Gordura saturada: Enfim, a redenção! indivíduo estar em níveis elevados de colesterol total e de LDL, não significa exatamente que o portador de tal exame seja um forte candidato a alguma patologia cardíaca ou outra disfunção metabólica. Quem busca exatidão nas pesquisas da Ciência da Nutrição, sinto informar, mas está perdendo tempo. De tempos em tempos, surgem pesquisas crucificando alimentos em específico, mas, que ao longo dos anos e de novos estudos, acabam sendo desmistificados para a alegria geral de milhões de paladares. No início da década de 1950, surgiram estudos associando o consumo de gordura saturada(animal) com o aumento de doenças cardíacas, comparando-se países com alto e baixo consumo de gordura animal com seus correspondentes índices de mortes cardiopáticas. Logo, alegou-se que a alta ingestão deste tipo de alimento aumentaria os fatores de inflamação e entupimento das artérias. Tão logo a isso se chamou de “Hipótese da Dieta Cardíaca”. Porém, ao final da década de 50, pesquisadores passaram a questionar a veracidade desta malfalada tríade: gordura saturada - colesterol LDL elevado - maior risco cardíaco. O que não se explicava à população há anos é que na gordura animal há subtipos de ácido graxo, entre eles, o esteárico, o palmítico e o láurico. O primeiro é encontrado nas carnes bovinas e no cacau, sendo que no seu processo de metabolização, ele se transforma em ácido oleico, o mesmo encontrado no badalado azeite de oliva. Já o láurico e o palmítico, ao mesmo tempo que aumentam a concentração de colesterol LDL, elevam também a fração HDL no organismo humano. Logo, colaboram na redução de dano à saúde do coração. Outra questão importante é que ao analisar isoladamente o resultado de um exame de colesterol, o fato de um Isso, pode-se explicar da seguinte forma: o colesterol LDL possui 2 frações: a primeira é pequena e densa; a segunda, possui partículas grandes e fofas. A primeira é a responsável pelos mecanismos de inflamação e entupimento das artérias do músculo cardíaco, podendo gerar eventos patológicos, como a ateriosclerose. Já a particula grande e fofa parece não representar perigo à saúde. Outros fatores que devem ser considerados para um risco cardíaco e outras de caráter inflamatório, são: níveis de triglicerídeos, homocisteína, glicemia e questões, como: genética, tabagismo, obesidade e sedentarismo. Pois então, já que o consumo moderado de gordura animal parece não ser o real vilão da dieta alimentar, qual o fator dietético que pode explicar a incidência cada vez maior de mortes por causas cardíacas e outras doenças metabólicas? Levantamentos realizados em importantes Centros de Pesquisa indicam que a ingesta crescente de carboidratos refinados e processados (açúcar e farinha de trigo brancos) aliado à comidas ricas em gordura trans e em sódio, como os “junk foods”) estão diretamente relacionados aos mecanismos que levam às cardiopatias e outras doenças metabólicas. E por quê ainda se reza que a gordura animal é o grande fator de risco à saúde? Lembre-se que ao mesmo tempo que se sustenta tal mito, indústrias alimentíceas expandem cada vez mais a produção de alimentos refinados, processados e ricos em gordura transesterificada. Isso se traduz em cifras inimagináveis. Por fim, o que se procura aqui não é instigá-los a aderir à ingesta abusiva de manteiga, toucinho, picanhas e afins, mas, que não existe um alimento mortal e que tudo pode ser consumido, desde que haja comedimento na frequência e quantidade, assim como aderir a uma dieta rica em diversos grupos alimentares. Óbvio que quanto mais natural e orgânico for a sua alimentação, melhor será a sua saúde e seu bem estar.