devido a isso, a forma de trabalho dos colaboradores já está internalizada com o cliente em primeiro lugar, o que torna desnecessária a capacitação para foco em cliente. O sistema de CRM vai registrar as compras dos clientes em um banco de dados que estará à disposição do setor comercial, para a realização do acompanhamento de clientes de medicamentos para hipertensão e diabetes. Com este cadastro, o setor comercial vai estar apto a realizar vendas pró-ativas para estes clientes, podendo oferecer todo o seu portfólio de produtos. Este modelo de relacionamento com o cliente é utilizado de forma semelhante em uma rede de farmácias nos Estados Unidos da América, onde as compras dos clientes são registradas e, em um determinado momento, o cliente recebe um e-mail com orientações sobre a doença no qual ele é portador, ou então oferecendo produtos de acordo com o seu perfil. Os assuntos ligados ao Marketing de Relacionamento, relacionamento e retenção de clientes são cada vez mais abordados por especialistas como sendo vital para a sobrevivência das empresas, o que demonstra a importância para um futuro promissor para aquelas que instalarem este formato em seus setores de vendas. Com a aplicação de tais ferramentas, o aumento das vendas tende a ser considerável, assim como o ticket médio – importante indicador no gerenciamento comercial. Neste momento, mensurar os percentuais de aumento por conta do relacionamento com clientes pode ser estimado; porém, não é garantido o nível de assertividade, pois o exercício de se relacionar com o cliente de forma mais próxima procurando-o para oferecer produtos, serviços, ou apenas parabenizá-lo pela passagem do aniversário é o que torna o marketing uma ferramenta importante no gerenciamento das empresas, e pode gerar resultados surpreendentes. 14 1.3 METODOLOGIA DA PESQUISA O presente trabalho foi desenvolvido baseado na pesquisa qualitativa e na aplicação de um Estudo de Caso nas organizações sobre os temas discorridos. Segundo Gil (2007), este padrão de pesquisa exploratória tem como finalidade oferecer maior familiaridade com o problema, tornando-o mais claro. Para Lima (2008), permite reunir os elementos necessários para a escolha correta do objeto de pesquisa e a construção do tema que será pesquisado. Para o sucesso de um Estudo de Caso, é necessário implantar, medir e avaliar o resultado do projeto aplicado. Este capítulo busca demonstrar as formas como a empresa Farmanova Farmácias e Drogarias Ltda (com matriz e cinco filiais em Viamão e uma filial em Porto Alegre, ambas as cidades no Rio Grande do Sul) buscam a retenção da carteira de clientes, otimizando o relacionamento com o cliente através do CRM. Não existe uma ferramenta mensurável e visível na Farmanova para o relacionamento com os clientes. Através dessa análise, a pesquisa pretende reter a carteira de clientes de forma satisfatória, através de uma análise qualitativa. Foi escolhido o método de análise qualitativa pelas diferentes formas de mensurar os resultados analisados, através de sensações, hábitos de vida e de compra, opiniões sobre produtos e serviços da empresa, focados nos principais clientes da empresa. O questionário utilizado foi através de questões abertas, de forma individual, por entrevista baseada em roteiro validado, e compilado depois de respondido para então realizar-se a análise dos dados. 1.3.1 Pesquisa Bibliográfica A pesquisa bibliográfica foi feita através de referencial teórico, sob forma de livros, periódicos, artigos, dos principais autores e pesquisadores de Marketing de Relacionamento, CRM e Gestão de Clientes. A presente pesquisa teve por foco entender a resolução dos problemas de relacionamento com os clientes. 15 Conforme Gil (2007), as pesquisas bibliográficas são desenvolvidas através de um material já elaborado, como livros e artigos. Considera-se uma fonte bibliográfica, segundo o autor, livros, jornais, revistas, artigos científicos e impressos diversos. Gil (2007) entende que as pesquisas devem ter como objetivo primordial a descrição das características de uma determinada população, ou o estabelecimento de relações entre variáveis. O autor completa ainda que têm destaque as pesquisas que observam as características de um determinado grupo, como, por exemplo, sexo, idade, cor, nível de escolaridade, ou então a qualidade no atendimento. Coleta de Dados: é a forma de procura e compilação de dados junto às fontes de dados. Este projeto coletou dados em livros e artigos de autores da área de Marketing de Relacionamento, marketing one-to-one e CRM, além de documentos da empresa estudada, e também através das entrevistas. Comunicação dos Resultados: é a apresentação de tudo o que foi constatado com a construção do projeto, a partir do problema que deu origem ao trabalho. A comunicação dos resultados inclui também sugestões de ações que estejam de acordo com o tema pesquisado. Escolha do Tema: a escolha do tema foi facilitada pela empresa Farmanova ser familiar, ter em sua lista de projetos futuros a implantação do programa de Atenção Farmacêutica e dar acesso a informações importantes e pertinentes para o bom andamento da pesquisa. Levantamento de Dados: é toda a pesquisa feita dentro do projeto, seja ela em obras, documentos ou até mesmo pessoalmente. Os contatos pessoais foram realizados com colaboradores da empresa, peças-chave na execução do projeto. Importância da Pesquisa: Devido à concorrência no setor farmacêutico estar cada vez mais árdua, a pesquisa pode facilitar na diferenciação da empresa pesquisada frente à concorrência. 16 1.3.2 Estudo De Caso Conforme Tachizawa e Mendes (2003), o método de Estudo de Caso é sugerido para comparar um caso real com hipóteses, modelos e teorias. Ainda segundo os autores, deve-se seguir um modelo de método baseado em: Escolha do assunto; Bibliografia relacionada ao tema e levantamento de informações da organização a ser estudada; Desenvolvimento da fundamentação teórica e caracterização da organização; Análise e interpretação das informações levantadas; Formulação da conclusão e resultados obtidos com o Estudo de Caso. É necessário estar atento quanto à formulação da caracterização da empresa quando se trabalha em um método de Estudo de Caso, visto que esta é a ponte entre o leitor do estudo e a empresa, apresentando quais os seus objetivos, o seu perfil e tudo que é relacionado a ela ou aos seus interesses. Segundo Tachizawa e Mendes (2003), a caracterização da empresa serve de base para a aplicação do que foi abordado na fundamentação teórica com intuito de analisar e interpretar os resultados obtidos. O perfil, ou caracterização da empresa pode ser subdividido em cinco partes: Natureza do negócio; Porte e instalação, e se é pública ou privada; Principais mercados (local, regional, nacional ou internacional) e principais tipos de clientes (consumidores, empresas, governo, etc.). Incluir formas especiais de relacionamento, tais como parcerias com clientes ou grupos de clientes; Perfil dos empregados/funcionários, incluindo quantidade, tipos, escolaridade, sindicalização, etc.; Principais processos, estabelecendo a dimensão horizontalizada em contraponto à dimensão verticalizada ou funcional (desenhar a estrutura da empresa em termos de organograma e em termos de modelo/macrofluxo dos processos sistêmicos) (TACHIZAWA; MENDES, 2003, p.66) 17 1.3.3 Instrumento De Coleta De Dados A coleta de dados é o momento em que se obtêm as informações, sejam a partir de obras bibliográficas, documentos da empresa ou entrevistas de campo (LIMA, 2008). Conforme Gil (2007), é a etapa mais complexa, pois é necessária a utilização de mais de uma técnica. Conforme o autor, é fundamental a obtenção de dados através diferentes procedimentos, pois dessa maneira se garante validade e fidedignidade às informações. Segundo Lima (2008), a pesquisa bibliográfica é o ato de localizar e consultar fontes de informação escrita, visando coletar materiais sobre o tema a ser estudado. Ainda conforme a autora, pesquisar bibliografias é procurar em livros, periódicos e outros documentos que contenham as informações necessárias. Para a pesquisa bibliográfica, foram utilizadas obras encontradas nas bibliotecas das seguintes instituições: Universidade Luterana do Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Escola Superior de Administração, Direito e Economia. A pesquisa documental, importante fonte de dados e informações em pesquisas, é para Lima (2008) o resultado de pesquisas em fontes primárias e secundárias. As primárias quando são produzidos por pessoas que passaram pela situação que está sendo pesquisado, e as secundárias quando foram produzidos por pessoas que não participaram da situação. Como pesquisa documental, foram utilizados documentos e relatórios da empresa estudada, buscando perceber as práticas executadas ao longo do tempo relacionadas com o Marketing de Relacionamento e o relacionamento com o cliente. Para Lima (2008), é necessário ao pesquisador estar ciente de que, ao utilizar métodos quantitativos ou qualitativos, é preciso coletar, registrar, selecionar e organizar os dados respeitando a natureza da origem. Ainda conforme a autora, o questionário a ser aplicado na pesquisa exploratória envolve a observação direta da realidade de forma extensiva e irá revelar aspectos relacionados com os objetos abordados. Foi utilizado como questionário para pesquisa qualitativa o seguinte roteiro: 18 Tabela 1 – Roteiro de entrevistas. SINTESE TEORICA QUESTÕES DE PESQUISA 1. Diante da concorrência acirrada Brambilla, Sampaio e Perin (2008); qual é a importância do Kotler (1998); relacionamento com o cliente? Madruga (2006); Marketing de 2. O que existe em se tratando de Rust, Zeithaml e Lemon (2001); Relacionamento Relacionamento com o Cliente? Slongo e Liberali (2004); O que se faz para os clientes mais Swift (2001). importantes? PF e PJ. 3. No que o sistema de vendas pode auxiliar para o tratamento de informações de clientes? 4. Existe um cadastro efetivo de Brambilla (2006), (2008a) e clientes? E as compras destes (2008b); clientes podem ser acessadas? Brambilla, Sampaio e Perin (2008); 5. Fazendo uma analogia com o Brown (2001); Customer atendimento que se tinha em 1982 Madruga (2006); Relationship aos clientes, onde se conheciam Mazzon, Nogueira e Taublib Management todos pelo nome e se sabia qual (2008); medicamento cada um precisava Nogueira, Mazzon e Terra (2004); utilizar, como podemos atualizar este Peppers & Rogers (2003) e (2004); contato, de forma tecnológica? Swift (2001). 6. Quais são os objetivos da empresa para o relacionamento com o cliente? 7. Qual é o diferencial competitivo da Farmanova para os clientes? 8. Existe a política de compromisso com o cliente disseminada? 9. Como é tratado o foco no cliente? 10. Como são montadas as ofertas da empresa? Através da demanda do produto ou da necessidade do Alves (2004); cliente? Brambilla, Sampaio e Perin (2008); 11. Quanto se utiliza dos recursos Brown (2001); aplicados em marketing para trazer novos clientes, e quanto se aplica Kotler (1998); para manter os clientes atuais? 12. O que é mais importante: Madruga (2006); Atendimento ou preço? O que Peppers & Rogers (1996), (2001), sustenta o negócio e mantém o (2003) e (2004); cliente? Gestão de Clientes Rust, Zeithaml e Lemon (2001); 13. Como driblar a concorrência? 14. Quais são os diferenciais deles? Slongo e Liberali (2004); 15. O que o cliente espera da farmácia? Silva, Borini e Trevisan (2007); 16. E o que o cliente espera do farmacêutico? Stone, Woodcock e Machtynger 17. Como se trabalha o (2002); relacionamento com o cliente de Swift (2001). convênios? 18. Estes clientes são os que oferecem maior retorno? 19.De que forma a empresa avalia a fidelidade dos clientes? 20. Quais as práticas para retenção de clientes? AUTORES Fonte: do autor. 19 1.3.4 Análise Dos Dados Coletados As entrevistas foram feitas através de estrutura qualitativa com perguntas abertas com quatro colaboradores da empresa estudada. Seguem os nomes e os cargos dos entrevistados: Gilberto David Cunha da Silva: Diretor Geral; Roberto Canquerini da Silva: Diretor Comercial e Farmacêutico; Cleonice Feijó: Gerente Comercial; Rafael Lopes: Farmacêutico. O questionário foi composto por 21 questões, com amparo na fundamentação teórica apresentada no presente Estudo de Caso, buscando aproximar a teoria desenvolvida com as práticas existentes na empresa, e então avaliar o que já é feito e o que a empresa pode vir a desenvolver de acordo com o Marketing de Relacionamento. As entrevistas foram realizadas de forma direta entre o entrevistador e o entrevistado, gravadas em arquivo digital e após transcritas de forma integral. Com a transcrição finalizada, foi feita uma análise sobre os principais pontos abordados pelos entrevistados, apresentados em cada item do capítulo 4. 20 2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS A presente fundamentação teórica busca apresentar os conceitos do Marketing de Relacionamento, gestão de relacionamento com o cliente através do CRM e gestão de clientes. 2.1 MARKETING DE RELACIONAMENTO O Marketing de Relacionamento é peça fundamental para o sucesso das empresas, tendo em vista que a necessidade de um bom relacionamento com o cliente é chave para o sucesso. Diante da concorrência no varejo, as empresas devem ter como principal política o bom relacionamento com os clientes, em especial aqueles de maior valor. 