UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Toledo CURSO TÉCNICO DE NÍVEL MEDIO INTEGRADO EM INFORMÁTICA DANRLEY AUGUSTO MEURER LEANDRO AUGUSTO ENSINA LUCAS VINÍCIUS RUCHEL MATHEUS AUGUSTO SCHINEIDER SEGUNDO GOVERNO DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO TRABALHO BIMESTRAL TOLEDO 2011 DANRLEY AUGUSTO MEURER LEANDRO AUGUSTO ENSINA LUCAS VINÍCIUS RUCHEL MATHEUS AUGUSTO SCHNEIDER SEGUNDO GOVERNO DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Trabalho apresentado à disciplina de história como avaliação parcial terceiro bimestre. Professora: Zenaide Gatti TOLEDO 2011 1.0 RESUMO Uma das mais importantes vitórias políticas de Fernando Henrique foi a aprovação da emenda constitucional que garantiu a reeleição para cargos executivos em nível federal, estadual e municipal – ou seja: presidente da República, governadores de estados e prefeitos. Essa lei beneficiou o próprio presidente, que em 1998 reelegeu-se para um segundo mandato no primeiro turno da eleição. Fernando Henrique obteve 35.936.540 votos (53,06% de apoio) contra 21.475.210 votos concedidos a Lula, o segundo candidato mais votado (31,71% do eleitorado). O aumento dos votos oposicionista expressa o desgaste do governo. Após quatro anos no poder, a administração FHC apresentava a menor taxa e a maior taxa de desemprego da história do país. A implementação do programa de privatizações, que segundo o governo era necessário para reduzir o déficit público, parecia ter provocado o efeito contrário entre 1994 e 1999, período de inúmeras privatizações, a dívida interna pública saltou de 108 para 328 milhões de reais, representando no final do primeiro mandato 39% do PIB brasileiro. Além disso, o real foi mantido num patamar artificialmente elevado (1 dólar valia 1 real) e sua defesa contra ataques especulativos exauriu as reservas cambiais. Só após as eleições é que o governo desvalorizou a moeda, tornando as exportações brasileiras mais competitivas 2.0 INTRODUÇÃO Ainda no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, foi obtida a aprovação de uma emenda constitucional que criou a reeleição para os cargos executivos em todos os níveis, tornando-se o primeiro presidente brasileiro a ser reeleito no Brasil. Gravações colocaram sob forte suspeita a emenda que permitiu a reeleição do FHC. 3.0 SEGUNDO GOVERNO DE FHC O segundo governo de FHC foi conquistado logo no primeiro turno, no entanto os projeto de mudança contido em sua reeleição foi abalado devido a muitos fatores, como uma crise cambial em relação a cotação do real e ainda devido a escândalos. Esses fatos fizeram refletir sobre o governo FHC altos índices de impopularidade. Devido também a outros fatores como a crise energética em 2001, a incapacidade de FHC criar um modelo econômico com vistas a reduzir a vulnerabilidade e gerar maior crescimento e o enfraquecimento das bases políticas do governo fizeram com que o “sonho” de cumprir a agenda feita na campanha de reeleição acabasse. O governo de FHC teve um bom aproveitamento em cumprir uma agenda negativa, ou seja, uma política de controle fiscal O PSDB encontrava-se enfraquecido devido a dificuldade de montar uma candidatura consensual dentro do PSDB demonstrava a incapacidade Fernando Henrique estabelecer critérios de sucessão. A maior parte dos problemas estava estabelecido entre a presidência da república e o partido dominante da coalizão. Depois de anos de fragilidade José Serra um dos candidatos a sucessão presidencial adotou um discurso esquizofrênico “continuidade sem continuísmo”. O coroamento da esquizofrenia foi a campanha de serra, com base no combate ao desemprego e a superação do mesmo, permitindo que a oposição questionasse se um governo que não foi capaz de superar o desemprego conseguiria produzir um candidato que o superasse. Era evidente uma fragilidade de sucessão gerada pelo “mandato de reeleição” No segundo mandato de FHC nota-se também um grande enfraquecimento em relação ao primeiro. Um dos motivos desse enfraquecimento foi a aprovação em 2001 de uma emenda constitucional que limitava o poder do legislativo de editar e reeditar medidas Provisórias(MPs), pois o governo de Fernando Henrique foi marcado por muitas reedições de medidas provisórias. Essa emenda enfraqueceu o poder do legislativo de governar. 