UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MICROESFERAS DE COPOLÍMERO DE ÁCIDO LÁTICO E GLICÓLICO (PLGA) CONTENDO SULFATO DE QUININA LÚCIO FIGUEIRA PIMENTEL Recife, 2004 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MICROESFERAS DE COPOLÍMERO DE ÁCIDO LÁTICO E GLICÓLICO (PLGA) CONTENDO SULFATO DE QUININA Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas do Departamento de Ciências Farmacêuticas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, como pré requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas, na área de concentração em Controle e Produção de Medicamentos. Mestrando: Lúcio Figueira Pimentel Orientadora: Profª. Drª. Nereide Stela Santos Magalhães - UFPE Co-Orientadora: Profª. Drª. Vanessa Carla Furtado Mosqueira -UFOP Recife, 2004 Dedico este trabalho À minha mãe, Yêdda Figueira e meu paidrastro Demóstenes Travessa, pelo exemplo de vida, luta e vitórias conquistadas, pela participação definitiva no meu caráter e personalidade. i AGRADECIMENTOS A Deus pela luz com a qual ilumina os caminhos que sigo em minha vida. A minha orientadora Prof. Drª. Nereide Stela Santos Magalhães, pela oportunidade, confiança, orientações durante a realização deste trabalho, além da possibilidade de participação e colaboração com o Grupo de Sistemas de Liberação Controlada e Vacinas (SLC). A minha Co-orientadora Prof. Drª. Vanessa Carla Furtado Mosqueira, pelo valioso esforço na orientação, pelo carinho e apoio na realização dos experimentos in vivo, durante o desenvolvimento desta dissertação. Aos professores do Programa de Pós-Graduacão em Ciências Farmacêuticas da UFPE, pela possilidade de compartilhar seus conhecimentos e experiências durante a realização do Mestrado. Ao Prof. Dr. José Luiz de Lima Filho, Diretor do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami, e ao Prof. Dr. Luiz Bezerra de Carvalho Junior, responsável pelo setor de Bioquímica, onde foi realizada a maior parte deste trabalho, pela oportunidade de participar de uma instituição que contribui ativamente para o desenvolviento científico e tecnológico do nosso País. Aos funcionários do LIKA, em especial, Moises, Otaviano da Costa, Oscar, Ilma e Conceição pela contribuição no suporte técnico, necessário na realizaçãos das pesquisas. Ao Prof. Dr. Pedro José Rolim Neto pela obtenção de amostra inicial de sulfato de quinina, para a realização dos estudos preliminares relacionados a este trabalho. Ao Prof. Samuel do laboratório de Hematologia do Departamento de Ciências Farmacêuticas pela contribuição na realização de microfotografias. A minha mãe Yedda Figueira e ao meu paidrastro Desmóstenes Travessa, pelos ensinamentos ministrados ao longo da vida, pelo suporte e apoio dispensados, necessários para a concretização de mais uma etapa de minha carreira profissional. ii Aos meus irmãos Fábio e Patrícia e família, pelas horas de ausência e saudade dos momentos sinceros de amizade e fraternidade bem vividos, imprescidíveis para a realização desta caminhada. Aos meus amigos próximos e distantes, com os quais conto nos momentos de alegrias e tristezas, para apoio, diversão e companheirismo, em especial a Juliana Lima Meira, pelo carinho, respeito, compreensão e companheirismo. Aos meus amigos do SLC, pela amizade e colaboração mútuas no desenvolvimento de nossas atividades, o carinho e respeito individual por cada um dos componentes, em especial a Agenor Tavares Jácome Junior, pela ajuda essencial na realização desta dissertação. Aos meus amigos do Setor de Bioquímica e aos demais colegas dos outros laboratórios do LIKA, em especial, Luciana Duarte, Givanildo Oliveira, Luciana da Mata, Ian Porto, Danielly Brunesca, Diego Albuquerque, pelo incentivo, divisão de espaço, material, apoio e a possibilidade de criação de um ambiente de trabalho propício para o desenvolvimento de nossas capacidades e realizações. Á Roseane Maria Ribeiro Costa e Jaqueline Rodrigues da Silva, pelas orientações recebidas no início de minhas atividades junto ao SLC, pela amizade sincera e pelo carinho recebido. Aos colegas do Mestrado, em especial Ivana Barroso, Lívia Barreto, Daniela Lordão, Janaína Versiani, Francisco Mendonça Junior (Chico), Severinho Granjeiro (Ceará), Valderes Almeida, Tereza Raquel Fernandes, Líbia Bentes, Ana Amélia Lira, Risonildo Cordeiro, Pedranne Barbosa, Lisandra Gomes pela amizade, apoio, incentivo e ajuda e no esclarecimento das dúvidas inerentes as dúvidas surgidas durante o desenvolvimento de nossas atividades. Á Cristina Barros, Elaine Leite e Luciano Pinto, pelo valioso apoio na realização dos testes de atividade antimalária e minha estada na cidade de Ouro Preto. A todos que direta e indiretamente contribuiriam para a realização desta dissertação de Mestrado, meu sincero agradecimento. iii SUMÁRIO Agradecimentos Lista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Abreviaturas Lista de Siglas Resumo Abstract 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1 2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 4 MALÁRIA ..................................................................................................... 5 2.1.1. Epidemiologia ........................................................................................... 6 2.1.2. Indústria Farmacêutica e Malária ............................................................. 8 2.1.3. Agentes Terapêuticos da Malária ............................................................. 9 QUININA ....................................................................................................... 11 2.2.1. Farmacocinética da Quinina ..................................................................... 11 2.2.2. Aplicações Terapêuticas ........................................................................... 12 2.2.3. Mecanismo de Ação ................................................................................. 13 2.2.4. Toxicologia da Quinina ............................................................................ 14 SISTEMAS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA DE FÁRMACOS (SLC) .. 14 2.3.1. Mecanismos de Liberação do Fármaco de SLC ....................................... 17 2.3.2. Biomateria is para Sistemas de Liberação Controlada .............................. 18 2.1. 2.2. 2.3. iv 2.3.3. Poli(lático-co-glicólico) – PLGA ............................................................. 19 MICROPARTÍCULAS .................................................................................. 21 2.4.1. Aplicações Terapêuticas ........................................................................... 21 2.4.2. Indústria Farmacêutica e SLC .................................................................. 21 MICROENCAPSULAÇÃO ........................................................................... 23 2.5.1 Métodos de Preparação de Microesferas .................................................. 23 2.5.1.1. Métodos de Separação de Fases de Polímeros ......................................... 24 2.5.1.2. Métodos de Spray-Drying ......................................................................... 24 2.5.1.3. Métodos Utilizando Supercrítico .................................................. 25 2.5.1.4. Jateamento Sob Pressão ........................................................................... 25 2.5.1.5. Métodos de Trituração .............................................................................. 25 2.5.1.6. Sistema de Recirculação Total (TROMS) ................................................ 25 2.5.1.7. Métodos de Evaporação e Extração de Solvente ...................................... 26 2.5.1.8. Emulsão Água em Óleo em Água (Emulsão Múltipla) ............................ 27 OBJETIVOS ...................................................................................................... 28 3.1. Geral ............................................................................................................... 29 3.2. Específicos ...................................................................................................... 29 4. ARTIGO I .......................................................................................................... 30 5. CONCLUSÕES .................................................................................................. 58 6. PERSPECTIVAS ............................................................................................... 60 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 62 2.4. 2.5. 3. v ANEXO I Resumos enviados para Congressos ANEXO II Artigos Escritos vi LISTA DE FIGURAS REVISÃO DA LITERATURA Figura 1. Ciclo evolutivo de Plasmodium spp. (Miller et al., 2002) Figura 2. Número de casos de Malária e óbitos de todas as formas registradas no Brasil 6 7 nos anos de 1990 – 2001 (FUNASA, 2003). Figura 3. a) Estrutura molecular da Quinina. b) Microfotorafia de Cristais de Sulfato de 11 quinina (aumento 40 ×). Figura 4. Perfil farmacocinético de doses múltiplas ou em sistema de liberação controlada 15 de fármacos (Brannon-Peppas, 1997). Figura 5. Estrutura molecular dos ácidos polilático e poliglicólico. 20 Photomicrographs of quinine sulphate- loaded PLGA microspheres prepared 47 ARTIGO I Fig. 1. using multiple emulsion tequinique followed by solvent evaporation method, with 25 mg quinine sulphate and 450 mg PLGA. a) SEM of microsphere (3500 ×); b) SEM of microsphere surface (11000 ×); c) SEM of microsphere prepared with 50 mg quinine sulphate and 450 PLGA (15500 ×), showed some crystals in the surface of microsphere. Fig. 2. In vitro relese profile of quinine sulphate from PLGA microspheres. Error bars 48 represent mean ± standard deviation for n=3. Fig. 3. Antimalarial activity of free and microencapsulated quinine sulphate against Plasmodium berghei-infected mice in a four-day-test. Mice were treated with 20 mg/kg/day-1 of quinine sulphate for four days with microspheres loaded with 49 vii quinine sulphate (MS-QS) and quinine sulphate (QS) formulations. Untreated control received saline and unloaded microspheres (MS). Each point represents the mean ± standard deviation for ten mice. Fig. 4. Body weight (g) of mice infected P. berghei in four-day suppresive test, treated with quinine sulphate microspheres PLGA by subcutaneous injection of 20 mg/kg/day-1 of quinine sulphate. Each point represents the mean ± S.D. for ten mice. 50 viii LISTA DE TABELAS REVISÃO DA LITERATURA Tabela 1. Principais fármacos antimaláricos (James, 2002) 10 Tabela 2. 16 Principais Sistemas nanobiotecnológicos utilizados para o carreamento de fármacos. Tabela 3. Aplicações terapêuticas de Microesferas. 22 ARTIGO I Table 1 Formulation of quinine sulfate- loaded PLGA microspheres. 42 Table 2 Evaluation of the influence of the aqueous phase pH on the quinine sulphate 43 entrapment efficiency in PLGA microspheres. Table 3 Encapsulation efficiency of quinine sulphate into PLGA microspheres (450 mg 44 of polymer) Table 4 Encapsulation efficienc y of quinine sulphate into PLGA microspheres (450 mg 45 of polymer) Table 5 RBC and MST of Swiss mice infected with P. berghei treated with PLGA microspheres loaded with quinine sulphate. 51 ix LISTA DE ABREVIATURAS BSA Bovine Serum Albumine (albumina sérica bovina) CDR Controlled Drug Release System (sistema de liberação controlada de fármacos) CEC Capillar Eletrochromatography (eletrocromatografia capilar) CLAE Cromatografia Líquida de Alta Eficiência EC Eletroforese Capilar HPLC High Perfomance Liquid Chromatography (cromatografia líquida de alta eficiência) HSA Human Serum Albumine (albumina sérica humana) MS Microsphere (microesfera) MST Mean Survive Time (tempo de sobrevida médio) Mw Mass Weight (peso molecular) PBS Phosphate buffer saline (tampão fosfato salino) PEG Polyethylene Glycol (polietilenoglicol) PGA Ácido Poli- glicólico PLA Ácido Poli- lático PLGA Copolímero de ácido lático e glicólico PVA Poly vinyl alcohol (álcool polivinílico) QS Quinine sulphate (sulfato de quinina) QS-MS Quinine sulphate Microspheres (microesferas de sulfato de quinina) RBC Red Blood Cell (células vermelhas do sangue) SD Stardard Deviation (desvio padrão) SEM Scanning Electron Microscopy (microscopia eletrônica de varredura) SFC Supercritical Fluid Chromatography (Cromatografia de flúido supercrítico) SLC Sistema de Liberação Controlada x LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS Siglas FDA Food and Drug Administration (Agência de Controle de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos) FUNASA Fundação Nacional de Saúde GFATM Global Fund to Figth AIDS, Tuberculose and Malaria (Fundo Global de combate a AIDS, Tuberculose e Malária) LIKA Laboratório de Imunopatologia Keizo-Asami MIM Multilateral Initiative on Malaria (Iniciativas Multilaterais em Malária) MMV Medicines for Malaria Venture (Medicamentos para Malária) RBM “Roll Back Malaria” (Regressão da malária) xi RESUMO O objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento de novas formulações microencapsuladas de sulfato de quinina, para utilização na terapia antimalárica. A caracterização físico-química destas micropartículas, a avaliação da cinética de liberação in vitro, um estudo preliminar de estabilidade e a avaliação da atividade antimalárica in vivo foram realizados. Microesferas de copolímero de ácido lático e glicólico associada ao antimalárico sulfato de quinina (QS-MS) foram obtidas pelo método de emulsão múltipla, seguido de evaporação do solvente. A morfologia das microesferas foi avaliada por microscopia óptica e eletrônica de varredura. A formulação otimizada foi utilizada para a determinação do perfil cinético de liberação pela técnica de dissolução das microesferas em um meio tampão fosfato 7,4. Doseamentos por CLAE foram realizados para determinar o sulfato de quinina. O estudo preliminar de estabilidade foi realizado pela medida da perda de sulfato de quinina das microesferas ao longo do tempo, quando estocadas a 25ºC. A atividade antimalárica in vivo foi avaliada em fêmeas de camundongos Swiss, infectados com Plasmodium berghei no teste de supressão em 4 dias. Os animais foram tratados com sulfato de quinina livre e sulfato de quinina microencapsulado nas microesferas. Um grupo de animais não tratados e um grupo de animais tratados com microesferas placebo foram utilizados como controle. As microesferas de PLGA contendo sulfato de quinina apresentaram formato esférico, com superfície lisa, homogeneas e tamanho de partícula com diâmetro médio de 3,53 ± 1,53 µm. A eficiências de encapsulação foi de 50,34 ± 0,62%. As microesferas liofilizadas mostraram-se estáveis por 230 dias quando armazenadas