Matriz de atividade individual* Módulo: 1 Atividade: Atividade Individual Título: O estudo sobre a escolas Clássica e Neoclássica Aluno: Silvana Panizza dos Santos Disciplina: Introdução à Economia Turma: Introdução John Maynard Keynes, que morreu em 1946, e Milton Friedman, que morreu na semana passada, foram os economistas mais influentes do século 20. Como Friedman gastou grande parte de sua energia intelectual atacando o legado de Keynes, é natural considerá-los opostos. As diferenças entre eles eram, de fato, profundas. Mas também o que compartilhavam. Mais interessante, nenhum venceu e nenhum perdeu: as ortodoxias políticas atuais são uma síntese das abordagens dos dois, podemos dizer que suas correntes de estudo influenciam até hoje pensadores da econômia que procuram aprofundar seus estudos atraves de suas teorias. Características principais da Escola Clássica Esta escola é formada por uma linha de pensamento econômico que vai da publicação do livro A Riqueza das Nações, de Adam Smith, em 1776, aos Princípios de Economia Política, de John Stuart Mill, de 1848, e é marcada pela obra de David Ricardo, Princípios de Economia e Tributação, de 1817. Com os representantes da escola clássica, a economia adquiriu caráter científico integral quando passou a centralizar a abordagem teórica na questão do valor, cuja única fonte original era identificada no trabalho em geral. A escola clássica baseou-se nas teorias do liberalismo e do individualismo e é caracterizada por enfatizar a produção, relegando a segundo plano o consumo e a procura.Para Smith, o objeto da economia está indicado no título completo de sua obra: é uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações, entendendo-se por riqueza os bens que possuem valor de troca. Smith argumentava que a riqueza é constituída pelos valores de troca, e não pela moeda, que é apenas o meio que permite a circulação dos bens. Baseando-se na teoria do valor-trabalho, Smith mostra que o crescimento da riqueza de uma nação depende essencialmente da produtividade do trabalho, que por sua vez, é função do grau de especialização e da divisão do trabalho. Nesse processo, todos os participantes ganhariam, beneficiando-se do aumento da produtividade. Smith conclui, então, pela remoção de todas as barreiras ao comércio interno e externo. A política livre-cambista deveria ser posta em pratica, uma vez que só ela conduziria ao desenvolvimento das forças produtivas. O padrão mercantilista de regulamentação estatal e controle passam também a ser claramente contestado. A política econômica deveria ser medida por seus efeitos sobre o processo de riqueza e por suas conseqüências sobre a acumulação de capital e especialização do trabalho. A verdadeira fonte de riqueza de um país é seu trabalho, e ela só pode ser elevada com o aumento da produtividade, com a extensão de sua especialização e com a acumulação do produto sob a forma de capital. 1 Estas teorias mais tarde seriam reafirmadas por Ricardo, que colocou o trabalho como determinante do valor de troca. O valor de determinada mercadoria seria dado pela quantidade de trabalho empregada para produzi-la. O trabalho seria, portanto, fonte de todo o valor. Em suas analises, Ricardo localiza uma contradição entre o valor de troca e o preço relativo das mercadorias, que só seria resolvido muitos anos mais tarde por Marx, ao analisar a transformação do valor de troca em preço de produção. As principais questões da escola clássica são as que se incluem hoje dentro da teoria do valor e da distribuição. A distribuição do produto nacional continuou sendo tratada de modo tradicional, por meio da divisão do produto em três partes destinadas a remunerar o trabalho (salários), o capital (o lucro) e a terra (renda). Em seguida, o trabalho de Say e seus discípulos, os rendimentos do capital, denominados juros, passaram a ser considerados de modo separado dos lucros. A teoria clássica do valor destaca o fato de que os preços dos bens produtivos eram proporcionais aos respectivos custos de produção, quando prevaleciam as leis de livre-concorrência do mercado. Porém os custos não significavam apenas as despesas em capital dos