Unidade 4 Limites Limites de funções O conceito de Limite é importante na construção de muitos outros conceitos no cálculo diferencial e integral, por exemplo, as noções de derivada e de integral que serão abordados nos capítulos 4 e 5, que são os suportes de toda a construção das variáveis físicas, além da importância no cálculo de área e volumes. A Noção de limite A noção de limite fornece um caminho preciso para distinguir o comportamento de algumas funções que variam continuamente e o comportamento de outras funções que podem variar independente do modo como se controla as variáveis. É com base nisso, que pretendemos apresentar a você uma noção intuitiva de limite para que você possa observar o que ocorre com a função f ( x) , intuitivamente, quando x tende para um número real a ou quando x tende para mais ou menos infinito. Usaremos limites, por exemplo, para definir retas tangentes e gráficos de funções. Essa aplicação geométrica nos leva ao importante conceito de derivada de uma função que investigaremos, com detalhes, no Capitulo 4. Dada uma função f , você quer saber o que ocorre com os valores f ( x) , quando a variável x se aproxima de um ponto a . Para você entender isto melhor, considere a função f definida pela expressão abaixo: f ( x) = (3 x + 2)( x − 1) . ( x − 1) A função f está definida para todo x real exceto x = 1 . Assim, se x ≠ 1 , o numerador e o denominador de f podem ser divididos por ( x − 1) e você obtém f ( x ) = 3 x + 2, para x ≠ 1 . Vamos estudar juntos os valores da função f ( x) , quanto x estiver próximo de 1, mas não é igual a 1. Primeiro, vamos considerar valores de x cada vez mais 2 próximo de 1, com x < 1 e observarmos o que está acontecendo com f ( x) , conforme o quadro abaixo: 0 x <1 f ( x) = 3x + 2 2 0,25 0,5 2,75 3,5 0,75 4,25 0,9 4,70 0,99 4,97 0,999 4,997 0,9999 4,9997 0,99999 4,99997 Agora, vamos considerar que a variável x aproxima-se cada vez mais de 1, com x > 1 e observar o que está acontecendo com f ( x) : 2 1,75 x >1 f ( x) = 3 x + 2 8 7,25 1,5 6,5 1,25 5,75 1,1 5,30 1,01 5,03 1,001 5,003 1,00001 5,00003 Observamos, em ambas quadros, que quando x se aproxima cada vez mais de 1, a função f ( x) se aproxima cada vez mais de 5, em outras palavras, é possível obter o valor de f ( x) tão próximo de 5 quando desejarmos, desde que tomemos x suficientemente próximo de 1. Examine o gráfico de f ( x) abaixo. Figura 4.1 Para x cada vez mais próximo de 1, f ( x) aproxima-se de 5 e escreve-se a seguinte expressão: lim f ( x ) = lim(3 x + 2) = 5. x →1 x →1 Lê-se: O limite da função f ( x) quando x aproxima-se de 1 é 5, ou ainda, o limite de f ( x) quando x tende a 1 é 5. Isto significa dizer que o valor da expressão 3x + 2 cada vez mais aproxima-se de 5 a medida que os valores de x estão aproximando-se de 1. Quando x →1 , f ( x) → 5. Consideremos agora a função f definida pela expressão f ( x) = 3x + 1 , para x −1 x ≠ 1. Queremos saber o que ocorre com a função f ( x) quando x tende para 1 através de valores de x > 1 e