a 25ºC. O perfil cinético da liberação in vitro de sulfato de quinina microencapsulado exibiu um comportamento bimodal. Uma rápida liberação inicial de 40% foi observada na primeira hora, seguido de uma liberação gradual atingindo um máximo de 73% em 144 horas. Microesferas de sulfato de quinina administradas pela via subcutânea em camundongos não foram capazes de reduzir a infecção por P. berghei na dose de 20 mg/kg/dia, por 4 dias. Entretanto, uma dose de 120 mg/kg/dia foi utilizada e os primeiros resultados demonstram que esta dose pode ser utilizada para determinar a atividade antimalárica da formulação. Uma formulação parenteral de sulfato de quinina microencapsulada pode ser utilizada como uma estratégia para a obtenção de um sistema de liberação controlada do fármaco para o tratamento da malária. xii ABSTRACT The aim of this work is the development of new microencapsulated formulations of quinine sulphate intended for the antimalarial therapy. The physicochemical characterization of these microparticles, their in vitro kinetic release, preliminary stability study, and their in vivo antimalarial activity were evaluated. The poly- lactide-co-glycolide microspheres associated with quinine sulphate (QS-MS) were obtained through a multiple emulsion, followed by solvent evaporation method. The morphology of the microspheres were evaluated by optical and scanning electron microscopy. . The optimized formulation was used to determine the release kinetic profile of quinine from the optimized formulation was determined by the dissolution technique with phosphate buffer 7.4 medium. A High Performance Liquid Chromatography (HPLC) assay was used to determine the quinine sulphate content. A preliminary stability studies was performed by following the lost of quinine sulphate content in the microspheres at 25ºC. The in vivo antimalarial activity was evaluated in female Swiss mice infected with Plasmodium berghei by the four-day suppressive test. The animals were treated with free and quinine-sulphate- loaded microspheres. The untreated animal group and a group treated with unloaded microspheres were used as a control. The quinine-sulphate-loaded microspheres showed spherical shaped particles with a smooth surface, homogeneity, and particle size with a mean diameter of 3.53 ± 1.53 µm. The encapsulation efficiency was 50.34 ± 0.62%. Lyophilized microspheres presented stability over 230 days, when stored at 25ºC. The in vitro release profile of quinine-sulphate- loaded microspheres exhibited a bimodal behavior. A burst effect of 42% was observed in the first hour, followed by a gradual drug release, achieving a release of 72% after 144 hours. Microspheres of quinine sulphate administered by subcutaneous route in mice were not able to reduce the infection of P. berghei at dose of 20 mg/kg/day for four days. However, a dose of 120 mg/kg/day was used in the same test and the first achievements shown that such a dose can used to investigate the antimalarial activity of formulation. A parenteral formulation of quinine sulphate- loaded microspheres is therefore offered as a strategy to achieve a controlled delivering for the malaria treatment. INTRODUÇÃO Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 2 1. INTRODUÇÃO A Malária é uma doença parasitária de grande impacto no mundo, sendo considerada um dos maiores problemas de Saúde Pública, com 300 a 500 milhões de casos clínicos por ano no mundo e com mais de um milhão de mortes. A malária é causada por protozoários do gênero Plasmodium e transmitida pela picada de mosquitos vetores em humanos, onde quatro espécies são responsáveis pela infecção, P. falciparum, P. vivax, P. malariae e P. ovale (OMS, 1999; Krettli et al., 2001; Gomes et al., 2001). Assim a malária é um problema de saúde constante, devendo-se incentivar a pesquisa contínua de novos fármacos com atividade antimalárica, técnicas de melhoria da ação terapêutica das drogas já existentes, novos esquemas de tratamento, controle do vetor e desenvolvimento de vacina. Além da garantia de uma farmacoterapia adequada, evita-se assim o aumento da resistência aos inseticidas e fármacos já existentes. O sulfato de quinina é o fármaco de escolha para a grande maioria de casos de malária falciparum resistente a cloroquina, porém a quinina possui baixa margem de segurança terapêutica e seu emprego como antimalárico geralmente está associado à elevada incidência de efeitos tóxicos, o que limita o seu uso na terapêutica. Quando a quinina é administrada repetidamente em doses terapêuticas plenas, pode ocorrer um grupo de sintomas típicos relacionados à dose, denominada Chinchonismo (James e Leslie, 1996; Vieira e Mídio, 2000). Promissores agentes terapêuticos com características restritivas que limitam seu uso podem ter um melhor aproveitamento, se técnicas apropriadas de microencapsulação forem desenvolvidas para sobrepor estes inconvenientes intrínsecos. Estas técnicas são normalmente utilizadas para aumentar a estabilidade de materiais, reduzir os efeitos tóxicos ou aumentar a liberação do agente para diferentes aplicações em vários campos da produção (Benoit et al., 1996; Santos e Castanho, 2002; Dunne et al., 2003). Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 3 Sistemas de Liberação Controlada (SLC), podem ser definidos como aqueles nos quais o agente ativo é liberado independentemente de fatores externos e com uma cinética bem estabelecida (Baker, 1987). Entre as vantagens que os SLC podem oferecer, podemos citar o aumento da eficácia terapêutica, liberação progressiva e controlada do fármaco, manutenção de níveis do fármaco com faixas desejáveis e diminuição significativa da toxicidade (Brannon-Peppas, 1997; Durán e Azevedo, 2002). O desenvolvimento de formas farmacêuticas de liberação controladas por microencapsulamento de sulfato de quinina, poderá permitir um melhor controle da cinética de liberação do fármaco, resultando em níveis plasmáticos terapêuticos com baixas flutuações da concentração do ativo e menor efeito tóxico, podendo consistir num passo importante para o desenvolvimento de uma nova terapêutica antimalárica. Esta Dissertação de Mestrado é constituída de uma revisão da literatura com tópicos sobre a malária, sulfato de quinina, sistemas de liberação controlada e processos de obtenção de micropartículas. Possui o artigo “IN VIVO ANTIMALARIAL ACTIVITY OF QUININE SULPHATE-LOADED PLGA MICROSPHERES” escrito com base nos resultados obtidos no trabalho científico realizado. O artigo intitulado “NANOTECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E COMBATE DA MALÁRIA” foi submetido à Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. O referido artigo é uma revisão da literatura, com abordagens sobre a malária, terapêutica atual e a aplicação da nanotecnologia como ferramenta alternativa para o controle e combate da malária. REVISÃO DA LITERATURA Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 5 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1. MALÁRIA A malária é uma doença causada por protozoários do gênero Plasmodium e transmitida pela picada de insetos vetores em humanos. A doença ocorre principalmente nos países tropicais, onde quatro espécies infectam o homem, P. falciparum, P. vivax, P. malariae e P. ovale (Krettli et al., 2001). É caracterizada por quadros de febre alta contínua (38,5 a 40,0ºC) ou em paroxismos febris que apresentam quatro períodos sucessivos: o de frio, calor, de suor e apirexia (James e Leslie, 1996), acompanhada por cefaléia ocasional, náuseas, vômitos, astenia, fadiga e anorexia. (Gomes et al., 2001). Das espécies de Plasmodium existentes três ocorrem em humanos no Brasil: P. falciparum causa a forma de malária mais severa, podendo ser rapidamente fatal se os indivíduos não forem tratados. O P. vivax , registra o maior número de casos, causando cerca de 80% dos registros da doença, de acordo com o Ministério da Saúde, com raros casos de morte. O P. malariae, o de menor prevalência. Este protozoário causa uma malária fraca, mas pode causar nefrite fatal (Krettli et al., 2001; James, 2002). Os mosquitos vetores do Plasmodium spp pertencem ao gênero Anopheles (classe Insecta, ordem Diptera, família Culicidade), onde apenas as fêmeas do mosquito têm o hábito hematofágico tendo, portanto, capacidade de transmissão. Estas quando infectadas, ao picar o homem, durante o repasto sanguíneo, inoculam na pele, os esporozoítos (forma infectante). O esporozoíto penetra a pele, alcançando a corrente sanguínea, concentra-se no fígado e invade os hepatócitos. Nestas células o esporozoíto multiplica-se em um processo conhecido como esquizogonia intra- hepática, originando esquizontes teciduais ou hepáticos (forma evolutiva) ou diferenciam-se em merozoítos (forma infectante de eritócidos). Os merozoítos ganham os capilares intra- hepáticos e na corrente sanguínea invadem os eritrócitos, nos quais se transformam em trofozoítas (forma evolutiva), que Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 6 crescem e sofrem divisão nuclear, passando a esquizontes sanguíneos, que após nova divisão (esquizogonia), originarão novos merozoítos que irão reiniciar o ciclo. Alguns merozoítos diferenciam-se em gametócitos femininos e masculinos (forma reprodutiva), que amadurecerão e irão contaminar a fêmea do Anopheles quando este picar o homem enfermo, onde seguirão o ciclo evolutivo naquele inseto, até uma nova contaminação no homem (Figura 1) (Krettli e Miller, 2001; Gomes et al., 2001). Figura 1. Ciclo evolutivo de Plasmodium spp. (Miller et al., 2002) 2.1.1. Epidemiologia A malária é uma protozoose com ocorrência em cerca de 103 países, estando expostas próximo a 2,5 bilhões de pessoas no mundo, incidindo na maioria das regiões tropicais. É endêmica no Sudoeste da Ásia, nas Américas Central e do Sul e na Oceania. Os países da África, a Índia e o Brasil são os países com o maior números de casos no mundo (Krettli et al., 2001; Gome et al., 2001). Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 7 De acordo com dados da Fundação Nacional de Saúde, em 2000, registaram-se 613.239 casos da doença no País, sendo 99,4% destes na Amazônia Legal. Os estados com maior número de casos foram: Pará (278.203), Amazonas (96.026), Maranhão (78.817) e Rondônia (54.074), os quais contabilizaram 83% dos acometimentos de malária do país (FUNASA, 2001). As condições sócioeconômicas e ambientais da região amazônica favorecem a proliferação do mosquito e, conseqüentemente, a exposição à contaminação de grandes contingentes populacionais (FUNASA, 2002a). No Brasil o numero de casos de malária nos últimos 10 anos foi em média, pouco mais de 500 mil casos por ano, de acordo com dados do Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde e Centro Nacional de Epidemiologia (Figura 2) (FUNASA, 2003). Figura 2. Número de casos de Malária e óbitos de todas as formas registradas no Brasil nos anos de 1990 – 2001. Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 8 A África Sub-Sahara, é a região onde são registrados o maior número de casos, com cerca de 270 milhões de casos por ano, com quase um milhão de mortes, dos quais 5% são crianças com menos de cinco anos de idade. Entretanto, acredita-se que este números possa estar subestimado, devido ao registro de morte de crianças por infecções respiratórias, diarréia e má nutrição, que tiveram seus quadros clínicos agravados pela malária concomitante (OMS, 1999). 2.1.2. Indústria Farmacêutica e Malária A maioria das Indústrias Farmacêuticas não desenvolve pesquisa de novos fármacos contra a malária ou de uma vacina. Estima-se que apenas três delas façam pesquisa em malária, devido ao alto custo de investimento e baixa rentabilidade no desenvolvimento de novos agentes antimaláricos (Dias, 2002; Sachs, 2002). De acordo com Trouiller e colaboradores, 2002, no período de 1975 a 1999, dos 1.393 novos compostos químicos comercializados no mundo, apenas 13 eram destinados a doenças tropicais, sendo quatro destes com atividade antimalárica. Algumas iniciativas estão sendo realizadas para o combate e controle da doença. Dentre as mais significativas estão a da Organização Mundial de Saúde, que em 1998, criou o programa Rolling Back Malaria (Recuar a Malária), que foi lançado em consórcio com o Banco Mundial, Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas e Fundo de Assistência Infantil das Nações Unidas. Outras iniciativas para o descobrimento de novos fármacos, desenvolvimento de vacinas e aumento do financiamento de ações de controle foram lançados. A Iniciativa Multilateral em Malária - MIM em 1997, Medicamentos para Malária - MMV em 1999 e o Fundo Global de combate aAIDS, tuberculose e malária - GFATM, lançado em janeiro de 2002 constituem alguns programas de cotrole e combate a malária (Sachs, 2002). A OMS recomenda um gasto mundial de pelo menos um bilhão de dólares por ano na prevenção e combate a malária, sendo que a maioria deste valor, deveria ser aplicado na África. Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 9 Estima-se ainda que somente na África os benefícios a curto prazo com o controle da malária seriam entre 3 a 12 bilhões de dólares por ano (OMS, 2000). No ano de 1999, o Governo Brasileiro destinou um investimento total da ordem de 145,7 milhões de reais em ações de combate a malária, com o objetivo geral de reduzir a magnitude da doença em 50% até o ano de 2002 (FUNASA, 2002). 