2.1 FHC E O NEOLIBERALISMO Neoliberalismo pode ser explicado em duas vertentes, uma mais severa, propõe uma subordinação incondicional ao mercado e nega qualquer intervenção do estado tanto na economia como na sociedade. O neoliberalismo dessa maneira nunca ocorreu, mas em contrapartida, há outra vertente do neoliberalismo, mais flexível, que vem sendo utilizada como ideologia na organização de alguns países, ela propõe uma abertura econômica, uma desregulamentação do mercado, a privatização de empresas e até permite a intervenção do estado na economia. No Brasil o neoliberalismo pode ser observado nos governos da década de 90, com o fim da ditadura militar, era um conjunto de idéias que estavam sendo discutidas no mundo, deixar a economia “andar” por si só, aumentaria a concorrência e com isso, aumentaria a produtividade, o que seria bom para a economia. Começou com Collor e no governo de FHC, não foi nada diferente, as privatizações continuaram a acontecer, as reformas políticas visaram a abertura do mercado e a redução da importância do estado e o executivo ganhou grande importância na política desse governo. Resultados dessa política são possíveis de se observar por exemplo com a produção de calçados, tecidos e autopeças, que deixaram de ser produzidos aqui no Brasil e passaram a ser importados. Isso trouxe problemas, como podemos citar o desemprego, que veio a ocorrer devido aos poucos investimentos em empresas nacionais. 2.2 REFORMA AGRÁRIA A política de reforma agrária do segundo mandato presidencial de Fernando Henrique Cardoso começou de fato na segunda metade do primeiro mandato. O governo defrontou-se com uma enorme pressão por reforma agrária, vinda de setores mobilizados e organizados, especialmente pelas igrejas, em particular pela Igreja Católica, e nela pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), e pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). O PT contribuiu poderosamente para que a reforma agrária ficasse à margem da agenda política do Estado. O partido de Lula, e ele próprio, deixou-se convencer pela propaganda interna de que não estava sendo feita uma reforma agrária no país, o que não era verdade; e que a reforma não estava sendo feita porque faltava ao governante vontade política para fazê-la. O latifúndio se consolidou e se expandiu com a Lei de Terras de 1850, pela qual o Estado brasileiro abdicou do senhorio sobre as terras do país e instituiu a propriedade fundiária privada e plena. Como resultado, os trabalhadores livres que viessem a substituir os escravos, como se previa, foram privados da alternativa de ocupar livremente a terra livre, não tendo outra alternativa que não fosse a do trabalho nas grandes fazendas. Esse foi e tem sido um fator de dificuldades para a realização da reforma agrária. Portanto, a política agrária de Fernando Henrique Cardoso teve por objetivo fazer a reforma e ao mesmo tempo instituir a normalidade do conflito, isto é, definir as bases institucionais do conflito agrário, fazendo do Estado o mediador e gestor das soluções. A política agrária de Fernando Henrique Cardoso foi no sentido de distribuir a terra e distribuir a paz social, ao mesmo tempo, atenuando e reduzindo a conflitividade dos confrontos sociais que tem a disputa pela terra como causa. 2.4 POLÍTICA ECONÔMICA Analisando a política econômica do período FHC, percebemos que ela não teve como característica uma estratégia uniforme ao longo do tempo, uma vez que foi mudada consideravelmente no segundo mandato. No período de 1995 a 1998, o esforço de estabilização veio acompanhado de desequilíbrios fiscais e externos. Para tentar acabar com esses desequilíbrios, ocorreu em 1999 uma tríplice mudança de regime, envolvendo os regimes cambial, monetário e fiscal. O regime fiscal foi alterado a partir da introdução, no fim de 1998, de um compromisso de política econômica relativo à manutenção de um superávit primário elevado o suficiente para produzir a estabilização da razão entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB), baseado em aumento de receitas e redução de despesas, porém com mais ênfase nas primeiras. O regime monetário, anteriormente atrelado à defesa das bandas cambiais, foi substituído pelo sistema de metas inflacionárias, possibilitando resposta mais suave aos choques. O regime de câmbio fixo, flexibilizado pelas bandas cambiais, foi substituído por uma flutuação suja, que é um processo no qual a taxa de câmbio de um país sofre intervenções no mercado pelas autoridades monetárias desse país, na qual o Banco Central manteve a intervenção na forma de venda pontual de reservas e oferta de títulos públicos indexados à taxa de câmbio. A mudança do regime fiscal No primeiro mandato, o foco das ações na área fiscal voltou-se para as ações de alcance estrutural. Entretanto, a maior parte das iniciativas sofreu à forte resistência legislativa e política. O segundo mandato foi marcado por mudanças na área fiscal. Essas mudanças tiveram início em parte ainda durante o primeiro mandato, mas, devido a seu alcance, só foram apresentar resultados no período posterior. A principal alteração, de impacto imediato, foi a introdução do Plano de Estabilidade Fiscal, em outubro de 1998, que passou a estipular o patamar de superávit primário do setor público necessário para a estabilização da razão dívida/produto. O programa está na origem da recuperação da confiança na economia brasileira após a desvalorização cambial de 1999. Além do Programa de Estabilidade Fiscal, outros pontos são muito importantes nessa mudança de regime. Após a recuperação da crise de 1999 e a retomada da confiança na economia, a despesa financeira do setor público diminuiu até meados de 2001. Naquele