produtores, mas, principalmente, os custos reais, o custo do esforço humano em produzir determinado produto em detrimento da produção de outro. A teoria dos preços desdobra-se numa teoria da repartição que visa a explicar a renda, a terra, o salário, o juro e o lucro. Ao mesmo tempo, a escola clássica apresenta uma visão de conjunto da dinâmica econômica, na qual os elementos decisivos são o principio da acumulação de capital. Outra característica de economia clássica é a suposição do emprego constante de todas as fontes produtivas disponíveis. A teoria clássica é elaborada em função de um equilíbrio automático que ignora as crises e os ciclos econômicos. Desse modo, a oferta deve criar necessariamente sua procura (Say), e a soma dos salários e dos ganhos retidos pelos consumidores deve corresponder à quantidade global de bens oferecidos no mercado. Contra a intervenção estatal, a escola clássica apóia-se no liberalismo e no individualismo. Os clássicos ingleses propõem um sistema de liberdade econômica, pois seria mediante o mecanismo impessoal do mercado que se conseguiria harmonizar os interesses individuais. Entretanto, as revoluções que ocorreram na Europa no período de 1830 a 1848 mostraram que a harmonia de uma ordem natural e do não-intervencionismo preconizado pela escola clássica era remota. O liberalismo e o individualismo começam então a sofrer varias criticas de pensadores preocupados com os problemas econômicos e sociais. E já na obra de Stuart Mill, considerada um resumo de todo pensamento da escola clássica, surgem indícios de aceitação de algumas restrições à liberdade individual. Assim, contra o liberalismo da escola clássica desenvolvem-se, a partir de 1830, alguns autores algumas das principais falhas do pensamento clássico: dentificam crises e depressões da atividade econômica, destacam a questão do desemprego eventual e econômico, a distribuição desigual de renda e a oposição entre os interesses individuais e coletivos. Marx é o primeiro autor a contestar verdadeiramente a analise realizada pelos clássicos, embora conservasse dos clássicos, parte do instrumental analítico e alguns conceitos, como a teoria do valor-trabalho, que utilizou para desenvolver o conceito de mais-valia. 2 Características principais da Escola Neoclássica Os economistas neoclássicos negaram a teoria do valor-trabalho da escola clássica, substituindo-a por um fator subjetivo,a utilidade de cada bem e sua capacidade de satisfazer as necessidades humanas, acreditando que o mecanismo da concorrência (ou a interação da oferta e da demanda), explicado a partir de um critério psicológico (maximização do lucro pelos produtores e da utilidade pelos consumidores), é a força reguladora da atividade econômica, capaz de estabelecer o equilíbrio entre a produção e o consumo. A analise da escola neoclássica caracteriza-se fundamentalmente por ser microeconômica, baseada no comportamento dos indivíduos e nas condições de um equilíbrio estático, estudando os grandes agregados econômicos a partir desse ponto de vista e com uso da matemática. Tem como postulados a concorrência perfeita e a inexistência de crises econômicas, admitidas apenas como acidentes ou conseqüências de erros.Após a Grande Depressão de 1929 a 1933, os princípios da teoria neoclássica foram contestados por Keynes, que desenvolveu uma analise macroeconômica e introduziu o conceito de equilíbrio de subemprego. A Economia Neoclássica defende que o Estado não deveria se intrometer nos assuntos do mercado, deixando que ele fluísse livremente, ela defendia que se pode saber de antemão os riscos em todas as transações de mercado e que os preços sempre refletirão probabilidades objetivas. Esse otimismo, sem dúvida, foi responsável pela formação de inúmeras bolhas nas últimas décadas (inclusive o subprime nos EUA), já que existia a ilusão, que o mercado, através de modelos matemáticos, ajustaria as distorções. A total liberdade de comércio (libre mercado) garante o crescimento econômivo e o desenvolvimento social de um país. É no Neoliberalismo que surge o economista Milton Friedman, em que ele apresenta uma solição para a crise que atingiu a economia