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SECRETARIA DE ESTADO DA
EDUCAÇÃO
SERVIÇO DE ATENDIMENTO À
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Nome:_________________________________ Ano: _______ Data: __ / __ / 2017
Disciplina: Sociologia
Professor: Ramon de Oliveira Bieco Braga
Visto:_______
A luta de terra e os movimentos sociais
Os movimentos sociais apresentam-se ao longo da História de diversas
maneiras
e
por
diversos
motivos,
mas,
como
se
verá
em
seguida,
há algumas características em comum a todos eles, por exemplo: em
todo movimento social há um princípio norteador.
Trata-se de um projeto construído coletivamente, na maioria das vezes
buscando a solução de um problema, a transformação de uma situação, ou ainda, o
retorno a uma situação anterior, na qual os indivíduos entendem que havia uma
melhor condição para suas vidas.
Os tipos de projetos dos movimentos sociais variam, principalmente, a partir
do posicionamento quanto a características do status quo. Alguns movimentos
ligados à luta por terra e por moradia podem pôr em dúvida a própria lógica do
sistema social, questionando, por exemplo, a forma da propriedade e de distribuição
da riqueza social.
Outros movimentos sociais, como o feminista, os de juventude, os étnicos,
podem pretender, primeiramente, modificar valores e comportamentos sociais. É o
que ocorre quando movimentos sociais feministas “pedem” tratamento igual para as
mulheres no mercado de trabalho, mesmo sem questionar, exatamente, o trabalho
assalariado como forma de exploração do trabalho.
Para uma melhor compreensão do que está sendo dito acima podemos usar
como exemplo as reivindicações do Movimento dos Trabalhadores Rurais SemTerra (MST). Este tem como projeto a realização da reforma agrária que significa o
fim dos latifúndios e a possibilidade da existência de pequenas propriedades rurais,
nas quais os menos favorecidos, nesta sociedade capitalista, poderiam estabelecerse de forma a criarem seu sustento através de uma agricultura de subsistência ou
organizada em cooperativas.
É importante salientar que a questão da terra no Brasil sempre foi uma das
bandeiras dos movimentos sociais, pois em nossa estrutura agrária a concentração
de terras e a existência de latifúndios estão presentes desde o início de nossa
colonização. Isto porque nossa formação social deu-se em dependência de outros
países, conseqüentemente, nossa produção agrária também.
Para elucidar o que estamos dizendo, podemos citar a criação das
Capitanias Hereditárias — cuja produção era destinada ao mercado português; um
exemplo disso na atualidade é a produção da soja e da laranja que também é
destinada ao mercado internacional.
Assim,
temos como característica
estruturante
em nosso país,
a
subordinação de parte importante da produção agrícola a uma produção em larga
escala e às necessidades do exterior, o que leva a um modelo baseado na utilização
de grandes propriedades rurais, produzindo uma pequena variedade de produtos.
Podemos ter uma maior clareza desse processo no Brasil quando utilizamos
algumas informações obtidas a partir dos dados cadastrais do INCRA (Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de 1992, a partir dos quais fca claro
que a concentração de terra no Brasil só tem aumentado. Conforme podemos
observar no gráfico abaixo, desde a década de 1960, vem aumentando a porção de
terras abarcadas pelas propriedades com mais de 1000 hectares e, em
contrapartida, diminuindo aquela ocupada pelas propriedades com menos de 100
hectares. Para facilitar a visualização da imensidão de terras de que estamos
tratando, cada 1 hectare equivale a 10.000 m².
SEEDPR – Secretaria de Estado de Educação do Paraná. Sociologia. Curitiba:
SEED-PR, 2006. p.225-226.
Exercícios de Fixação
1. O que aconteceu no período de 1972 a 1978 que acelerou a concentração
fundiária brasileira? Isto ocorreu em todas as regiões? Por quê?
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2. Quais as conseqüências sociais desse processo no campo e nas cidades?
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