2.1.1 O Que É O Marketing De Relacionamento Segundo Madruga (2006), o Marketing de Relacionamento surgiu na década de 80, a partir da necessidade de uma ferramenta mais eficaz do que o marketing convencional. Teve influência de diversos tipos de áreas da administração, como qualidade total e o marketing de serviços, e assim tornou, talvez, um dos temas mais necessários para se trabalhar nos tempos atuais. Para Rust, Zeithaml e Lemon (2001), o valor a longo prazo da empresa é determinado pelo valor do relacionamento desta com os seus clientes. Marketing de Relacionamento é a prática da construção de relações satisfatórias a longo prazo com partes-chaves – consumidores, fornecedores e distribuidores – para reter sua preferência e negócios a longo prazo (KOTLER, 1998, p.30) 21 Embora esteja apenas na sua infância, talvez seja um dos temas mais importantes do nosso mundo contemporâneo de negócios que efetivamente está auxiliando as empresas a tornarem-se diferentes, próximas de seus clientes, líderes de mercado e altamente rentáveis (MADRUGA, 2006, p.20) O Marketing de Relacionamento pode ser utilizado em todas as áreas desejáveis de se manter relacionamento (MADRUGA, 2006), e pode gerar um resultado superior aos métodos aplicados, normalmente, como o marketing convencional, por exemplo. Segundo o autor, o mercado está evoluindo de forma muito rápida. Com isso aumenta a necessidade de que o Marketing de Relacionamento, através do CRM, aliado à importância sobre o valor do cliente, esteja cada vez mais presente nas organizações e em palestras, workshops, seminários de curta e longa duração. Alguns autores consideram que “A confiança e o comprometimento são essenciais para o sucesso do Marketing de Relacionamento, pois induzem ao comportamento cooperativo” (SLONGO; LIBERALI, 2004, p.16). Conforme Slongo e Liberali (2004), comprometimento e confiança são centrais, pois buscam preservar o que foi investido no relacionamento, através do instrumento de troca com parceiros, e, além disso, zelam pelos benefícios em longo prazo, deixando de lado o que mostra aparentemente maior resultado em curto prazo. Madruga (2006) considera que o Marketing de Relacionamento é a solução para levar um número elevado de produtos para o máximo possível de clientes, assim como o Marketing de Massa foi durante o século passado. O Marketing de Relacionamento na atualidade privilegia a interação com o seu cliente, como o objetivo de desenvolver, especialmente para ele, um conjunto de valores que o levarão à satisfação e longevidade do seu relacionamento com a empresa (MADRUGA, 2006, p.20) Para Madruga (2006), o marketing vem perdendo o real sentido com o passar dos tempos, e o que está acontecendo é que as empresas deixam de pensar no sentido do marketing como sendo o principal a atender às necessidades dos clientes, pensando apenas em vender os produtos. 22 Quando o Marketing de Relacionamento é a estratégia predominante em uma indústria, a competição por preços tende a ser reduzida. [...] Nesta mesma linha de raciocínio, os consumidores frequentes podem ser menos sensíveis a preço do que aqueles transacionais (SLONGO; LIBERALI, 2004, p.15) Segundo Kotler (1998), o desenvolvimento de uma rede de marketing é tido como o resultado de um Marketing de Relacionamento bem-sucedido onde formam esta rede todas as partes interessadas, denominadas de forma geral como stakeholders, e são elas: clientes, colaboradores, fornecedores e outras partes que possam ter relacionamentos rentáveis no sistema “ganha-ganha”. Com o intuito de facilitar a tomada de decisão, é importante o uso do CRM, se beneficiando durante a utilização de informação do mercado conjugado com informações da empresa, buscando ter um resultado maximizado (BRAMBILLA; SAMPAIO; PERIN, 2008). 2.1.2 As Funções Do Marketing De Relacionamento Para Kotler (1998), Marketing de Relacionamento resulta na redução de custos nas empresas, custos de transação e tempo de atendimento, entrega e pósvenda. O autor também afirma que o Marketing de Relacionamento fortalece vínculos com os clientes, resultantes de ações baseadas no sistema “ganha-ganha”, visando resultados satisfatórios a longo prazo. O Marketing de Relacionamento, segundo Madruga (2006), é muitas vezes confundido com programa de relacionamento, ou de fidelidade. Embora exista essa confusão, os programas de relacionamento podem sim ser uma estratégia desenvolvida dentro do Marketing de Relacionamento. E este, por sua vez, para ter sucesso onde for aplicado, deve desenvolver pelo menos seis funções específicas, que, segundo o autor, são: 23 Elaboração conjunta de uma nova visão e cultura empresarial voltada para os clientes e parceiros: A empresa deve estar focada em trabalhar pela excelência no relacionamento, seja ele interno ou externo; Construção de objetivos de Marketing de Relacionamento conectados à visão e sempre de natureza límpida: Os objetivos devem estar de acordo com os interesses da empresa em relação ao relacionamento, e devem ser disseminados por todas as partes; Estabelecimento das estratégias de Marketing de Relacionamento voltadas para a criação de valores em conjunto com os clientes: Deve existir na relação empresa-cliente estratégias de relacionamento, que gerem valor para diferenciação das outras empresas e com isso aumente a chance de retenção; Implementação de ações táticas com foco no relacionamento colaborativo com clientes: A empresa deve disponibilizar estrutura aos colaboradores que irão ter o relacionamento, propriamente dito, com o cliente, oferecendo segurança e precisão para estes colaboradores; Obtenção de benefícios mútuos, isto é, empresas e clientes tiram proveito da cooperação ocorrida em vários momentos de contato: A relação cliente-empresa-cliente deve ser pautada no parâmetro “ganha-ganha”, onde todas as partes têm retorno sobre a atividade. Com isso, os clientes estarão dispostos a fornecer as informações necessárias sobre si, sobre produtos e serviços; Direção da ação, capacitação e envolvimento dos colaboradores da empresa para relacionamentos superiores: Para que o Marketing de Relacionamento obtenha sucesso, deve-se motivar os colaboradores, principalmente com capacitação, encorajando-os e mostrando o quanto é importante a atitude para o sucesso da empresa. 2.1.3 Etapas De Um Programa De Marketing De Relacionamento Para Kotler (1998), a premissa básica do Marketing de Relacionamento é que os clientes mais importantes devem receber uma atenção diferenciada, contínua, 24 tratados como clientes-chave. Estes clientes devem ser procurados não apenas para ocasiões de compra, mas também para outras situações como aniversário, estabelecimento de relação extra-atendimento, entre outros. Conforme Swift (2001), os clientes de alto valor, leais, que trazem retorno, satisfeitos e lucrativos, devem ser o foco principal para as organizações que desejam ser lucrativas e ter crescimento. Kotler (1998) afirma ainda que as principais etapas no desenvolvimento de um programa de Marketing de Relacionamento devem obedecer a seguinte sequência: Identificação de clientes-chave – os clientes que merecem atenção especial antes, durante e principalmente a venda; Designação de um responsável sobre o relacionamento para determinados clientes-chave; Desenvolvimento da descrição de tarefas do gerente de relacionamento – incluindo os objetivos da função, os critérios para avaliação e as responsabilidades do mesmo; Indicação de um gerente geral que realize a supervisão destes gerentes de relacionamento – este gerente deverá ser o responsável pelo desenvolvimento e eficácia dos seus subordinados, criando formas para tal; Desenvolvimento de um plano anual e um de longo prazo para o relacionamento com o cliente-chave – este plano deve ser feito pelo gerente de relacionamento, individual para cada cliente, definindo objetivos, estratégias, ações e recursos necessários. Conforme Brambilla (2008a), um relacionamento positivo, basicamente com clientes fiéis e rentáveis, estruturado e mantido a longo prazo, oferece à empresa um fluxo de resultados, ou de lucros. Brambilla (2008a) afirma também que é mantendo este tipo de relação de longo prazo, desenvolvendo ações diferenciadas da concorrência, com produtos e soluções mais personalizadas para cada cliente, que se pode estabelecer e desenvolver benefícios mútuos, do modelo “ganhaganha”. 25 2.2 CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT (CRM) Pode-se dizer que o CRM é o Marketing de Relacionamento de forma tecnológica, pois o CRM oferece uma melhor gestão do relacionamento com os clientes através de uma otimização na utilização das informações de clientes, produtos, mercados. 2.2.1 O Que É O Customer Relationship Management (Crm) Para Brown (2001), o CRM é o Marketing de Relacionamento no conceito one-to-one, ou seja, uma forma diferenciada e particular de tratar e oferecer produtos para determinados clientes. O autor coloca também que o CRM é o atendimento diferenciado que os padeiros, por exemplo, oferecem aos seus clientes; porém, de forma industrializada, podendo atingir milhares de pessoas ao mesmo tempo. Para Brambilla (2008b, p.1), o “CRM é em essência uma evolução do conceito relacional que proporciona para grandes organizações personalizar o atendimento”. A origem do CRM pode ser classificada de duas formas distintas, a primeira é ligada à evolução das ferramentas tecnológicas, que buscam auxiliar o departamento de marketing na interface com o mercado. A segunda diz respeito ao desenvolvimento de tecnologias voltadas para o gerenciamento empresarial, integrando áreas internas das empresas com finalidades diferentes, como controle de estoques e controle financeiro (MADRUGA, 2006). CRM é uma estratégia de negócio voltada ao entendimento e à antecipação das necessidades dos clientes atuais e potenciais de uma empresa. Do ponto de vista tecnológico, CRM envolve capturar os dados do cliente ao longo de toda a empresa, consolidar todos os dados capturados interna e externamente em um banco de dados central, analisar os dados consolidados, distribuir os resultados dessa análise aos vários pontos de contato com o cliente e usar essa informação ao interagir com o cliente através de qualquer ponto de contato com a empresa (PEPPERS & ROGERS, 2004, p.59) 26 Conforme Madruga (2006), o sucesso do CRM se deu através da fundação da SIEBEL SYSTTEMS, em 1993, depois de se detectar a necessidade de controle dos clientes, de forma que os clientes desta empresa tivessem a sua força de vendas automatizada, detectando os clientes mais rentáveis e os produtos mais consumidos por eles. Gerência de Relacionamento com Clientes é uma abordagem empresarial destinada a entender e influenciar o comportamento dos clientes, por meio de comunicações significativas para melhorar as compras, a retenção, a lealdade e a lucratividade deles (SWIFT, 2001, P.12) A aplicação tecnológica é utilizada como uma ferramenta. É a estrutura de suporte para a realização das ações de CRM, que possibilita a promoção de melhores serviços (BRAMBILLA, 2006, p.11) Para Madruga (2006), as definições de CRM variam conforme o objetivo e a origem do material a ser apresentado. Certos autores definem como estratégia, outros como uma tecnologia e até mesmo como um conceito. Segundo o autor, hoje é mais indicado considerar que o CRM integre tudo isso. Madruga (2006) coloca ainda que o CRM é a união da tecnologia com os processos negociais, que visa atender e satisfazer às necessidades dos clientes, utilizando das informações destes. Para que o CRM tenha sucesso na organização, é importante, segundo Peppers & Rogers (2004), que a empresa tenha os objetivos do relacionamento com os clientes alinhados com os demais objetivos da organização, e principalmente os principais executivos da empresa devem estar apoiando a idéia, pois deles depende: O convencimento do restante da organização; A efetiva compreensão pela empresa de que não se trata de uma ação isolada, mas sim de um novo modelo de negócios; A garantia da continuidade do projeto; A garantia de investimentos para a formação da estrutura necessária para colocar o CRM em prática. O CRM é mais do que a simples utilização da tecnologia de informática, mas sim a aplicação de uma sistemática de contato dinâmico com os clientes, o que remete para o estudo do comportamento do consumidor (BRAMBILLA, 2006, p.7) 27 Mazzon, Nogueira e Taublib (2008) propõem que as empresas busquem vantagem competitiva no CRM, tendo nele a base para a diferenciação que, comparado às estratégias de custos, é muito mais eficaz. O autor afirma ainda que com o CRM pode-se obter a retenção de clientes, o que também otimiza recursos, tendo em vista que a conquista de novos clientes acaba gerando mais custos. A palavra mais importante é relacionamento. Ainda que a maioria das companhias afirme que mantém relacionamentos com seus clientes, tais conexões não existem de fato. Todo o contato que têm é transacional (SWIFT , 2001, p.13) Para Brambilla (2008a), CRM é o gerenciamento de relacionamento com o os clientes, propiciando às organizações identificar, atrair e reter os clientes, gerando uma maior rentabilidade para a empresa. Dessa forma, segundo o autor, as organizações têm o caminho facilitado para desenvolver ações focadas para os principais clientes, os de maior valor. Partindo do conceito de Empresa Centrada no Cliente, para Nogueira, Mazzon e Terra (2004), as organizações buscam vantagem competitiva com o uso do CRM, encontrando benefícios como menores custos para obtenção de clientes, menor necessidade de buscar grande quantidade de clientes, queda nos custos de vendas e o aumento na retenção e lealdade do cliente. O autor afirma ainda que para trabalhar com o Marketing de Relacionamento e o CRM é preciso estar de acordo com duas condicionantes: a primeira é a disseminação da cultura do “relacionamento com o cliente” e “empresa centrada no cliente dentro da organização”; e a segunda é uma infra-estrutura adequada para o trabalho com tecnologia de informação. A implementação de um processo de CRM pressupõe a integração dos processos de produção, distribuição, vendas e marketing, buscando, de um lado, conquistar clientes, aumentar a satisfação dos já conquistados e estimular neles a fidelidade; de outro, a redução e otimização dos custos com canais de divulgação e comunicação (MAZZON; NOGUEIRA; TAUBLIB, 2008, p.5) Para Nogueira, Mazzon, Terra (2004), o CRM é baseado na premissa de que clientes especiais precisam receber atenção continua, devendo ser monitorado pelos vendedores. Os autores afirmam ainda que para iniciar o CRM a organização deve 28 definir quem é o seu cliente, quais clientes devem ser atingidos pelo CRM, para que assim o processo seja facilitado. Brown (2001) coloca ainda que o CRM oferece diversas vantagens às organizações, frente ao marketing de massa. Entre estas vantagens, pode-se citar a redução nos investimentos em propaganda, a abordagem facilitada ao cliente, uma vez que a organização acaba se concentrando nas necessidades do mesmo, clareza na identificação da eficácia em determinadas campanhas de marketing e vendas, entre outras. Mais da metade das empresas que gastaram fortunas na instalação de CRM estão insatisfeitas. A principal razão é que essas empresas escolheram uma tecnologia de CRM sem primeiro dedicar uma estratégia real à mudança de cultura e processos de um modelo de “vendas” para um modelo de “serviço ao cliente” (NOGUEIRA; MAZZON; TERRA, 2004, p.2) As ações de CRM devem ser baseadas no Marketing de Relacionamento, tendo como ponto-chave entender o cliente, em relação aos seus hábitos, comportamentos de compra, produtos consumidos e formas de pagamento. Desta forma, ao oferecer produtos ou serviços customizados para os clientes, de acordo com as suas necessidades e desejos individuais, está se tendo uma atitude em negócios classificável como avançada em termos de posicionamento (BRAMBILLA, 2006, p.12). A Informação passa, então a constituir -se em capital tão vital como os outros ativos organizacionais, como um insumo básico para o desenvolvimento das diversas atividades da empresa, assumindo papel primordial na atividade gerencial, estratégica e de relacionamento (BRAMBILLA; SAMPAIO; PERIN, 2008, p.109) Peppers & Rogers (2003) dizem que as empresas farmacêuticas vêm tentando focar-se no CRM, mas encontram diversas dificuldades no caminho, tais como: (1) Clientes diferentes, (2) Interações medicamentosas diferentes e complexas, (3) Clientes com pouco envolvimento e principalmente (4) a resistência cultural. 