POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS NO BRASIL

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POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS NO BRASIL: ENTRE O
DESENVOLVIMENTO RURAL E A AMPLIAÇÃO DA QUESTÃO AGRÁRIA
Jorge Montenegro-UFPR
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Quilombolas, faxinalenses, caiçaras, quebradeiras de coco babaçu, cipozeiras, seringueiros, ilhéus... a lista de povos e
comunidades tradiciones no Brasil não pára de aumentar nos últimos anos. A visibilização de grupos
sociais mediante políticas públicas (a Política Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais foi
instituida no país em fevereiro de 2007) e a exigência de políticas públicas específicas para grupos
sociais cada vez mais organizados formam parte de um processo dinâmico que se retroalimenta e que
aponta, por um lado, para a emergência de grupos que se encontravam marginados, e por outro lado,
para os limites das políticas públicas de desenvolvimento rural habituais. Esses povos e comunidades
no processo de seu autoreconhecimento não demandam apenas a regularização da propriedade sobre a
terra que ocupam, a preservação de seus recursos naturais ou a integração parcial em políticas de
assistência social que os integram precariamente, as reivindicações ganhan força no contexto da disputa
por cada uma das múltiplas dimensões do território em que vivem. Nosso trabalho se centra na análise
das políticas de desenvolvimento rural propostas para o meio rural (com seu projeto de expansão da
lógica do capital no campo, amarradas a uma ideia homogeneizadora, moderna, ocidental e capitalista
de desenvolvimento) em relação às reivindicações dos povos e comunidades tradicionis que com sua
articulação peculiar entre a tradição, a negação de projetos que hoje não mais os representam e a
afirmação de estratégias que lhes permitam pensar en alternativas para continuar existiendo questionam
a ideia (im)posta de desenvolvimento e oferecem novas possibilidades de releitura para a questão
agrária no Brasil.
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