Medicina Nuclear Helena Pena Dezembro 2013 Medicina Nuclear - Conceitos Básicos Medicina Nuclear A Medicina Nuclear é uma Especialidade Médica que utiliza radionúclidos ou radiofármacos para o estudo, diagnóstico ou tratamento de doenças. Esta tarefa exige a combinação de múltiplas diferentes disciplinas: Química, Física, Matemática, Informática e Medicina. Imagiologia na Abordagem Diagnóstica... Radiologia Medicina Nuclear Morfologia FUNÇÃO Cintigrafia ou Gamagrafia Representação funcional. Como nasce uma cintigrafia... Radionúclido Fármaco / Partícula Como nasce uma cintigrafia... Os Alvos... Como nasce uma cintigrafia... 99mTc γ 18F e+ Positrão “Single Photon” 2 fotões Gamacâmacra PET Scanner Como nasce uma cintigrafia... Detecção Gama Cintilação γ NaI(Tl) 1KeV 30 fotões de luz PMT Gamacâmacra Impulso eléctrico Como nasce uma cintigrafia... Coordenadas espaciais 1γ Intensidade 1 PHA xx x Tratamento da Imagem Digital xxxxxx xxxxx xxxx xxx xx x 1 Como nasce uma cintigrafia... Avaliação Quantitativa / Qualitativa Como nasce uma cintigrafia... Escolha do “Display” Como nasce uma cintigrafia... Escolha do “Display” Medicina Nuclear - Radiofarmácia Radionúclidos Na Investigação Diagnóstica Critérios de selecção: - T½ relativamente curto; - Emissão de fotões (γ), com baixa energia, mas suficiente para ser detectada mesmo quando emitida a partir de estruturas profundas; - Não emissão de partículas radioactivas (α, β); - Actividade específica (MBq/mg) máxima, afim de não desencadear uma resposta tóxica ou afectar a sua biodistribuição. Radionúclidos Na Investigação Diagnóstica Classificação: Radioisótopos de Iões Metálicos 99mTc (TcO4-) 67Ga 102Tl Tiróide / Glândulas Salivares / Div. Meckel Tumores / Infecção Tumores / Perfusão do Miocárdio 111In, 51Cr Radioisótopos de Iões não Metálicos 131I, 123I, 125I 133Xe 57Co, 58Co Emissores de Positrões 18F Tiróide Ventilação Pulmonar Absorção da VitB12 Metabolismo Tumoral 11C, 15O 13N Estudos Cardíacos Radionúclidos 99mTc – O Radionúclido Universal Radionúclido mais frequentemente utilizado em estudos de Medicina Nuclear. Características implicadas: - Facilmente disponível: produzido localmente em gerador (99Mo/99mTc): Isótopo em estado metastável, derivado do decaimento do 99Mo. - Exibe múltiplos estados de oxidação (valências de +7 a –1), o que facilita a sua ligação a substratos orgânicos ou a moléculas. -Propriedades físicas: - Curta semi-vida (mas suficientemente longa para a realização dos exames T½=6,02 h); - Baixa energia (emissor puro de 140KeV), ideal para a detecção da radiação pelas actuais gamacâmaras (100-200KeV) e para a sua utilização clínica. - Elevada actividade específica (carrier-free) Muito baixa toxicidade Radionúclidos Na Terapêutica Critérios de selecção: - Emissão de partículas radioactivas (alta energia) com uma capacidade de penetração máxima equivalente á dimensão da lesão a tratar; - Emissão concomitante de radiação γ, permitindo a visualização do radionúclido no alvo. - Actividade específica (MBq/mg) média ou alta. Radionúclidos Na Terapêutica Classificação: 131I 89Sr 90Y Carcinoma papilar / folicular da Tiroideia Paliação da dor óssea metastática Terapêuticas intra-cavitárias Radiofármacos Na Investigação Diagnóstica Critérios de selecção: - Escolha da