29 2.3 GESTÃO DE CLIENTES Para Peppers & Rogers (2004), quando o foco está no cliente, cada cliente é único, e o aprendizado se dá diariamente com cada cliente através de diálogo. Peppers & Rogers afirmam ainda que nas empresas que praticam o marketing individual, dando ênfase ao relacionamento com o cliente, o market share importa menos do que o share of customer. Os autores colocam ainda que, quando a empresa adota o gerenciamento de clientes, ela parte para o gerenciamento das diferenças existentes entre eles recompensando alguns bons clientes e se desfazendo de outros, com isso ela melhora o desempenho de cada cliente. Para Swift (2001), a partir da década de 1990 os papéis de fornecedores e consumidores se inverteram. Antes disso, as empresas montavam as suas campanhas de marketing em função da demanda do produto, ao invés de ser voltada para o cliente. As empresas determinavam quem seriam os clientes, que quantidade eles comprariam e o que eles comprariam. Segundo o autor, esses tempos já não existem mais, desde quando as empresas passaram a ouvir os clientes e fornecer diferentes opções de produtos, conforme as preferências. O cliente é o ponto focal do marketing, vendas, contatos, produtos, serviços, tempo, alocação de recursos, lucratividade e crescimento a longo prazo e a força das organizações empresariais (SWIFT, 2001, p.1) Para que uma empresa possa sobreviver, é necessário entender e atender o cliente, saber o que é capaz de superar as expectativas deste cliente, de modo que empresas atenda a este tipo de procedimento e que tratam o relacionamento com o cliente como um diferencial de mercado se sobrepõe perante a concorrência (BRAMBILLA; SAMPAIO; PERIN, 2008). Segundo Peppers & Rogers (2004), é importante que a empresa tenha uma visão de clientes claramente definidas, pois, segundo o autor, cerca de 75% das iniciativas de clientes que não obtêm sucesso possuem problemas estruturais por definição deficitária dos objetivos e da estratégia a ser seguida. Para tanto, é 30 necessário fazer com que o cliente faça parte do diálogo, tratando individualmente as necessidades, dúvidas e percepções dos clientes. Para Brown (2001), com o avanço cada vez maior dos mercados maduros, aumenta gradativamente a necessidade de tratar bem o cliente, e que se deve fazer tudo para manter este consumidor nas empresas. Segundo o autor, as organizações utilizam de 1/3 do investimento aplicado em novos clientes para manter os clientes atuais em marketing. 2.3.1 Entender Para Encantar Segundo Alves (2004), é preciso compreender o cliente sob duas esferas, a humanística e a comportamental. Sobre a humanística, o autor coloca que é necessário entender o cliente como ser humano e não como produto, um ser humano que pensa, lê, sente medo, compaixão, que necessita de ser notado, carinho, amor e tolerância. Sobre a esfera comportamental, Alves (2004) coloca que o cliente pode apresentar diferentes comportamentos, onde, por exemplo, um cliente de histórico inadimplente pode tornar-se um bom pagador. A partir do momento em que se considera a base de clientes como um ativo, deve-se ter com este o mesmo cuidado que se tem com todo o patrimônio da empresa, de modo a garantir que se possa extrair dele o melhor valor possível (PEPPERS & ROGERS, 2004, p.8) Peppers & Rogers (2003) afirmam que cultivar relações duradoras com os clientes é um desafio para as empresas do setor farmacêutico. Os autores colocam ainda que, em alguns casos, as empresas procuram se interar sobre seus clientes e com as informações obtidas enviam informações e dicas personalizadas aos clientes. Primeiro, a empresa fez um estudo com os associados cujos perfis indicavam altas taxas de colesterol de risco para descobrir o que eles sabiam sobre o problema, os prós e contras de medicamentos específicos, e se haviam procurado um médico para tratar do assunto. Em um período de seis semanas, 400 associados da RealAge receberam 12 comunicações dirigidas através do newsletter via e-mail “Dica do dia”. [...] 31 Um grupo de controle de 500 associados recebeu comunicações genéricas ligadas à saúde (PEPPERS; ROGERS, 2003, p.3) A análise comportamental exige, segundo Alves (2004), que seja observado sempre o hoje, e não se baseie em fatos futuros ou passados. Aliado a isso, o autor completa que o comportamento do cliente depende do ambiente, dos fatos onde ele está participando. Para entender o cliente, deve-se estar de visão aberta, clara e situacional; tratar o cliente pelo que realmente ele é, e não pelo que aparenta ser ou os outros dizem (ALVES, 2004). Conforme Peppers e Rogers (1996), o conceito de marketing “um a um” tem uma importância significativa nos resultados da empresa, uma vez que o cliente passa a ser compreendido e assim tem as necessidades atingidas. Segundo o autor, esta forma de relacionamento com o cliente remete a meados dos séculos XIX e XX, quando pequenos comércios tratavam os clientes individualmente, sabendo das suas preferências, necessidades e quando necessário oferecia novos produtos ou recordava a compra de determinados itens. 2.3.2 Por Que A Retenção De Clientes Slongo e Liberari (2004) colocam que a formação de relacionamento com os clientes pode ser dividida em duas etapas: adquirir os consumidores e formatar uma relação eficaz, e com isso atingir os objetivos econômicos traçados. Baseado nesse pressuposto, os autores argumentam que uma empresa focada em promessas tem chances de adquirir novos clientes, mas, no entanto, se não cumpri-las acabará quebrando o relacionamento, que parte do preceito de confiança mutua. Assim o resultado final e a rentabilidade em longo prazo ficam comprometidos. Segundo Kotler (1998), as literaturas focam na captação de novos clientes, e deixam de lado a retenção da base de clientes. Isso, segundo o autor, acaba por se tornar tradição, visto que se dá maior atenção em vender e não em desenvolver o relacionamento. O autor explica também que uma empresa com 95% da base de clientes retida pode aumentar os lucros em até 85%. 32 Para Rust, Zeithaml e Lemon (2001), é importante atrair novos clientes, e as empresas estão certas em dar valor a isso. Mas mais importante do que isso é a retenção de cliente. Segundo os autores, os clientes percebem muito melhor as empresas com o foco no relacionamento com o cliente e não sobre os produtos, e os clientes valorizam isso na hora da escolha, através de qualidade, preço e conveniência. Para Swift (2001), a conquista de novos clientes custa cinco vezes mais do que manter um cliente antigo, pois estes novos clientes são atraídos apenas por promoções ou incentivos; porém, estas pessoas partem para outros fornecedores ao passo que receberem novos incentivos. Segundo o autor, é importante que as organizações não estejam focadas em jogos de preço, pois isso não agrega nada ao produto, e apenas incentiva à mudança entre concorrentes. Swift (2001) afirma ainda que oferecer preço baixo pode ser um estímulo para atrair clientes, mas não é uma forma eficaz para manter a longo prazo. Conforme Kotler (1998), existem duas formas de aumentar o percentual de clientes retidos. A primeira foca em erguer barreiras para que o cliente não procure outro estabelecimento. Segundo o autor, os clientes não se motivam facilmente a procurarem um novo estabelecimento quando envolve descontos, habitualidade de compra e necessidade de procura. A segunda forma de aumentar o percentual, segundo Kotler (1998), é satisfazer plenamente os clientes. Conforme o autor, a chance de um concorrente ganhar um cliente totalmente satisfeito mediante artifícios focados em preço menor é muito baixa. 2.3.2.1 A Fidelidade No Atendimento Ao Consumidor Para Madruga (2006), fidelidade é uma forma de exemplificar clientes que, mesmo tendo comprado na concorrência algumas vezes, torna a comprar na empresa. Segundo o autor, a fidelidade é composta por diversas estratégias que buscam ganhar a preferência do cliente em uma opção pela marca, compras sucessivas ou indicação. 33 A empresa está sempre preocupada, inicialmente, em reduzir seus custos ou em “fidelizar” o cliente, porque assim fica melhor e mais barato – para ela, empresa. Mas e para o cliente? É claro que não se podem perder de vista os benefícios da empresa, mas o foco tem de estar nos benefícios para o cliente e, como consequência, virão os benefícios para a empresa (PEPPERS; ROGERS, 2004, p.58) Para Brown (2001), a fidelidade é a categoria mais difícil de mensurar precisamente. Em geral, as organizações detêm de três elementos essenciais para evitar que os clientes partam para outra empresa, são eles: (1) Segmentação com base no valor; (2) Segmentação com base nas necessidades dos clientes; (3) Dispositivos de previsão de desistência. Segundo o autor, a fidelidade é o resultado real da empresa ao criar benefícios para um consumidor, visando que ele se mantenha como cliente desta. Quanto mais cai a taxa de fidelidade, mais se investe na aquisição de não clientes. Será que exatamente nesse momento não existem clientes especiais na sua empresa que gostariam de um tratamento diferenciado e individualizado para voltar a ser como antes? (MADRUGA, 2006, p.71) 2.3.2.2 Aumentando A Retenção Para Stone, Woodcock e Machtynger (2002), as empresas vendem para dois grupos de clientes – os novos e os antigos. Como já se abordou anteriormente, os autores colocam que é muito mais barato vender para os antigos, pelo fato de que estes já tiveram as suas necessidades atendidas pela empresa no passado. Segundo os autores, se as estratégias adotadas para a retenção dos clientes forem bem-sucedidas, a manutenção da retenção será geradora de benefícios extras, principalmente que um cliente leal não apenas retorna para comprar, mas propaga as experiências que teve com tal produto para amigos. Stone, Woodcock e Machtynger (2002) completam ainda que, além de fazer propaganda, os clientes leais prestam menos atenção na concorrência, tendendo a não experimentar as marcas concorrentes. A lealdade deve ser tratada como um relacionamento amoroso, onde a aquisição do cliente é o namoro, momento em que a empresa passa a conhecer melhor o cliente, saber dos seus gostos, das suas preferências. Nesse momento, o 34 grau de fidelização é muito baixo, e o cliente pode ter um pensamento do tipo “o que você tem feito por mim ultimamente?”. O segundo estágio é o da retenção do cliente, comparado com o noivado, onde o sentimento cresce, e a empresa passa a estar atenta e respeitar às atitudes do cliente. O terceiro estágio é o casamento, onde se constrói um relacionamento duradouro pautado na confiança mútua, com uma ligação entre as partes muito sólida. Como em um casamento, uma parte é defensora da outra, e no caso de clientes, o consumidor defende e propaga a empresa onde e quando puder (BROWN, 2001). 2.3.2.3 Foco No Valor, Não No Custo Segundo Kotler (1998), valor é o quanto se estima que determinado produto vá satisfazer as necessidades dos clientes. O autor explica que valor é um conjunto de benefícios – produto, serviços, funcionários e imagem – almejados em um produto ou serviço. Conforme Peppers e Rogers (1996), é necessário identificar os clientes mais importantes, conhecendo a história de cada cliente, mesmo superando as barreiras impostas por paradigmas organizacionais, que devem ser uma das primeiras mudanças quando se pensar em aplicar o Marketing de Relacionamento, ou a gestão individualizada dos clientes. Segundo DeRose, valor é “a satisfação das exigências do consumidor ao menor custo possível de aquisição, propriedade e uso” (KOTLER, 1998, p.29) Para Brown (2001), o importante são o valor e o relacionamento aplicados ao cliente, e não mais um produto específico ou o preço pago por ele. Peppers e Rogers (2004) apresentam o CRM como fuga para a guerra de preços, fazendo uma analogia com os hábitos de negócios praticados pelos antepassados. Segundo os autores, as pequenas e médias empresas eram resistentes quanto ao CRM, crendo que os investimentos seriam muito altos, aliados a isso estavam uma economia recessiva e uma inflação latente. Foi a partir dos 35 primeiros momentos de estabilidade que as pequenas e médias empresas identificaram no CRM uma rota para bons resultados. Segundo Peppers e Rogers (2003), as empresas farmacêuticas deixam de fazer algumas atividades que poderiam dar resultados, como, por exemplo, uma comunicação única para todos os clientes (médicos, clientes, fornecedores), que tratasse de forma estreita com estes. Quando se busca a participação no mercado a qualquer custo, concentra-se em atender uma necessidade especifica de um grupo muito grande de clientes. Dessa forma, através de um produto único que visa satisfazer essa necessidade, atinge-se todo o mercado de massa. Como os clientes têm muitas opções, a luta pela participação no mercado é intensa e a principal arma é a redução de preços. A corrosão das margens é inevitável e nada de valor se entrega ao cliente além, é claro, do produto (PEPPERS; ROGERS, 2004, p.32) 2.3.2.4 Cartão Fidelidade O cartão de fidelidade pode servir como forma de se adquirir as informações dos clientes, oferecendo em troca algum tipo de benefício pela utilização do mesmo, como o que a rede americana de farmácias realizou ao implementar um cartão fidelidade para os clientes, buscando informações importantes dos consumidores, para posteriormente receberem ofertas, periódicos, etc. relacionados aos interesses dos clientes. Além disso, os clientes ganham descontos nas compras com o cartão. Peppers e Rogers (2003) explicam que a rede americana de farmácias CVS implementou um cartão para fidelização de clientes com o intuito de saber mais sobre os clientes. Com isso, eles ganham descontos e promoções específicas por comprarem com este cartão. Além disso, os clientes de maior valor recebem brindes dirigidos, como, por exemplo, produtos de beleza aos clientes que mais compram este produto nas lojas da CVS. Segundo os autores, 75% dos clientes da empresa disseram que compraram mais pelo fato de possuírem o cartão da CVS. Onde “A estratégia consiste em fazer com que os clientes atuais voltem constantemente – o mesmo objetivo perseguido pelas farmácias independentes” (PEPPERS; ROGERS, 2003, p.10) 36 2.3.3 Call Center Seguindo a linha de atendimento personalizado, o Call Center faz parte da estratégia “um a um”, pois, pelo simples fato de atender a um cliente de cada vez, acaba gerando a personificação do atendimento. 