2.1.3. Agentes Terapêuticos da Málaria Entre os agentes terapêuticos altamente eficazes com ação contra os parasitas da malária estão a cloroquina, quinina, quinidina, mefloquina, halofantrina, pirimetamida, sulfonamidas, sulfonas, tetraciclinas e primaquina. Os antimaláricos podem ser classificados pelo estágio do parasita que afetam e o objetivo clínico correspondente ou mecanismo de ação (Tab. 1). Das quatro espécies de parasitas que afetam o homem o Plamodium falciparum é o mais perigoso. Este parasita tem mostrado a capacidade de desenvo lver resistência aos antimaláricos atualmente utilizados. A cloroquina permanece como o antimalárico mais utilizado, porém tem apresentado falhas contra a malária falciparum em muitas áreas tropicais do planeta (OMS, 1999). Desde os primeiros registros de malária falciparum resistente a cloroquina no sudoeste da África e na América do Sul a quase um século atrás, o problema da resistência dos Plasmodium à fármacos tem sido considerado como o principal problema no controle da malária. A quinina é atualmente reservada como um fármaco de segunda ou terceira escolha para a malária e o fármaco de escolha nos casos de malária não grave ou complicada (Wongsrichanalai et al 2002 ; Sachs, 2002). No Brasil, o Ministério da Saúde, através da FUNASA e seu programa de controle de endemias, estabeleceu que para os casos de malária não grave ou complicada por P. falciparum resistente a cloroquina, o tratamento será realizado com o uso de quinina em monoterapia ou em Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 10 associação com outros quimioterápicos como a doxiciciclina, tetraciclina, clindamicina e primaquina (FUNASA, 2001). Tabela 1. Principais fármacos antimaláricos (James, 2002) Grupo de Antimaláricos 4-Metanolquinolinas Biguanidas Principais Fármacos Alcalóides Chinchona Quinina Quinidina Meloquina Cloroquina Hidroxicloroquina Amodiaquina Primaquina Tafenoquina Proguanil Diaminopiridinas Pirimetamina Diclorobenzilidinas Hidroxinaftoquinonas Lumefantrina Atavaquona 9-fenantrenometano Lactonas Sesquiterpênicas Sulfonamidas Halofantrina Artemisinina seus derivados Sulfodoxina Sulfametopirazina Tetraciclinas Lincosamidas Doxiciclina Tetraciclina Clindamicina Sulfonas Dapsona 4-Aminoquinolinas 8-Aminoquinolinas Atividade Esquizonticida sangüíneo de rápida ação. Alguma atividade gametocida. Esquizonticida sangüíneo. Esquizonticida sangüíneo de rápida ação. Alguma atividade gametocida. Esquizonticida tecidual. Atividade gametocida e alguma atividade em outros estágios do ciclo de vida do parasita. Esquizonticida tecidual, esquizonticida sangüíneo de ação lenta. Alguma ação esporocida. Inibidor da dihidrofolato redutase. Esquizonticida tecidual e esquizonticida sangüíneo de ação lenta. Alguma ação esporocida. Inibidor da dihidrofolato redutase. Usualmente utilizado com antimaláricos que inibem diferentes estágios da folato sintetase (sulfonamidas ou sulfonas) em combinações sinérgicas. Esquizonticida sangüíneo. Esquizonticida sangüíneo, usualmente dado em combinação com o proguanil. Esquizonticida sangüíneo. e Esquizonticida sangüíneo. Esquizonticida sangüíneo. Inibidor da dihidropteroato e folato sintase. Usualmente dado em combinação com a pirimetamina. Esquizonticida sangüíneo, alguma atividade esquizonticida tecidual. Esquizonticida sangüíneo, alguma atividade esquizonticida tecidual. Esquizonticida sangüíneo. Inibidor da folato sintetase. Usualmente dado em combinação com a pirimetamida. 2.2. QUININA A quinina é o principal alcalóide extraído das diversas espécies de chinchona, pertencentes à família das rubiáceas, naturais da América do Sul. Com fórmula molecular C20 H24 N2 O2 (8α, 9R-6´- Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 11 metoxichinchonan-9-ol), (Figura 3A). Possui massa molecular de 324,42 g, ponto de fusão de 177 ºC, pKa 5,07 e 9,7 a 18ºC. Apresenta-se como cristais ortorrômbicos e luminescentes pela cristalização com álcool. Sendo pouco solúvel em água, completamente solúvel em uma mistura de etanol e clorofórmio (1:3), solúvel em álcool, benzeno, clorofórmio, éter e glicerol, porém é insolúvel em éter de petróleo (Moffat et al., 1986; The Index Merck, 1996). A quinina encontra-se sob a forma de base livre ou formando diversos sais, como sulfato, bissulfato, bromidrato, dibromidrato, cloridrato, dicloridrato, carbonato, salicilato. O sulfato de quinina com fórmula molecular (C 20 H24 N2 O2 )2 • H2 SO4 • 2 H2 O e massa molecular de 782,9 g, apresenta-se como pó cristalino branco, inodoro ou cristais ortorrômbicos ou aciculares coloridos (Figura 3B), com pKa de 4,1 e 8,5 a 20 ºC . Sua solubilidade aproxima-se à do alcalóide base (Moffat et al., 1986; The Index Merck, 1996). a) b) Figura 3. a) Estrutura molecular da Quinina. b) Microfotorafia de Cristais de Sulfato de quinina (aumento 40 ×). 2.2.1. Farmacocinética da Quinina A quinina e seus sais são rapidamente absorvidos quando administrados por via oral ou intramuscular. No primeiro caso, a absorção ocorre principalmente a partir do intestino delgado superior, com mais de 80% de absorção. As concentrações plasmáticas de pico são alcançadas em aproximadamente 3 horas, com um volume aparente de 1,5 litro por quilograma em indivíduos saudáveis, declinando com uma meia vida de aproximadamente 11 horas após a interrupção da terapia (James e Leslie, 1996; James, 2002). Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 12 A ligação protéica é de 70% em indivíduos sadios, mas pode aumentar para 90% em muitos pacientes com malária. A farmacocinética da quinina é alterada significativamente com a infecção malárica, o maior efeito está na redução do volume aparente de distribuição e da depuração sistêmica (James e Leslie, 1996; James, 2002). A quinina é extensivamente metabolizada no fígado através de enzimas presentes no sistema Citocromo P450, estando sujeita a reações de hidroxilação nos anéis quinolínicos. É excretada na urina, e estima-se que 5 a 20% da dose administrada seja excretada de forma inalterada (Vieira e Mídio, 2000). 2.2.2. Aplicações Terapêuticas A atividade antimalárica da quinina está largamente descrita na literatura, com os primeiros registros de uso datandos de mais de 350 anos, por um monge agostiniano de Lima no Peru, sendo incluída somente em 1677 na “London Pharmacopoeia” como “Cortex peruanus” (James e Leslie, 1996; Foley e Tilley, 1998). Age principalmente como esquizonticida sangüíneo, tem pouco efeito nos esporozoítos ou formas pré-eritrocitárias dos parasitas. É gametocida para o P. vivax e o P. malariae, mas não para o P. falciparum, não sendo utilizada para a profilaxia devido o seu espectro de atividade, porém é utilizada como agente supressivo e terapêutico. Apesar de sua toxicidade potencial, a quinina permanece como o esquizontocida sangüíneo prototípico para o tratamento supressivo e cura da malária falciparum resistente a cloroquina e a múltiplos fármacos (James e Leslie, 1996). De acordo com a literatura além da ação antimalárica, a quinina foi utilizada como analgésico, antipirético, anestésico local e abortivo. Contudo diante da sua baixa margem de segurança terapêutica, tais indicações tornaram-se obsoletas. Ainda existem relatos do uso para a ativação da circulação cerebral e periférica em associação com a papaverina. (THE INDEX MERCK, 1996; James e Leslie, 1996;Vieira e Mídio, 2000; James, 2002;). Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 13 Segundo McCalley et al., (2002) a quinina também é utilizada na produção de bebidas refrigerantes do tipo tônica, em concentrações variadas e com a função de conferir sabor amargo, com esta mesma função, o alcalóide é utilizado em comprimidos de paracetamol para desencorajar o uso inadequado e abusivo do medicamento. Sendo utilizada ainda como matéria prima para a síntese de quinidina (antiarrítimico cardíaco e tratamento da fibrilação atrial). Os alcalóides da chinchona, principalmente a quinina e a quinidina são utilizados como seletores de troca iônica em diferentes técnicas de separação como a Cromatografia líquida de alta performance (CLAE), Cromatografia em Fluído Super Crítico (SFC), Eletroforese Capilar (EC) e Eletrocromatografia Capilar (CEC) (Franco et al., 2000). A quinina produz o relaxamento dos músculos esqueléticos, aumentando o período de refratividade por agir diretamente sobre a fibra muscular, diminuindo a excitabilidade da placa terminal motora em uma ação semelhante ao curare, sendo assim relatado o uso na cãibra noturna idiopática, provocando o alívio sintomático da miotonia congênita. No entanto, o seu uso é de indicação restrita, pois pode causar uma alarmante angústia respiratória e disfagia em pacientes com miastenia grave (Barajas-Lopes e Huizinga, 1989; James e Leslie, 1996). 2.2.3. Mecanismo de Ação O mecanismo de ação da quinina, ainda não está totalmente elucidado, a teoria mais aceita é baseada no fato da quinina por ser uma base fraca, concentrando-se nos vacúolos alimentares ácidos do Plasmodium. Nestas organelas, a quinina inibi a atividade enzimática da heme polimerase, responsável pela polimerização do grupo heme a hemozoína e dessa forma permite o acúmulo do seu substrato tóxico, o heme. Ainda não foi estabelecido se o heme induz citotoxicidade por si só ou em complexo com a quinina (Chou e Fitch, 1993; Vieira e Mídio, 2000). Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 14 2.2.4. Toxicologia da Quinina A quinina possui baixo índice terapêutico, seu emprego como antimalárico geralmente está associado à elevada incidência de efeitos tóxicos. Quando a quinina é dada repetidamente em doses terapêuticas plenas, pode ocorrer um grupo de sintomas típicos relacionados à dose, denominado Chinchonismo (James e Leslie, 1996; Vieira e Mídio, 2000). O Chinchonismo é caracterizado por zumbidos, audição abafada, cefaléia, náuseas e distúrbios visuais. Entretanto, quando a medicação é continuada, ou após grandes doses únicas, podem aparecer manifestações gastrintestinais, cardiovasculares e dérmicas (FUNASA, 2001). Os distúrbios gastrintestinais são proeminentes entre eles a náusea, vômitos, dor abdominal e diarréia resultante da ação irritativa local da quinina, efeitos dérmicos também podem ocorrer, a pele freqüentemente apresenta-se quente e vermelha. Erupções aparecem com freqüência. Angioedema, especialmente da face, ocasionalmente é observado (James e Leslie, 1996; Vieira e Mídio, 2000; James, 2002). A literatura é unânime em caracterizar a hipoglicemia pelo uso de quinina, através de seu poderoso efeito estimulante nas células β-pancreáticas. Esta complicação pode ser potencialmente fatal na gravidez e na infecção grave. Outros efeitos colaterais estão associados ao sistema cardiovascular, sendo citados a hipotensão ortostática, anormalidades na repolarização atrial, taquicardia ventricular com evolução a fibrilação ventricular e óbito por parada cardíaca (James e Leslie, 1996; Vieira e Mídio, 2000; FUNASA, 2001; James, 2002). 2.3. SISTEMAS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA DE FÁRMACOS (SLC) Até agora, o uso de alguns interessantes e promissores agentes terapêuticos tem sido limitado na clínica por causa de suas restritivas características físico-químicas, como a degradação do agente terapêutico, baixa solubilidade, necessidade de freqüentes administrações, efeitos colaterais inerentes a sua utilização em concentrações elevadas. É possível que estas substâncias possam ter um melhor aproveitamento, se técnicas apropriadas de microencapsulação forem Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 15 desenvolvidas para sobrepor estes inconvenientes intrínsecos (Benoit et al., 1996; Santos e Castanho, 2002). As formas farmacêuticas convencionais como injetáveis ou sólidos orais possuem pouco controle sobre o modo de liberação do agente terapêutico, as quais em muitas situações, podem resultar em condições não previsíveis e às vezes, concentrações plasmáticas sub ou supraterapêuticas, podendo levar a efeitos adversos (Verma e Garg, 2001; Durán e Azevedo, 2002). Cada fármaco possui uma faixa de ação terapêutica acima da qual ela é potencialmente tóxica e abaixo da qual ela é ineficaz, o chamado índice terapêutico, os níveis plasmáticos são dependentes das doses e dos intervalos de tempo em que são administrados. Este fato é problemático para os fármacos de baixo índice terapêutico. Os SLC promovem uma concent ração uniforme do agente terapêutico no sítio de absorção e assim, permite a manutenção das concentrações plasmáticas na faixa terapêutica, minimizando os efeitos adversos e reduzindo a freqüência de administração (Figura 4). Figura 4. Perfil farmacocinético de doses múltiplas ou em sistema de liberação controlada de fármacos (Brannon-Peppas, 1997). Sistemas de Liberação Controlada podem ser definidos como aqueles nos quais o agente ativo é liberado independentemente de fatores externos e com uma cinética bem estabelecida Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 16 (Baker, 1987). A liberação do agente ativo pode ser constante por um longo período, cíclica em um longo período ou ainda ser condicionada para ser iniciada por evento predeterminado. Em qualquer um dos casos, o propósito do controle da liberação do fármaco é alcançar uma terapia mais efetiva enquanto se elimina o potencial de baixa ou superdosagem (Brannon-Peppas, 1997). Podem ainda serem do tipo sítio direcionados, pela conjugação com anticorpos que possuem ação contra componentes específicos do sítio alvo. (Torchilin et al., 2001). A Tabela 2 apresenta os principais sistemas carreadores de fármacos. Tabela 2. Principais Sistemas nanobiotecnológicos utilizados para o carreamento de fármacos. Sistema Lipossomas Definição Referência São vesículas submicroscópicas, geralmente compostas Gabriels e Plaizier- por bicamadas lipídicas (glicerofosfolipídios, Vercammen., 2003 principalmente a fosfatidilcolina) ao redor de um compartimento aquoso e podem ser estabilizadas por colesterol. Microesferas Micropartículas monolíticas ou matriciais com tamanhos Ahsan et al., 2002 entre 1 a 1000 µm, com o fármaco adsorvido em suas superfícies, dissolvido ou disperso na rede polimérica. Microcápsulas Micropartículas do tipo reservatório, com tamanhos entre Ahsan et al., 2002 1 a 1000 µm, onde o fármaco encontra-se encapsulado em um núcleo. Nanoesferas Sistemas Coloidais matriciais submicrômicos, nos quais Brigger et al., 2002 o fármaco encontra-se disperso ou dissolvido nas partículas, geralmente composto de polímeros. Nanocápsulas Sistemas Coloidais vesiculares submicrômicos, em que o fármaco está confinado em uma cavidade aquosa ou oleosa, estabilizada polimérica. por uma simples membrana Brigger et al., 2002 Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 17 Um SLC ideal deve ser inerte, biocompatível, mecanicamente resistente, confortável para o paciente, capaz de encapsular uma grande quantidade de fármaco, estar livre da possibilidade de liberações acidentais, ser de simples administração, remoção, de fácil fabricação e esterilização. Em conclusão os SLC representam um desenvolvimento relativamente novo e têm o objetivo de prolongar e melhorar o controle da administração de fármacos (Durán e Azevedo, 2002; BrannonPeppas, 1997). Entre as vantagens que os SLC podem oferecer, podemos citar o aumento da eficácia terapêutica, liberação progressiva e controlada do fármaco, manutenção de níveis do fármaco com faixas desejáveis, diminuição significativa da toxicidade, diminuição da instabilidade e decomposição de fármacos sensíveis, possibilidade de direcionamento a alvos específicos, possibilidade de incorporação tanto de substâncias hidrofílicas quanto lipofilicas nos dispositivos, menor necessidade de administrações, uso otimizado do fármaco e aumento da aceitação da terapia pelo paciente (Brannon-Peppas, 1997; Durán e Azevedo, 2002). 