partícula, célula, proteína, péptido ou molécula de acordo com o alvo em estudo. - Em quantidade ínfima, bem abaixo da quantidade necessária para desencadear qualquer resposta fisiológica Não desenvolvendo reacções de hipersensibilidade - Desenho molecular que tenha em conta propriedades físicas e químicas para dirigir o radiofármaco para o alvo em estudo. Radiofármacos Na Investigação Diagnóstica Classificação: Partículas Colóides 99mTc Fígado / Baço / Medula óssea Macroagregados 99mTc Perfusão pulmonar Leucócitos 111In Infecção Plaquetas 111In Trombos GV 99mTc ARN / Pesquisa de hemorragia 51Cr Vida e Massa eritrocitária GV lesados 99mTc Baço Anticorpos monoclonais Imunoglobulinas 99mTc Células Proteínas Albumina / 111In Imunocintigrafias Radiofármacos Na Investigação Diagnóstica Classificação: Péptidos Análogos da Somatostatina 111In / 99mTc Tumores derivados da crista neural Moléculas MDP / HMDP 99mTc Estudos ósseos DTPA / MAG3 99mTc Função renal / Ventilação DMSA 99mTc Córtex renal Tetrofosmina / Sestamibi 99mTc Perfusão do miocárdio EHIDA 99mTc Vias biliares MIBG 123I / 131I Feocromocitoma / Coração Norcolesterol 123I / 131I Córtex supra-renal HMPAO / ECD 99mTc Perfusão cerebral Radiofármacos Na Terapêutica Classificação: 153Sm-EDTMP Paliação da dor óssea metastática 131I-Octreótido Tumores com receptores da somatostatina 90Y-Ibritumomab tiuxetan Linfoma Não-Hodgkin Radionúclidos & Radiofármacos Biodistribuição Factores determinantes: - Tipo de partícula, célula, proteína, péptido ou molécula marcados; - Dimensão das partículas (colóides, Macroagregados) - Via de administração: e.v., s.d., aerossol, oral, instilação; - Cinética molecular - Peso molecular - Carga molecular Aquisição de Imagens em Gamacâmara - Variantes & Aplicações Aquisição de Imagens - Variantes & Aplicações -Imagens Estáticas - Tiroideia, GG Óssea, Cintigrafia renal, V/Q, MIBG, Norcolesterol, Tl, Ga -Imagens de Varrimento - GG Óssea, Imunocintigrafias, MIBG, Ga -Estudos Dinâmicos - Renograma, Glândulas salivares, Gamacistografias, Linfocintigrafias - Estudos Tomográficos (SPECT) -Perfusão miocárdio, Ga, Estudos hepáticos, GG óssea - Estudos Tomográficos com referências anatómicas (SPECT-CT) - GG óssea, Imunocintigrafias, MIBG -Aquisições sincronizadas (Gated) - Estudos cardíacos Aquisição de Imagens - Variantes & Aplicações -Imagens Estáticas - Tiroideia, GG Óssea, Cintigrafia renal, V/Q, MIBG, Norcolesterol, Tl, Ga Aquisição de Imagens - Variantes & Aplicações -Imagens de Varrimento - GG Óssea, Imunocintigrafias, MIBG, Ga Aquisição de Imagens - Variantes & Aplicações -Estudos Dinâmicos - Renograma, Glândulas salivares, Gamacistografias, Linfocintigrafias Aquisição de Imagens - Variantes & Aplicações - Estudos Tomográficos (SPECT) - Perfusão miocárdio, Ga, Estudos hepáticos, GG óssea Aquisição de Imagens - Variantes & Aplicações - Estudos Tomográficos (SPECT) com referências anatómicas (SPECT-CT) - GG óssea, Imunocintigrafias, MIBG Aquisição de Imagens - Variantes & Aplicações - Aquisições sincronizadas (Gated) - Estudos cardíacos Tratamento da Imagem & Quantificações Tratamento da Imagem & Quantificações - Tratamento da imagem: Dimensão, posicionamento, rotação, zoom, máscara, etc. - Escolha do mapas de cor - Determinação de regiões de interesse: Quantificações (absolutas e relativas): Débitos, volumes, índices, etc. Determinação de curvas Actividade / Tempo - Fusão de Imagem: TC + SPECT Mapas de côr Regiões de Interesse & Quantificações Fusão de Imagem Fusão de Imagem Multimodalidades Medicina Nuclear Cintigrafias mais Frequentes Estudos Ósseos Cintigrafia Óssea de Corpo Inteiro Cintigrafia Óssea Parcelar Cintigrafia Óssea (Estudo Tomográfico) Cintigrafia Óssea em Três Fases Estudos Cardíacos Cintigrafia de Perfusão do Miocárdio (Repouso e Esforço) Angiografia de Radionúclidos Cintigrafia Cardíaca com MIBG Estudos Nefro-Urológicos Renograma (DTPA) Renograma Diurético Renograma sob Captopril Renograma (MAG 3) Cintigrafia Renal Gamacistografia Directa Tomografia (SPECT) Pulmonar com Depreótido (Neospect) Cintigrafia dos Receptores da Somatostatina (Octreoscan) Cintigrafia Mamária Cintigrafia da Medula Óssea Imunocintigrafia Anti-CEA Cintigrafia Corporal com DMSA Estudos do Sistema Digestivo Estudo Funcional das Glândulas Salivares Pesquisa de Divertículo de Meckel Pesquisa de Refluxo Gastro-Esofágico Estudo do Esvaziamento Gástro-esofágico Pesquisa de Hemorragia Digestiva Tomografia (SPECT) Hepática com Glóbulos Vermelhos Marcados Gamacistografia Indirecta Cintigrafia Hepato-Biliar Estudos Pulmonares Cintigrafia Hepato-Esplénica Cintigrafia Pulmonar de Ventilação / Perfusão Tomografia (SPECT) Hepática Estudo da Permeabilidade Pulmonar Epitelial Estudos Cerebrais Estudos Oncológicos e Endocrinológicos Tomografia Cerebral (SPECT) com HMPAO ou ECD Gamagrafia da Glândula Tiroideia Tomografia Cerebral (SPECT) com Tálio Cintigrafia das Paratiroideias Tomografia Cerebral (SPECT) com IBZM Cintigrafia com Gálio Cintigrafia com Tálio Tomografia (SPECT) Cerebral com Ioflupano (Datascan) Cintigrafia Suprarenal (Iodocolesterol) Outros Estudos Cintigrafia Suprarenal (MIBG) Linfocintigrafia Linfocintigrafia (Gânglio Sentinela) Imunocintigrafia Anti-Granulocitos Tomografia Cerebral (SPECT) com Tálio Cintigrafia Testicular Cintigrafia Corporal com 131I Dacriocintigrafia PET 18F-FDG A Cintigrafia Óssea A Cintigrafia Óssea INTRODUÇÃO A remodelação óssea é levada a cabo por conjuntos celulares conhecidos como “unidades de remodelação óssea”, constituídas principalmente por osteoclastos e osteoblastos e que atuam de forma cíclica ao longo da vida. Osteoclasto Qualquer condição externa ou interna que altere este equilíbrio [quer por redução, quer, mais frequentemente, por aumento da taxa de remodelação óssea], resulta numa alteração metabólica detectável na cintigrafia óssea. Osteoblasto A Cintigrafia Óssea INTRODUÇÃO - Avaliação funcional do tecido ósseo - Detecção precoce de alterações do metabolismo ósseo cortical - Possibilidade de avaliação do corpo inteiro num só estudo Elevada sensibilidade Exame de escolha quando um estudo funcional é mais útil do que uma avaliação morfológica A Cintigrafia Óssea FOSFONATOS Fosfonatos condensados Difosfonatos (HEDP, MDP, HMDP) Imidodifosfonatos A Cintigrafia Óssea 99mTc-MDP / 99mTc-HMDP PREPARAÇÃO O 99mTc é eluído a partir dum gerador de 99Mo no estado de ião pertecnetato (99mTc O-4). Para poder ser ligar a um fosfonato, necessita de ser reduzido quimicamente pelo Sn O composto 99mTc-Sn-(H)MDP é estável até cerca de 4 horas após a preparação. A