mundial provocada pelo aumento excessivo do petróleo em 1973. Características do Neoliberalismo (princípios básicos): Mínima participação estatal nos rumos da economia de um país; Pouca intervenção do governo no mercado de trabalho; Política de privatização de empresas estatais; Livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização, Abertura da economia para a entrada de multinacionais; Desburocratização do estado: leis e regras econômicas mais simplificadas para facilitar o funcionamento das atividades econômicas; Diminuição do tamanho do estado, tornando-o mais eficiente; Posição contrária aos impostos e tributos excessivos; Aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico; Contra o controle de preços dos produtos e serviços por parte do estado, ou seja, a lei da oferta e demanda é suficiente para regular os preços; A base da economia deve ser formada por empresas privadas; A defesa dos princípios econômicos do capitalismo Críticas ao neoliberalismo Os críticos ao sistema afirmam que a economia neoliberal só beneficia as grandes potências econômicas e as empresas multinacionais. Os países pobres ou em 3 processo de desenvolvimento sofrem com os resultados de uma política neoliberal. Nestes países, são apontadas como causas do neoliberalismo: desemprego, baixos salários, aumento das diferenças sociais e dependência do capital internacional. Pontos positivos Os defensores do neoliberalismo acreditam que este sistema é capaz de proporcionar o desenvolvimento econômico e social de um país. Defendem que o neoliberalismo deixa a economia mais competitiva, proporciona o desenvolvimento tecnológico e, através da livre concorrência, faz os preços e a inflação caírem. Semelhanças entre as Escolas Clássica e Neoclássica Keynes e Fridman Ambos foram jornalistas, debatedores e promotores brilhantes de suas próprias idéias; ambos viam a grande depressão como, no fundo, uma crise de demanda agregada inadequada; ambos escreveram a favor de taxas de câmbio flutuantes e de moeda sem lastro; e ambos estiveram do lado da liberdade na grande luta ideológica do século 20. Tanto Friedman como Keynes aceitavam a necessidade do gerenciamento macroeconômico bem-sucedido - que a economia privada, por si própria, poderia ficar sujeita a insuportável instabilidade - e que intervenções estratégicas e vigorosas, embora limitadas, do governo na economia, são necessárias para manter o equilíbrio Características da Teoria Keynesiana A era Keynesiana teve início em 1936, com a publicação de "A Teoria geral do emprego, do juro e da moeda", de John Maynard Keynes. Keynes enfrentou uma crise na economia mundial na década de 30 uma crise de depressão, e a teoria econômica vigente acreditava que se tratava de um problema temporário, apesar da crise já estar durando alguns anos. A Inglaterra, como quase todos os países do mundo ocidental, mergulhou em grande depressão e o desemprego tornou-se quase uma praga permanente. Nesse período, Keynes analisou os mais graves problemas econômicos do sistema capitalista, procurando encontrar a solução exata que possibilitasse a recuperação dos países abalados pela Grande Depressão. Predominava a crença de que o mundo do mercado sozinho permitiria recuperar o nível de atividade e emprego. A Teoria Geral conseguiu mostrar porque a combinação das políticas econômicas adotadas não funcionavam, apontando soluções que poderiam tirar o mundo da recessão. As prescrições apontadas , baseadas na maior intervenção do Estado na condução da economia foram implementadas, aumentando as possibilidades da utilização da teoria econômica, ajudando de maneira efetiva a melhoria do padrão de vida da coletividade. Keynes receitava, em épocas de crise, injeções maciças de liquidez por parte do Estado e cortes das taxas de juros para impulsionar o investimento. 