Pirâmide Etária Brasileira Os dados do Censo 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que, no máximo 40 anos, a pirâmide etária brasileira será semelhante à da França atual. O país terá taxa de natalidade mais baixa e, com isso, média de idade maior. Há 50 anos, o país tinha o mesmo perfil etário do continente africano hoje: muitos jovens e crianças. Desde então, a população do país cresce em ritmo cada vez mais lento. De acordo com o IBGE, a expansão demográfica média anual foi de apenas 1,17% nos últimos dez anos, ante 1,64% na década anterior. Nos anos 60, era de 2,89%. A projeção oficial da população do IBGE cravou 201.032.714 de pessoas vivendo no país em 2013. Eram 199.242.462 no ano passado. A partir de 2043, o país sofrerá um declínio de população, que terá prováveis implicações na economia com menos pessoas para produzir e gerar renda. A redução da população será acompanhada de um acelerado envelhecimento. O grupo de mais de 65 anos será mais de um quarto (26,7%) dos brasileiros em 2060. Hoje, representa 7,4%. O IBGE atribui o aumento do número de idosos à maior expectativa de vida e especialmente à queda da taxa de natalidade. Em 2013, a taxa de fecundidade ficou em 1,77 filho por mulher – em 2000, estava em 2,39 filhos. Desde 2007, o índice já é menor do que o necessário para repor a população – já que um casal tem de ter, ao menos, duas crianças para “substituí-los”. Por trás desse novo perfil, está a mudança do papel da mulher, sua maior inserção no mercado de trabalho e o aumento da sua escolaridade. O Brasil terá de enfrentar em curto prazo os problemas causados pela queda populacional, que já ocorre em muitos países. Um país que perde população é uma sociedade em decadência. Há perda de poder econômico, menos pessoas em idade para trabalhar, para pagar impostos e para manter a Previdência dos mais velhos. No entanto, o envelhecimento da população não é “ruim”, mas, sim, “algo se comemorar”. As pessoas estão vivendo mais e isso é uma boa notícia. A mudança demanda ações de governo e da sociedade. Vamos precisar ampliar os serviços e os cuidados à população idosa. Ao mesmo tempo, serão menos necessários os serviços para as crianças. O país vive agora o chamado bônus demográfico: quando a população em idade ativa (de 15 a 65 anos) é maior do que a de crianças e idosos, dependentes do sustento desse outro grupo. O país deve aproveitar esse período para investir em formação e treinamento do jovem para aumentar a produtividade. O país deve começar a se preparar para as transformações que já acontecem em países como a França. Temos a oportunidade de antecipar discussões como a da reforma da Previdência. Com um número de pessoas em idade ativa menor do que o de idosos, a solvência do sistema ficará ameaçada. Porém, até atingir esse estágio, o país será beneficiado pelo chamado “bônus demográfico”, caracterizado pela maior presença de adultos na sociedade. O predomínio da população produtiva vai dar condições de minimizar o impacto do envelhecimento nas contas públicas. A redução do número de crianças deve permitir ao país melhorar acesso e qualidade da educação sem aumentar muito os investimentos. Haverá também transformações no mercado de produtos e serviços. Com mais adultos e idosos, são esperadas mudanças nos serviços de saúde, na construção civil e até em lazer. O país vai ter cada vez mais idosos levando vida ativa. A economia vai ter que se adaptar às novas necessidades de consumo dessa população. Fonte: Envelhecimento no Brasil – Cidadania & Cultura (https://fernandonogueiracosta.wordpress.com)