Cintigrafia Óssea 99mTc-MDP / 99mTc-HMDP BIODISTRIBUIÇÃO - Após 1 hora - 50% no esqueleto - Após 2 a 3 horas - 10% liga-se às proteínas plasmáticas - Após 4 horas - 50% excretado na urina por filtração e reabsorção tubular parcial. A Cintigrafia Óssea 99mTc-MDP / 99mTc-HMDP DETERMINANTES FISIOLÓGICOS DA CAPTAÇÃO DOS FOSFONATOS NO OSSO 1. Vascularização óssea 2. Eficiência de extracção (dependente da actividade osteoblástica) Factores que influenciam estes mecanismos: Actividade metabólica, permeabilidade capilar, tónus simpático, pressão hidrostática do espaço extracelular, potencial eléctrico, mudanças locais do pH. A Cintigrafia Óssea 99mTc-MDP / 99mTc-HMDP MECANISMOS DE CAPTAÇÃO DOS NO OSSO - Na matriz mineral: - ligam-se sobretudo ao fosfato de cálcio amorfo (CaPO4) - á superfície dos cristais de hidroxiapatite (sobretudo em áreas imaturas e em locais lesados), com libertação do Sn e do 99mTc que são hidrolizados e ligam-se ao osso na forma de SnO2 e de TcCO2 - Na matriz orgânica: colagéneo, células ósseas, enzimas e receptores enzimáticos - doenças metabólicas A Cintigrafia Óssea 99mTc-MDP / 99mTc-HMDP Actividade e dosimetria T1/2 - 6h Energia - 140KeV Dose recomendada - 20mCi / 740 mBq Dosimetria (rads/20mCi): Corpo inteiro - 0,13 Bexiga (às 2 h) - 2,6 Esqueleto - 0,7 Ovários (às 2h) - 0,24 Rins - 0,8 Testículos (às 2 h) - 0,16 Medula - 0,56 DuPont Radiopharmaceutical A Cintigrafia Óssea TÉCNICA - Preparação - Hidratação - Administração e.v. de 15 a 20 mCi de 99mTc-MDP Estudo dinâmico - Após 5 minutos Imagem parcelar precoce - Intervalo de 2 a 3 horas Cintigrafia de corpo inteiro Imagens parcelares SPECT A Cintigrafia Óssea TÉCNICA CINTIGRAFIA DE CORPO INTEIRO Gamacâmara equipada com um (ou dois) colimador de baixa energia, de uso geral e buracos paralelos. Doente em decúbito dorsal Incidências anterior e posterior, matriz 512 128, cerca de 1000 kcounts / imagem IMAGENS PARCELARES Matriz 256 256, cerca de 3 min / imagem A Cintigrafia Óssea CINTIGRAFIA NORMAL PADRÃO DE NORMALIDADE - Simetria - Áreas de normal hiperactividade - Articulações acromio-claviculares - Articulações esterno-claviculares - Cintura escapular - Articulações costo-condrais - Articulações sacro-ilíacas - Esterno - Curvaturas fisiológicas da coluna vertebral - Fraca actividade nas partes moles - Visualização renal No adulto, a captação do RF é mais acentuada no esqueleto axial. As curvaturas fisiológicas da coluna vertebral condicionam uma diferente proximidade aos detectores a cada nível da coluna, com aparente actividade de grau inverso nas incidências anterior e posterior. Adulto A Cintigrafia Óssea CINTIGRAFIA NORMAL VARIANTES DA NORMALIDADE - Crianças - Suturas cranianas - hiperostose frontal - protuberância occipital - cartilagem tiroideia - calcificação costo-condral - sinal patelar - sinal do deltóide - espinha bífida - patologia dentária - rim pélvico - artefactos (metal, próteses) O aspecto mais predominante num esqueleto em crescimento é a marcada captação do RF nas cartilagem de conjugação e centros de ossificação, sobretudo nas epífises distais dos fémures e proximais das tíbias e úmeros. Jovem Ascite Mastite Fístula reno-cólica Miosite Hérnia ureteral Calcinose Linfedema A Cintigrafia Óssea CINTIGRAFIA PATOLÓGICA Áreas hipermetabólicas