2.3.3.1 O Que É Call Center E A Sua Importância O Call Center tem como definição por Peppers e Rogers (2001) ser um setor da empresa onde ficam as centrais telefônicas, e através destas são realizadas ou recebidas chamadas de clientes. Segundo os autores, um Call Center tem como função de apoio também o seu papel definido nas organizações, sendo responsável pelo suporte aos produtos da empresa. Para Silva, Borini e Trevisan (2007), as organizações implementam call centers buscando a interação e a aproximação aos clientes, satisfazer as necessidades dos cientes frente as exigências competitivas apresentadas às empresas. Segundo os autores, o Call Center é compreendido como uma atividade que envolve o uso de computador e telefone, alimentando assim o processo de interação com o cliente, através do relacionamento individualizado. Os Call Centers definem o segmento de clientes como o alvo, isto é, existe uma escolha estratégica que define a estratégia operacional dos Call Centers conforme atenda mercados massificados de clientes com necessidades menos ou mais complexas. [...] Os Call Centers que atendem os segmentos de clientes com necessidades complexas estão submetidos à exigência operacional de construir um relacionamento profissional com disposição de identificar as necessidades do cliente e desenvolver a relação de confiança na prestação do serviço (SILVA; BORINI; TREVISAN, 2007, p.5) O Call Center precisa ser interpretado como uma forma de investimento na empresa que vai gerar lucros. Segundo Peppers e Rogers (2001), o Call Center pode vender produtos, aumentando o customer share, oferecer serviços adicionais, realizar pesquisas, diminuir a necessidade de descontos para novos clientes quando 37 comprando com a empresa e com destaque a prestação de suporte ao cliente, aumentando a atenção ao cliente, com custo reduzido ao cliente. 2.3.3.2 Centro De Interação Com O Cliente O Centro de Interação com o Cliente é uma espécie de Call Center mais abrangente, que engloba Web (com VOIP, e-mail e chat), telefone e fax, e segundo Peppers & Rogers (2001), é uma maneira de manter a empresa mais próxima do cliente e deve funcionar para que o cliente possa ter qualquer tipo de contato com a empresa. Estes contatos vão desde compra, reclamações até obter respostas para dúvidas dos clientes, orientações sobre determinados procedimentos ou produtos da empresa. Muitos benefícios podem ser esperados da implementação de CICs: aumento da retenção e fidelidade dos clientes, aumento da receita através de cross selling (venda cruzada) e de up selling (venda de mais produtos relacionados ao que o cliente já tem), além da melhora da eficiência operacional (PEPPERS; ROGERS, 2001, p.19) O CIC para Peppers e Rogers (2001) não é uma forma apenas de cortar custos na empresa, mas sim de aumentar o nível de fidelidade de clientes antigos e captar e reter novos clientes para a empresa. Além disso, o CIC é entendido como um novo canal para contato com a empresa que, de forma resumida, mantém todos os canais de contato com o cliente reunidos em uma única área, o que facilita a interação e a unificação da linguagem entre diferentes meios de contato. 2.3.4 Atenção Farmacêutica A Atenção Farmacêutica (AF) é considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma responsabilidade do profissional farmacêutico em relação às necessidades assistenciais do cliente e da comunidade o que, segundo Schostack (2004), classifica as funções do farmacêutico como sendo à comunidade e ao 38 cliente. E para Oliveira et al.(2005), a AF é a mais recente forma de se buscar a saúde do cliente, prestando uma orientação de qualidade sob todos os aspectos. A AF nada mais é do que uma prática farmacêutica focada no cliente (usuário do medicamento) e não diretamente no medicamento, buscando o tratamento correto, com os resultados esperados, assim proporcionando melhor qualidade de vida aos clientes (SANTOS; JUNIOR, 2007). A Atenção Farmacêutica, entendida como um modelo de prática profissional desenvolvida no contexto da assistência farmacêutica, de acordo com a proposta de Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica, possui por finalidade aumentar a efetividade do tratamento medicamentoso, concomitante à detecção de problemas relacionados a medicamentos. [...] Para isso a prática de AF envolve macrocomponentes como a educação em saúde, orientação farmacêutica, dispensação, atendimento farmacêutico e seguimento farmacoterapêutico, além do registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos resultados (OLIVEIRA et al., 2005, p.409) Para Schostack (2004), a AF depende de toda a equipe que participa do trabalho voltado ao cliente, como pessoal de enfermagem, médicos, integrantes da atenção sanitária e principalmente o próprio cliente. Segundo o autor, determinadas situações necessitam de uma atenção diferenciada, onde o seu nível deve ser observado pelo profissional da área farmacêutica. Os aspectos da assistência farmacêutica ao paciente configuram a atenção global na qual o profissional deve utilizar o seu critério clínico para determinar o nível de atenção necessária. Quanto às situações que necessitam de atenção global cabe citar: - pacientes que são especialmente vulneráveis aos efeitos adversos por estarem em situação fisiologicamente delicada (fatores etários e fisiológicos); - pacientes cujo estado clínico exige avaliação e manipulação contínua de farmacoterapia (diabetes melito, hipertensão, etc.); - pacientes submetidos à medicação, enfermidades e alimentos; - pacientes que necessitam de tratamentos com medicamentos de extrema toxicidade (quimioterápicos, anticoagulantes, etc.); - pacientes com enfermidade grave que podem correr riscos se os medicamentos prescritos forem ineficazes ou se os utilizarem de forma inadequada (SCHOSTACK , 2004, p.27) Segundo Schostack (2004), com base na Federação Internacional Farmacêutica, a prática de AF deve estar alinhada aos requisitos do guia de Boas Práticas de Farmácia (BPF), onde é preciso colocar o bem-estar do cliente como objetivo principal, dispensar os medicamentos e produtos relacionados de forma 39 correta e orientada, administrar a prescrição de forma racional e econômica, respeitando o uso correto dos medicamentos e apresentar de forma clara e objetiva os objetivos da AF. No Brasil, no final do ano 2000, um grupo constituído por várias entidades foi formado com o objetivo de promover a atenção farmacêutica no país, considerando as características da prática profissional local. Como consequência, em 2002, foi proposto um conceito nacional para o tema. O conceito proposto considera a promoção da saúde e, dentro dela, a educação em saúde, como componentes do conceito de atenção farmacêutica. O Consenso definiu também os componentes da prática farmacêutica necessários ao exercício da atenção farmacêutica: a) educação em saúde, b) orientação farmacêutica, c) dispensação, d) atendimento farmacêutico, e) acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico e f) registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos resultados (FARINA; ROMANO-LIEBER, 2009, p.8) Para um relacionamento eficaz com o cliente, é necessário estar atento às diversas peculiaridades relacionadas ao cliente, como diminuir a tensão emocional do cliente, abordar assuntos relacionados à área de interesse do cliente, estar informado sobre o que o cliente já sabe do tratamento médico, procurar utilizar termos enquadrados na realidade sócio-cultural do cliente, tratar ele pelo nome, usar da simplicidade com o cliente, aprofundar as informações prestadas, jamais informando superficialmente, não demonstrar pressa no atendimento, frisar pontos importantes no término do atendimento (SCHOSTACK, 2004). O processo de AF exige que o atendimento seja realizado de forma sistemática e organizada, analisando as necessidades dos pacientes em relação ao medicamento, elaborando um programa de acompanhamento que aponte os objetivos do tratamento e quais intervenções devem ser realizadas e principalmente avaliando o acompanhamento para verificar os resultados do tratamento (FARINA; ROMANO-LIEBER, 2009). Programas de AF estão em processo de desenvolvimento em diversas farmácias e drogarias dos estados brasileiros, identificando ao longo da implantação diversos obstáculos, como a necessidade de resgate da identidade da profissão farmacêutica. Além disso, é necessário que os profissionais e as instituições de ensino passem a trabalhar melhor o conceito de AF, o que gera certa morosidade, tendo em vista que é necessário, por exemplo, uma reorganização curricular nas universidades (OLIVEIRA et al., 2005). 40 A AF é realizada, na sua grande maioria, de forma não sistemática e organizada pelos profissionais de farmácias e drogarias no Brasil o que, segundo Farina e Romano-Lieber (2009), é demonstrado através de farmacêuticos que afirmam acompanhar o tratamento dos clientes, dispensando e orientando sobre medicamentos; porém, sem qualquer registro de informações o que, segundo as autoras, é justificado pela dificuldade que os profissionais têm para desenvolver este tipo de atividade, seja por falta de incentivo dos proprietários dos estabelecimentos ou por atendimentos em larga escala. 41 3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ESTUDADA Fundada em 1982, a Farmanova Farmácias e Drogarias Ltda (Empresa de capital fechado) conta com sete lojas, sendo seis em Viamão e uma em Porto Alegre, e cerca de 60 colaboradores, distribuídos em um organograma horizontal, onde constam dois diretores e quatro gerências de alta administração. Desde a abertura da primeira loja, em 04 de agosto de 1982, a Farmanova segue os mesmos valores, zelando principalmente pelo compromisso e a ética com todas as partes interessadas. Hoje, diante de diversos desafios no varejo, a Farmanova tem por objetivo prestar um atendimento continuado ao cliente, através da Atenção Farmacêutica (AF), onde os consumidores podem ter as dúvidas esclarecidas pelos profissionais farmacêuticos. Desde 1999, a Farmanova faz parte da Rede Associadas de Farmácias, com mais de 400 lojas pelo Estado do Rio Grande do Sul. O associativismo trouxe inúmeros benefícios para a empresa, como treinamentos, compras conjuntas entre associados, consultoria empresarial, entre outros. A empresa conta também com duas franquias da rede PANVEL, o que segundo os proprietários é importante pela associação com uma marca forte e tradicional no mercado. Desde 2000, a Farmanova faz parte do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP), tendo conquistado em 2006 a medalha de bronze no Prêmio Qualidade RS. A gestão da qualidade serviu para fazer com que a empresa viesse a crescer ainda mais, associando práticas de gestão utilizadas por outras empresas, por meio de benchmarking, e novas técnicas que acabaram padronizando o gerenciamento da rede. No ano de 2009, a empresa iniciou a mudança de marca das suas lojas (com exceção das franquias Panvel), onde até então operavam com bandeira própria e passam a exibir apenas a marca Rede Associadas, o que deve trazer ainda mais benefícios e visibilidade para a empresa. A Farmanova já teve como práticas de relacionamento com o cliente diversas atividades, entre elas: 42 Encontro com diabéticos; Escolha de mascote por consulta popular; Palestras sobre temas relacionados à saúde em escolas; Participação em campanhas sociais, com verificação de pressão arterial, taxa de glicose e atendimento às dúvidas sobre o uso correto de medicamentos; Campanhas promocionais, como por exemplo, nos vinte e cinco anos da empresa, onde foram sorteados vinte e cinco prêmios, entre eles uma moto. A empresa sempre teve bom relacionamento com os seus fornecedores, estando em posição de destaque perante os mesmos. Resultado deste bom relacionamento sempre que foi proposto para estes fornecedores parcerias em ações sociais, ou campanhas comerciais, a Farmanova obteve resultado positivo. Respeitada por sua tradição na cidade, a empresa se faz presente com os seus gestores em diversas entidades de classe, como, por exemplo: Associação Comercial e Industrial de Viamão; Sindilojas – Viamão; Conselho Municipal de Saúde; Conselho Regional de Farmácia do RS; Associação dos Proprietários de Farmácias do RS. 43 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS Neste capítulo, serão apresentados os resultados do Estudo de Caso através de uma análise individual de cada questão do instrumento de pesquisa. 4.1 O RELACIONAMENTO COM O CLIENTE O Farmacêutico afirma que o relacionamento com o cliente é de extrema importância, além de que “é necessário focar muito mais no relacionamento do que na negociação de balcão”. O diretor 02 concorda com a importância do relacionamento com o cliente, e reintera que um banco de dados com todas as informações dos clientes é o básico do relacionamento com o cliente. Segundo ele, “o necessário é criar um sistema de relacionamento, em um tipo de negócio onde o cliente busca satisfação e resolução de problemas”. Para a gerente comercial, este banco de dados permite que os atendentes ofereçam um atendimento diferenciado, com informações importantes na venda, o que o cliente percebe valor. Conforme o Diretor 01, é fundamental o relacionamento com o cliente, e afirma ainda que não é saudável para a empresa focar apenas no preço, pois o cliente que procura por preço não é de nenhuma farmácia, daí a necessidade de prestar um bom serviço. 