momento teve início novo ciclo de contração monetária, relacionado a diversos choques internos e externos, intensificados pela instabilidade gerada pelo ciclo eleitoral. O Programa de Estabilidade Fiscal foi baseado mais fortemente na elevação de receitas, enquanto as despesas continuaram crescendo. Como conseqüência, a carga tributária cresceu durante o período, devido à dificuldade política envolvida na aprovação de reformas estruturais e medidas voltadas para a contenção de despesas. Tudo isso que ocorreu deve-se a uma mudança da composição da despesa pública, com menos investimento e mais custeio. A mudança do regime cambial No primeiro mandato, a fixação da taxa de câmbio foi um elemento essencial da consolidação da estabilidade de preços. A experiência mostrou que o câmbio constitui elemento essencial de estratégias de estabilização nos processos de estabilização inflacionária. O problema no caso brasileiro foi sua duração excessiva. A mudança do regime cambial ocorreu nos primeiros dias do segundo mandato. O sistema de bandas, em que o câmbio flutua livremente, deu lugar a um regime de flutuação suja. A principal conseqüência positiva dessa troca a partir de 1999 foi a possibilidade de ajuste na conta corrente. A mudança no saldo em conta corrente processou-se, portanto, sob a liderança do comércio exterior de bens e de serviços, dada a estabilidade no saldo de rendas. O regime cambial flexível implantado a partir de 1999 não pode ser considerado de flutuação pura. A intervenção no mercado cambial tem sido realizada por vários instrumentos, entre os quais se destaca a continuidade em manter a dívida indexada à taxa de câmbio, e, mais recentemente, a oferta de swaps cambiais, que é troca de taxa de variação cambial (variação do preço do dólar) por juros pós-fixados. A mudança do regime monetário O relaxamento da âncora cambial, no início de 1999, trouxe preocupações quanto ao recrescimento do processo inflacionário. Surgindo previsões catastrofistas de até 50% de inflação naquele ano. A retomada da estabilidade das expectativas de inflação foi facilitada por uma série de fatores, como o ambiente de preços estáveis que já durava quatro anos e meio, o resultado positivo das safras agrícolas e a rápida recomposição no comando da área econômica após a crise que chego ao ponto mais alto com a mudança do regime cambial, entre outros fatores. Enquanto no primeiro mandato a política monetária atuava de forma subordinada às necessidades de fluxo cambial ditadas pela defesa do regime semifixo, no novo ambiente, a política monetária ganhou uma certa liberdade. A nova âncora para as expectativas inflacionárias passou a ser o regime de metas de inflação medidas pelo IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Estas, por sua vez, passaram a serem definidas pelo Conselho Monetário Nacional e executadas pelo Banco Central. A principal conseqüência da substituição do regime monetário subordinado à âncora cambial pelo de metas de inflação foi a redução tanto do nível como da volatilidade das taxas de juros. Efetividade da política econômica de FHC Enquanto o primeiro período FHC marcou a conquista da estabilidade de preços e a promoção de um novo marco regulatório nos segmentos de infra-estrutura, embora com elevados custos do ponto de vista do equilíbrio do balanço de pagamentos, o período do segundo mandato marcou o restabelecimento de políticas monetária e cambial mais equilibradas e também a redução na volatilidade dos produtos. No entanto, a sucessão de choques externos desfavoráveis, em presença de desequilíbrios que foram acumulados no esforço de estabilização durante o primeiro mandato, terminaram por comprometer o crescimento e reforçaram o processo de fadiga das reformas estruturais, o que impediu uma elevação da taxa de investimento e uma retomada sólida da economia. Se fossem adotadas medidas adicionais no sentido de incentivar o investimento, principalmente o investimento voltado para o setor exportador e de infra-estrutura, seria possível criar um ciclo de crescimento no período posterior. No entanto, isso não se concretizou devido a uma seqüência de choques adversos, em especial a tensão pré-eleitoral de 2002. 3.0 CONCLUSÃO O segundo governo de Fernando Henrique Cardoso foi basicamente um mandato para lutar contra a inflação. Para isso, desvalorizou o real, mudou a política econômica, entre outras ações. Nisso teve até uma certa efetividade, porém, nas outras preocupações de seu governo, como a reforma agrária e a segurança, suas estratégias deixaram a desejar. 4.0 REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS FONTANA, Henrique, Governo Fernando Henrique Cardoso, Câmara dos Deputados, 2000 MOTA, Myriam Becho, BRAICK, Patrícia Ramos, História: das cavernas ao terceiro milênio, volume 3, editora Moderna, 2005. http://www.scielo.br/pdf/ts/v15n2/a06v15n2.pdf http://www.scielo.br/pdf/ts/v15n2/a08v15n2.pdf http://www.scielo.br/pdf/ts/v15n2/a11v15n2.pdf http://www.scielo.br/pdf/ts/v15n2/a05v15n2.pdf