Áreas de baixa actividade PADRÕES CINTIGRÁFICOS PATOLÓGICOS 1 - Doença metastática 2 - Tumores malignos primários 3 - Tumores benignos primários 4 - Osteomielite 5 - Artrite séptica 6 - Osteoartropatia (diabética, pulmonar) 7 - Próteses articulares 8 - Fracturas 9 - Doenças metabólicas 10 - Necrose avascular 11 - Doença de Legg-Calvé-Perthes 12 - Algoneurodistrofia 13 - Ossificação heterotópica 14 - Artrite não séptica A Cintigrafia Óssea 1 - DOENÇA METASTÁTICA Estadiamento / Terapêutica SENSIBILIDADE / ESPECIFICIDADE / PRECOCIDADE - Sensibilidade >95% Cint. óssea Radiologia FN - 2%(lesões medulares) FN - 30 a 50% Detecção precoce Detecção tardia (desde pequenas alterações metabólicas / vasculares) (após alteração de 30 a 50% densidade óssea) - Especificidade Baixa especificidade, compensada pela existência de padrões de captação. Precocidade única da gamagrafia óssea na detecção de metástases. A Cintigrafia Óssea ACTIVIDADE DAS LESÕES NA DOENÇA METASTÁTICA As células metastáticas crescem no espaço medular ósseo (pelo que não detectável na cintigrafia). O osso envolvente tenta reorganizar-se, aletrando o equilíbrio do processo osteoclástico / osteoblástico. É esta actividade que é traduzida na cintigrafia. O grau relativo de reabsorção e deposição varia segundo os diferentes tumores e, por vezes, até consoante as diversas localizações. A relação entre estes dois processos determina se uma metástase aparecerá como predominantemente blástica (quente), lítica (fria) ou exibirá um padrão misto. A Cintigrafia Óssea Tumor primitivo Actividade predominante das metástases ósseas Blástica Tumores que mais frequentemente metastizam para o osso: - Próstata - Mama - Pulmão - Rim - Tiróide Lítica Próstata ++++ Mama +++ + Pulmão + +++ Rim + Tiróide + Estômago ++ Neuroblasto ma +++ A Cintigrafia Óssea PADRÕES GAMAGRÁFICOS NA DOENÇA METASTÁTICA A - Lesão focal única B - Lesões focais múltiplas C - Envolvimento difuso (Superscan) D - Lesões “frias” A Cintigrafia Óssea PADRÕES GAMAGRÁFICOS NA DOENÇA METASTÁTICA A - Lesão focal única (em doentes oncológicos!) - 6 a 8% da doença metastática traduz-se por lesões únicas. - 55% das lesões únicas são malignas. - Lesões únicas são malignas: - Nos arcos costais: 10% - No crânio: 20% - Na coluna vertebral: 80% Barbara J. McNeil A Cintigrafia Óssea PADRÕES GAMAGRÁFICOS NA DOENÇA METASTÁTICA B - Lesões focais múltiplas Focos de hipercaptação (provocada pela reacção osteoblástica do osso á implantação do tecido tumoral), múltiplos, de tamanho variável e distribuídos irregularmente pelo esqueleto axial: Esqueleto axial - 80% Vértebras - 39% Costelas e esterno - 28% Pélvis - 12% Crânio - 10% Ossos longos - 10% Barbara J. McNeil A Cintigrafia Óssea PADRÕES GAMAGRÁFICOS NA DOENÇA METASTÁTICA C - Superscan Hipercaptação difusa e simétrica, com quase total ausência de actividade nas partes moles e nos rins (acentuado aumento da razão de captação entre o esqueleto e os tecidos moles) Tumores frequentemente na origem de superscans: próstata, mama, pulmão, bexiga e linfoma Outras patologias: hiperparatiroidismo, osteomalácia, doença de Paget, displasia fibrosa A Cintigrafia Óssea PADRÕES GAMAGRÁFICOS NA DOENÇA METASTÁTICA D - Lesões “frias” Focos de hipocaptação, com ou sem halo de hipercaptação (correspondem a lesões líticas puras ou predominantemente líticas). Podem acontecer em tumores muito agressivos ou, ao contrário, em tumores com crescimento lento. 