44 Autores Brambilla, Sampaio e Perin (2008); Kotler (1998); Madruga (2006); Peppers & Rogers (2003); Rust, Zeithaml e Lemon (2001); Slongo e Liberali (2004); Swift (2001). Tabela 2 – O Relacionamento com o cliente. Questão Relato Gerencial Em consenso, os gestores afirmaram que o Marketing de Relacionamento é de extrema importância Diante da para o sucesso da concorrência organização, e acirrada qual é a colocam que pelo fato importância do de trabalharem com a relacionamento saúde dos clientes é com o cliente? preciso estar preparado para suprir necessidades pessoais, como, por exemplo, atenção na patologia. Análise do Resultado O relacionamento com clientes é essencial para a empresa, e pode ser considerado como vital para o crescimento e manutenção dos negócios. Conforme Kotler (1998), o Marketing de Relacionamento é a construção de laços com os clientes, gerando assim bons resultados a longo prazo. Fonte: do autor. 4.2 AS PRÁTICAS DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Segundo o Diretor 02, não existe nenhuma prática de relacionamento com o cliente pessoa física, apenas com os clientes de convênios, que recebem visitas periódicas dos gestores da empresa. O diretor 02 acrescenta que os vendedores quando precisam atingir metas no final de cada mês ligam para os principais clientes com um check list dos produtos mais comprados para ver a necessidade e então efetuar a venda. O Farmacêutico acrescentou que os clientes gostam de levar alguma vantagem sobre a compra, um desconto, um brinde, ou qualquer tipo de diferenciação dos demais clientes. A Gerente Comercial concorda com o que foi relatado pelos outros entrevistados, mas afirma que ainda falta o vendedor enxergar por trás da compra, saber o algo a mais que o cliente procura, e não apenas a venda mecânica. O diretor 01 destaca as parcerias com empresas, onde se oferece convênio para funcionários, e ao contrário de outras empresas não faz diferenciação aos clientes. Oferece-se, desta forma, as mesmas condições de preços, ofertas e promoções. 45 Tabela 3 – As práticas de Relacionamento com o Cliente. Questão Relato Gerencial Análise do Resultado È importante que se mantenham as práticas com clientes de convênio, pois, segundo Apenas práticas de Swift (2001), é relacionamento com importante dar atenção Brambilla, Sampaio clientes de convenio aos clientes que e Perin (2008); foram identificadas. oferecem maior retorno, Kotler (1998); Além disso, ações e que possuem um O que existe em se Madruga (2006); esporádicas são feitas maior valor agregado, Peppers & Rogers tratando de pelos vendedores, como os clientes de (2003); Relacionamento com mas sem o convênio. Rust, Zeithaml e o Cliente? conhecimento destas Além disso, devem ser Lemon (2001); como sendo uma iniciadas ações pontuais Slongo e Liberali prática de de relacionamento com (2004); relacionamento com o o cliente pessoa física, Swift (2001). cliente propriamente “avulso” (sem qualquer dito. vínculo de empresa). Sugere-se como prática a ser adotada o programa de AF através da ferramenta de CRM. Fonte: do autor. Autores 4.3 O RELACIONAMENTO COM CLIENTES DE CONVÊNIO E CLIENTES SEM VÍNCULO Conforme relato do Diretor 02, a empresa mantém contato direto com os principais clientes pessoa Jurídica, fazendo visitas regulares e oferecendo benefícios, presentes. O FARMACÊUTICO afirma que há um tratamento especial com os clientes de convênio; porém, os clientes pessoa física não recebem nenhuma atenção especial. Segundo a gerente comercial, os clientes participam de campanhas de compras, esporadicamente, nada com datas e períodos específicos. O diretor 01 coloca ainda que o principal benefício oferecido aos clientes especiais é a atenção especial dispensada. 46 Tabela 4 – O relacionamento com clientes de convênio e clientes sem vínculo. Autores Questão Relato Gerencial Análise do Resultado È importante que se mantenham as práticas com clientes de convênio, pois, segundo Swift (2001), é São feitas pelos importante dar atenção Brambilla, Sampaio e diretores visitas aos clientes que Perin (2008); regulares aos oferecem maior retorno, Kotler (1998); principais clientes de e que possuem um Madruga (2006); convênio. O que se faz para maior valor agregado, Peppers & Rogers Participam de ações os clientes mais como os clientes de (2003); sociais nas importantes? PF e convênio. Rust, Zeithaml e comunidades onde PJ. Além disso, devem ser Lemon (2001); atua. iniciadas ações pontuais Slongo e Liberali São feitas palestras de relacionamento com (2004); em comunidades de o cliente pessoa física, Swift (2001). risco, através dos “avulso” (sem qualquer farmacêuticos. vínculo de empresa). Sugere-se como prática a ser adotada o programa de AF através da ferramenta de CRM. Fonte: do autor. 4.4 O SISTEMA DE VENDAS COMO FERRAMENTA DE APOIO. Segundo o Farmacêutico, a nova versão do programa permite rastrear as vendas dos clientes, o que possibilita, por exemplo, saber quantos clientes compraram determinado produto no mês. A Gerente Comercial acrescenta que o programa permite acrescentar informações sobre determinados medicamentos, como indicações e princípio ativo. O Diretor 02 relatou que as informações podem ser incluídas, mas falta o conhecimento das pessoas para que estas informações sejam bem utilizadas. Conforme o diretor 01, “com o sistema de vendas é possível identificar o valor financeiro do cliente”, e assim identificar os melhores clientes, os mais rentáveis. 47 Tabela 5 – O sistema de vendas como ferramenta de apoio. Questão Relato Gerencial Análise do Resultado É importante que se explore ainda mais o sistema de vendas, focando principalmente em alimentar corretamente informações sobre clientes, como telefone, Conforme os endereço, patologias, entrevistados o pois, segundo Brambilla, Brambilla (2006), programa oferece Sampaio e Perin (2008), (2008a) e (2008b); possibilidades no o banco de dados com Brambilla, Sampaio e cadastro de clientes, informações sobre Perin (2008); No que o sistema verificação de vendas, clientes é o principal Brown (2001); de vendas pode acompanhamento de ativo da empresa e pode Madruga (2006); auxiliar para o clientes. Porem a ser convertido em Mazzon, Nogueira e tratamento de dificuldade dos resultados importantes Taublib (2008); informações de colaboradores durante para a empresa através Nogueira, Mazzon e clientes? o processo de venda de um relacionamento Terra (2004); se torna um ponto com o cliente eficaz e Peppers & Rogers negativo, podendo duradouro, que resultará (2003) e (2004); dificultar a implantação em rentabilidade. Swift (2001). de novos Além disso, a procedimentos. capacitação dos colaboradores para que entendam que o processo de venda com maiores informações é bastante importante para o sucesso do relacionamento com o cliente. Fonte: do autor. Autores 4.5 CADASTRO E MONITORAMENTO DE CLIENTES. O farmacêutico relatou que existe a possibilidade de acessar as compras dos clientes, mas que os vendedores não utilizam deste artifício para gerar novas vendas. Conforme o Diretor 02, o cadastro das vendas por tele-entrega é muito mais completo, e as compras podem ser acessadas. Porém, a Gerente comercial informou que pela nova versão do programa estar em fase de implantação ainda acabam encontrando dificuldades. 48 Autores Brambilla (2006), (2008a) e (2008b); Brambilla, Sampaio e Perin (2008); Brown (2001); Madruga (2006); Mazzon, Nogueira e Taublib (2008); Nogueira, Mazzon e Terra (2004); Peppers & Rogers (2003) e (2004); Swift (2001). Tabela 6 – Cadastro e monitoramento de clientes. Questão Relato Gerencial Análise do Resultado A melhor maneira de tornar mais prático o processo de venda com alimentação de informações dos clientes é uma ferramenta que possa, de forma Não existe um sincronizada com o cadastro de clientes banco de dados, eficaz, apenas para os reconhecerem o cliente clientes que compram e todas as suas por tele-entrega ou informações, sem convênio, mas ainda necessidade de realizar Existe um cadastro assim com poucas parte de um questionário efetivo de clientes? E informações, ficando em todas as compras. as compras destes bem aquém do Com base em Swift clientes podem ser esperado. (2001), indicadores acessadas? O sistema de vendas sobre as vendas, após permite o acesso às iniciar um compras dos clientes, acompanhamento dos e com isso é possível clientes melhor é analisar a importante, para que se rentabilidade de tenha de forma precisa o determinados clientes. valor real de determinados grupos de clientes, e assim saber qual são os de maior valor, e assim projetar ações focadas nestes clientes. Fonte: do autor. 4.6 O ATENDIMENTO PERSONALIZADO POR FERRAMENTAS DE TI. A gerente comercial acredita que os clientes de hoje não querem o mesmo atendimento de 1982, onde os atendentes acabavam influenciando potencialmente nas vendas. Ela afirma que “é importante conhecer bem a pessoa, mas não para ficar lembrando-a das compras.”, o que não foi de concordância do Diretor 02 e do farmacêutico, que relataram que é importante esta atenção ao cliente, que se sente diferenciado no momento que a farmácia liga para oferecer um determinado medicamento que provavelmente está acabando; ou então para saber como está o tratamento médico, ou a pressão arterial. Segundo o diretor 01, não só é necessário, como muito importante para a empresa, atualizar este contato com o cliente, pois o primordial dentro da empresa é 49 que a filosofia de atendimento ao cliente, pautada na amizade, carinho e atenção, oriundas de um negócio que era o sustendo de uma família não se deixe pra trás, impedindo assim que a empresa se torne fria, distante dos clientes. Autores Tabela 7 – Atendimento personalizado por ferramentas de TI. Questão Relato Gerencial Análise do Resultado Brambilla (2006), (2008a) e (2008b); Brambilla, Sampaio e Perin (2008); Brown (2001); Madruga (2006); Mazzon, Nogueira e Taublib (2008); Nogueira, Mazzon e Terra (2004); Peppers & Rogers (2003) e (2004); Swift (2001). Fazendo uma analogia com o atendimento que se tinha em 1982 aos clientes, onde se conheciam todos pelo nome e se sabia qual medicamento cada um precisava utilizar, como podemos atualizar este contato, de forma tecnológica? Com parcialidade foi relatado que além de ser possível alinhar a prática do atendimento ao cliente mais personalizado com o uso de tecnologias, é muito importante para a empresa trabalhar desta forma. Não se pode tornar o processo de venda mecânico, como se os clientes estivessem sendo atendidos por máquinas apenas. Acrescentaram ainda que o cliente se sente privilegiado ao ser contatado por algum assunto que foi tratado na farmácia, ou para saber como está o uso de determinado medicamento adquirido na farmácia. Esta forma de trabalho deve ser cada vez mais praticada dentro da organização, pois, segundo Peppers & Rogers, à medida que atendemos aos clientes em diversas vezes passamos a perceber e satisfazer as suas necessidades, e com isso gerar retenção na base de clientes. Para tanto, é preciso estar com o atendimento personalizado alinhado ao uso das tecnologias e então aumentar o nível de conhecimento sobre os clientes. Fonte: do autor. 4.7 OBJETIVOS DA EMPRESA PARA O RELACIONAMENTO COM CLIENTE. Segundo o Diretor 02, os objetivos concentram-se em vender mais, aumentando a base de clientes. Após este objetivo atingido, passa-se a trabalhar a retenção com ações especificas, onde provavelmente um cliente que está na base de clientes e compra contigo vai estar retido. O Diretor 02 afirma ainda que com isso a empresa aumenta o ticket médio, o faturamento e também diminui custos. A gerente comercial relatou que os objetivos não estão bem claros, e que falta uma maior sinergia entre as gerencias e diretores, onde todos fazem a sua parte, mas não estão alinhados. Já o farmacêutico resume os objetivos da empresa em “encantamento e fidelidade”. O diretor 01 ressalva que o investimento em novas tecnologias, treinamentos, pessoas e estrutura de loja são os objetivos da empresa 50 para melhorar o relacionamento com o cliente, e assim atingir melhores números, com o máximo de qualidade. Tabela 8 – Objetivos da empresa para o Relacionamento com Cliente. Autores Questão Relato Gerencial Análise do Resultado Brambilla (2006), Em consenso entre os Devem ser definidos (2008a) e (2008b); entrevistados objetivo objetivos para o Brambilla, Sampaio e é vender mais, relacionamento como, Perin (2008); Quais são os mantendo a qualidade por exemplo, ter um tipo Brown (2001); objetivos da do atendimento. de atenção especial aos Madruga (2006); empresa para o E para chegar neste clientes de maior valor, Mazzon, Nogueira e relacionamento ponto a empresa tem como propõe Madruga Taublib (2008); com o cliente? como objetivo investir (2006) ao abordar a Nogueira, Mazzon e em capacitação de necessidade de uma Terra (2004); pessoas e melhorias estratégia de Peppers & Rogers em estrutura de loja e relacionamento para (2003) e (2004); tecnologia. clientes de maior valor. Swift (2001). Fonte: do autor. 