NEOLIBERALISMO x ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL

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NEOLIBERALISMO x ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL
INTRODUÇÃO:
No mundo moderno é importante conhecer a evolução do pensamento humano sobre os mais
variados aspectos. O trabalho é um dos pilares que sustentam a ordem social e política do planeta.
Sem trabalho o homem não consegue se inserir numa sociedade cujos principais parâmetros se
baseam naquilo que ele consegue conquistar durante sua vida. Sem trabalho ele não consegue
realizar sonhos e se sentir útil, pois toda sua vida depende da escolha profissional que fizer. Por isso
é fundamental conhecer o papel do trabalho na história da humanidade e as correntes de
pensamentos que influenciaram e estabeleceram normas até os dias atuais. Falaremos, pois, sobre
duas dessas correntesde pensamento, o ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL e o
NEOLIBERALISMO.
O ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL
Nasceu do pensamento de Lord John Maynard Keynes (1883/1946), economista britânico,
teórico e pensador de fundamental importância na renovação das teorias econômicas clássicas e na
reformulação da política econômica de mercado livre. Em meio a crise mundial de 1929 e a
consequente quebra da Bolsa norte-americana, ele buscou saídas para o impasse gerado pela falta de
empregos que essa situação caótica gerava. Seu modo de pensar a economia deixava claro que o
Estado era o último guardião capaz de fazer com que um país não sucumbisse diante da falta de
postos de trabalhos e da completa estagnação econômica.
No início da década de 30, Keynes lançou "Tratado sobre a moeda", livro em que anteciparia os
principais pontos da teoria econômica que desenvolveria alguns anos depois em sua obra
fundamental "Teoria geral do emprego, do juro e da moeda", onde defendia a tese de que o Estado,
ao contrário do que dizia a escola clássica de economia, deveria ser o motor propulsor do
desenvolvimento e do bem estar social. Segundo ele, "O Estado - leia-se governo - não poderia ficar
paralisado sob a desculpa de que não tinha direito de intervir na economia do país". O Estado
deveria tomar para si a responsabilidade de fazer com que a economia pudesse voltar a gerar
emprego e renda, e o conseqüente reaquecimento seria o princípio da retomada econômica. Isso
deveria ser conseguido através de "Obras e gastos públicos, de maneira a colocar todos para
trabalhar, ganhar, comprar e gastar". Os críticos questionaram, argumentando que o preço a pagar
pelo estado do bem social seria muito alto, já que isso acarretaria despesas e faria aumentar o
endividamento público, pois, à princípio, era dinheiro aplicado que não teria retorno. Keynes
contra-argumentava dizendo que o investimento governamental voltaria para os cofres públicos sob
a forma de impostos recolhidos através da movimentação econômica gerada, o que permitiria ao
Estado honrar suas dívidas e fazer com que o cidadão tivesse a sua sustentabilidade garantida.
Todo esse poder do Estado numa conjuntura política de crise, apesar de significar avanços
significativos no campo trabalhista e social, favoreceu também o aparecimento de líderes que se
autoproclamaram "salvadores da pátria", como Hitler e Mussollini, que não souberam direcionar o
pensamento da doutrina keynesiana apenas para a geração de empregos e crescimento econômico,
preferindo antes uma política de domínio e controle do cidadão através do Estado, tendo em vista
conquistas militares, o que acabou se transfomando na semente que desencadeou a segunda guerra
mundial.
O NEOLIBERALISMO
Trazia embutido um pensamento completamente antagônico ao estado do bem social, o de que o
Estado deveria tornar-se mais leve, mais enxuto, para desempenhar melhor as funções básicas que
se esperam dele: educação e saúde.
Essa nova proposta econômica começou a tomar forma com a subida ao poder de dois políticos
"linha-dura": O Pesidente Ronald Reagan, nos Estados Unidos e a Primeira-ministra Margareth
Tatcher, no Reino Unido. Era o início dos anos 80, a economia socialista baseada na onipresença do
Estado na vida do cidadão começava a dar os primeiros sinais da queda eminente (que seria
sacramentada no final da década, com a queda do muro de Berlim e a derrocada da União
Soviética), o mundo buscava uma nova alternativa para a crisa política e econômica decorrente da
alta do petróleo e do crescente poderio dos países da OPEPE, em sua maioria árabes. A proposta
neoliberal era simples: diminuição considerável das conquistas sociais, para acabar com a
acomodação dos cidadãos, que muitas vezes preferiam receber polpudos auxílio-desempregos à ter
que trabalhar. Além disso, o Estado, excessivamente "pesado" com suas empresas deficitárias,
acabava servindo muito mais de moeda de troca e cabide de empregos do que propriamente governo
voltado para o bem estar social, portanto era urgente "enxugar" a máquina administrativa,
diminuindo o auxílio aos desempregados, privatizando as empresas estatais e reduzindo a proteção
social dos trabalhadores. Dessa forma, os neoliberais acreditavam que o Estado estaria livre para
"Se dedicar ao que de fato seria seu papel: melhorar a educação e saúde".
Essa nova política econômica acirrou a competição dentro das empresas e da sociedade como um
todo, pois aqueles considerados "mais fracos" ou "mais inaptos" começaram a encontrar
dificuldades para competir com os "mais fortes". É a sociedade capitalista em sua mais perfeita
imitação do reino animal, onde prevalece a lei do mais forte.
Infelizmente, vemos que a idéia inicial de um estado forte voltado para o que realmente interessa,
o bem da sociedade, parece que foi abandonado em prol da luta pelos próprios interesses por parte
de políticos inescrupulosos. Vemos os direitos dos trabalhadores serem extintos, pouco a pouco,
sem que haja de fato uma melhoria nos serviços públicos e na qualidade de vida do cidadão. O
neoliberalismo, afinal de contas, não nos parece tão novo assim.
CONCLUSÃO
Podemos entender como correntes de pensamentos tão antagônicas entre si podem fazer parte do
nosso dia a dia. Todas trazem virtudes e defeitos, cabe a nós filtrar as virtudes e tentar minimizar os
efeitos nocivos que possam causar, além de acompanhar atentamente a aplicação das mesmas para
que não ocorra um desvio do pensamento inicial que provoque a perda do foco primário. Para isso
contamos com uma arma de valor inestimável: o voto.
BIBLIOGRAFIA:
Filho, Alcebiades de S. Teixeira. Apostila "Trabalho no mundo contemporâneo"
Delgado, maurício Goldinho. "capitalismo, trabalho e emprego". S. Paulo: LTR, 2005.
Site www.biomania.com.br (Biografia de Lord John Maynard Keynes).
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