80% são devidas a metástases. A Cintigrafia Óssea 2 - TUMORES MALIGNOS PRIMÁRIOS - Sarcoma osteogénico - Condrossarcoma - Fibrossarcoma - Tumor de células gigantes - Lipossarcoma - Sarcoma de Ewing A Cintigrafia Óssea 3 - TUMORES BENIGNOS PRIMÁRIOS - Osteoma osteóide - Ilheus ósseos - Quistos ósseos - Defeitos fibrosos corticais, fibroma não ossificante - Outras lesões benignas: - Displasia fibrosa - Granuloma eosinófilo - Tumores castanhos do hiperparatiroidismo - Quisto ósseo aneurismático - Condroblastoma - Eucondroma Osteoma osteóide Osteoma osteóide Osteoma osteóide A Cintigrafia Óssea 4 - OSTEOMIELITE Habitualmente, as lesões localizam-se na região da diáfise/epífise dos ossos longos, estendendo-se frequentemente à articulação adjacente. Outros radiofármacos utilizados para estudo da osteomielite: - Gálio 67 - Marcador da infecção - Leucócitos marcados Osteomielite Osteomielite A Cintigrafia Óssea 5 - ARTRITE SÉPTICA Artrite Séptica Artrite séptica Artrite séptica A Cintigrafia Óssea 6 - OSTEOARTROPATIA Pulmonar / diabética Osteoartropatia hipertrófica A Cintigrafia Óssea 7 - PRÓTESES ARTICULARES Complicações causando dor: - rejeição - infecção - formação óssea heterotópica - bursite inflamatória - fractura dos fios de fixação - fractura/deslocação da prótese A cintigrafia óssea é particularmente útil na distinção entre rejeição e infecção PTA PTA Prótese do joelho A Cintigrafia Óssea 8 - FRACTURAS - Fracturas traumáticas A cintigrafia torna-se positiva em 24 horas devido ao processo de reparação: 80% das lesões observadas às 24 horas 95% às 72 horas 98% após uma semana Normalização após 7 meses a 1 ano - Fracturas de stress - Fracturas de fadiga (stress repetido num osso normal) - Fracturas de insuficiência (stress normal em osso patológico) - Shin splints Fracturas Fracturas Fracturas Fracturas Fractura de stress Shin Splints A Cintigrafia Óssea 9 - DOENÇAS METABÓLICAS - Osteoporose / Colapso vertebral - Osteomalacia - Hiperparatiroidismo - Doença de Paget Colapso vertebral e fracturas osteoporóticas Osteomalácia Hiperparatiroidismo Doença de Paget Doença de Paget Doença de Paget Doença de Paget A Cintigrafia Óssea 10 - NECROSE AVASCULAR Necrose avascular A Cintigrafia Óssea 11 - DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES Sensibilidade - 98% Especificidade - 95% Necrose avascular - LCP A Cintigrafia Óssea 12 - ALGONEURODISTROFIA (Distrofia simpática reflexa, causalgia, atrofia de Sudeck, síndrome ombro-mão) Sensibilidade - 96% Especificidade - 97% Algoneurodistrofia A Cintigrafia Óssea 13 - OSSIFICAÇÃO HETEROTRÓPICA Calcificação heterotópica A Cintigrafia Óssea 14 - ARTRITE não séptica - Doença articular degenerativa - Artrite reumatóide - Pseudoartrose Artrite não-séptica Artrite não-séptica Artrite reumatóide A Cintigrafia Pulmonar A Cintigrafia Pulmonar Indicações: NA POPULAÇÃO ADULTA 1 – No diagnóstico do tromboembolismo pulmonar 2 – Na avaliação do parênquima pulmonar funcionante (Função pulmonar regional) Previsão pré-cirúrgica do parênquima pulmonar residual pós-cirúrgico. A Cintigrafia Pulmonar Indicações: NA POLPULAÇÃO PEDIÁTRICA Diagnóstico (Doenças congénitas lobares, arteriais e venosas) Exclusão diagnóstica (Bronquiectasias, corpos estranhos) Extensão da doença (Doenças pulmonares crónicas: fibrose quística, bronquiectasias) Monitorização da terapêutica médica (doenças pulmonares crónicas) cirúrgica (doenças congénitas) A Cintigrafia Pulmonar Os estudos pulmonares em Medicina Nuclear constituem o único método actualmente disponível para a avaliação da função regional pulmonar. A Cintigrafia Pulmonar Ventilação Pulmonar - Inalação de 5 mCi de 99mTc-DTPA em aerossol ou de 99mTcTechnegás - Aquisição em gamacâmara, em decúbito dorsal - Imagens em incidências anterior, posterior e oblíquas posteriores esquerda e direita, durante 2 min, matriz 128128 A Cintigrafia Pulmonar Estudos da Ventilação Pulmonar - Sensíveis - Fáceis, mesmo em situações de urgência - Não invasivos - Baixo custo A Cintigrafia Pulmonar Perfusão Pulmonar - Administração e.v. de 20 mCi de 99mTc-MAA (Nas crianças, actividade ajustada ao peso) - Aquisição em gamacâmara, em decúbito dorsal (excepto na HTP primária). - Imagens em incidências anterior, posterior e oblíquas posteriores esquerda e direita, durante 1 min, matriz 128128 A Cintigrafia Pulmonar Estudo da Perfusão Pulmonar - Não invasivo - Baixa irradiação do doente - Elevada sensibilidade - Diagnóstico - Avaliação da eficácia terapêutica A Cintigrafia Pulmonar Exame normal A Cintigrafia Pulmonar Exame normal A Cintigrafia Pulmonar Tromboembolismo Pulmonar -A embolia pulmonar resulta do encravamento na árvore arterial pulmonar, de um coágulo sanguíneo desprendido de um trombo venoso periférico. Numa fase inicial, não cursa com alterações da ventilação. -Durante o exame, os macroagregados capilares pulmonares. são embolizados de forma transitória nos -Perante a presença dum trombo , os macroagregados são embolizados a montante do trombo, num vaso de maior calibre. Posteriormente, os macroagregados são fagocitados pelos macrófagos. A Cintigrafia Pulmonar Tromboembolismo Pulmonar Áreas ventiladas e não perfundidas A Cintigrafia Pulmonar Tromboembolismo Pulmonar Áreas ventiladas e não perfundidas A Cintigrafia Pulmonar A Cintigrafia Tiroideia A Cintigrafia Tiroideia Procedimento É adquirida uma imagem da face anterior do pescoço (e também lateral nas crianças), em matriz 256256, 20 - 30 min após a administração e.v. de 185 MBq (5 mCi) nos adultos e de 37 MBq (1mCi) nas crianças, de 99mTcO -. 4 Mecanismo 99mTcO 4 entra na célula, não sendo organificado A Cintigrafia Tiroideia Indicações - Caracterização e localização da massa tiroideia funcionante Tiróide ectópica, agenesia tiroideia. - Hipertiroidismo (D. Graves, D. Plummer) - Caracterização funcional de nódulos isolados da tiroideia Nódulos quentes / Nódulos frios - BMN A Cintigrafia Tiroideia A Cintigrafia Tiroideia A Cintigrafia Tiroideia A Cintigrafia Renal A Cintigrafia Renal Mecanismo 99mTc-DMSA (Acido dimercaptosuccínico) Fixa-se nas células do túbulo contornado proximal Procedimento Aquisição de imagens estáticas 2 a 3 h após a administração e.v. de 99mTc-DMSA, com a actividade de 150 MBq (4 mCi) no adulto e ajustada à idade e ao peso na criança. As imagens requerem 800k contagens cada uma, são realizadas em matriz 256256 e incluem numa incidência posterior e duas oblíquas