2.3.1. Mecanismos de Liberação do Fármaco de SLC Dependendo do tipo de polímero e planejamento de obtenção do dispositivo, diferentes processos físico-químicos podem estar envolvidos no controle da liberação do fármaco. Existem três mecanismos primários pelos quais agentes ativos podem ser liberados de um sistema: a difusão, a degradação do sistema ou ainda a combinação destes. A difusão ocorre quando o fármaco ou outro agente ativo passa através do polímero que forma o dispositivo de liberação. A difusão pode ocorrer na escala macroscópica, através de poros na matriz polimérica ou a um nível molecular, pela passagem entre as cadeias poliméricas (Schaefer e Singh, 2002). A difusão do fármaco através da matriz polimérica, esta condicionada a outras propriedades específicas da molécula do fármaco como coeficiente de difusibilidade no polímero, Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 18 solubilidade, tamanho da molécula, distribuição do fármaco na matriz polimérica e interações específicas com o polímero (Ghaderi et al., 1996; Faisant et al., 2002). Na degradação do sistema, a quebra de ligações éster por hidrólise, a solubilidade do fármaco, taxa de difusão do fármaco, são fatores que influenciam no controle de liberação. 2.3.2. Excipientes para Sistemas de Liberação Controlada O termo polímero refere-se a grandes moléculas (macromoléculas), caracterizadas pelo seu tamanho, estrutura química e interação intra e intermoleculares. Possuem unidades ligadas por covalência, repetidas regularmente ao longo da cadeia, denominados “monômeros”. Sua estrutura depende do monômero ou monômeros utilizados em sua preparação. Quando apenas uma pequena quantidade de unidades monoméricas estão juntas resulta em um polímero de baixo peso molecular denominado oligômero (Stevens, 1999). Os polímeros biodegradáveis são susceptíveis de degradação por processos biológicos naturais, eliminando a necessidade de remoção dos mesmos. Assim estes polímeros são assim designados por degradarem em meio aquoso como nos fluídos corpóreos, por hidrólise de suas cadeias poliméricas em compostos biologicamente aceitáveis e progressivamente menores metabolizáveis pelo organismo. (Brennon-Peppas, 1997; Giunchedi, et al., 1998). Uma grande variedade de polímeros naturais e sintéticos biodegradáveis ou não foram estudados para a liberação prolongada de fármacos ou direcionamento sítio específico. Entretanto, apenas poucos destes são biocompatíveis. Polímeros naturais como a albumina sérica bovina (BSA), a albumina sérica humana (HSA), o colágeno, a gelatina e a hemoglobina já foram estudados para liberação de fármacos. Estes polímeros têm uso limitado, devido os altos custos e pela variação de pureza, consequentemente, os polímeros sintéticos biodegradáveis vêm recebendo uma significante atenção nesta área (Jain, 2000; Hans e Lowman, 2002). Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 19 Os polímeros biodegradáveis são conhecidos por sua biocompatibilidade e reabsorção por mecanismos naturais, além de permitirem que as taxas de degradação e a taxa de liberação do fármaco encapsulado possam sofrer manipulação pela variação da relação entre seus monômeros (Brannon-Peppas, 1997; Jain, 2000). Alguns destes materiais são frequentemente utilizados ou estudados para liberação de fármacos incluindo o álcool polivinílico, poliacrilamindas, poli-alquil-α-cianoacrilatos, polietilenoglicol, poli- metil- metacrilatos. Além destes, poliesters termoplásticos alifáticos como polilático (PLA) o poliglicólico (PGA) e seus copolímeros, especialmente o poli- lático-co-glicólico (PLGA) tem gerado um grande interesse devido as suas excelentes biocompatibilidade e biodegradabilidade e terem sido aprovados pela Agência de Vigilância Sanitária Americana, a Food and Drug Adminitration (FDA), para uso em liberação de fármacos. Vários dispositivos poliméricos como microesferas, microcápsulas, nanopartículas, pellets, implantes e filmes têm sido formulados usando este polímero para a liberação de uma variedade de classes de fármacos (Jain, 2000; Hans e Lowman, 2002; Faisant et al., 2002). 2.3.3. Poli(lático-co-glicólico) - PLGA Copolímeros são definidos como polímeros compostos de muitas unidades de monômeros e são classificados em quatro tipos, de acordo com a disposição de seus monômeros: copolímeros randômicos, copolímeros alternados, copolímeros enxertados e copolímeros em bloco (Kumar et al., 2001). Os copolímeros de PLGA são formados por unidades monoméricas de ácido polilático e poliglicólico (Figura 5). Possuem propriedades desejáveis como, taxa constante de biodegradação, morfologia, resistência mecânica, cristalinidade e geometria regular de cadeias individuais (Jain, 2000; Hans e Lowman, 2002; Cai et al., 2003). Os entendimentos das propriedades físicas, químicas e biológicas dos polímeros são úteis na formulação de dispositivos de liberação Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 20 controlada. As várias propriedades do polímero e do fármaco encapsulado influenciam diretamente em outros fatores como a seleção do processo de microencapsulação ou taxa de liberação do fármaco do polímero (Jain, 2000; Hans e Lowman, 2002). Figura 5. Estrutura molecular dos ácidos polilático e poliglicólico. O ácido lático é mais hidrofóbico que o ácido glicólico e assim copolímeros de PLGA ricos em ácido lático são menos hidrofílicos, absorvem menos água e assim degradam mais lentamente. Polímero de PLGA contendo relações de 50:50 de ácido lático e glicólico são hidrolisados com maior velocidade que aqueles que contém elevadas proporções de um dos monômeros (Jain, 2000). A degradação da matriz de PLGA ocorre em meio através da quebra de ligações a uma taxa uniforme. A maior parte da literatura indica que a biodegradação do PLGA não envolve nenhuma atividade enzimática, sendo puramente por meio de hidrólise. O PLGA é biodegradado em ácido lático e glicólico. O ácido lático entra no ciclo do ácido tricarboxílico e é metabolizado e subseqüentemente eliminado do organismo como dióxido de carbono e água. O ácido glicólico é excretato inalterado pelos rins ou entra no ciclo do ácido tricarboxílico, sendo eventualmente eliminado como dióxido de carbono e água (Giunchedi, et al 1998; Jain, 2000). Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 21 2.4. MICROPARTÍCULAS Micropartículas podem ser definidas como formas de dosagem onde os dispositivos estão na faixa de 1 a 1000 µm, e podem ser de dois tipos, as microcápsulas e as microesferas, os primeiros são sistemas reservatórios micrométricos, onde é possível identificar um núcleo diferenciado, o qual pode ser sólido ou líquido. Neste caso, a substância encontra-se envolvida por uma parede, geralmente polimérica, isolando o núcleo do meio externo, por outro lado as microesferas são sistemas matriciais micrométricos, onde o fármaco encontra-se disperso ou solubilizado no interior da matriz polimérica. Desde que micropartículas foram desenvolvidas para o controle da liberação de fármacos após a sua administração oral, o desenvolvimento de micropartículas contendo fármacos mostrou-se uma alternativa promissora para a redução da freqüência de administração (Lamprecht, 2000; Ashan et al., 2002). 2.4.1. Aplicações Terapêuticas Micropartículas de PLGA, em particular, são importantes sistemas de liberação de fármacos, nos quais vários perfis de liberação podem ser obtidos pelo ajuste da composição do PLGA, seu peso molecular, fármaco encapsulado, tamanho da microesfera. Alguns fármacos formulados em dispositivos já foram introduzidos no mercado e muitos se encontram em ensaios clínicos (Brannon-Peppas, 1995; Jain, 2000). Algumas destas aplicações estão listadas na Tabela 3. 2.4.2. Industria Farmacêutica e SLC Atualmente, a Indústria Farmacêutica está presa entre a guerra de preços reduzidos e o aumento dos custos na descoberta e desenvolvimento de novos fármacos. A magnitude dos custos e o tempo de desenvolvimento para uma nova entidade química são muitos altos (aproximadamente, 500 milhões de dólares e de 10 a 12 anos) quando comparados aos requeridos para o desenvolvimento de novos sistemas de liberação de fármacos (20 a 50 milhões de dólares e de 3 a 4 Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 22 anos). De modo que estes novos sistemas podem proporcionar a uma molécula já existente uma nova vida e com isso aumentar o seu valor comercial e competitividade, além de estender a validade de sua patente. Tabela 3. Aplicações terapêuticas de Microesferas. Agente Ativo Polímero Utilizado Via de Adm. - Referência 5-fluorouracil PLGA Aciclovir PDLLA e PLGA Antígeno HS de Brucella ovis PLGA, PCL Camptotecina PLGA Injetável Cidofovir PLGA Tópica Darbeopoetin alfa PLGA - Herberger et al., 2003 Diazepam PLGA Oral Giunchedi et al., 1998 Desferrioxamina PLGA - Schlicher et al., 1997 Etoposídio PLGA Injetável Shaefer e Singh, 2002 Fentamil PLGA Injetável Choi et al., 2002 Fisostigmina PLGA Oral Chaw et al., 2003 Fosforilcolina PLGA Gentamicina PLGA Injetável Peptídio gp120 PLGA - Cleland et al., 1997 Irpriflavona PLGA Oral Perugini et al., 2003 Isoniazida PLGA Subcutânea Dutt e Khuller, 2001 Levonorgestrel e etinilestradiol PCL Intramuscular Merlasoprol PCL Oral Nalbufina PLGA Injetável Plasmídio de DNA PLGA Intramuscular Rodamina B PLG Antígeno SPf66 Intravitral Oral Faisant et al., 2002 Conti et al., 1997 Murillo et al., 2002 Ertl et al., 1999 Santoyo et al., 2002 Mucosa Nasal Fattal et al., 2002 Blanco-Príeto et al., 2002 Dhanaraju et al., 2003 Gibaud et al., 2002 Liu at al, 2003 Del-Barrio et al., 2003 - Berkland et al., 2001 PLGA Intranasal Carcaboso et al.,2004 Antígeno SPf66 PLGA Oral Carcaboso et al., 2003 Sulfasalazina e Betametasona PLGA e PCL Oral Lamprecht et al., 2000 Sulfato de Salbutamol (-) não informado. PLGA - Erden et al., 1996 Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 23 A venda de produtos de liberação controlada de fármacos foi avaliada em torno de 22 bilhões de dólares no mundo todo e espera-se que o seu crescimento no presente século, seja de 120 bilhões em 2007 (Verma e Garg, 2001). Algumas empresas desenvolveram inúmeras pesquisas utilizando a nanobiotecnologia para a formulação de sistemas microparticulados, com a obtenção de SLC patenteados e que já se encontram no mercado, são exemplos o Ceform da Fuisz Technology Ltd., USA; Phamazone da Elan Corporation, ProLease e Medisorb da Alkermes Inc., USA; Microsponge e Retino-A-Micro da Advanced Polymer Systens Inc., US A; Oligosphere da Macromed, Inc. (Verma e Garg, 2001). 2.5. MICROENCAPSULAÇÃO A microencpasulação de agentes bioativos envolve processos complexos que permitem incorporar a um sistema contendo um agente ativo propriedades funcionais e “inteligentes” , como a liberação controlada por uma condição ou um meio específico. Uma tecnologia de ponta como a microencapsulação, tem grande valor estratégico para o País, por oferecer produtos com maior valor agregado, levando ao aumento da competitividade da indústria na disputa de mercados nacionais ou internacionais (Ré, 2000). Técnicas de microencapsulação são normalmente utilizadas para aumentar a estabilidade de materiais, reduzir os efeitos tóxicos ou aumentar a liberação do agente para diferentes aplicações em vários campos da produção (Dunne et al., 2003). A incorporação de medicamentos já existentes em novos sistemas de liberação pode significar o aumento de sua performance em termos de eficiência, segurança e aceitação pelo paciente. (Benoit et al., 1996; Verma e Garg, 2001). 2.5.1 Métodos de Preparação de Microesferas Microesferas podem ser preparadas por diferentes métodos. Estes foram desenvolvidos e otimizados ao longo dos anos, entre estas técnicas podemos citar: a separação de fases, Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 24 emulsificação seguida de extração do solvente, técnicas utilizando spray drying; uso de fluído supercrítico ou ainda métodos isentos do uso de solventes orgânicos. A escolha da técnica depende da natureza do polímero, do fármaco, do fim a que se destina e da duração do tratamento. Os métodos de microencapsulação empregados devem garantir a estabilidade e a atividade biológica do agente ativo, ter elevada eficiência de encapsulação, reprodução da qualidade e perfil de liberação, sob limites especificados (Jain, 2000). Os métodos mais empregados para a preparação de microesferas poliméricas são a separação de fases e as técnicas de remoção de solvente. Dependendo do modo como o solvente é evaporado, este último pode ser subdividido em evaporação do solvente, extração do solvente, spray-drying, ou ainda utilizando a tecnologia de fluído supercrítico. A evaporação de solvente é a técnica mais utilizada para a preparação de micropartículas de poliesteres (Benoit et al., 1996; Giunchedi et al., 1998; Herrmann e Bodmeier, 1998; Jain, 2000). 2.5.1.1. Métodos de Separação de Fases de Polímeros Também conhecido como coacervação, é uma excelente técnica para o encapsulamento de fármacos solúveis em água como peptídios, proteínas ou vacinas, também pode ser utilizado para fármacos insolúveis em água. Este processo consiste na diminuição da solubilidade do polímero encapsulante pela adição de um terceiro componente na solução orgânica contendo o polímero dissolvido (Benoit et al., 1996). 2.5.1.2. Métodos de Spray-Drying Nebulização ou spray drying é um método muito utilizado na indústria farmacêutica, envolve condições brandas, pouca dependência dos parâmetros de solubilidade e altas taxas de encapsulamento. O princípio consiste na nebulização ou atomização de uma solução (contendo o Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 25 fármaco a ser encapsulado) por ar comprimido ou nitrogênio através de um câmara de dessecação e secagem através de uma corrente de ar quente (Conti et al., 1997). 2.5.1.3. Métodos Utilizando Fluído Supercrítico A técnica de uso de fluídos em temperaturas e pressões que excedam o seu ponto crítico, utilizado-os como meio extrativo, está bem demostrada. Em microencapsulação este método pode ser utilizando, aspergindo-se uma solução orgânica contendo um princípio ativo em uma coluna contendo fluído supercrítico, o solvente orgânico será extraído pelo fluído em condições supercríticas, formado as microesferas (Benoit et al., 1996). 2.5.1.4. Injeção Sob Pressão Berckland e colaboradores (2001) desenvolveram, um sistema relativamente simples que provoca jatos sob pressão controlada de uma solução polimérica contendo o fármaco solubilizado através de uma agulha, sob excitação acústica controlada, produzindo micropartículas de tamanho uniforme com desvios de apenas 1,0 a 1,5 µm da média em 95% das microesferas. 