o que ocorre com a função f ( x) quando x tende para 1 3 através de valores de x < 1 . Vejamos o que acontece com f ( x) no quadro abaixo, quando x tende para 1 através de valores de x > 1 . x >1 3 x +1 f ( x) = x −1 3 5 2 7 1,5 11 1,25 19 1,1 43 1,01 403 1,001 4003 1,0001 40003 ... ... Observamos que quando x tende para 1, através de valores de x > 1 ou pela direita de 1, a função f ( x) cresce indefinidamente ou a função f tende para + ∞ e pode-se dizer que o limite de f ( x) quando x tende a 1 pela direita é + ∞ , x → 1+ , f ( x) → +∞ e anota-se por lim+ f ( x ) = lim+ x →1 x →1 3 x +1 = +∞. x −1 Vejamos o que acontece com f ( x) no quadro abaixo, quando x tende para 1 através de valores de x < 1 . x <1 f ( x) = 3 x +1 x −1 −1 0 0,9 0,99 0,999 0,9999 ... 1 −1 −37 −397 −3997 −39997 ... Observamos que quando x tende a 1, através de valores de x < 1 ou pela esquerda de 1, os valores absolutos da função f ( x) crescem e são negativos ou a função f tende para −∞ e pode-se dizer que o limite de f ( x) quando x tende a 1 pela esquerda é −∞ , x → 1- , f ( x ) → −∞ e anota-se por lim f ( x ) = lim− x → 1− x →1 3 x +1 = −∞ . x −1 Apresentaremos agora a definição formal de limite de uma função. Definição. Seja I um intervalo qualquer, a ∈ I e f ( x ) uma função definida no intervalo I, (exceto eventualmente em a). Diz-se que o limite de f ( x ) quando x tende a a é L , e escrevese lim f ( x) = L, se para todo ε (epslon), ε > 0 , existe um x→a f ( x) − L < ε sempre que 0 < x − a < δ . Gráficamente, δ (delta), δ > 0 , tal que 4 Figura 4.2 Propriedades dos limites A seguir daremos algumas propriedades importantes do conceito de limite. Essas propriedades serão utilizadas freqüentemente no decorre do trabalho. P1 – Unicidade do limite Se lim f ( x) = b1 e lim f ( x) = b2 , então b1 = b2 . x→a x→a P2 – Se m e b são constantes quaisquer, então lim (m x + b) = m a + b . x→a P3 – Se c é uma constante, então para qualquer número a , lim c = c . x→a P4 – lim x = a . x→a P5 – O limite da soma ou diferença de duas funções é igual a soma ou diferença dos limites dessas funções, isto é, se lim f ( x) = b1 e lim g ( x) = b2 , x→a então x→a lim ( f ( x) ± g ( x) ) = b1 ± b2 . x →a Observação. Se lim f1 ( x) = b1 , lim f 2 ( x) = b2 , ..., lim f n ( x) = bn , x →a então x →a x →a lim ( f1 ( x) ± f 2 ( x) ± ... ± f n ( x) ) = b1 ± b2 ± ... ± bn . x →a 5 P6 – O limite do produto de duas funções é igual ao produto dos limites dessas funções, isto é, se lim f ( x) = b1 e lim g ( x) = b2 , x→a então x→a lim ( f ( x) ⋅ g ( x) ) = lim f ( x) ⋅ lim g ( x) = b1 ⋅ b2 . x →a x →a x →a Observação: P6 é válida para n -funções. P7 – Se lim f ( x) = b e n é qualquer inteiro, temos lim ( f ( x) ) = b n . n x →a x→a P8 – Se lim f ( x) = b1 e lim g ( x) = b2 e b2 ≠ 0 , então x→a x→a lim x→a f ( x) b f ( x) lim = x→a = 1. g ( x) lim g ( x) b2 x→a P9 – Se lim f ( x) = b , então x→a lim x→a n f ( x) = n lim f ( x) = n b . x→a Neste caso, é necessário que b seja ≥ 0 e n qualquer inteiro positivo, ou