4.8 ATENDIMENTO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO. O diretor 01 coloca como principal diferencial competitivo é a seriedade, e desta forma o cliente sabe que não está sendo enganado na compra. Ele relata ainda que na empresa não se vendem produtos de baixa qualidade ou procedência de fabricação duvidosa, pois a empresa é ética em vender apenas produtos que os seus funcionários e familiares poderiam consumir. Conforme o relato do Diretor 02, a rede Farmanova não se posiciona para o público de classe A, entre as classes B e C. Estes clientes encontram lojas com visual limpo, reformadas e vendedores com uniformes bonitos. Segundo ele, os clientes que frequentam concorrentes de classe mais baixa encontram produtos mais baratos, com qualidade bem inferior, semelhantes a uma feira popular, com uma apresentação não tão boa. O farmacêutico destacou no relato que o atendimento é o maior diferencial competitivo, mas que ainda assim tem que ser melhorado. Ele complementa informando que o negócio da Farmanova não é baseado em preço, como em alguns concorrentes, mas sim em prestar um atendimento completo, onde inclui espaço 51 com sofá, café, chá e revistas, espaço para crianças, e uma consultora de beleza com cadeira especial de massagem e maquiagem. Isso, segundo o farmacêutico, faz com que “ele (cliente) se sinta no compromisso de comprar naquela farmácia porque ela oferece determinadas vantagens”. A gerente comercial concorda com os outros depoimentos sobre o atendimento, mas explica que a força da marca, presente há quase três décadas ainda representa tradição e confiança. Tabela 9 – Atendimento como Autores Questão Brambilla (2006), (2008a) e (2008b); Brambilla, Sampaio e Perin (2008); Brown (2001); Qual é o diferencial Madruga (2006); competitivo da Mazzon, Nogueira e Farmanova para os Taublib (2008); clientes? Nogueira, Mazzon e Terra (2004); Peppers & Rogers (2003) e (2004); Swift (2001). Fonte: do autor. diferencial competitivo. Relato Gerencial Análise do Resultado Seriedade, ética, Deve-se investir mais boas instalações, em atendimento atendimento personalizado, como completo e Peppers & Rogers também a força (1996) colocam que o da marca fazem atendimento ao cliente com que a no modelo “um a um” empresa se gera a satisfação do destaque no ramo cliente, no momento farmacêutico, e que ele passa a ser assim ganhando compreendido pelo market share nos vendedor. bairros onde atua. 4.9 COMPROMISSO COM O CLIENTE Para a Gerente Comercial, existe sim, mas ela não é cobrada, o que gera desleixo por parte dos colaboradores de loja. A cobrança deveria partir da própria alta administração, sobre o nível de compromisso do gestor e do vendedor com o negócio. Para o Diretor 02, o compromisso com o cliente já esteve mais forte no interior das lojas, mais precisamente nos anos de 2007 e 2008, quando foi feito um trabalho com consultoria especializada. Ele afirma ainda que as lideranças encaram o compromisso com o cliente como sendo apenas resolução de problemas para o cliente. Este relato é reforçado pelo diretor 01, que ainda coloca o atendimento ao telefone e tele-entrega como uma das maiores deficiências no contato com o cliente. Conforme o relato do farmacêutico, a política do compromisso com o cliente existe, é disseminada e cobrada. Esta cobrança é principalmente para que não 52 se tenha um atendimento mecânico, mas sim um atendimento pensado, com tomada de decisão. Além disso, “tudo o que o cliente enxergar como vantagem é fabuloso”. Tabela 10 – Compromisso com o cliente. Autores Questão Relato Gerencial Análise do Resultado Visivelmente existe a política do compromisso com o cliente, mas devido à rotatividade de funcionários e à falta de abordagem do tema acaba caindo no esquecimento, e faltando a cobrança aos funcionários. Além disso, o compromisso com o cliente é entendido apenas como resolver o problema do cliente. Como ponto de partida, deve-se mostrar que o compromisso com o cliente vai além da resolução de problemas, e sim, como explica Brown (2001), ao colocar que o importante no negócio são o valor agregado e o relacionamento. Ou seja, não basta apenas resolver o problema do cliente hoje, é necessário manter a assistência a este cliente. Alves (2004); Brambilla, Sampaio e Perin (2008); Brown (2001); Kotler (1998); Madruga (2006); Peppers & Rogers (1996), (2001), (2003) e (2004); Rust, Zeithaml e Lemon (2001); Existe a política do compromisso com o cliente disseminada? Slongo e Liberali (2004); Silva, Borini e Trevisan (2007); Stone, Woodcock e Machtynger (2002); Swift (2001). Fonte: do autor. 4.10 FARMÁCIA NOVA, 100% CLIENTE. Para o farmacêutico, o cliente tem que sair da loja encantado com o atendimento que ele teve; porém, o problema dos gestores é que quanto maior a equipe, maior a dificuldade de administrar estes “recursos naturais”. A gerente comercial concorda com o farmacêutico e acrescenta que em Viamão um atendimento onde o atendente faz uma encomenda e monitora a entrega deixa o cliente muito satisfeito, ao contrário de Porto Alegre que tem uma infinidade de farmácias, o que não faz necessário que o cliente espere por um ou dois dias por determinado medicamento. O Diretor 02 relatou que o foco no cliente é tratado apenas como resolução de problemas, mas a verdade não é essa. O foco no cliente tem que ir muito além 53 disso. O diretor 01 justifica que talvez o foco no cliente não seja tão presente por falta de pulso do gerente que não cobra como deveria dos funcionários, e estes por sua vez não conseguem perceber a necessidade do cliente. Tabela 11 – Farmácia Nova, 100% cliente. Questão Relato Gerencial Autores Alves (2004); Brambilla, Sampaio e Perin (2008); Brown (2001); Kotler (1998); Madruga (2006); Peppers & Rogers (1996), (2001), (2003) e (2004); Rust, Zeithaml e Lemon (2001); Slongo e Liberali (2004); Silva, Borini (2007); e Trevisan Stone, Woodcock Machtynger (2002); Swift (2001). e Como é tratado o foco no cliente? Como no conteúdo anterior, onde as equipes tratam o compromisso com o cliente como sendo resolver problemas, no quesito foco no cliente os colaboradores também acabam deixando a desejar, ao deixar de lado ensinamentos básicos e o princípio da empatia, onde deveriam se colocar no lugar do cliente no momento do atendimento. Análise do Resultado Baseado Brown (2001), devemos tratar o foco no cliente de maneira correta, oferecendo um atendimento encantador, criando vínculos com o cliente. Como aborda Alves (2004) ao propor que o cliente seja entendido sob duas esferas: a humanística e a comportamental, onde devemos entender os diversos sentimentos humanos que o cliente coloca no atendimento e também as possíveis mudanças que ele pode vir a sofrer com o decorrer do tempo, sejam para melhor ou pior. Fonte: do autor. 4.11 OFERTAS AOS CLIENTES: SHARE OF CUSTOMER Conforme o diretor 02, as ofertas são montadas através de negociações com fornecedores, mas mantendo o bom-senso, através de relatórios de vendas, observando a sazonalidade de determinados produtos. O diretor 01 acrescenta que se uma negociação não é interessante para o cliente, ela não é concretizada. A gerente comercial informou que as ofertas de encarte são feitas pela rede associadas, no qual a Farmanova faz parte, mas também que determinados produtos sofrem alteração de preço conforme o andar da concorrência. O farmacêutico concorda com os relatos, e acrescenta que são mais variáveis disponíveis que determinam a oferta, não só a demanda do produto ou a necessidade do cliente. 54 Tabela 12 – Ofertas aos clientes: Share of customer. Questão Relato Gerencial Análise do Resultado Conforme Peppers & Alves (2004); Rogers, a empresa que Brambilla, Sampaio e Hoje as ofertas são tem o atendimento Perin (2008); montadas de acordo personalizado ao cliente e Brown (2001); com negociações a prestação de serviço entre fornecedores e como diferenciais deve Kotler (1998); empresa, respeitando estar com as suas as necessidades dos estratégias focadas na Madruga (2006); Como são clientes. participação dela na vida Peppers & Rogers montadas as Foi colocado pelos do cliente, com isso o (1996), (2001), (2003) e ofertas da gestores que em número de ofertas de (2004); empresa? Através determinados diferentes produtos deve Rust, Zeithaml e Lemon da demanda do momentos foram feitas ser apresentado ao cliente. (2001); produto ou da negociações que Produtos de diferentes necessidade do visavam apenas o segmentos que são Slongo e Liberali cliente? provável resultado comercializados na (2004); futuro, sem saber se o farmácia fazem com que o produto teria cliente encontre tudo o que Silva, Borini e Trevisan demanda, o que precisa relacionado à (2007); acabou resultando em saúde e beleza na estoque parado por farmácia, sem precisar ir a Stone, Woodcock e muito tempo. uma loja de cosméticos ou Machtynger (2002); supermercado, por Swift (2001). exemplo. Fonte: do autor. Autores 4.12 INVESTINDO EM CLIENTES ANTIGOS Os relatos mais completos e seguros partiram dos Diretores, onde afirmaram que praticamente 100% das verbas utilizadas são para a captação de novos clientes, o que segundo ele é feito equivocadamente, pois o investimento maior deveria ser na retenção da base de clientes. Conforme o farmacêutico, algumas lojas utilizam maiores recursos para determinadas campanhas, mas em geral 5% do faturamento são aplicados em marketing. 55 Autores Alves (2004); Brambilla, Sampaio Perin (2008); Brown (2001); Tabela 13 – Investindo em clientes antigos. Questão Relato Gerencial e Kotler (1998); Madruga (2006); Peppers & Rogers (1996), (2001), (2003) e (2004); Rust, Zeithaml e Lemon (2001); Slongo e Liberali (2004); Silva, Borini e Trevisan (2007); Stone, Woodcock Machtynger (2002); Swift (2001). Fonte: do autor. Análise do Resultado Quanto se utiliza dos recursos aplicados em mkt para trazer novos clientes, e quanto se aplica para manter os clientes atuais? Praticamente todos os recursos são utilizados para a captação de novos clientes, ações que são entendidas como praticas continuas não foram apresentadas pela empresa. Conforme Madruga (2006), devemos investir no relacionamento ao cliente em três pontos: 1.Estratégia de diferenciação; 2.Estrutura aos colaboradores; 3.Benefícios aos clientes. Conforme o autor, é necessário para um bom andamento do relacionamento com o cliente, e com isso obtenção de melhores resultados. e 4.13 ATENDIMENTO AO CLIENTE Para gerente comercial e diretores, o resultado de uma equação que apresente uma média entre os dois é o ideal, pois não se pode focar em um ou outro ponto. Isso gera uma instabilidade visto que o cliente procura preço competitivo e atendimento de qualidade. Conforme o diretor 01, “O cliente de preço não é fiel. O cliente de atendimento é o mais fiel, ele que sustenta o negócio”. Segundo o farmacêutico, o negócio da Farmanova é baseado no atendimento, e o que acaba sustentando o negócio é o relacionamento duradouro com o cliente. 56 Autores Alves (2004); Brambilla, Sampaio Perin (2008); Brown (2001); Tabela 14 – Atendimento ao cliente. Questão Relato Gerencial e Kotler (1998); Madruga (2006); Peppers & Rogers (1996), (2001), (2003) e (2004); Rust, Zeithaml e Lemon (2001); Slongo e Liberali (2004); O que é mais importante: Atendimento ou preço? O que sustenta o negócio e mantém o cliente? Silva, Borini e Trevisan (2007); Stone, Woodcock Machtynger (2002); Swift (2001). Fonte: do autor. Todos os gestores concordaram que o atendimento ao cliente é o primordial para conquistar e manter o cliente e também sustentar o negócio. Além disso, foi relatado que o preço também acaba influenciando, pois o cliente se nega a pagar um valor extremamente mais alto do que o normal. e Análise do Resultado Através de um atendimento ao cliente personalizado, o consumidor sente a necessidade de corresponder à atenção dispensada pelo atendente, isso se faz presente através de compras com a empresa, como resume em uma equação simples Mazzon, Nogueira e Taublib (2008): ao ter um cliente satisfeito as chances de ter um cliente retido são muito maiores do que não satisfazer as necessidades por completo. 4.14 SUPERANDO A CONCORRÊNCIA O farmacêutico relatou que o importante é ter “Foco forte em relação com o cliente, o máximo de fidelização, e fazer com que ele sinta necessidade de comprar na FN”. Ele acrescenta ainda que, por mais que determinados clientes procurem apenas por preço, quando conhecem um bom atendimento, acabam priorizando o relacionamento do que a economia. A gerente comercial afirma que é necessário prestar um serviço completo, e, além disso, obter feedback sobre o atendimento. Ela conclui afirmando que estes pontos são falhos na empresa hoje. De uma forma mais abrangente, o diretor 02 colocou que a união por associativismo, onde se compra em larga escala, não entrar na guerra de preços – a concorrência na grande maioria opera orientada por preço – para não ser apenas mais um no mercado, e projetar ações pontuais para o combate às farmácias vizinhas são pontos cruciais para o sucesso frente à concorrência. 57 O diretor 01 conclui que “basicamente o necessário é oferecer um nível de serviço prestado melhorado ao cliente”. Tabela 15 – Superando a concorrência. Questão Relato Gerencial Autores Alves (2004); Brambilla, Sampaio (2008); Brown (2001); e Perin Kotler (1998); Madruga (2006); Peppers & Rogers (1996), (2001), (2003) e (2004); Rust, Zeithaml e Lemon (2001); Slongo e Liberali (2004); Silva, Borini e Trevisan (2007); Stone, Woodcock e Machtynger (2002); Swift (2001). Como driblar a concorrência? É necessário, segundo os gestores, que se tenha um bom relacionamento com o cliente, e que este bom relacionamento seja acrescido de avaliações do cliente sobre a forma de atendimento a ele. Além disso, de maneira mais abrangente, é importante também estar alinhado com outros parceiros para melhorar condições de preço, prazo e atendimento ao cliente. Análise do Resultado Segundo Slongo & Liberali (2004), quando a estratégia da empresa que predomina é sobre o relacionamento com o cliente ela não precisa entrar nas guerras de preços, e através disso, clientes que normalmente são orientados por preço passam a dar valor também ao relacionamento. Ou seja, focando a estratégia da empresa no relacionamento pode-se diferenciar dos concorrentes e absorver uma larga fatia do mercado que não recebe este tipo de tratamento. Fonte: do autor. 4.15 OS DIFERENCIAIS DA CONCORRÊNCIA Para o Diretor 02, muitos concorrentes fazem alarde de que possuem o menor e melhor preço, o que não é verdade. Comprovado em uma pesquisa feita pela empresa sobre a cesta básica de medicamentos, mais da metade dos produtos não tinham o menor preço. A gerente comercial relatou que a concorrência busca atingir um público de menor poder aquisitivo, com produtos de baixa qualidade e/ou procedência duvidosa. Para ela, não é interessante entrar em guerra de preços, o que acaba desgastando o mercado e diminuindo a rentabilidade. 