Empresas perdem R$ 219 bi no mercado

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Infoglobo ­ O Globo ­ 19 mai 2017 ­ Empresas perdem R$ 219 bi no mercado
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O Globo ANA PAULA RIBEIRO JANAÍNA FIGUEIREDO * [email protected]
Empresas perdem R$ 219 bi no
mercado
Crise no Brasil derruba mercados emergentes. Peso argentino cai 2,95%
­SÃO PAULO, BUENOS AIRES, CHICAGO E NOVA YORK­ Com a forte queda das ações, as empresas listadas na
Bolsa tiveram perda de R$ 219 bilhões em seu valor de mercado só ontem, segundo levantamento da
Economática. Essa perda é mais do que vale a Petrobras.
NELSON ALMEIDA/AFP
No vermelho. Painel da Bolsa de São Paulo mostra queda generalizada
Para Adeodato Volpi Netto, estrategista­chefe da Eleven Financial, mudou a percepção de risco em relação ao
Brasil, já que, com a crise institucional instalada, não há condições de aprovação das reformas.
— O mercado está reagindo na proporção do estrago institucional que foi feito. Isso mudou a percepção de
risco — disse, acrescentando que, na sua opinião, a situação só voltará ao normal após a saída do presidente
Michel Temer.
JUROS FUTUROS DISPARAM
Sem perspectiva de aprovação de reformas, a previsão do mercado agora é que os juros básicos da economia
vão cair mais devagar. Com isso, as taxas futuras negociadas no mercado tiveram fortes ajustes ontem. Os
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contratos com vencimento em janeiro de 2018 fecharam a 10,075%, ante 9% na véspera. Os de janeiro de
2019 subiram de 8,85% para 10,41% e os de janeiro de 2021, para 11,39%, ante 9,60%.
A reviravolta política no Brasil teve impacto nos mercados emergentes, com perdas em fundos globais. Na
Argentina, o peso caiu 2,5%, e a província de Buenos Aires cancelou uma emissão de bônus prevista para hoje.
As cotações de matérias­primas agrícolas na Bolsa de Chicago também caíram com força, também por causa do
Brasil.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, estava encerrando uma visita oficial à China e iniciando outra ao
Japão quando O GLOBO revelou a delação da JBS. A crise brasileira obrigou o chefe de Estado e sua delegação a
ativarem um canal permanente de consultas com o embaixador da Argentina no Brasil, Carlos Magariños, para
acompanhar e entender o que está acontecendo no principal sócio estratégico da Casa Rosada. Macri, disseram
fontes da comitiva oficial, “ficou preocupado” e discutiu a crise brasileira com seus assessores. Cerca de 40% das
exportações argentinas são vendidas para o mercado brasileiro.
COTAÇÕES AGRÍCOLAS RECUAM
No mercado financeiro argentino, o impacto foi forte: o dólar superou a barreira dos 16 pesos, e a Bolsa de
Buenos Aires fechou em queda de 2,95%.
— Toda a crise brasileira afetará a chegada de investimentos ao país, o crescimento, e isso impacta a
Argentina, porque estamos muito vinculados ao Brasil e à evolução de seu PIB — explicou Alejandro Bianchi,
gerente de investimentos da agência InvertirOnline.com.
O fundo iShares do banco JPMorgan, o maior dedicado a títulos de países emergentes, desabou na abertura
dos mercados e fechou em queda de 0,51%, o maior recuo diário desde dezembro.
Na Bolsa de Chicago, as cotações de matérias­primas agrícolas desabaram, já que o Brasil é o maior
exportador mundial de soja, açúcar, café e suco de laranja. O preço do suco de laranja caiu ao menor nível em
um ano, e o da soja recuou 3,4%, para o menor patamar em um mês. *Correspondente
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