2.5.1.5. Métodos de Trituração A preparação de micropartículas sem o uso de solventes baseia-se em triturar partículas do polímero. O polímero em pó sofre uma prévia fusão, seguida da redução do tamanho e pode ser completada por um processo de esferonização, que consiste em promover o degaste das partículas de modo a obter uma forma arredondada (Herrmann e Bodmeier, 1998). 2.5.1.6. Sistema de Recirculação Total (TROMS) Este método evita o uso de técnicas agressivas de homogenização, podendo ser utilizado para agentes que necessitem conservar a sua integridade estrutural. Utiliza um equipamento Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 26 composto por um sistema complexo de bombas, válvulas e agulhas que permite a injeção de uma fase orgânica em uma aquosa, sob recirculação para obtenção de emulsões, as quais são homogeneizadas, com subseqüente evaporação do solvente orgânico e formação das microesferas (Del-Barrio et al., 2003). 2.5.1.7. Métodos de Evaporação e Extração de Solvente De um modo geral, o polímero é dissolvido em um adequado solvente imiscível com a água, o princípio ativo a ser encapsulado é então disperso ou dissolvido nesta fase orgânica para formar uma suspensão ou solução. Esta é então emulsificada em uma fase contínua aquosa constituída de um não solvente do polímero. Devendo ainda conter um tensoativo apropriado para estabilizar a emulsão. No processo de homogeneização por agitação, o solvente evapora após difusão através da fase contínua na interface água/ar. Quando a evaporação do solvente ocorre, as microesferas tornam-se rígidas e podem ser resgatadas por filtração ou centrifugação, sendo ainda lavadas e secas de modo adequado (O’Donnell e McGinity, 1997). A formação das microesferas pode ser afetada por muitos fatores. Entre as principais variáveis, estão a natureza e solubilidade do fármaco a ser encapsulado, a concentração, a composição, o peso molecular do polímero, a relação entre o polímero e o fármaco utilizada, a solubilidade do fármaco, o solvente orgânico utilizado, concentração e a natureza do tensoativo utilizado, a temperatura, a taxa de difusão, a velocidade de agitação usada no processo de emulsificação, viscosidade e relação entre a fase dispersa e a contínua. Na emulsificação seguida de evaporação do solvente, o uso de uma emulsão simples é mais apropriado para fármacos que são insolúveis em água ou pouco solúveis em meio aquoso (Benoit et al., 1996; O’Donnell e McGinity, 1997; Jain, 2000). Algumas estratégias permitem a redução da perda de princípio ativo e aumento da taxa de encapsulação, como o uso de co-solventes, modificação química ou ainda ajuste de pH da fase Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 27 aquosa externa. Entretanto todas estas estratégias trazem alguns inconvenientes, sendo que para agentes ativos solúveis em água o uso de emulsões múltiplas é a melhor alternativa para a obtenção de microesferas (O’Donnell e McGinity, 1997, Jain, 2000). 2.5.1.8. Emulsão Água em Óleo em Água (Emulsão Múltipla) Neste sistema, o princípio ativo pode ser incorporado em uma solução aquosa, a qual é colocada em contato com a solução orgânica contendo o polímero para formar uma emulsão do tipo água em óleo (W/O). Esta emulsão primária é então emulsificada em uma fase aquosa externa levando a formação de uma emulsão múltipla do tipo água em óleo em água (W/O/W). A fase orgânica irá atuar como uma barreira entre os dois compartimentos aquosos prevenindo a difusão do fármaco para a fase aquosa externa. Esta emulsão é então submetida à remoção do solvente por processos de evaporação do solvente. As microesferas solidificadas obtidas são então lavadas e coletadas por filtração ou centrifugação. Estas são então secas sob condições apropriadas, resultando no produto microsférico final (Ghaderi et al., 1996; Jain, 2000). OBJETIVOS Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 29 3. OBJETIVOS 3.1. Geral O presente trabalho visa o desenvolvimento de formulações microencapsuladas de sulfato de quinina, para a sua utilização na terapia antimalárica. 3.2. Específicos ♦ Obter e caracterizar físico-químicamente microesferas de PLGA contendo sulfato de quinina; ♦ Realizar um estudo preliminar de estabilidade das formulações ♦ Avaliar a cinética de liberação in vitro de sulfato de quinina microencapsulado; ♦ Determinar a atividade antimalárica in vivo de sulfato de quinina microencapsulado; ARTIGO I Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 4. ARTIGO I ATIVIDADE ANTIMALÁRICA IN VIVO DE MICROESFERAS DE PLGA CONTENDO SULFATO DE QUININA 31 Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 32 IN VIVO ANTIMALARIAL ACTIVITY OF QUININE SULPHATE-LOADED PLGA MICROSPHERES Lúcio Figueira Pimentel1,2, Vanessa Carla Furtado Mosqueira3 , Nereide Stela Santos-Magalhães1,4* 1 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA), Recife, PE, Brazil 2 3 Departamento de Ciências Farmacêuticas (UFPE) Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Departamento de Farmácia, Ouro Preto, MG, Brazil 4 Departamento de Bioquímica (UFPE) Keywords: Malaria; Plasmodium falciparum; Quinine sulphate; PLGA microspheres; Antimalarial activity * Corresponding author Dr. Nereide Stela Santos Magalhães Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Grupo de Sistemas de Liberação Controlada de Medicamentos e Vacinas Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA) Av. Prof. Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária, 50670-901, Recife, PE, Brazil Tel: +55 81 21268484; Fax: +55 81 21268485 E- mail: [email protected] Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 33 Abstract Quinine sulphate is the drug of choice for the treatment of the most cases of chloroquine resistant falciparum malaria. However, the quinine has a low therapeutic index and its use at large dose is usually associated with severe side effects, such as cinchonism. In order to circumvent this drawback, quinine sulphate- loaded microspheres were prepared and the antimalarial activity was investigated on mice infected with Plasmodium berghei. Quinine sulphate- loaded microspheres prepared using the double emulsion technique presented spherical shaped particles ranging from 1.53 to 7.65 µm. The drug encapsulation efficiency attained 50.34 ± 0.62%. The in vitro release profile of quinine sulphate from microspheres showed a bimodal behavior. A burst effect of 42% was initial observed, followed by a gradual drug release achieving 72% within 144 h. Microspheres administered in mice by subcutaneous route were at least as efficient as the free quinine sulphate administered by s.c. injection at 20 mg/kg for four days. Nevertheless, no efficacy improvement was achieved with microencapsulation of quinine sulphate. A parenteral microsphere-based formulation of quinine sulphate is however feasible, which can ensue a potential strategy to achieve a controlled therapeutic effect in the treatment of malaria. Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 34 1. Introduction The malaria is a worldwide spread disease, which afflict and kill million people in the world. Drug resistance is probably the major drawback to achieve a successful malaria control. Since the emergence of multidrug-resistant falciparum malaria, the search for new antimalarial drugs and more efficient treatments involving drugs combinations are urgently needed [1]. About 40% of the world’s population lives in malaria-endemic areas [2]. Population of high contamination risk is that living under poverty, isolation, and inadequate health services with delay in receiving appropriate treatment [3]. The WHO estimates the prevalence of this disease in order of 300 million new clinical cases per year and it is predicted that two million people will pass away each year due to malaria [4]. Malaria is even believed as a major obstacle to the development and the economic advancement of countries within the tropical Africa [3]. Plasmodium falciparum malaria causes annually hundred of thousand of death, and a large proportion of morbidity [5,6]. P. falciparum is the most pathogenic among the four species that infect humans, and is the principal cause of severe disease, since the other species of malaria rarely cause death or persistent sequela [2]. It is encountered throughout the tropics, and has developed resistance to almost all presently available drugs. Resistance has severely limited the use of chloroquine for P. falciparum [7]. Chloroquine-resistance is widespread, however quinine has been used to treat malaria for more than 350 years, and moderate resistance has only recently developed in limited geographic areas [8,9]. Quinine is consequently an effective replacement for chloroquine and remains a first- line drug for the treatment of falciparum malaria, including severe cases [7, 10]. Suggested regimens by WHO are based on quinine administered intravenously or intramuscularly for the treatment of severe malaria in both children and adults [2, 11]. There are several pharmacological factors that may have contributed to the upholding efficacy of the quinine. First, it quite often causes annoying side effects, so people are unlikely to Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 35 take the drug unless absolutely necessary. Second, quinine has a relatively short elimination halflife (11 hours) [12]. That requirement for repeated administrations, less probability of subtherapeutic concentrations in the blood stream and little evolutionary selective resistance [8]. Quinine has a small therapeutic index, and its use is often associated with side effects such as fever, confusion, respiratory arrest, and arrhythmias. Even standard doses produce symptoms of “cinchonism,” i.e., tinnitus, giddiness, blurred vision. Hypoglycaemia and hypotension are further more serious side effects of a rapid administration of quinine [13]. These constraints reduce the patient compliance and the usefulness of quinine in P. falciparum treatment. In this way, a controlled release dosage forms may be valuable to improve the efficacy of this drug by reducing the frequency of administrations and by decreasing plasma level fluctuations [14]. Controlled delivery systems provide more uniform concentration of drug at the absorption site and are able to maintain plasma concentration within the therapeutic range. Simultaneously, they minimize side effects, and improve patient compliance to treatment. The drugs associated to these formulations could present more suitable administration regimens and habitually are less toxic when compared with the free drug administration [15]. A variety of synthetic biodegradable polymers have long been used to develop controlled drug delivery systems. Biodegradable microspheres prepared from a copolymer of poly(lactic-coglycolic acid) (PLGA) have been used as oral or injectable drug delivery systems [15]. The adjustable degradation rate of these biodegradable devices provides an efficient means to control and prolong the release of encapsulation of a variety of compounds [16]. Ogawa et al., 1988 [17], developed a water- in-oil- in-water (w/o/w) emulsion technique to encapsulate water soluble active agents with higher efficiency. Since then, several studies report on the encapsulation of hidrophylic drugs into microspheres using this technique [13,18-22]. The water solubility property of quinine sulphate turn it into a actual candidate to be loaded in microspheres prepared by the water-oil-water double emulsion method, which is suitable for Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 36 parenteral administration. It is expected that this kind of formulation could able to modify the pharmacokinetics of the entrapped drug, producing sustained drug blood concentration. An attempt was thus made in this study to develop and characterize a formulation of poly (D,L-lactide)-co-glycolide microspheres containing quinine sulphate as a controlled release system for the treatment of malaria. Their in vitro kinetic profile and their in vivo efficacy were evaluated on mice infected with P. berghei using a four-day standard test. 2. Materials and Methods 2.1. Materials Poly (D,L- lactide-co-glycolide) acid (PLGA) 50:50 (0.17 dl.g-1 ), was purchased from Birmingham Polymers Inc. (Alabama, USA); Poly vinyl alcohol (PVA, MW. 30 000-70 000); Polyethylene Glycol (PEG, mw. 4000), D (+) Trehalose dihydrate and standard quinine sulphate were obtained from Sigma-Aldrich Inc. (St. Louis, USA). Quinine sulphate was obtained from Henrifarma (São Paulo, Brazil). HPLC grade acetonitrile, analytical grade solvents and reagents were obtained from Merck (Darmstadt, Germany). Ultrapure water was obtained by a Milli-Q purification System from Millipore (Molshein, France). Plamodium berghei strains were kindly supplied by Dr. Érika Martins Braga, from the Department of Parasitology of the Federal University of Minas Gerais, Brazil. 2.2. Methods 2.2.1. Preparation of empty and quinine sulphate–loaded PLGA microspheres The microspheres were formulated according to the modified method previously described [23], using the double emulsion solvent evaporation technique. Several batches were developed by Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 37 modifying the continuous phase pH, the polymer/drug ratio, and the solvent organic phase volume, as an attempt to derive more stable formulations (Table1). Briefly, PLGA (450 mg) was dissolved in methylene chloride (8, 10 or 12 ml) and homogenized with several amounts of quinine sulphate (QS) (10, 25 or 50 mg) dissolved in deionized water (five milliliters) with PEG 4000 (400 mg), using a mechanical homogenizer (UltraTurrax T25, Ika, Germany) at 8,000 rpm for 60 seconds in an ice bath, resulting in a simple emulsion (w/o). The result ing emulsion was added to a continuous phase constituted of 50 ml PVA solution (0.5% w/v) at pH (6, 8, 9 or 10) adjusted with diethylamine solution (10% w/v) and emulsified at 8,000 rpm for 30 seconds, resulting in a double emulsion (w/o/w). This emulsion was then stirred with a four-blade propeller (Mechanic stirrer RE 162/P, IKA, Germany) at room’s temperature at 400 rpm for four hours to allow the solvent evaporation followed by the microspheres formation. The microspheres were collected by centrifugatio n (Kubota KN-70 centrifuge, Japan) at 3,000 rpm for five minutes and washed three times with 20 ml of deionized water. Microspheres were finally dispersed with 1.0 % threalose aqueous solution (w/v), which was frozen overnight at –80ºC before lyphilisation (EZ-DRY, FTS System, New York, USA) operated at 200 bars for 16 hours. Unloaded microspheres were prepared under the identical conditions. The PLGA- microspheres were stored at 25ºC ± 2 ºC in vacuum desiccators. 