quando b < 0 n seja qualquer inteiro ímpar positivo. P10 – Se lim f ( x) = b então lim f ( x) = b . x→a x→a Exemplos. Use as propriedades e calcule os limites. (i) lim ( x 3 − 3 x + 1) . x →1 3 x 2 + 3x − 15 (ii) lim . x→2 x3 + 6 2 x + 5 2 ⋅ 3 + 5 11 (iii) lim = = . x →3 x − 1 3−1 2 3 x − 27 (iv) lim . x →3 x−3 x −1 (v) lim 2 x →1 x − 4 x + 3 Resolução: (i) lim ( x 3 − 3 x + 1) = ( −1) − 3 ( −1) + 1 3 x →1 = −1 + 3 + 1 = 3 6 (ii) lim x→2 3 x 2 + 3 x − 15 3 ⋅ 2 2 + 3 ⋅ 2 − 15 = x3 + 6 23 + 6 12 + 6 − 15 3 = 8+6 14 = (iii) (iv) lim x →3 2 x + 5 2 ⋅ 3 + 5 11 = = . x −1 3 −1 2 Neste caso, ( ) 2 x 3 − 27 ( x − 3) x + 3 x + 9 = = x2 + 3x + 9 x−3 ( x − 3) x3 − 27 ⇒ lim = lim x 2 + 3x + 9 x →3 x →3 x −3 = 32 + 3 ⋅ 3 + 9 ( ) = 27. (v) Neste caso, ( x − 1) x −1 1 = = 2 x − 4 x + 3 ( x − 1) ( x − 3) ( x − 3) ⇒ lim x →1 x −1 1 1 = lim =− . x − 4 x + 3 x →1 ( x − 3) 2 2 Exercícios propostos – 1 Calcular os seguintes limites 3 1+ x −1 1) lim . x →7 x 1 + 4 x −1 3) lim . x→2 x 5) lim x →0 2) 4) x+2 − 2 x −1 Respostas. 1) 1 . 7 2) 6) 1− 3 . 2 Limites Laterais a) Limite á direita 3) 1. 4) 15. x +1 − 3 − x x →0 x+2 4 x −1 lim x→2 x − 1 lim lim y →−2 y2 + 1 2 y2 − 7 y + 3 5) 0. 6) 1 . 5 7 ( ) Dizemos que b é o limite à direita de f ( x) no ponto x0 e escrevemos b = f x0+ = lim+ f ( x) x → x0 quando x → x0 para valores maiores que x0 . Figura 4.3 b) Limite á esquerda Dizemos que b é o limite à esquerda de ( ) = lim f ( x) quando x → x − 0 b= f x x → x0_ 0 no ponto para valores menores que x0 . Figura 4.4 Por exemplo, 1. f ( x) 2, se x > 1 f ( x) = −3, se x < 1 Figura 4.5 Temos lim− f ( x) = −3 x →1 e lim f ( x) = 2 x →1+ x0 e escrevemos 8 Observação: lim f ( x) = b existe se e somente se lim_ f ( x) = lim+ f ( x) . x → x0 2. x → x0 x → x0 x, se x ≤ 2 f ( x) = x + 1, se x > 2 Figura 4.6 Neste caso, lim f ( x) = lim− x = 2 x → 2− e x→2 lim f ( x) = lim+ ( x + 1) = 3 . x → 2+ x→2 Observação: A função não precisa estar definida no ponto x0 para que os limites laterais existam. 3. Seja f ( x) = x , existe lim f ( x ) ? x →0 x Temos x = 1, se x > 0 x x = x x = −1, se x < 0 − x Logo, lim f ( x) = −1 e lim+ f ( x) = 1 . x → 0− x →0 Como lim f ( x) ≠ lim+ f ( x) ⇒ ∃ lim f ( x) , x → 0− x ou seja, lim não existe. x →0 x x →0 x →0 9 Exercícios propostos – 2 Verificar se existe os limites seguintes: x3 − 1 1) Seja f ( x) = , ∃ lim f ( x) ? Resposta: não existe x →0 x −1 2) Seja f ( x) = x3 + 8 , ∃ lim f ( x) ? Resposta: não existe x→ 2 x −2 3) Seja f ( x) = x , ∃ lim f ( x) ? Resposta: não existe x→ 2 x + x2 4) Seja f ( x) = x2 , existe lim f ( x ) ? Resposta: não existe x →0 x Limites Infinitos e Limites no infinito a) Limites infinitos (i) lim f ( x) = ∞ ⇔ dado k > 0 arbitrário, existe em correspondência um número n > 0 tal x →∞ que ∀ x > n ⇒ f ( x) > k . Figura 4.7 (ii) lim f ( x) = −∞ ⇔ dado k > 0 arbitrário, existe em correspondência um número x →−∞ n > 0 tal que ∀ x < n ⇒ f ( x) < k . 