4 Também aconselhava incentivar a demanda mediante um incremento dos investimentos públicos e redistribuição de riquezas em favor das classes com menores recursos. A era Keynesiana foi rica em contribuições em todos os campos da economia, bem como para a ampliação dos horizontes de estudo. Diferença entre a Teoria Keynesiana e a Escola Liberal Keynes concluiu a partir da grande depressão que o livre mercado tinha fracassado; Friedman decidiu, por outro lado, que o Federal Reserve (o banco central americano) tinha fracassado. Keynes confiava no arbítrio de mandarins sofisticados como ele; Friedman acreditava que o único governo seguro era aquele preso a regras rígidas. Keynes achava que o capitalismo precisava ficar preso a grilhões; Friedman achava que ele se comportaria se deixado em paz Para Friedman, o governo deveria apenas se preocupar em políticas monetárias e deixar que a economia tomasse conta de si mesma. A "nova economia clássica" da década de 70, como ficou conhecida, ensinava que, na ausência das rudes interferências do governo, as economias buscariam naturalmente o pleno emprego, maior inovação e melhores índices de crescimento. Já para Keynes a interferência, a regulamentação e fiscalização do governo nas empresas privadas era de máxima importância para evitar possíveis crises e até mesmo sair delas. Estas diferenças diferenças são evidentes. Embora para Keynes o crucial fosse manter estáveis a soma dos gastos governamentais e do investimento privado, para Friedman o fundamental é manter estável a oferta monetária: a quantidade de poder de compra em forma prontamente disponível nas mãos de empresas e famílias. Keynes via-se como inimigo do laissez-faire e defensor da intervenção governamental. Autoridades governamentais inteligentes e de boa vontade, julgava ele, podiam engendrar instituições econômicas superiores ao mercado - ou poderiam pelo menos ajustar o mercado mediante impostos, subsídios e regulamentação de modo a produzir resultados superiores. Keynes argumentava que os interesses. Friedman discordava enfaticamente. Em sua opinião, geralmente acontece que os interesses em jogo no mercado privado alinham-se com o bem público: episódios de importante e significativa falha do mercado são exceção, em vez de regra, e o laissez-faire é uma boa primeira aproximação. Além disso, Friedman acreditava que, mesmo quando os interesses privados não se alinham aos interesses públicos, não se pode depender do governo para solucionar o problema. Malogros governamentais, argumentava Friedman, são maiores e mais terríveis do que imperfeições do mercado. Governos são corruptos. Governos são ineptos. Os tipos de pessoas que ocupam cargos governamentais são os tipos de pessoas que gostam de dar ordens aos outros. E nisso eu suponho que o Friedman estava certo, Keynes supôs que os governos seriam administrados por especialistas benevolentes e honestos. Bem longe da realidade do mundo atual. Keynes e Friedman foram protagonistas do debate do século passado. Mas atualmente, nós podemos ver que nenhum venceu nem perdeu, ambos foram importantes para a história da 5 economia. Alternativas para a crise atual a partir da teoria Keynesiana e da Teoria Liberal Podemos verificar que muitas das teorias de Keynes e de Friedman podem ser aplicadas na crise economica de hoje, por exemplo, se houvesse uma maior regulamentação e fiscalização do estado com certeza não teria acontecido bonus. Consigo entender que é mais fácil enxergarmos as teorias de Friedman na bonança capitalista quando tudo está correndo bem, ou seja, a mão invisivel, deixar que o mercado se reestabeleça por si... E podemos enxergar mais claramente as teorias de Keynes na crise, onde podemos notar a falta da intervenção do estado em algumas empresas que faliram. A crise atual tem mostrado que as teorias propostas por Keynes há setenta anos atrás como essenciais continuam, na verdade, sendo os mesmos no presente. Conclusão Ao fim deste trabalho me pergunto qual teoria seria a mais adequada para solucionar a atual crise financeira que se instala ? Talvez mais importante do que uma resposta para esta questão, seja o fato de reconhecermos que a economia está longe de ser uma ciência. Desta forma, nenhum economista, analista ou intelectual poderá nos fornecer uma resposta precisa sobre qual é o melhor caminho a trilhar. Referências bibliográficas Noticias.uol.com.br www.mre.gov.br www.chrinvestor.com folha online. *Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática. 6