2.2.2. Characterization of quinine sulphate-loaded microspheres Morphological Analysis The morphology of microspheres was analyzed by light microscopy (Olympus CH-2, USA) to evaluate the microsphere homogeneity and the particle size. The average particle size was visually determined by counting 200 microspheres. The shape and surface morphology of dried microspheres were examined by scanning electron microscopy (SEM), using an electron Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 38 microscope (JSM-T200, JEOL, Japan). A sample of lyophilized microspheres was ressuspended in distilled water to obtain a homogeneous suspension, dry in vacuum desiccators, and placed in a surface of a metallic support, which was coated with colloidal gold using a sputter module in a high- vacuum evaporator (JFC-1100, JOEL, Japan). Microspheres were then examined and photographed under the microscope at 10 kV. Quinine sulphate assay by HPLC Method The Pharmacopoeia method [24] was adapted to quantify the quinine sulphate content using a computer-assisted HPLC System (Shimadzu SCL-6B, Japan) composed of a UV/VIS detector and manual injector with a 20 µl loop. The chromatographic run was performed using a µBondapack C18 column (10 µm particle size, 125 Å porous size, 300 mm × 3.9 mm I.D. Waters, USA) and a mobile phase of HPLC grade acetonitrile/ultrapure water (Milipore ultra pure water system) / 10% diethylamine solution (w/v)/ 10% orthophosphoric acid solution (w/v) (80:16:2:2), pH adjusted to 2.6 with 10% orthophosphoric acid solution (w/v). Sample aliquots (20 µl) were injected and eluted with the mobile phase at a flow rate of 1.5 ml.min–1 . The quinine sulphate peak was verified at a wavelength of 250 nm (0.005 a.u.f.s.) with a retention time of about 4.5 min. The amount of quinine sultafe into microspheres was determined through the standard calibration curve, which was prepared for concentrations varying from 2.5 µg.ml–1 to 50 µg.ml–1 . A stocked standard solution (1 mg.ml–1 ) was prepared with ten milligrams of standard quinine sulphate in 50 ml of mobile phase. Each experiment was performed in triplicate. Content of quinine sulphate and encapsulation efficiency Accurately weighed samples of loaded microspheres (5 mg) were dissolved in methylene chloride (10 ml) under ultrasound agitation for 15 minutes with the aim of determining the drug content after the dissolution of microspheres. One milliliter of resulting solution was diluted with Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 39 five milliliters of HPLC mobile phase, filtered through a 0.45 µm membrane filter (Millipore) and injected into an HPLC system to obtain the drug concentration. The entrapment efficiency was evaluated from the ratio of the quinine sulphate content into the microspheres and the theoretical amount of this drug into microspheres, calculated by the quinine sulphate amount used for preparation of microspheres. Percentage entrapment efficiency (%) = Quinine sulphate content into microspher es × 100 Theoretica l content of QS into microspher es Preliminary stability studies of quinine sulphate loaded-microspheres A preliminary stability studies of quinine sulphate encapsulated into lyophilized PLGA microspheres was performed by measuring the lost of quinine sulphate content in the microspheres along the time, when the microspheres were stored at 25ºC. At pre-determined time intervals, samples of microspheres were collected and morphological characteristics were observed. Assay by HPLC method was used to determine the quinine sulphate content in the microspheres as above described. In vitro kinetic release of quinine sulphate-loaded PLGA microspheres The in vitro release profile of quinine sulphate from microspheres was determined along with the procedure by Herrmann and Bodmeier, 1998 [14]. Drug- loaded PLGA microspheres (5 mg) were resuspended in five milliliters of 20 mM phosphate buffered saline (PBS, pH 7.4). The tubes were incubated in a horizontal shaker with a water bath (Polytest 20, Bioblock Scientific 86507) at 37ºC ± 1ºC and shaken at 180 rev.min–1 with samples intervals (1, 24, 48, 72, 96, 120 and 144 hours). Samples of two milliliters of the dissolution medium were withdrawn and centrifuged at 2,800 rpm for five minutes in order to separate any microsphere present in the sample. The supernatant was removed and the amount of quinine sulphate was measured by the above described Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 40 HPLC method. Assays were performed in triplicates and results were expressed in percentage of the mean values and their corresponding standard deviations. 2.2.3. Antimalarial activity of quinine sulphate-loaded PLGA microspheres The in vivo antimalarial activity of quinine sulphate- loaded PLGA microspheres was determined by means of the "four-day suppressive test" described by Peters et al., 1975 [25]. Tests were performed against Plasmodium berghei NK-65, which is sensitive to all current antimalarial drugs and is characterized by a high mortality in mice, providing thus a suitable model to estimate efficacy in reducing parasitemia. This strain was frozen stored in liquid nitrogen with glycerolyte. It was also maintained through weekly blood passages in mice infected by intraperitoneal route (i.p.) using the heparin as an anticoagulant in saline solution. Female, seven week aged, adult Swiss albino mice weighing 27 ± 3 g from “Ouro Preto Federal University animal facility” were inoculated by retro orbital route with 1×106 Plasmodium berghei infected-red blood cells in 0.2 ml inoculum’s obtained from the donor mouse with rising parasitaemia. Animals were firstly infected on the day namely zero (D+0), and were randomly divided in four groups of ten animals per cage. Two hours later, the treatment started with four consecutive daily doses of quinine sulphate microspheres (20 mg/kg per day); or unloaded microspheres; quinine sulphate solution (20 mg/kg per day) as a free drug. Untreated controls received 0.5 ml of saline (0.9%) by s.c. route. All microspheres preparations were subcutaneously (s.c.) administered in 0.5 ml of suspens ion with saline 0.9% and 0.1% Tween 80. Thin blood smears were made from tail blood from untreated controls and from treated animals on the days (D+4, D+6, D+8 and D+10), fixed with methanol, and stained with Giemsa. Levels of parasitemia (the percentage of infected erythrocytes, ring stages and schizonts) were Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 41 microscopically determined (magnification 1,000×) by examining 3,000 cells. The percentage of parasitemia suppression was calculated for each group in comparison with infected non treated control group. At days 5, 7 and 9, the red blood cell content (RBC) of treated animals was indirectly estimated by hematocrit percentage and compared with the untreated groups. The parasitemia levels, the variation in body weight from D0 to the D10, and the mean sur vival time were used to evaluate the in vivo antimalarial activity. 2.2.4. Statistics All erythrocyte counts and parasitemia levels are expressed as mean value ± S.D (n= number of surviving mice at a determined time of treatment). The parasitemia data were analyzed by the one-way ANOVA test. Mean survival times were compared using Student's t-test considering a significance level of 5%. 3. Results and discussion 3.1. Preparation of quinine sulphate-loaded microspheres Pre-formulation studies were performed to guide the choice of the concentrations of constituents for obtaining stable formulation of quinine sulphate- loaded microspheres. The preparations conditions of quinine sulphate-loaded PLGA microspheres are listed in Tables 2 to 4. The solvent evaporation method is a basic technique to prepare microspheres and involves two major steps, namely the formation of stable droplets of the drug-containing polymer solution and the subsequent removal of solvent from these droplets. Some factors can make hard this manufacturing, such as the polymer concentration, the solvent nature, the phase volume ratio of organic and aqueous phases, the continuous phase pH, the used stabilizer, the time and stirring speed, etc. [15, 26, 27]. Some of these effects were investigated, but further information is required to elucidate the complete processes of microspheres formation. Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 42 Table 1 Formulation of quinine sulfate- loaded PLGA microspheres. Formulations Constituents 1 2 3 4 5 6 7 8 PLGA 50:50 (g) 450 450 450 450 450 450 450 450 Quinine sulphate (g) 25 25 25 25 50 10 25 25 PEG 4000 (mg) 400 400 400 400 400 400 400 400 PVA solution 0.5% (w/v) (ml) 50 50 50 50 50 50 50 50 pH of PVA solution 0.5% 6 9 10 11 10 10 10 10 Methylene choride (ml) 10 10 10 10 10 10 8 12 Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 43 The effect of the pH of the aqueous phase on the second emulsification process was examined (Table 2). It was observed that the pH of the external aqueous phase plays an important role on the entrapment efficiency of quinine sulphate into PLGA microspheres. The alkaline pH of the external phase raises the retention of drug in the internal aqueous phase during the manufacturing of microspheres by the double emulsion method. This strategy was used in accordance with Bodmeier and McGinity [27], to reduce drug loss in external aqueous phase. The effect of the continuous phase pH in the encapsulation efficiency of the quinine sulphate in PLGA microspheres was similar at pH 9 and 11, but increased at pH 10, achieving the highest encapsulation rate (50.34 ± 0.62). Table 2 Evaluation of the influence of the aqueous phase pH on the quinine sulphate entrapment efficiency in PLGA microspheres. pH of the aqueous Quinine sulphate encapsulation rate (%) continuous phase 6 30.57± 0.60 9 47.01 ± 0.33 10 50.34 ± 0.62 11 44.73 ± 2.86 Data: mean ± S.D. (standard deviation), n=3. The low encapsulation efficiency could be explained by the hidrophilicity of quinine sulphate, its affinity to the aqueous phase and a much higher tendency to diffuse into water phases. Quinine has two basic nitrogen atoms of pKa approximately 4.3 and 8.5 (the quinoline nitrogen Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 44 having the lower basicity). The molecule is thus likely to be at least partially protonated over the whole pH range between two and eight [28]. This effect allows decreasing the solubility of drug in alkaline solutions, and subsequently limiting potential drug loss into the external PVA solution. Previous investigations described that the loss of the encapsulated hydrophilic active agent during the microspheres formatio n process essentially resulted from its diffusion in the inner water phase to the outer water phase [29]. Furthermore, the entrapment efficiency can be affected by the stability of o/w and w/o/w emulsions, the solvent removal rate, the interactions among drug, polymer and solvent, and particle size [30]. Despite the fact of the quinine sulphate physicochemical properties include photo sensibility and chemical instability, an encapsulation of (10, 25 or 50 mg) quinine sulphate was achieved into microspheres prepared with 450 mg of PLGA and pH 10 of external aqueous phase. At the 1:18 drug-polymer ratio, the best quinine sulphate encapsulation efficiency (50.34 ± 0.62) and more stable microspheres were attained for an initial payload of 25 mg of QS. The encapsulation efficiency of the quinine sulphate into PLGA microspheres for different drug-polymer ratio is presented in Table 4. The encapsulation efficiency decreases at higher quinine sulphate concentrations achieving 41.2 for a 1:9 drug-polymer ratio. Table 3 Encapsulation efficiency of quinine sulphate into PLGA microspheres (450 mg of polymer) Quinine sulphate amount (mg) Encapsulation Efficiency (%) 10 43.41 ± 0.70 25 50.34 ± 0.62 50 41.21 ± 0.87 Data: mean ± S.D. (standard deviation), n=3. Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 45 The influence of the solvent volume at a constant aqueous phase volume on the QS-MS encapsulation efficiency was evaluated as shown in Table 3. Methylene chloride was used in the organic phase because of its ease removal, and excellent ability to dissolve polymer and allow the microspheres formation. The drug encapsulation efficiency decreased when eight or twelve milliliters was used. This can probably be accounted for the primary emulsion instability and the diffusion of quinine sulphate amount not emulsified to the external aqueous phase during the solvent evaporation step, explaining the low encapsulation efficiency obtained. Some publications have evaluated the relevance of the primary emulsification stage for increasing entrapment efficiency and for controlling the internal structure of microparticles prepared using the (w/o/w) emulsification solvent evaporation technique [30, 31]. Table 4 Encapsulation efficiency of quinine sulphate into PLGA microspheres (450 mg of polymer) Solvent volume (ml) Encapsulation Efficiency (%) 8 36.95 ± 0.13 10 50.34 ± 0.62 12 41.40 ± 0.13 Data: mean ± S.D. (standard deviation), n=3. When eight milliliters of methylene chloride was used, the higher polymer concentration leaded to a less effective emulsifying process. This result is in accordance with those of Schlicher et al., 1997 [32], who observed a decreasing in the encapsulation efficiency of a water soluble antimalarial agent, after increasing the volume of the internal phase at a fixed polymer concentration and volume (i.e. increasing the ratio of inner aqueous phase/organic phase in primary emulsion). This effect takes place because the organic polymer phase acts as a diffusion barrier for Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 46 the drug between the internal and external aqueous phase. The thickness of this layer decreases with increasing the volume of internal aqueous phase and leads to less stable w/o emulsions with larger droplets of the internal aqueous phase [31]. The highest encapsulation rate (50.34 ± 0.62) was achieved for microspheres prepared with 25 mg of quinine sulphate and ten milliliters of methylene chloride. Optimization studies resulted in a typical microsphere formulation prepared with 450 mg of PLGA, 400 mg of PEG, 25 mg of quinine sulphate, 50 ml of 0.5% PVA solution with pH 10, and 10 ml of methylene crloride. The relative fairly small encapsulation efficiency achieved can be attributed to the solubility of the quinine sulphate in the aqueous phase and the loss of quinine to the external aqueous phase, where most of the drug was found. 