10 (iii) lim f ( x) = ∞ ⇔ dado k > 0 arbitrário, existe em correspondência um número n > 0 x →−∞ tal que ∀ x < n ⇒ f ( x) > k . Figura 4.8 (iv) lim f ( x) = −∞ ⇔ dado k > 0 arbitrário, existe em correspondência um número n > 0 x →∞ tal que ∀ x > n ⇒ f ( x) < k . (v) lim f ( x) = +∞ ⇔ dado k > 0 arbitrário, existe em correspondência um número δ > 0 x→a tal que ∀ x temos x − a < δ ⇒ f ( x) > k , isto é, quando x → a , f ( x) assume valor que superam k > 0 . Figura 4.10 (vi) lim f ( x) = −∞ ⇔ dado ε > 0 arbitrário, existe em correspondência um número δ > 0 x→a tal que ∀ x temos x − a < δ ⇒ f ( x) < k . Figura 4.11 11 Símbolos de indeterminação – Há varias maneira de identificar uma indeterminação. As sete situações ou símbolos dados abaixo são utilizados para identificar uma inderminação. 0 , 0 ∞ , ∞ − ∞, 0 ⋅ ∞, 1∞ , ∞0 , ∞ ∞ . ∞ Observação: Seja c uma constante diferente de zero, então: c c lim = = ∞ ; (i) x →0 x 0 (ii) lim c ⋅ x = c ⋅ ∞ = ∞ ; x →∞ (iii) (iv) x ∞ = = ∞; c c c c lim = = 0 . x →∞ x ∞ lim x →∞ b) Limite no infinito Definição: Seja f uma função definida em um intervalo aberto (a, ∞) . Escrevemos lim f ( x) = L , x →∞ quando o número L satisfaz a seguinte condição: para qualquer ε > 0 , existe A > 0 tal que f ( x) − L < ε sempre que x > A . Definição: Seja f uma função definida em (−∞, b) . Escrevemos lim f ( x) = L , x →−∞ se L satisfaz a seguinte condição: para qualquer ε > 0 , existe B < 0 tal que f ( x) − L < ε sempre que x < B . Observações a) As propriedades dos limites dadas inicialmente de P1 a P10 permanecem inalteradas quando substituímos x → a para x → ∞ ou x → −∞ . b) O resultado abaixo é muito importante para calcular limites, isto é, se n é um inteiro positivo, então: 1 (i) lim n = 0 ; x →∞ x 1 (ii) lim n = 0 . x →−∞ x c) É importante notar que 12 lim+ x→0 1 = +∞ xn e lim− x→0 1 +∞, se n é par = x n −∞, se n é ímpar, onde n é um número inteiro positivo qualquer. c) Limites importantes 1- Seja f ( x) = P ( x) = a0 x n + a1 x n −1 + ... + an , a0 ≠ 0 : Quando x → c , então (i) lim P ( x) = P (c) . x →c Por exemplo, lim 3x − 1 = 3 ⋅13 − 1 = 3 − 1 = 2. 3 x →1 Quando x → ±∞ , neste caso calculamos inicialmente para x → +∞ , (ii) a x n −1 a lim P ( x) = lim a0 x n 1 + 1 n + ... + n n x →+∞ x →+∞ a0 x a0 x a x n−1 a = lim a0 x n ⋅ lim 1 + 1 n + ... + n n x →∞ x →+∞ a0 x a0 x ( ) ( ) = lim ( a x ) = lim a0 x n ⋅ [1 + 0 + 0 + ... + 0] x →∞ n x →∞ 0 = lim P ( x). x →∞ Assim, lim a0 x será +∞ ou −∞ , dependendo do sinal do a0 e também de n , inteiro n x →∞ seja par ou ímpar. Agora, analisando quando x → −∞ vem lim a0 x n também será +∞ ou −∞ . x →−∞ Por exemplo, ( ) (i) lim 2 x 2 + x − 1 = lim 2 x 2 = +∞ ; (ii) lim 4 x + x + x − 10 = lim 4 x 4 = +∞ ; (iii) (iv) x →∞ 4 x →∞ 3 x →−∞ x →−∞ ( ) lim − x + x + 7 = lim − x 3 = +∞ ; 3 x →−∞ ( 2 ) x →−∞ lim x5 − 3 x 2 + 5 x = lim x 5 = −∞ . x →−∞ x →−∞ 13 d) Limite de uma função racional Seja f ( x) = (i) P ( x) , Q ( x) ≠ 0 ∀x , onde P ( x) e Q ( x) são polinômios em x . Q( x) Quando x → c , então lim x →c P ( x ) P (c ) = , Q (c ) ≠ 0 , Q ( x) Q (c ) P( x) = ∞. Q( x) quando Q (c) = 0 ⇒ lim x→c