PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DAS PROTEASES PRODUZIDAS POR Fusarium oxysporum EMPREGANDO SUBSTRATO ALTERNATIVO RICO EM QUERATINA Prolo, T.¹ *; Izidoro, S. C.2; Lima, V.A. ¹; Knob, A.3 1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Paraná, Brasil. 2Universidade Federal do Paraná, Paraná, Brasil. 3. Universidade Estadual do Centro Oeste, Paraná, Brasil. *e-mail: [email protected] Os fungos destacam-se na produção enzimática pela grande capacidade de crescimento sobre condições adversas, por apresentarem níveis mais elevados de produção e pelo fato de suas enzimas serem facilmente recuperadas do meio de cultivo. O presente estudo teve por objetivo a determinação das propriedades físico-químicas de proteases produzidas por uma linhagem de Fusarium oxysporum, empregando um substrato alternativo rico em queratina como fonte de carbono. As condições ótimas para a produção dessas enzimas foram previamente avaliadas, empregando-se o Delineamento Central Composto Rotacional (DCCR). A influência de diferentes fatores como temperatura e pH ótimos de atuação, estabilidade térmica, estabilidade frente a diferentes valores de pH, bem como a influência de íons metálicos e outras substâncias sobre a atividade enzimática. O fungo foi cultivado por 8,6 dias, em pH 4,2, em meio de Vogel e em presença do substrato (4,2%). A atividade enzimática foi determinada pela incubação do extrato bruto propriamente diluído em solução de caseína 2%, empregando-se valores de pH e temperatura específicos, de acordo com os ensaios realizados. A reação foi paralisada pela adição de ácido tricloroacético (10%). Uma unidade de atividade enzimática (U) foi definida como a quantidade de enzima capaz de propiciar um aumento de 0,1 na absorbância a 280 nm, por mL, por hora. As proteases de F. oxysporum exibiram atividade ótima em pH 8,5, a 55 °C e 65 °C, sugerindo a presença de diferentes isoformas no filtrado bruto. Também apresentaram estabilidade entre os valores de pH 7,0 e 10,5, apresentando mais de 90% de sua atividade residual em pH 9,0. Adicionalmente, essas enzimas apresentaram-se estáveis a 55 °C (T 1/2 de 150 min) e 60 °C (T1/2 de 65 min). Todos os solventes testados exerceram efeito inibitório sobre a atividade proteolítica, tanto a 0,5%, quanto a 1%. Em relação aos íons avaliados, a atividade foi totalmente inibida pela presença de Pb3+ e Hg2+, quando a concentração de 10 mM foi empregada. No entanto, as proteases de F. oxysporum foram ativadas na presença de Zn 2+ a 10 mM. Considerando os dados obtidos na caracterização das proteases produzidas por F. oxysporum, conclui-se que estas enzimas apresentam boa estabilidade em pH alcalino, bem como uma considerável termoresistência, sendo estas características requeridas, especialmente, pela indústria de couros. Palavras-chaves: Enzimas proteolíticas, caracterização enzimática, Fusarium oxysporum. Suporte financeiro: CNPq, CAPES Área de conhecimento: Microbiologia Industrial/Biotecnológica