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OPTATIVA- SOCIOLINGUÍSTICA
AULA 01: CONCEITOS BÁSICOS
TÓPICO 02: SOCIOLINGUÍSTICA: CAMPO DE ESTUDOS
O termo Sociolinguística fixou-se em 1964, em um congresso, organizado
por William Bright, na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).
Participaram vários estudiosos que hoje constituem referências clássicas nos
estudos voltados para a relação língua e sociedade, tais como John Gumperz,
Einar Haugen, William Labov, Dell Hymes, John Fischer entre outros.
Fonte:
(HTTP://3.BP.BLOGSPOT.COM/8A5D0DL14_8/TEUERSUQIRI/AAAA
AAAAAAS/MKTJWSQXG6S/S400/TOD
Segundo Bright, em texto introdutório denominado "As Dimensões da
Sociolinguística", que resultou da apresentação no congresso acima citado, a
Sociolinguística deve "demonstrar a covariação sistemática das variações
linguística e social. Ou seja, relacionar as variações linguísticas observáveis
em uma comunidade às diferenciações existentes na estrutura social desta
mesma sociedade.
AS-AS-CRIANCAS-DO-BRASIL06.JPG)
Para Bright, o objeto da sociolinguística é a diversidade linguística
O rótulo "sociolinguística" reuniu, no seu início, pesquisadores
marcados pela formação acadêmica em diferentes campos do saber e
marcados também pela preocupação com as implicações teóricas e práticas
de fenômeno linguístico na sociedade norte-americana. Sob esse "rótulo",
surgem pesquisas voltadas para as minorias linguísticas e para questão do
insucesso escolar de crianças oriundas de grupos sociais desfavorecidos
(negros e imigrantes, particularmente).
VERSÃO TEXTUAL
O objeto de estudos da Sociolinguística é o estudo da língua
falada em seu contexto social, ou seja, em situações efetivas de uso. A
relação língua e variedade é concebida como constitutiva do fenômeno
linguístico.
Nesse sentido, as línguas são concebidas como entidades que mudam
continuamente e as mudanças são parte da história das línguas. Sob essa
perspectiva, as variações estão relacionadas a fatores tais como idade, sexo,
nível de escolaridade, região geográfica, classe social etc. Sob essa
perspectiva, é possível descrever as variedades linguísticas a partir de dois
parâmetros: a variação geográfica ou diatópica e a variação social ou
diastrática.
VARIAÇÃO GEOGRÁFICA OU DIATÓPICA
A variação geográfica ou diatópica relaciona-se às diferenças linguísticas
distribuídas no espaço físico, vejamos os exemplos, a seguir:
• Brasileiros e portugueses se distinguem em sua fala em vários aspectos.
No plano do léxico, por exemplo, o português diz "comboio" e o brasileiro
"trem".
• Brasileiros originários das regiões nordeste e sudeste também
apresentam distinções em suas falas. No plano fonético-fonológico, por
exemplo, a pronúncia das vogais médias pretônicas abertas como [p
r'dido] em algumas regiões do nordeste e fechadas como [per'dido] no
sudeste do Brasil.
• Tomando-se a comunidade de fala de língua portuguesa no Brasil, é
possível falar em variedades brasileira, baiana, curitibana, nordestina,
paulista etc.
VARIAÇÃO DIASTRÁTICA
A variação social ou diastrática relaciona-se a um conjunto de fatores sociais
correlacionados à organização sociocultural da comunidade de fala. Os itens,
a seguir, ilustram essa variação.
• Em determinadas idades o uso do léxico é marcado por gírias,
expressões que demarcam a faixa etária dos mais jovens.
• O uso do diminutivo pode está correlacionado à fala de mulheres
• O falante varia sua fala conforme a situação comunicativa em que se
encontra, o receptor a quem se dirige e de acordo com o assunto a ser
tratado. Nesse sentido, o nível de formalidade e informalidade das
situações comunicativas são importantes na seleção das variedades de
uso da língua.
Há também as variações estilísticas ou de registros relacionadas ao contexto
de uso. Os falantes usam a língua em função das circunstâncias em que
ocorrem suas interações verbais. Em linhas gerais, na comunicação oral, o
falante usa a variedade de língua relativa a sua região de origem, classe
social, idade, escolaridade, sexo etc., conforme o nível de
formalidade/informalidade da situação comunicativa, seu interlocutor, o
assunto da conversa entre outros. As variações geralmente são reguladas
socialmente pelas relações sociais. Ao uso da linguagem geralmente perpassa
uma ordenação de valor das variedades linguísticas em uso, que reflete a
hierarquia dos grupos sociais. Em outras palavras, "uma variedade
linguística 'vale' o que 'valem' na sociedade os seus falantes, isto é, vale como
reflexo do poder e da autoridade que eles têm nas relações econômicas e
sociais" (GNERRE, p. 1985, p. 4).
VERSÃO TEXTUAL
O termo variedade padrão surge dessas relações sociais de poder.
Assim, entende-se por variedade padrão – norma culta ou língua culta
– não a língua perfeita, original como comumente se acredita, mas a
língua usada por grupos socialmente dominantes.
O termo variedade padrão reúne um conjunto de crenças, atitudes e hábitos
linguísticos referendados por grupos sociais historicamente dominantes ou
determinadas regiões econômica e politicamente consideradas influentes.
Em outras palavras, a variedade linguística de prestígio/padrão/culta
coincide com a variedade linguística falada pela burguesia, pelos habitantes
de núcleos urbanos, que são centros do poder econômico e do sistema
cultural predominante.
Do ponto de vista da Sociolinguística, as línguas não são homogêneas, sendo
a variação linguística decorrente de diversos fatores. Portanto a afirmação de
que uma determinada língua é feia, pobre não tem natureza científica. Para a
Sociolinguística, a natureza variável das línguas constitui um pressuposto
básico para descrever e interpretar o comportamento linguístico. A ideia de
que as línguas são homogêneas é um mito que não condiz com os usos
efetivos da língua.
A Sociolinguística concebe a relação língua e sociedade, sendo a variação
existente e própria da língua falada. O modelo sociolinguístico é entendido
como um espaço de investigação interdisciplinar que atua nas fronteiras
entre língua e sociedade, focalizando precipuamente os empregos concretos
da língua.
LEITURA COMPLEMENTAR
CAMACHO, R. G.. Sociolinguística. In: MUSSALIM,F.;BENTES,A.C.
(Org.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Corteza,
2001.
PORTFÓLIO
Elabore um resumo esquemático do texto Sociolinguística (CAMACHO,
2001).
Orientação:
• O resumo esquemático deve ser redigido em APENAS uma página.
• Deve conter em CAIXA ALTA os tópicos do texto fonte a ser resumido:
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Ex.:
1. O QUE É SOCIOLINGUÍSTICA?
2. A VARIAÇÃO E SUAS CAUSAS SOCIAIS
3. POR QUE NÃO IGNORAR A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA?
4. POR QUE SE IGNOROU A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
5. A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E O ENSINO DA LÍNGUA MATERNA
6. FINALIZANDO
• Após CADA tópico principal que já consta do texto fonte, redigir tópicos
que resumem a(s) ideias básicas do tópico.;
Não se esquecer de, ao final do seu resumo esquemático, informar a
referência bibliográfica, conforme as normas da ABNT.
Responsável: Prof. Hebe M. Carvalho
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