Por exemplo, x3 + 1 13 + 1 1 + 1 2 1 lim 2 = 2 = = = . x →1 x + 3 1 + 3 1+ 3 4 2 (ii) Quando x → ± ∞ . Analisamos inicialmente, quando x → + ∞ . Temos lim x →+∞ a x n + a x n −1 + ... + an P ( x) = lim 0 m 1 m −1 Q( x) x →+∞ b0 x + b1 x + ... + bm a x n−1 a a0 x n 1 + 1 n + ... + n n a0 x a0 x = lim . m −1 x →∞ b b x b0 x m 1 + 1 m + ... + mm b0 x b0 x Como a x n −1 a lim 1 + 1 n + ... + n n x →∞ a0 x a0 x =1 e b x m−1 b lim 1 + 1 m + ... + mm = 1 , x →∞ b0 x b0 x então lim x →+∞ a xn a P ( x) = lim 0 m = lim 0 x n− m , x →∞ b Q ( x) x →+∞ b0 x 0 isto é, o limite da função racional f ( x) é dado pelo limite da razão dos termos de maior grau dos polinômios P ( x) e Q ( x) . Agora, analisando quando x → −∞ temos P ( x) a0 n − m lim = x . x →−∞ Q ( x ) b0 Por exemplo, 14 (i) (ii) (iii) 2x2 + 1 2x2 2 2 = lim = lim = . 2 2 x →∞ 5 x − 3 x →∞ 5 x x →∞ 5 5 2 2 x x 1 lim = lim 3 = lim = 0 . x →−∞ x 3 + 1 x →−∞ x x →−∞ x x2 + 1 x2 x lim = lim = lim = ∞ . x →∞ x →∞ x →∞ 2x 2x 2 lim A seguir apresentaremos alguns exemplos de calculo de limite. Exemplo. Determinar lim x →∞ 2x − 5 . x +8 ∞ Resolução: Neste caso, temos uma indeterminação do tipo . Temos ∞ 2x − 5 2x − 5 lim = lim x x →∞ x + 8 x →∞ x + 8 x 5 2− 2−0 x = lim = = 2. x →∞ 8 1+ 0 1 + x Exemplo. Calcular lim x →−∞ 2 x3 − 3x + 5 . 4 x5 − 2 Resolução: 2 x3 − 3x + 5 2 x − 3x + 5 x5 lim = lim x →−∞ x →−∞ 4 x5 − 2 4 x5 − 2 x5 2 3 5 − 4+ 5 2 x x = 0 − 0 + 0 = 0. = lim x x →∞ 2 4−0 4− 5 x 3 Exemplo. Determinar x 2 + 3x + 1 (i) lim 2 . x → 2+ x + x − 6 x2 + 3x + 1 (ii) lim− 2 . x→ 2 x + x − 6 x 2 + 3x + 1 lim 2 . (iii) x→2 x + x − 6 15 Resolução: (i) x 2 + 3x + 1 x 2 + 3x + 1 = lim+ lim+ 2 , quando x → 2 + ⇒ x − 2 → 0 + x→ 2 x + x − 6 x → 2 ( x − 2 )( x + 3 ) = (ii) lim− x→ 2 x 2 + 3x + 1 x 2 + 3x + 1 = lim , quando x → 2 − ⇒ x − 2 → 0 − 2 + 2 x → x + x−6 ( x − 2 )( x + 3) = (iii) 4 + 6 + 1 11 = + = ∞. 0+ ⋅ 5 0 4 + 6 + 1 11 = − = − ∞. 0− ⋅ 5 0 Conforme (i) e (ii), podemos concluir que x 2 + 3x + 1 lim 2 não existe. x→2 x + x − 6 Observação. Muitas vezes, calculamos o limite de uma maneira formal, escrevemos que lim x→2 x 2 + 3x + 1 =∞, x2 + x − 6 sem nos preocuparmos com o sinal, o que devemos cuidar, ou seja estamos considerando uma coisa que não existe. Exemplo. Determinar lim x →−∞ 2x + 5 2 x2 − 5 . Resolução: Como no exemplo anterior, dividimos numerador e denominador por x . Neste caso, temos x → − ∞ , os valores de x podem ser considerados negativos. Então, para o denominador, tomamos x = − x 2 . Sabemos que x, se x > 0 x = . − x, se x < 0 Neste caso, também x 2 , se x > 0 . x= − x 2 , se x < 0 Então, temos 16 2x + 5 lim 2x − 5 x →−∞ 2 lim 2 + x →−∞ = 5 x 5 lim − 2 − 2 x →−∞ x 2+0 2 = = =− 2 − 2−0 − 2 Exercícios propostos – 3 Determinar os seguintes limites: 2 x3 + 5 1) lim 2 . 2) x →∞ 5 x + 7 x + 4 ( ) 3) lim 3x 5 − 4 x3 + 1 . 5) lim 7) lim 9) lim x →∞ x →1 4) −5 x + 2 . x−7 6) 5 − x3 . x →∞ 8 x + 2 x →∞ 8) 4 x3 + x 2 + 3x − 1 −3 ( x − 2 ) ( x + 4 ) 2 1 lim x3 + x + 2 . x →∞ x 4 3 3x − 2 x + 7 x + 5 lim 3 . x →∞ x + 3 x 2 − 5 x 4 + 8 x + 4 x2 + 3 lim . x →∞ x + 2 lim x →∞ 2 x 4 + 3x 2 + 2 x + 1 . 