CURSO CARCINOMA DA PRÓSTATA METASTIZAÇÃO ÓSSEA ALPHARADIM SAMARIUM ESTRÔNCIO MEDICINA NUCLEAR Paula Lapa Serviço de Medicina Nuclear Hospitais da Universidade de Coimbra 08 de Fevereiro de 2014 Metástases Ósseas no Carcinoma da Próstata Avançado • Ocorrem em cerca de 80% dos doentes. • Doentes com doença metastática óssea têm uma taxa de sobrevivência aos 5 anos de cerca de 25%. • Responsáveis por elevada morbilidade. • A causa mais frequente de morbilidade. • Predominantemente osteoblásticas mas acompanham-se de áreas de destruição óssea, importante na etiologia da dor e das restantes complicações. Complicações que requerem tratamento Eventos Esqueléticos Adversos • 1 - Dor ▫ Manifestação mais comum ▫ Cerca de 30% dos doentes com doença metastática óssea necessitam de tratamento da dor óssea • 2- Fracturas Patológicas ▫ Relativamente infrequente • 3- Compressão Medular ▫ Essencial reconhecer e tratar precocemente para minimizar os potenciais deficits neurológicos • 4- Hipercalcémia ▫ Alteração do metabolismo do cálcio, relativamente rara comparando com outras neoplasias • 5 – Hipocalcémia ▫ Principalmente devido às terapêuticas Abordagem da Dor Óssea • 1 - Medidas terapêuticas especificamente dirigidas à doença metastática. • 2 - Fármacos para controlo sintomático ▫ Anti-inflamatórios não esteróides ▫ Opióides ▫ Coadjuvantes • 3 - Radioterapia Externa ▫ Foco (s) dolorosos do mesmo lado do diafragma • 4 - Radioterapia Sistémica com Radiofármacos ▫ Múltiplos focos dolorosos supra e infra-diafragmáticos ▫ Não tratam tecidos moles adjacentes nem comprometimento neurológico (radioterapia externa) Radioterapia Sistémica • Terapêutica paliativa das metástases ósseas dolorosas em doentes com carcinoma da próstata resistente à castração ▫ Eficaz ▫ Menores efeitos secundários ▫ Implica a administração endovenosa de um radiofármaco Fixação óssea electiva Fixação aumentada nas lesões ósseas com hiperactividade osteoblástica evidenciada por Cintigrafia Óssea Sm 153- EDTMP (Sm 153 Lexidronam) Sr89 (Cloreto de Estrôncio) Cloreto de Rádio 223 (Alpharadim) Lexidronam / Cloreto de Estrôncio • Indicações ▫ Dor localizada a lesões ósseas secundárias, refractária à terapêutica anti-tumoral, quimioterapia, hormonoterapia ou terapêutica com analgésicos ▫ Sintomatologia multifocal impossível de controlar com radioterapia externa ▫ Metastização osetoblástica evidenciada por Cintigrafia Óssea • Contra-Indicações ▫ Hb < 9 g/dl ▫ Leucócitos < 4 x 103/dl ▫ Plaquetas < 135 x 103/dl ▫ Creatinina > 2 mg/dl ▫ Dor por compressão medular ou fractura patológica Lexidronam / Cloreto de Estrôncio • Requisitos ▫ Cintigrafia Óssea < 2 meses ▫ Perfil Hematológico < 7 dias ▫ RT hemicorporal descontinuada 3 meses antes (RT focal pode ser associada) ▫ QT mielossupressora descontinuada 4 semanas antes e recomeçada 6 a 12 semanas depois (realização simultânea em casos seleccionados) ▫ Bifosfonatos descontinuados 48h antes (contra-indicação relativa pois não está confirmada interferência) ▫ No seguimento dos doentes, efectuar hemograma com plaquetas às 2, 4, 6 e 8 semanas após o tratamento devido ao risco de mielotoxicidade • A terapêutica pode ser repetida 12 semanas depois se os valores hematológicos o permitirem Lexidronam / Cloreto de Estrôncio • Resultados ▫ Nos dias imediatos à terapêutica pode haver agravamento da sintomatologia dolorosa ▫ A partir do 6º - 8º dia há melhoria total ou parcial da sintomatologia dolorosa em 50-80% dos doentes ▫ Há melhores resultados com o Lexidronam Melhoria em 60-80% dos doentes Maior grau de paliação da dor Menor toxicidade • Não há: ▫ Aumento da Sobrevida ▫ Involução das lesões ▫ Regressão dos parâmetros marcadores da actividade tumoral Alpharadim • Está em fase de aprovação na Europa e EUA • Pode ser utilizado em 2014 com AUE • Os registos estarão concluídos para livre utilização em 2015 • Excelentes resultados em estudos sucessivos • Indicações e requisitos semelhantes aos outros radiofármacos • Toxicidade hematológica claramente menor que os outros radiofármacos Alpharadim • Mimetiza o cálcio, ligando-se selectivamente aos locais de turnover ósseo aumentado como nas metastases osteoblásticas. • Emissor alfa, partícula de alta energia, induz a rotura de ambas as cadeias de DNA, muito difícil de reparar, com potente efeito citotóxico levando à apoptose celular • Emissor alfa com baixo poder de penetração equivalente a um diâmetro de 2 a 10 células tumorais (< 100 µm) o que permite focalizar a eficácia na morte das células tumorais, com lesões mínimas nos tecidos adjacentes Alpharadim • The New England Journal Of Medicine, Julho de 2013 ▫ Alpha Emitter Radium-223 and Survival in Metastatic Prostate Cancer; C. Parker and Others • Estudo em Fase III (randomized, multinational study comparing the efficacy and safety of radium-223 vs placebo in patients with castration-resistant prostate cancer and bone metastases ▫ O tratamento implica 6 injecções (de 4 em 4 semanas) ▫ Tratamento da dor óssea ▫ Comportamento indicativo de efeito terapêutico efectivo Alpharadim • Reduz significativamente a dor óssea • Aumento médio global da sobrevida em 3,6 meses • Redução do risco de morte em 30% • Aumento médio para o aparecimento de eventos resultantes das metástases ósseas em 5,2 meses • Diminuição dos marcadores de doença (PSA e FA) • Involução das lesões • Normalização ou Melhoria da Cintigrafia Óssea Cintigrafia Óssea Pré Alpharadin Pós Alpharadin Alpharadim • Fármaco com poucos efeitos secundários • Mecanismo de acção único e não sobreponível • Potencialmente adequado para o uso sequencial ou em combinação com outros agentes • Estudo em Fase I- II ▫ Radium-223 combined with docetaxel in patients with castrationresistant prostate cancer and bone metastases