Números confirmam colapso da Venezuela

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12/05/2017
Infoglobo ­ O Globo ­ 12 mai 2017 ­ Números confirmam colapso da Venezuela
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O Globo
Números confirmam colapso da
Venezuela
Enquanto as principais cidades da Venezuela são tomadas por protestos, números revelam a dramática
realidade de um país que vive sua pior crise humanitária, decorrente do esfacelamento do regime bolivariano e
sua economia dependente do petróleo. As marchas contra o presidente Nicolás Maduro começaram em março,
após a frustrada tentativa do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), aparelhado pelo governo, de assumir o papel da
Assembleia Nacional, controlada pela oposição.
A repressão tem sido proporcional ao crescimento dos protestos. O número de mortos já supera as três
dezenas e há centenas de militantes feridos e detidos. Os manifestantes, por seu lado, defendem­se como podem
e usam até mesmo excrementos humanos misturados à água — os chamados “popomolotovs” — contra as
forças de segurança e milícias bolivarianas armadas, os “colectivos”. Eles cobram realização de eleições gerais,
libertação de presos políticos, entre outros pleitos.
Maduro resiste às pressões, internas e externas, e sinaliza que não vai negociar. Em vez disso, tenta alterar a
Constituição para aumentar sua autoridade. Tal intransigência, associada a uma crise econômica e social sem
precedentes, além de torná­lo impopular entre os mais pobres, também gera divisões internas no movimento
chavista, que associa a deterioração total do país à má gestão atual. A procuradora­geral da Venezuela, Luisa
Ortega, por exemplo, criticou o STJ por intervir no Legislativo e, mais recentemente, condenou a violência contra
os manifestantes. Também há sinais de descontentamento nas Forças Armadas.
Desde que assumiu, em 2013, Maduro conduziu o país a um quadro de recessão; hiperinflação; escassez de
produtos de primeira necessidade, inclusive remédios e alimentos; apagões e racionamento de energia e água; e
altos índices de violência. Segundo o último Panorama Econômico Mundial, do FMI, o PIB do país caiu 18% em
2016 e deve recuar este ano 7,4%. Na mesma comparação, a inflação foi de 254,9% no ano passado e deverá
alcançar 720,5%, este ano. A previsão de desemprego é de 25,3% para 2017, frente a 21,2% em 2016. Boa
parte da população passa fome e está desnutrida. A taxa de mortalidade infantil subiu 30% em 2016, as mortes
de gestantes saltaram 65%, e os casos de malária, 76%.
A crise venezuelana provoca um êxodo, com refugiados invadindo países vizinhos, como Brasil e Colômbia.
Segundo o “Financial Times”, cerca de quatro mil cidadãos pediram asilo à Espanha em janeiro, superando as
solicitações de refugiados sírios. Os venezuelanos também são a principal fonte de pedidos de asilo aos EUA,
representando cerca de 23% do total. As empresas estrangeiras abandonaram o país, sendo o caso mais recente
o da General Motors, depois que o governo desapropriou unidades da montadora. As reservas internacionais do
país caíram de cerca de US$ 30 bilhões, quando Maduro assumiu, para US$ 10 bilhões. É este o resultado da
mistura de desgoverno e autoritarismo.
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