58 Tabela 16 – Os diferencias da concorrência Autores Questão Relato Gerencial Alves (2004); Brambilla, Sampaio e Perin (2008); A concorrência Brown (2001); procura de diversas formas diferenciar-se Kotler (1998); da Farmácia Nova e de outros, através de Madruga (2006); materiais focados em Peppers & Rogers (1996), preço baixo – que (2001), (2003) e (2004); Quais são os segundo pesquisa Rust, Zeithaml e Lemon diferenciais da feita pela empresa (2001); concorrência? comprovou que não são na totalidade Slongo e Liberali (2004); mais baratos – ou então no foco em Silva, Borini e Trevisan classes mais baixas, (2007); com produtos de qualidade inferior. Stone, Woodcock e Machtynger (2002); Swift (2001). Fonte: do autor. Análise do Resultado Deve-se ter o relacionamento com o cliente como diferencial da empresa, como citado por Slongo & Liberali (2004), e assim conquistar uma parcela dos clientes. Além disso, é importante revisar os objetivos da empresa e verificar se é rentável para a empresa oferecer produtos para classes mais baixas, que permitem margem menor. O farmacêutico concorda com ambos, e coloca que a concorrência, que antes era orientada apenas por preço, agora trabalha com programas de fidelidade, que não apresentam funcionalidade diferente de propaganda de marketing. Sobre a concorrência de clientes com perfil semelhante aos da Farmácia Nova, o diretor 01 colocou que eles oferecem vantagem em formas de pagamento, como ticket refeição e cartões de crédito exclusivos. O que acaba fazendo com que um número expressivo de clientes procure apenas este determinado concorrente. 4.16 O QUE O CLIENTE ESPERA DA FARMÁCIA. Segundo o relato do Diretor 02, “o cliente espera da empresa um produto de qualidade com preço justo, em um lugar que seja atendido com atenção e qualidade”. E conforme a gerente comercial, o cliente quer solução, mesmo reclamando do preço cobrado, ele busca no estabelecimento comercial que vende produtos e serviços de saúde e beleza ele quer ajuda para qualquer problema “seja 59 este problema do tamanho que for, desde um fio de cabelo branco até uma doença grave”. O farmacêutico acrescenta que seis a cada 10 clientes querem, além de um bom atendimento, levar algum tipo de vantagem naquela compra. Ele conclui dizendo que na empresa se tem o cuidado de “fazer com que o cliente além de sair com a necessidade atendida ainda tenha a sensação de ter ganhado alguma coisa, e o mínimo é um ótimo atendimento”. O diretor 01 resume que o cliente espera segurança, tranquilidade e respeito, e claro um bom atendimento. Autores Alves (2004); Brambilla, Sampaio e Perin (2008); Brown (2001); Kotler (1998); Madruga (2006); Peppers & Rogers (1996), (2001), (2003) e (2004); Rust, Zeithaml e Lemon (2001); Slongo (2004); e Liberali Silva, Borini e Trevisan (2007); Stone, Woodcock Machtynger (2002); Swift (2001). Fonte: do autor. e Tabela 17 – O que o cliente espera da farmácia. Questão Relato Gerencial Análise do Resultado Ficou claro que na empresa estudada o entendimento de que o Primeiramente deve-se cliente espera um partir do principio de ambiente agradável para antecipação às o atendimento com o necessidades dos cliente é um dos consumidores, através do principais pontos levantamento e observados, além disso, o consolidação de fato de estar tratando com informações de clientes a saúde dos como coloca Peppers & consumidores faz com Rogers (2004), e após que se trabalhe com esta etapa usando os O que o cliente seriedade, compromisso, dados para o contato espera da ética e respeito ao cliente. próximo com o cliente. farmácia? Isso foi muito bem Desta forma, acaba e apresentado pelos entendendo entrevistados, visto que a influenciando o empresa estudada tem comportamento do marca forte, com tradição consumidor, o que, na cidade. segundo Swift (2001), Além disso, os clientes, pode se fazer por meio comunicações segundo os entrevistados, de gostam do fato de levar significativas para algum tipo de vantagem melhorar as compras, a sobre a empresa, seja retenção, a lealdade e a esta vantagem um lucratividade dos clientes. desconto, brinde ou qualquer outro beneficio. 60 4.17 O FARMACÊUTICO NO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE. Para o profissional farmacêutico entrevistado, “Os clientes esperam bastante do farmacêutico. Eles querem a resposta técnica”. Ele acrescenta dizendo que alguns clientes procuram pelas antigas “consultas” com o farmacêutico, e que cerca de 10% dos clientes pedem pelo farmacêutico para esclarecer alguma dúvida. Segundo a ótica do Diretor 02, que também é farmacêutico, os clientes procuram no profissional uma palavra de conforto, nem sempre um conhecimento técnico apenas, mas sim a orientação de alguém que não é um “enrolador”. Esta opinião é comungada com o diretor 01. A gerente comercial relatou que a presença do profissional farmacêutico já foi mais explorada, como em campanhas publicitárias de conselhos e sindicatos da classe farmacêutica, mas hoje o farmacêutico não passa de um atendente melhorado, apenas um balconista de jaleco branco, faltando a essencial prestação de serviço e informação. Tabela 18 – O farmacêutico no relacionamento com o cliente. Autores Questão Relato Gerencial Análise do Resultado Alves (2004); Brambilla, Sampaio e Perin (2008); Em geral, os Brown (2001); Deve aproveitar dos entrevistados, entre eles benefícios que o farmacêuticos, colocaram Kotler (1998); profissional que o cliente espera do farmacêutico, fazendo profissional farmacêutico o Madruga (2006); com que ele exerça as esclarecimento. Além Peppers & Rogers (1996), responsabilidades O que o disso, eles explicam que a (2001), (2003) e (2004); abordadas por cliente espera presença de um Schostack (2004), como Rust, Zeithaml e Lemon do farmacêutico, que hoje é (2001); atenção às farmacêutico? obrigatória durante o necessidades horário de funcionamento Slongo e Liberali (2004); assistenciais do cliente da empresa, faz a e da comunidade, uso diferença e faz com que o Silva, Borini e Trevisan correto e racional dos cliente se sinta seguro em medicamentos e o (2007); comprar neste desenvolvimento da AF. estabelecimento. Stone, Woodcock e Machtynger (2002); Swift (2001). Fonte: do autor. 61 4.18 RELACIONAMENTO COM CLIENTES DE CONVÊNIO Conforme o Diretor 02, o trabalho feito com os clientes de convênio são simples, mas que demonstram resultados expressivos. Vão desde visitas aos convênios, levando brindes até o simples envio de ofícios ou telefonemas agradecendo a parceria. Para o farmacêutico, ações direto no convênio, com massagem, maquiagem, teste de glicose e verificação de pressão cria um vínculo com o cliente, e volta no que já foi abordado anteriormente, que é o sentimento de compromisso com a empresa. Ele relata que “é preciso abordar de maneira que se mantenha o relacionamento máximo com eles, para que isso multiplique, e assim ganhando uma propaganda do conveniado com os outros colegas”. A gerente comercial concorda com os relatos e acrescenta que a ideia de oferecer um presente para os conveniados tem uma relação custo benefício muito grande. Tabela 19 – Relacionamento com clientes de convênio. Autores Questão Relato Gerencial Análise do Resultado Alves (2004); Brambilla, Sampaio e Perin (2008); Como abordado Brown (2001); anteriormente, é indicado que a empresa Kotler (1998); O relacionamento com mantenha as práticas já os clientes de convênio exercidas no Madruga (2006); é feito através de visitas relacionamento com Peppers & Rogers periódicas e envio de clientes de convênios, (1996), (2001), (2003) brindes aos clientes. por que segundo Swift Como se trabalha o e (2004); Além disso, também são (2001), as empresas relacionamento com Rust, Zeithaml e oferecidos serviços que prestam uma o cliente de diferenciados aos atenção diferenciada Lemon (2001); convênio? clientes, como aos clientes de maior Slongo e Liberali massagem, limpeza de valor agregado, como (2004); pele e maquiagem, os de convênio que são como direto no local de entendidos Silva, Borini e trabalho. segurança da empresa estudada, recebem um Trevisan (2007); retorno maior destes Stone, Woodcock e clientes. Machtynger (2002); Swift (2001). Fonte: do autor. 62 4.19 O RETORNO PROPORCIONADO PELOS CLIENTES DE CONVÊNIO Para a gerente comercial, os clientes de convênio acabam gerando maior retorno pelo fato de não terem o alto investimento em captação incluído, o que foi comungado pelo Diretor 02. Já o farmacêutico acrescentou que em determinadas lojas um convênio pode chegar a 16% do faturamento total, e com trabalhos focados no convênio e no ponto-de-venda pode-se ter uma grande evolução neste share. Conforme o diretor 01, talvez não seja o cliente de maior retorno, mas sim o que sustenta o negócio, quanto mais clientes de convenio, maior segurança financeira a empresa tem. Tabela 20 – O retorno proporcionado pelos clientes de convênio. Autores Questão Relato Gerencial Análise do Resultado Estes clientes são os que oferecem maior retorno? Eles não são os mais lucrativos, pois existe um conjunto de custos operacionais para manter o cliente que acabam fazendo com que o valor final da venda para ele fique menor do que para vendas normais, porém, o cliente de convênio é observado como o cliente que dá segurança ao negócio, pois são vendas praticamente garantidas todos os meses. Também deve ser levado em conta o fato de que não existe custo para divulgação nos convênios, estes clientes já são captados no momento que entram na empresa. Os resultados apresentados pelos entrevistados demonstram que os clientes de convênio representam até 16% do faturamento de determinadas lojas, o que revela a importância destes clientes para a saúde financeira dos clientes. Alves (2004); Brambilla, Sampaio e Perin (2008); Brown (2001); Kotler (1998); Madruga (2006); Peppers & Rogers (1996), (2001), (2003) e (2004); Rust, Zeithaml e Lemon (2001); Slongo e Liberali (2004); Silva, Borini e Trevisan (2007); Stone, Woodcock Machtynger (2002); Swift (2001). Fonte: do autor. e 63 4.20 AVALIANDO A FIDELIDADE DOS CLIENTES Foi de consenso entre os entrevistados que a forma de avaliação que apresenta maior grau de acerto é a pesquisa de satisfação, que não é realizada desde 2007. Ainda sobre fidelidade de clientes, o farmacêutico acrescenta que nos conveniados pode-se medir a fidelidade através de observações simples, como, por exemplo, a solicitação do conveniado na empresa para que o limite de farmácia seja todo direcionado para a Farmanova, ou então pela procura pelo mesmo vendedor em vendas seguidas. Autores Alves (2004); Brambilla, Sampaio Perin (2008); Brown (2001); Tabela 21 – Avaliando a fidelidade dos clientes. Questão Relato Gerencial e Kotler (1998); Madruga (2006); Peppers & Rogers (1996), (2001), (2003) e (2004); Rust, Zeithaml e Lemon (2001); Slongo e Liberali (2004); De que forma a empresa avalia a fidelidade dos clientes? Não existe uma avaliação da fidelidade do cliente. Todos os entrevistados estão cientes que uma pesquisa de satisfação do cliente seria a ferramenta mais adequada. Silva, Borini e Trevisan (2007); Stone, Woodcock Machtynger (2002); Swift (2001). Fonte: do autor. Análise do Resultado e Uma pesquisa de satisfação de cliente é a ferramenta com possibilidade de resultados mais rápidos, porém uma análise qualitativa e direta dos dados coletados pelas compras dos clientes através de um cadastro efetivo, facilitado por um cartão de retenção/fidelidade podem apresentar dados mais confiáveis. 4.21 PRATICANDO A RETENÇÃO DE CLIENTES O farmacêutico relatou uma ação especifica de retenção de clientes na manipulação, onde a cada dez compras de produtos manipulados o cliente ganha um creme hidratante, o que foi também afirmado pelo diretor 02. Já a gerente 64 comercial desconhecia qualquer prática de retenção em vigência, e que quando havia algum tipo de ação especifica não era monitorada. Os diretores relatam que as ações sociais também influenciam na retenção de clientes, pois, quando se está presente na comunidade, ela passa a reconhecer a empresa, e recorre na farmácia presente nas ações diversas quando necessita de um determinado produto. Tabela 22 – Praticando a retenção de clientes. Questão Relato Gerencial Autores Alves (2004); Brambilla, Sampaio Perin (2008); Brown (2001); e Kotler (1998); Madruga (2006); Peppers & Rogers (1996), (2001), (2003) e (2004); Rust, Zeithaml e Lemon (2001); Slongo e Liberali (2004); Silva, Borini e Trevisan (2007); Stone, Woodcock Machtynger (2002); Swift (2001). Fonte: do autor. e Quais as práticas para retenção de clientes? Existe em uma única filial um trabalho sobre clientes de manipulação, estimulando a compra de produtos manipulados, além desta são consideradas pela direção como prática de retenção as ações sociais que a empresa participa na comunidade. Análise do Resultado O programa de relacionamento com o cliente, através do CRM, apoiado pela AF, amparada por Schostack (2004) que prevê como requisitos para a AF: - a preocupação do farmacêutico com o bem-estar do cliente; a essência da profissão farmacêutica seja o cuidado da saúde da comunidade, incluindo a informação e o acompanhamento dos clientes; proporcionar a economia ao cliente, respeitando a prescrição médica; - comunicar os objetivos da AF, e fazer com que a comunidade entenda como um serviço importante. 65 5 CONCLUSÃO Através do presente Estudo de Caso, foi verificada a importância do relacionamento com o cliente nas organizações e a diferenciação de cada cliente, com o atendimento personalizado. Como foi tratado inicialmente no estudo, a concorrência no varejo farmacêutico exige a diferenciação por parte daqueles que buscam melhores resultados e melhor rentabilidade. Foram detectados diversos pontos a serem abordados durante a implementação do trabalho. Onde a empresa mostrou-se com baixo entendimento dos colaboradores frente ao compromisso com o cliente, apesar de inúmeros treinamentos de capacitação em vendas que a empresa oferece aos mesmos. O programa de CRM pretende absorver as principais informações dos clientes, como: Patologias que ele possui; Faixa etária, sexo, escolaridade e classe de renda; Principais produtos adquiridos; Necessidades a serem supridas. De acordo com Madruga (2006), é necessário conhecer o cliente de forma natural e completa, planejando todas as estratégias de forma empreendedora, através de um conjunto de ações conforme o roteiro de implementação (figura 01). 