posteriores (direita e esquerda). É realizada uma imagem em incidência anterior nos casos de suspeita de rim ectópico ou em ferradura. A Cintigrafia Renal Indicações Caracterização e localização da massa renal funcionante Ectopia renal, Malformações, etc Lesões Corticais Cicatrizes de pielonefrite Traumatismos renais Síndrome Febril Indeterminado Infecções urinárias de repetição Função Renal Relativa A Cintigrafia Renal Lesão ocupando espaço A Cintigrafia Renal Rins em ferradura Traumatismo renal A Cintigrafia Renal Cicatrizes Corticais O Renograma O Renograma Mecanismo 99mTc-DTPA – Filtrado pelo Glomerulo (Baixa ligação ás proteínas) ( Relação Fundo / Rim) 99mTc-MAG3 – Secretado pelos Túbulos Maior ligação ás Proteínas – Intravascular Eficiência de Extracção Depuração Sanguínea Relações de Contraste O Renograma Indicações: 99mTc-DTPA - Quantificação absoluta da função renal separada (DFG) - Avaliação da função excretora (Dilatação/Uropatia obstrutiva) - Hipertensão renovascular - Transplante renal O Renograma Procedimento: Renograma basal Estudo dinâmico com 20 min de duração (20 s / imagem, matriz 128128), que se inicia simultaneamente com a administração e.v. de 99mTc-DTPA, com a actividade de 75 MBq (2 mCi) no adulto e ajustada ao peso na criança. Renograma diurético Quando se justifica, é administrada furosemida (na dose de 1 mg / kg na criança e 20 mg no adulto), prolongando-se o estudo por mais 10 min. Renograma sob captopril Administração oral de 50 mg de captopril 1 h antes do exame, tendo o cuidado de suspender qualquer medicação passível de interferir (diuréticos, inibidores do enzima de conversão da angiotensina), com o mínimo de 48 h de antecedência. Realização ou não de renograma basal. Rim transplantado No caso de um transplantado, é necessário utilizar actividades da ordem dos 450 a 550 MBq (12 a 15 mCi). Os 60 s iniciais do estudo dinâmico acima descrito são substituídos por um estudo com 1 s / imagem para cálculo do índice de perfusão de Hilson (artéria ilíaca/rim). O Renograma Interpretação: - Perfil funcional de cada unidade - Quantificação do débito do filtrado glomerular - Determinação da função renal relativa - Avaliação das imagens gamagráficas O Renograma Interpretação Perfil funcional de cada unidade O Renograma Dilatação com obstrução Renograma basal Prova diurética O Renograma Dilatação com obstrução O Renograma Dilatação sem obstrução Gamacistografia Directa Gamacistografia Directa Indicações: Pesquisa de Refluxo Vesico-Ureteral (RVU) No diagnóstico: Infecções urinárias de repetição Malformações congénitas Dilatação renal Incidência familiar de RVU No controlo evolutivo: Diagnóstico prévio de RVU No controlo da eficácia terapêutica: Avaliação pós-cirúrgica Gamacistografia Directa Procedimento: Desinfecção local Algaliação Preenchimento vesical com soro fisiológico a pressão constante de 100 cm H2O, marcado com 1 mCi 99mTc. Micção espontânea ou após sensação de plenitude vesical (com interrupção do preenchimento) Aquisição de estudo dinâmico (10 s/ frame) Gamacistografia Directa Interpretação Localização do RVU Classificação do RVU Tipo ( Passivo / Activo ) Grau ( I - III ) Gamacistografia Directa Gamacistografia Directa Gamacistografia Directa Gamacistografia Directa 1 2 3 4 5 6 Inicio da micção