HISTÓRIA 1 Profª Isabel Cristina Simonato KEYNES E O KEYNESIANISMO Na década de 1920, a crise de desemprego na Europa parecia não ter solução. Mas com o colapso econômico iniciado com a Crise de 1929, o próprio capitalismo parecia ter chegado ao fim. Foi nesse contexto de profunda crise que o economista britânico John Maynard Keynes defendeu novas e originais teorias econômicas. Suas ideias contrariavam frontalmente os economistas liberais que, até então, eram dominantes na Europa e nos Estados Unidos. Para o pensamento liberal clássico1, a intervenção do Estado na economia era recusada: o mercado capitalista, se deixado livre da interferência estatal, resolveria, por si mesmo, todos os problemas. Keynes defendeu exatamente o oposto das ideias liberais. Para ele, o capitalismo apresenta ciclos de crescimento seguido por períodos de crise. Desse modo, sem regulamentação e intervenção estatais, a economia capitalista não conseguia manter o crescimento econômico com estabilidade, não resolvia a questão do desemprego, não controlaria a inflação e não utilizaria de maneira racional os recursos humanos e naturais. Para Keynes, o Estado tinha que assumir o controle da economia, a condução do crescimento econômico e o patrocínio do bem-estar social dos cidadãos. Assim, quando a economia entrasse em recessão2, com o declínio das atividades econômicas e a queda do emprego, o Estado deveria entrar em ação: grandes investimentos em obras públicas, por exemplo, fortaleceriam as empresas e evitariam o desemprego dos trabalhadores. O Estado também atuaria em outras áreas, como oferta de crédito, política de impostos etc. O objetivo maior era manter o crescimento da economia, o pleno emprego, os altos salários, o consumo alto e os preços estáveis. Com maiores salários, os trabalhadores comprariam mais, estimulando a produção e, consequentemente, aumentado a oferta de empregos. Mas Keynes também defendia benefícios sociais aos trabalhadores. Para ele, tratava-se da obrigação do Estado de oferecer à população leis trabalhistas, assistência e previdência social, escolas e hospitais públicos. As indicações de Keynes foram assumidas, primeiramente, por Roosevelt – presidente dos EUA – na década de 1930 e pelos governos socialdemocratas europeus após 1945. Os resultados ficaram conhecidos pelo nome de Estado do Bem-Estar Social ou Welfare State. Países pobres, cujos governos tinham projetos de desenvolvimento, adotaram algumas indicações de seu programa econômico. Suas teorias econômicas foram tão importantes que ficaram conhecidas como Keynesianismo. Blog: belsimonato.wordpress.com E.E.E.M. “Emílio Nemer” – Castelo/ ES 08 de maio de 2012 1 Teoria do Laissez faire, laissez passer. Le monde vai de lui même: “Deixai fazer, deixai passar. O mundo (ou o mercado) caminha por si mesmo. 2 Período de retração, redução das atividades econômicas. HISTÓRIA 2 Profª Isabel Cristina Simonato