66 Fase 01 Identificar os clientes potenciais em Marketing de Relacionamento e CRM. Fase 02 Levantar informações clientes. dos Fase 03 Manter o cadastro atualizado, fazendo com que o cliente se sinta parte do projeto. Fase 07 Influência na organização e nos seus produtos através das informações adquiridas ao longo do ciclo. Fase 06 Identificar o valor do cliente e preferências em relação a produtos e serviços. Fase 05 Fornecer informações com dados obtidos através do relacionamento. Fase 04 Utilizar os dados coletados em ações, gerando benefícios para cliente e empresa. Figura 1: Roteiro de implementação; Fonte: Adaptado de Madruga (2006, p.88) 5.1 ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO Ao identificar os clientes potenciais para o programa de relacionamento, obtém-se um início com maiores probabilidades de acerto nas decisões, uma vez que estes clientes já estão inseridos no segmento a ser tratado ou têm interesse em programas deste modelo. Neste programa Estudo de Caso, serão abordados os clientes de produtos para hipertensão e diabetes melito, que possuem uma compra frequente e apresentam melhor aceite quanto ao acompanhamento farmacêutico. Após identificar quais são os clientes a serem trabalhados, se passa a levantar informações a respeito destes clientes, como, por exemplo: nome, sexo, idade, endereço, telefone, patologias, medicamentos utilizados. As informações de cadastro agregadas às informações de compras do cliente devem sempre estar atualizadas e disponíveis para acesso dos responsáveis pelo programa de relacionamento com o cliente para que então se faça uso destes dados. 67 A utilização destes dados deve ser feita em ações de acompanhamento de tratamento dos clientes, serviços adicionais (com e sem custo) e lembrete de data de novas compras do produto. Além é claro de funções básicas como, por exemplo, lembrete de aniversário. O relacionamento com estes clientes não deve se limitar apenas às ações citadas anteriormente, mas principalmente em fornecer novos dados ao cadastro do cliente, destacando a sua percepção sobre este serviço de relacionamento e incluindo suas novas preferências ou mudanças em relação aos produtos e serviços oferecidos. A seguir (figura 02) uma análise sobre as práticas adotadas na empresa e as recomendações para novas práticas. 68 Tema Marketing de Relacionamento Customer Relationship Management Customer Relationship Management Gestão de Clientes Tabela 23 – Análise de práticas adotadas vs. recomendações Descrição Práticas Adotadas Recomendações - extremamente importante; - Capacitação de pessoal; O Relacionamento com o - preparação para suprir necessidades; - Estimular a construção de laços; Cliente. - acompanhamento no tratamento. - Monitoramento dos resultados obtidos. - Programa de CRM interagindo com o cliente - clientes de convênio: visitas, brindes, via AF; As práticas de Relacionamento promoções e descontos; - Identificação de determinados clientes com o Cliente. - cliente avulso: nenhuma prática dentro das empresas conveniadas que por adotada em toda a rede. ventura ainda não são clientes da empresa, e iniciar processo de atração. - Envio de materiais específicos aos consumidores, de assuntos personalizados de acordo com o perfil do cliente; - Visitas da diretoria aos clientes mais - Criação de eventos para grupos de O relacionamento com clientes importantes de convênio; patologias de risco, como: diabetes, de convênio e clientes sem Participação em eventos da hipertensão, osteoporose, etc.; vínculo. comunidade; - Retorno aos clientes sobre as compras - Palestras em comunidades de risco. efetuadas através do cadastro atualizado e completo, o que estimula a compra por este modelo de venda, gerando resultados mais confiáveis. - capacitação de pessoal; - permite cadastro de clientes; - explorar as funcionalidades do programa em O sistema de vendas como - permite verificação de vendas; totalidade; ferramenta de apoio. - há dificuldade dos colaboradores. - campanha para cadastro de clientes em larga escala. - capacitação de pessoal; - cadastro apenas para clientes da tele- - incentivo ao cadastro correto, tanto para Cadastro e monitoramento de entrega; clientes e consumidores; clientes. - dificuldade de informações; - melhor utilização d o programa, através de - acesso às vendas de cada cliente. relatórios de venda. - clientes reativos ao acesso às - capacitação de pessoal; compras; - esclarecimento sobre as vantagens do Atendimento personalizado por - cliente com sentimento de vantagem programa; ferramentas de TI. sobre outros clientes; - estimulo ao pensamento “cliente ser - processo mecanizado. especial”. - foco em um macro-objetivo: retenção de qualidade; Objetivos da empresa para o clientes através da satisfação; - rentabilidade; relacionamento com cliente. - acompanhamento do desdobramento deste - melhorias de capacitação e estrutura. macro-objetivo; - Marca; - Intensificar o poder da marca nos clientes; Atendimento como diferencial Seriedade e ética; Tornar-se referência em bom competitivo. - Estrutura de back Office e lojas. relacionamento com o cliente. - Capacitação de pessoal, explicando que o - existe o compromisso, mas sem compromisso com o cliente não se baseia Compromisso com o cliente. disseminação total; somente em resolver problemas; - foco em problemas. Disseminar este compromisso constantemente. - Capacitação de pessoal, abordando a - falta empatia; Farmácia Nova, 100% cliente. empatia no atendimento ao cliente como - foco em problemas. ponto importante; - Aumentar a participação no cliente; Ofertas aos clientes: Share of - montagem por negociação; - Aumentar o número de produtos diversos customer - respeito à necessidade do cliente; em promoção nas lojas. - praticamente 100% dos recursos são - diferenciação; Investindo em clientes antigos. aplicados na captação de novos - estrutura aos colaboradores; clientes. - benefícios aos clientes antigos. - Capacitação de pessoal, melhorando a - foco no atendimento ao cliente; qualidade no atendimento ao cliente; Atendimento ao cliente. - contrariedade à “guerra de preços”. - Personalização do atendimento, buscando a satisfação e retenção. 69 Gestão de Clientes Gestão de Clientes - focar no relacionamento com o cliente, absorvendo um número grande de clientes que não são atendidos nesta área; - intensificar ações de associativismo, visando melhores preços, sem necessidade de diminuir margem de preço. - Intensificar o bom atendimento e o relacionamento com o cliente, excluindo a necessidade de baixar preços; - focar a p restação de serviços nos clientes que realmente proporcionam retorno à empresa. - atenção especial aos clientes, com comunicações direcionadas; - antecipação às necessidades. - atenção às necessidades assistenciais; - incentivo ao uso correto e racional de medicamentos; - acompanhamento do tratamento do cliente. - manutenção de práticas aplicadas anteriormente; - melhorias no relacionamento com os principais clientes; - captação de novos clientes em empresas com convênio firmado. - aumento na base de clientes de convênio; - prospecção de novas empresas para convênio; - mensurar retorno líquido das compras destes clientes. Superando a concorrência - necessidade de relacionamento com o cliente; - necessidade de melhores condições comerciais de compra em fornecedores. Diferenciais da concorrência. - preço baixo; - foco em classes baixas; - condições de pagamento exclusivas. O que o cliente espera da farmácia. - atenção; - compromisso; - respeito ao cliente. O farmacêutico no Relacionamento com o Cliente. - Esclarecimento; - Segurança na venda. Relacionamento com clientes de convênio. - Visitas; - serviços diferenciados; - condições especiais de pagamento. O retorno proporcionado pelos clientes de convênio. - custos com prazo de pagamento fazem com que diminua o Mark up de produtos vendidos em convênio; segurança de receita gera diferenciação. Avaliando clientes. - Não existe prática de verificação da fidelidade. - Retorno da pesquisa de satisfação do cliente; - Controle da frequência de compra dos clientes integrados no banco de dados. - Prática nova em apenas uma loja; - Ações sem controle e periodicidade. - Explorar as práticas em todas as lojas; - Controlar as ações que são feitas com os clientes; - Iniciação do programa de relacionamento com o cliente alinhado à AF. Praticando clientes. a a fidelidade dos retenção de Fonte: do autor. O Marketing de Relacionamento deve fazer com que as pessoas estejam abraçando o programa de relacionamento com o cliente, através de treinamentos, estímulos para novos relacionamentos e o monitoramento sobre os resultados que já foram obtidos servem como alicerce para alavancar o relacionamento com os clientes. Como já foi tratado anteriormente, é necessário identificar novos clientes para a empresa, e então identificar quais podem vir a participar do estágio inicial do programa de relacionamento. Estes clientes devem receber um tratamento diferenciado de acordo com as suas necessidades, e devem também ser ouvidos, apresentando uma visão diferenciada sobre os principais pontos do relacionamento da empresa com o cliente. O programa de relacionamento deve ter as suas funcionalidades exploradas da melhor forma, recebendo o maior número de registros de clientes. Para incentivo 70 do registro destes clientes, é indicado realizar uma campanha de disseminação, primeiramente no público interno e posteriormente para os clientes em geral. As vantagens do programa de relacionamento, tendo como diferencial o cliente ser único para a empresa e o tratamento diferenciado, deve ser exposto para todos, a fim de mostrar o quanto é importante para todas as partes interessadas da empresa este programa. Como a empresa é tradicional, deve-se intensificar o poder da marca perante os consumidores, e tornar a empresa modelo em relacionamento com os clientes no setor farmacêutico. Além disso, é de extrema importância definir um macro-objetivo para o relacionamento com o cliente, e focar todas as atenções nesta meta. O gerenciamento dos clientes como joia da empresa é essencial, visto que no organograma e na política interna ele é tratado como principal parte interessada e mola mestra do negócio. Os colaboradores devem estar treinados para tanto, observando sempre que o compromisso com o cliente não é apenas resolver apenas os seus problemas. É necessário sim atender o cliente usando da empatia, ou seja, como se gostaria de ser atendido. Muitos autores escrevem sobre a participação no cliente, e não a participação no mercado, o que faz todo o sentido. É vantajoso para a empresa participar mais das decisões de compra do cliente, oferecendo o maior número possível de opções de compra, dentro da legislação farmacêutica vigente no Brasil, que não permite a comercialização de uma série de produtos tratados como não co-relatos. Os clientes antigos devem ser beneficiados pela empresa através de um tratamento diferenciado e vantagens direcionadas, buscando a diferenciação da empresa sobre a concorrência e a diferenciação destes clientes sobre clientes. Poucas farmácias possuem um programa especifico e funcional de relacionamento com o cliente, o que apresenta chances de absorver uma fatia valiosa do mercado, onde estão aqueles clientes que esperam por uma empresa que lhes ofereça atenção, e deixando de lado assim o foco no preço baixo. Neste programa específico, onde pode se destacar o incentivo ao uso racional de medicamentos, os clientes têm a disposição profissionais focados em oferecer o melhor para a saúde dele, e, além disso, prestar uma assessoria de qualidade, antecipando-se às suas necessidades. 71 É importante, no entanto, que se observe, através de indicadores, o retorno que este cliente está proporcionando para a empresa, bem como a sua satisfação quanto ao atendimento, ao programa, à empresa no geral. É necessário iniciar a utilização de indicadores de desempenho relacionados ao CRM na empresa, onde devem ser verificados, por exemplo, os seguintes resultados: Nível de satisfação dos clientes; Principais clientes da empresa; Os clientes de maior retorno para a empresa durante o período; Satisfação dos clientes sobre as atividades de relacionamento; Participação de mercado; Participação nas compras dos clientes; Valor de mídia investido em clientes da base; Valor de mídia investido em novos clientes; Fidelidade dos clientes; Valor médio de compra de clientes via CRM; N° de abordagens com clientes pertencentes ao programa vs. N° de assertividade em venda para estes clientes; Tempo médio de espera em loja; Tempo médio de espera ao telefone. Através do processo de implantação correto, seguindo as recomendações feitas de acordo com referencial teórico e as práticas existentes, utilizando uma coleta de informações relevantes e dos indicadores relacionados ao processo de venda e pós-venda, será possível mensurar a aceitação do programa de CRM e o resultado sobre o investimento realizado, objetivando assim o sucesso da Farmanova frente aos concorrentes. Então, torna-se perceptível uma estratégia efetiva para relacionamento com os clientes, deixando de executar ações pulverizadas para o público em geral. 72 REFERÊNCIAS ALVES, Joemar Braga. Gestão de Clientes: A arte da conquista e manutenção do cliente. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. BRAMBILLA, Flávio Régio. A Importância do Banco de Dados de Cliente para Efetividade do Customer Relationship Management (CRM): Um Estudo de Caso no Segmento B2B. In: XXV SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Brasília/DF, 22 a 24 de outubro de 2008. Anais..., ANPAD, p.1-12, 2008b. 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Como fazer monografia na prática – Rio de Janeiro: FGV, 2003. 75 ANEXOS 76 Anexo A – Ata de Orientação ATA DE ORIENTAÇÃO DA PRÁTICA ORGANIZACIONAL TCC II Orientador: FLÁVIO RÉGIO BRAMBILLA Nome do acadêmico: DIEGO COSTA DA SILVA Datas: 19 e 23/03/09, 9, 14 e 23/04/09, 5, 6, 7, 14, 19, 21 e 28/05/09 e 4, 9, 12, 16, 18, 25 e 30/06/09. ORIENTAÇÃO Março/09 Sugestões para o aprofundamento da pesquisa bibliográfica. Sugestões de pesquisa sobre Call Center, CIC e Atenção Farmacêutica. Revisão de objetivos e metodologia de pesquisa. Abril/09 Revisão da fundamentação teórica Maio/09 Sugestões de alterações e complementos no conteúdo. Conceituar os termos utilizados no trabalho. Junho/09 Revisão da análise dos Correções a serem feitas no trabalho teórico. Esclarecimento de dúvidas quanto à estruturação final do trabalho. Autorizo o acadêmico a encaminhar o TCC para banca examinadora. Assinatura do Orientador: Assinatura do formando: Semestre 2009/1