4 x − x 4 + 2 x3 − 7 x 6 + 1 . Resposta. 1) ∞ . 2) Zero. 3) ∞ . 6) ∞ 7) −∞ . 8) Zero. 3 4) − . 5 4 9) − 3 5) Continuidade de uma função Definição. Uma função f é contínua em um ponto a ∈ D ( f ) se (i) (ii) existe lim f ( x ) . x→a lim f ( x ) = f ( a ) . x →a Condições de continuidade −1 . 2 17 (i) f ( a ) existe para a ∈ D ( f ) ; (ii) ∃ lim f ( x ) , isto é, lim+ f ( x ) = lim f ( x ) ; (iii) lim f ( x ) = f ( a ) . x→a x →a − x→ a x →a Conseqüências (i) Um ponto " a " em que f ( x ) é chamado ponto de continuidade de f ( x ) ; (ii) A função f ( x ) é contínua em um intervalo [ a, b] se é contínua em todos os pontos do intervalo; Um ponto que não satisfaz a condição de continuidade chama-se ponto de descontinuidade. f , Se f e g são duas funções contínuas em a , então f + g , f − g , f ⋅ g , g g ( a ) ≠ 0 também são contínuas em a . Uma função polinomial é contínua em todos os pontos de seu domínio. Uma função racional é contínua em todos os pontos de seu domínio. (iii) (iv) (v) (vi) Exemplos. Examinar a continuidade das funções abaixo indicados nos pontos e analisar o gráfico. x (i) g ( x) = no ponto x = 0 . x x − 1, se x ≤ 3 f ( x) = (ii) no ponto x = 3 . 4, se x > 3 Resolução: (i) Observe que 0 ∉ D ( f ) lim+ x→0 Logo, x x = lim+ x →0 x −x x = 1 e lim− = lim− = −1 x→0 x x →0 x x ∃ lim f ( x ) . x →0 Figura 4.12 18 Logo, f ( x ) é descontínua no ponto x = 0 . (ii) A função f ( x) é descontínua no ponto x = 3, pois, lim f ( x ) = lim− ( x − 1) = 3 − 1 = 2 e lim+ f ( x ) = lim+ 4 = 4 , logo não existe lim f ( x) . x → 3− x →3 x →3 x →3 x →3 Observe que f (3) = 3 − 1 = 2 , mas isto não é suficiente para a continuidade de f ( x) . Seria necessário que se tivesse lim f ( x) = f (3) o que jamais poderia ocorrer visto que x →3 não existe lim f ( x) . Veja o gráfico de f ( x) abaixo. x →3 y 4 2 -1 0 3 x -2 Figura 4.13 Definição Uma função f é contínua no conjunto X se f é contínua em todos os pontos de X. Por exemplo, a função f ( x) = an x n + an −1 x n −1 + ... + a1 x + a0 , é continua em todos os pontos x ∈ R . Exercícios propostos – 4 1) Seja a função f ( x) definida por x + 3, se x ≥ 1 f ( x) = 3 − k , se x < 1 Determinar o valor da constante k tal que a função f ( x) seja contínua no ponto x = 1 . 2) Seja x 2 + 1, se x > 2 f ( x ) = 5, se x = 2 7 x − 9, se x < 2 Verificar se f ( x) é contínua em x = 2 . 19 3) Verificar se a função f definida por x 2 − x, se x < −3 f ( x) = x 3 + 2, se x > −3 4, se x = −3 é contínua no ponto x = −3 . 4) Seja x − 1, se x < 3 f ( x) = 5, se x = 3 8 − x, se x > 3 Verifique se f ( x) é contínua em x = 3 . 5) Determinar o valor de k de modo que a função f ( x) definida por 4x se x ≠ 0 e , f ( x) = 3 k − 7, se x = 0 seja contínua em x = 0 . RESPOSTAS: 1) k = −1 . 2) Sim, f ( x) é contínua em x = 2 . 3) A função dada não é contínua em x = −3 . 4) A função f ( x) não é contínua em x = 3 . 5) A função f ( x) será contínua em x = 0 usando k = 2 .