3.2. Characterization of quinine sulphate-loaded microspheres The characteristics of ressuspended lyophilized MS-QS were suitable for further subcutaneous injection and the particles shown no aggregation. Lyophilized PLGA microspheres containing quinine sulphate were evaluated vis-à-vis their morphological characteristics, encapsulation efficiency and stability at long-term. Lyophilized quinine sulphate- loaded PLGA microspheres presented initial macroscopic aspect as a pastille, which release the powder with soft touch. Microscopic analysis showed spherical shaped microspheres and the particle size analysis showed a homogeny population distribution. A mean diameter of 3.53 ± 1.53 µm was estimated by particle counting. Scanning electron microscopy (SEM) is an excellent tool for morphological observation of microspheres. It is helpful not only to examine microspheres shape, but also to observe surface characteristics. The microspheres obtained in this work were spherical, smooth and homogeneously distributed. The microphotographs do not display any pores on microsphere surface. However, some crystals were observed in microspheres surface prepared with more than 50 mg of quinine Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 47 sulphate, but this effect was not observed when microspheres were prepared with 25 mg of quinine sulphate (Fig. 1). The content of quinine sulphate was 26.6 µg/mg after microsphere preparation and this content was roughly maintained (23.9 µg/mg, 90.2%) after 230 days of storage at 25ºC. a) b) c) Fig. 1. Photomicrograph of quinine sulphate- loaded PLGA microspheres prepared using multiple emulsion technique followed by solvent evaporation method, with 25 mg quinine sulphate and 450 mg PLGA. a) SEM of microsphere 3,500 ×; b) SEM of microsphere surface 11,000 ×; c) SEM of microsphere prepared with 50 mg quinine sulphate and 450 PLGA 15,500 ×, shown some crystals in the microsphere surface. Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 48 In vitro kinetic release of quinine sulphate-loaded PLGA microspheres The in vitro release profile of quinine sulphate from PLGA particles (formulation 2) presented a typical bimodal behavior, comprising an initial burst effect followed by a sustained continuous phase. A large burst effect (42.6 ± 0.48%) occurs in the first hour (Fig. 2). This effect could be attributed to the immediate dissolution and release of portion of the drug adsorbed at the surface of microspheres. This burst step was followed by a slow and gradual release rate of quinine Released quinine sulphate (%) sulphate reaching 72.2 ± 0.84 within 3 days. 100 80 60 40 20 0 0 24 48 72 96 120 144 Time (hours) Fig. 2. In vitro release profile of quinine sulphate from PLGA microspheres. Error bars represent the standard deviation for n=3 experiments. 3.3. Antimalarial activity of quinine sulphate-loaded PLGA microspheres The standard 4-day suppressive test was chosen in order to evaluate the activity of PLGA microspheres loaded with quinine sulphate for the treatment of Plasmodium berghei- infected mice. Four consecutive days subcutaneous treatment of 20 mg/kg/day was not able to reduce parasitemia to low levels under our experimental conditions. Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 49 A dramatic increase in the parasitemia was observed after six days of animal’s infection (Fig. 3). Untreated control mice was highly parasitized (about 20%) by day 10 and died on days 10 to 19. The treatment with QS-MS was able to reduce parasitemia to low levels on day 10 (16.3 ± 8.2%) compared to the untreated control group (19.2 ± 7.1%). However, no significant difference was found. The group treated with free quinine sulphate has lower parasitemia by day 10 (about 10%) and died on days 19 to 20. One-way ANOVA test for parasitemia data and shown a significant difference between one of treatments (p<0.05). The Student’s t-test demonstrated there is a statistically significant difference between the group treated with free quinine soleplate and the other treatment groups. % Parasitemia 25 Control 20 MS 15 MSQS QS 10 5 0 2 4 6 8 10 Day Fig. 3. Antimalarial activity of free and microencapsulated quinine sulphate against Plasmodium berghei-infected mice in a four-day-test. Mice were treated with 20 mg/kg/day of quinine sulphate for four consecutive days for both microsphe res loaded with quinine sulphate (MS-QS) and quinine sulphate (QS) formulations. Untreated control received saline and unloaded microspheres (MS). Each point represents the mean ± standard deviation. (n=10). Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 50 The RCB (106 /µl) values were 8.65 ± 0.7 and 5.6 ± 2.04 on days 5 and 9, respectively for MS-QS group and 8.63 ± 0.6 and 5.69 ± 1.3 for control group showing that treatment was not able to reverse anemia. These results were analyzed by one-way ANOVA test and shown the ρ-value was more than 0.05, thus, there is no statistically significant difference between treatment groups at 95% confidence level. Animal body weight was roughly maintained in all groups during the treatment (Fig. 4). No significant difference (p<0.05) was found when one-way analysis of variance was performed and the effect of the treatments were evaluated. The decrease of animal body weight seems to be only related to the infection development not to a potential toxicity of the microspheres. 30 Weight (g) 28 27 Control MS 25 MSQS QS 24 22 0 2 4 6 8 10 Day Fig. 4. Body weight (g) of mice infected P. berghei in four-day suppressive test, treated with quinine sulphate microspheres PLGA by subcutaneous injection of 20 mg/kg/day of quinine sulphate. Each point represents the mean ± S.D. for ten mice. MST obtained with the different groups ranged from 10 to 27 days. Mice treated with MSQS had a slightly extend mean survival time, with 60% of the mice living for more than 16 days Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 51 post-infection. The statistical analysis demonstrated no difference between MS-QS treatment and the other evaluated treatments. Table 5 summarizes the results of RBC and MST test. Indeed, minor variations were obtained with MS-QS. Table 5 RBC and MST of Swiss mice infected with P. berghei treated with PLGA microspheres loaded with quinine sulphate. RBC (106 /µL) MST Treatment Day 5 Day 7 Day 9 (days) CONTROL 8.63±0.56 5.97±0.93 5.69±1.32 15.6±2.91 MS 9.02±0.97 6.87±0.89 4.68±0.68 18.20±3.68 MS-QS 8.65±0.7 7.72±2.92 5.61±2.04 16.5±2.55 QS 8.61±0.81 7.45±0.84 6.23±1.21 19.4±0.52 Mice were treated by s.c. route with 20 mg/kg/day in a four-day suppressive test; RBC = red blood cells; MST = mean survival time. Quinine sulphate-loaded PLGA microspheres at 20 mg/kg/day did not provide any protection against P. berghei. The free quinine sulphate at the same dose was also unable to treat animals or reduce parasitemia. However, it is interesting to note that on the day D+10, the QS formulation was better in reducing parasitemia. Microspheres were conceived in this work so as to prolong release of quinine in the body, and it should be expected that their effect in reducing parasitemia would be retarded when compared with that of free quinine. In our experiments, however, even free quinine was not able to diminish sanguine forms of P. berghei in the first hours Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 52 post-infection, which resulted in progress of the infection in contrast with our expectations of arresting the growth of the murine infection. MS-QS in vitro release only 40% of drug in the first hour and reduce even more the amount of quinine available to produce antimalarial effect. This fact suggests that higher doses of quinine should be tested in further experiments to produce a decrease of parasitemia in the first days after infection. Some evidence the effect of drug slow release from microspheres during the infection could be remarked. 4. Conclusions Quinine sulphate remains as a foremost active antimalarial agent against P. falciparum chloroquineresistant strains, but it presents a few side effects and short elimination half- life that obligate repeated administrations. Biodegradable microspheres for controlled release of quinine sulphate were successively prepared by w/o/w emulsion solvent evaporation process with stable and spherical shaped particles with a mean diameter 3.53 µm ± 1.53. It was observed that the pH of the external aqueous phase plays an important role on the entrapment efficiency of quinine sulphate into PLGA microspheres. The alkaline pH of the external phase enhances the retention of drug in the internal aqueous phase of microspheres preparation, so improving the encapsulation efficiency. The drug release profile was investigated and a typical bimodal behavior was obtained, which comprises an initial first burst effect followed by a sustained continuous phase characterizing a controlled release system. The lyophilized PLGA-MS were very stable during 230 days concerning their quinine sulphate content. No difference between the activity of MS-QS and free QS were evidenced in a “four day standard test”, maybe due to the fact of such a low dose was enable to arrest the development of infection. A better protocol will be adopted in further experiments in order to address the formulations differences and the usefulness of the quinine microsphere system. The results suggest that parenteral MS-based formulation of quinine sulphate is feasible and would Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 53 be offered as an alternative to obtain sustained release of quinine in the body, for the treatment of malaria. Acknowledgements This work received partial support from the Brazilian National Council for Scientific and Technological Development (CNPq). NSSM is grateful to CNPq for research grant 479979/01-4. NSSM and VCFM thanks CNPq and the Brazilian Research and Development Ministry (Nanobiotechnology Network). Authors are also grateful to Dr. Érika Martins Braga for supplying P. berghei NK65 strains. References [1] P. Wilairatana, S. Krudsood, S. Treeprasertsuk, K. Chalermrut, S. Looareesuwan, The Future Outlook of Antimalarial Drugs and Recent Work on the Treatment of Malaria, Arch. Med. Res. 33 (2002) 416--421. [2] C.R.J.C. Newton, S. Krishna, Severe Falciparum Malaria in Children: Current Understanding of Pathophysiology and Supportive Treatment, Pharmacol. Ther. 79 (1998) 1--53. [3] J. Crawley, Malaria: new challenges, new treatments, Curr. Pediatr. 9 (1999) 34-41. [4] WHO (World Health Organization). 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CONCLUSÕES ♦ Foram obtidas microesferas de PLGA contendo sulfato de quinina, com taxa de encapsulação de 50,34 ± 0,62, correspondente a concentração de 26,53 µg/mg e diâmetro médio de 3,53 ± 1,53 µm; ♦ As microesferas obtidas mostraram forma esférica e superfície lisa, com uma boa homogeneidade e distribuição do tamanho das partículas; ♦ As microesferas de PLGA liofilizadas, contendo sulfato de quinina, mostraram-se estáveis, por 230 dias quando armazenadas a 25ºC, no estudo pré-liminar de estabilidade. ♦ O perfil cinético da liberação in vitro de sulfato de quinina a partir das microesferas de PLGA apresentou comportamento bimodal, com uma rápida liberação inicial de 42% em uma hora, seguido de liberação gradual, atingindo 72% de liberação em 48 horas. ♦ O sulfato de quinina microencapsulado adminsitrado na dose de 20 mg/Kg de peso do animal de sulfato de quinina, não demonstrou proteção significativa contra a infecção de Plamodium berghei em camundongos. Entretanto, um novo protocolo já esta sendo aplicado com dose de 120 mg/kg de peso do animal, com resultados preliminares que indicam a eficácia do sistema em controlar a infecção induzida nos camundongos. PERSPECTIVAS Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 61 6. PERSPECTIVAS § A realização de ensaios de atividade antimalárica das micropartículas com um protocolo experimental que permita a utilização de diferentes doses para comparação dos resultados, com a prioridade para a dose de 120 mg/kg de sulfato de quinina; § Realização de estudos de transposição industrial do sistema desenvolvido, com o desenvolvimento de lotes de bancada, escala piloto e escala industrial. § O desenvolvimento de uma forma farmacêutica sólida oral (cápsula), utilizando as microesferas desenvolvidas; validação da metodologia de análise e elaboração dos parâmetros de fabricação e controle de qualidade do produto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... 63 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AHSAN, F.; RIVAS, I. P.; KHAN, M. A.; TORRES SUAREZ, A. I. Targeting to macrophages: role of physicochemical properties of particulate carriers--liposomes and microspheres--on the phagocytosis by macrophages. Journal of Controlled Release. v. 79, p. 29-40, 2002. AUDRAN, R.; PETER, K.; DANNUL, J.; MEN, Y.; SCANDELLA E.; GROETTRUP, M.; GANDER B.; CORRADIN, G. Encapsulation of peptides in biodegradable microspheres prolongs their MHC class-I presentation by dendritic cells and macrophages in vitro. Vaccine . n. 21, p.12501255, 2003. BABALOLA, C. P.; BOLAJI, O. O.; OGUNBONA, F. A.; SOWUNMI, A.; WALKER, O. Dose linearity of quinine in healthy human subjects. European Journal of Pharmeutics and Biopharmaceutics, n. 44, p. 143- 147, 1997. BAKER, R. Controlled Release of Biologically Active Agents. Nova Iorque, Wiley Intersciencee Publication, 1986. p. 1-17. 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PIMENTEL, L.F., MOSQUEIRA, V.C.F.,SANTOS-MAGALHÃES, N.S. Antimalarial Activity of Quinine Sulphate-Loaded PLGA Microspheres. Durante a XXXIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular –SBBq, Caxambu, Minas Gerais, Brasil, Maio/2004. Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... Category Code: DD Preparation and Characterisation of Quinine Sulphate-loaded Microspheres PIMENTEL, L.F. 1 , JÁCOME-JUNIOR A.T. 2 , SANTOS-MAGALHÃES N.S.1,2 1 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)-Departamento de Ciências Farmacêuticas – UFPE, Av. Prof. Artur de Sá, S/N, Cidade Universitária CEP 50670-901 Recife, Brasil. 2 Laboratório de Imunopatologia Keizo-Asami (LIKA) - UFPE, Av. Prof. Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária CEP 50670-901 Recife-PE, Brasil, e-mail:[email protected] Introduction: The malaria is a world-wide spread an external aqueous phase at pH 10.3. The elevated pH tropical disease which, require update and more of the external aqueous phase reduced the solubility of efficient treatments. The WHO estimates the prevalence quinine sulphate (pKa=8.5) in this phase, and, limiting of this disease in order of 300 million new clinical cases drug loss. per year and it is predicted that 2 million people will die Table 1. The effect of pH of the external aqueous phase due to malaria each year [1]. Quinine sulphate is widely on the entrapment of quinine sulphate into PLGA adopted as an anti-malarial agent to treat multi-drugmicrospheres. resistant Falciparum malaria. However some side effects have been reported. A variety of synthetic Polymer Aqueous Particle Encapsulation biodegradable polymers have long been used to develop phase pH mean rate controlled drug delivery systems. The thermoplastic diameter (% ± SD%) polymers such as polylactic (PLA), polyglycolic (PGA), (µ m ±SD) and especially poly lactic-co-glycolic (PLGA) have PLGA 50/50 8.7 3.73 ± 1.69 47.0 ± 0.23 been the focus of interest due to their biocompatibility PLGA 50/50 10.3 3.67 ± 1.59 56.3 ± 0.33 and biodegradability [2]. Controlled delivery systems PLGA 50/50 11.1 3.20 ± 1.32 44.7 ± 2.02 provide more uniform concentration of drug at the SD = standard deviation absorption site. Therefore, they allow the maintenance of plasma concentrations within the therapeutical range. Simultaneously, they minimise side effects, reduce the frequency of administration, and improve patient compliance to treatment [3]. The goal of this work was to develop and characterise PLGA -microspheres containing quinine sulphate, as a controlled release system for the treatment of malaria. Methods : The following chemicals were used: Poly (lactic -co-glycolic acid)– (PLGA 50/50) (Birmingham Figure 1. Microphotograph of the quinine sulphatePolymers, USA), polyethylene glycol– (PEG 4000) loaded PLGA-microspheres (100 ×). (Labsynth, Brazil), polyvinyl alcohol–(PVA 30/70) (Sigma, USA), triethanolamine (Merck, Germany). All Conclusions: Stable and spherical shaped quinine others reagents were analytical grade. Quinine sulphatesulphate-loaded PLGA -microspheres were obtained loaded microspheres were prepared by a double with a mean diameter about 3.53 µm ± 1.53. It was emulsion (W/O/W) solvent evaporation method. The verified that the pH of the external aqueous phase play influence of several preparation parameters, such as an important role on the entrapment efficiency of drug and polymer concentration, solvent volume, and quinine sulphate into PLGA -microspheres. The alkaline pH of aqueous phase were inves tigated. PEG and PVA pH of the external phase promoted an improvement on were used as stabilisers in the first emulsion and in the the retention of quinine sulphate in the internal aqueous external aqueous phase, respectively. The influence of phase during the manufacturing of microspheres by the the external phase pH on the encapsulation rate of double emulsion method. Further studies are being quinine sulphate was evaluated. The pH was varied carried out to evaluate the in vitro anti malaria activity from 8.7 to 11.1 by pH adjusting with triethanolamine. of quinine sulphate-loaded microspheres. The morphology and the mean diameter of particles Acknowledgements. This work was supported by were evaluated by optical microscopy. The content of CNPq, MCT/CNPq Rede Nanobiotec and FACEPE. quinine sulphate entrapped into microspheres was assessed by UV-spectroscopy at 250 nm. [1] Word Health Organization, The World Health Results: Morphological observation of PLGA Report 1999. Malaria. 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Prof. Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária CEP 50670-901 Recife-PE, Brazil email:[email protected] 1 ABSTRACT Microspheres of Poly (lactic-co-glycolic acid) (PLGA 50/50) containing quinine sulphate were prepared by a double emulsion (W/O/W) solvent evaporation method. The morphology and particle size of microspheres were analyzed. The influence of several preparation parameters on microspheres stability, such as drug and polymer concentration, solvent volume, and pH of aqueous phase were investigated. Stable and spherical shaped quinine-loaded PLGA -microspheres were obtained. With a highest entrapment effiency of 56.3 % ± 0.33. INTRODUCTION The malaria is a world-wide spread disease which, require update and more efficient treatments. The WHO estimates the prevalence of this disease in order of 300 million new clinical cases per year and it is predicted that 2 million people will die due to malaria each year1 . In Brazil more than 600,000 cases were registered in 2000, 99% being transmitted in the Amazon region2 . Quinine sulphate (Fig.1), is widely adopted as an anti-malarial agent to treat multi-drug-resistant Falciparum malaria. However some side effects have been reported. A variety of synthetic biodegradable polymers have long been used to develop controlled drug delivery systems. The thermoplastic polymers such as polylactic (PLA), polyglycolic (PGA), and copolymers as poly lactic-co-glycolic (PLGA) have been the focus of interest due to their biocompatibility and biodegradability3 . Controlled delivery systems provide more uniform concentration of drug at the absorption site. Therefore, they allow the maintenance of plasma concentrations within the therapeutical range. Simultaneously, they minimize side effects, reduce the frequency of administration, and improve patient compliance to treatment4 . The goal of this work was to develop and characterize PLGA -microspheres containing quinine sulphate, as a controlled release system for the treatment of malaria. EXPERIMENTAL METHODS The following chemicals were used: Poly (lactic -co-glycolic acid)– (PLGA 50/50 inherent viscosity 0.44 dL g-1 ) (Birmingham Polymers, USA), polyethylene glycol– (PEG 4000) (Labsynth, Brazil), polyvinyl alcohol–(PVA 30/70) (Sigma, USA), triethanolamine (Merck, Germany). All others reagents were analytical grade. Quinine sulphate-loaded microspheres were prepared by a double emulsion (W/O/W) solvent evaporation method. Initially 5 ml of purified water containing 400 mg polyethylene glycol and 25 mg quinine sulphate was emulsified under vigorous mechanical stirring (8000 rpm, 1 min) into 10 ml dichlorometane (DCM) containing 450 mg of PLGA. This O/W emulsion was them dispersed into 50 ml aqueous PVA solution (0.5% w/w) under vigorous stirring (8000 rpm, 30 sec). DCM was removed at room temperature and mechanical stirring (400 rpm, 4 hours). After the solvent was removed, the microspheres were formed. The influence of several preparation parameters, such as drug and polymer concentration, solvent volume, and pH of aqueous phase on microsphere stability was investigated. PEG and PVA were used as stabilisers in the first emulsion and in the external aqueous phase, respectively. The influence of the external phase pH on the encapsulation rate of quinine sulphate was evaluated. The pH was varied from 8.7 to 11.1 by pH adjusting with triethanolamine. The morphology and the mean diameter of particles were evaluated by optical microscopy. The content of quinine sulphate entrapped into microspheres was assessed by UV-spectroscopy at 250 nm. RESULTS AND DISCUSSION Morphological observation of PLGA-microspheres containing quinine sulphate revealed spherical shaped particles ranging from 1.53 to 7.65 µm. The mean diameter was 3.53 µm ± 1.53. The highest encapsulation rate of quinine sulphate into PLGA-microspheres (56.28%±0.33%) was obtained by using an external aqueous phase at pH 10.3. The elevated pH of the external aqueous phase reduced the solubility of quinine sulphate (pKa=8.5) in this phase, improving drud entrapment and, limiting drug loss during microsphere preparation. Images of Chemical structure of quinine sulphate (Fig.1). Optical microscopy were obtained and showed Quinine sulphate incorporated into the particles (Fig.2). Images of optical microscopy were obtained and showed Quinine crystals (Fig.3). Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... Table 1. The effect of pH of the external aqueous phase on the entrapment of quinine sulphate into PLGA microspheres. Polymer Aqueous Particle mean diameter Encapsulation rate phase pH (µm ±SD) (% ± SD%) PLGA 50/50 8.7 3.73 ± 1.69 47.0 ± 0.23 PLGA 50/50 10.3 3.67 ± 1.59 56.3 ± 0.33 PLGA 50/50 11.1 3.20 ± 1.32 44.7 ± 2.02 SD = standard deviation CONCLUSION Stable and spherical shaped quinine-loaded PLGA -microspheres were obtained with a mean diameter about 3.53 µm ± 1.53. It was verified that the pH of the external aqueous phase play an important role on the entrapment efficiency of quinine sulphate into PLGA -microspheres. The alkaline pH of the external phase promoted an improvement on the retention of drug in the internal aqueous phase during the manufacturing of microspheres by the double emulsion method. Further studies are being carried out to evaluate the in vitro anti malaria activity of quinine-loaded microspheres. REFERENCES 1. Word Health Organization, The World Health Report 1999. Malaria. [WWW] URL:http://www.who.int [Accessed 14 may 2003]. 2. Brazil – National Foundation of Health. [WWW] URL:http://www.funasa.gov.br [Accessed 04 may 2002 3. Jain RA. The manufacturing techniques of various drug loaded biodegradable poly(lactide-co-glycolide) (PLGA) devices. Biomaterials 21, 2475-2490, 2000. 4. Verma RK, Garg S. Drug delivery technologies and future directions. Pharmaceutical Technology On-Line 25 (2), 1-14, 2001. ACKNOWLEDGEMENTS: We acknowledged the financial support by CNPq, MCT/CNPq Rede Nanobiotec and FACEPE. Fig. 1. Chemical structure of quinine sulphate [Cinchonan-9-ol, 6´-methoxy -, (8α,9R)-, sulphate (2:1)] Fig. 2: Microphotograph of the quinine sulphate-loaded PLGA-microspheres (100 x). Fig. 3. Microphotograph of quinine sulphate (40 x) Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... ANTIMALARIAL ACTIVITY OF QUININE SULPHATE-LOADED PLGA MICROSPHERES Pimentel, L.F.1,2 ; Mosqueira, V.C.F. 3 ; and Santos-Magalhães, N.S.1,2 1 Laboratório de Imunopatologia Keizo-Asami – UFPE [email protected]; 2 PG em Ciênc. Farmacêuticas – UFPE; 3 Depto. de Farmácia - UFOP The aim of the present study was to evaluate the antimalarial activity of PLGA- microspheres containing quinine sulphate in mice, which were infected with Plasmodium berghei. Quinine sulphate- loaded PLGA microspheres (QS-MS) were prepared by the double emulsion (W/O/W) solvent evaporation method. The morphology and the mean diameter of particles were evaluated by optical microscopy. The content of quinine sulphate entrapped into microspheres was assayed by HPLC. The in vitro kinetic profile study was investigated under sink conditions using a dyalisis technique. The antimalarial activity of QS-MS was determined by the four-day test against P. berghei ANKA NK65 strain. Two hours later, animals were randomly divided in 4 groups (n=10 animals) and treated with a sc single dose (0.5 ml) of 20 mg/kg per day of sulphate quinine during four consecutive days. Control groups received saline (0.9%) or unloaded microspheres; treated groups received QS-MS or a suspension of quinine sulphate in 0.1% Twen 80. The efficacy of the treatment on the level of parasitemia, animals’ weight, and red blood counting (RBC) were monitored. The QS-MS presented spherical shaped particles ranging from 1.53 to 7.65 µm. The in vitro kinetic profile exhibited a maximum release of 44% within 96 h. A significant increase in the parasitemia was observed only after 6 days of animal infection. The treatment with QS-MS was able to reduce parasitemia to low levels on day 10 (11.5 ± 2.6%) in relation to the untreated control group (18.1 ± 4.8%). However no significant difference was found between treatment with free and encapsulated quinine sultafe. Animal weight body was maintained during the treatment (28 ± 4.2). Nevertheless, a slightly reduction was observed on 10 days after infection whatever the treatment (23.9 ± 2.9). The RCB (106 /µl) values were 8.62 ± 0.70 and 5.61 ± 2.04 on days 5 and 9, respectively. Results suggest that QS-MS can be offered as an alternative to the treatment of Falciparum malaria. Supported by: CNPq, MCT/CNPq-Rede Nanobiotec and BNB. Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... Anexo II – Artigos Escritos 1. NANOTECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E COMBATE DA MALÁRIA Lúcio Figueira Pimentel, Vanessa Carla Furtado Mosqueira, Nereide Stela Santos-Magalhães Trabalho submetido a “Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas” 2. IN VIVO ANTIMALARIAL ACTIVITY OF QUININE SULPHATE- LOADED PLGA MICROSPHERES Lúcio Figueira Pimentel, Vanessa Carla Furtado Mosqueira, Nereide Stela Santos-Magalhães Trabalho a ser submetido ao “European Journal of Pharmaceutics and Biopharmaceutics” Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... Artigo 1. NANOTECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E COMBATE DA MALÁRIA - RESUMO Apesar de vivermos atualmente uma era de pleno desenvolvimento tecnológico e científico a malária permanece como um dos maiores problemas de saúde a serem combatidos. As estratégias modernas para o controle e combate a malária prevêem ações conjuntas, como o controle do inseto vetor, diagnóstico rápido e preciso, garantia de uma terapêutica adequada, redução dos casos de resistência, otimização dos agentes terapêuticos utilizados na atualidade, além do desenvolvimento de novos agentes terapêuticos e vacinas. A nanobiotecnologia pode ser vista como a criação de materiais funcionais, dispositivos e sistemas, através do controle da matéria na escala de nanômetros. Estes novos materiais apresentam novos fenômenos e propriedades particulares que permitem a aplicação nas áreas de biomedicina, genômica e o desenvolvimento de novos sistemas terapêuticos. Os sistemas de liberação controlada de fármacos vêm recebendo atenção especial nesta nova área de pesquisa com o desenvolvimento de estratégias para a veiculação de agentes bioativos na forma de nanodispositivos, como lipossomas, micro e nanopartículas biodegradáveis, microemulsões e dispositivos transdérmicos. Muitos nanossistemas já demonstraram a sua utilidade na otimização de vacinas, inseticidas e quimioterápicos utilizados contra a malária. A nanobiotecnlogia constitui-se, portanto, em uma alternativa promissora no controle e combate a malária. Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIA FARMACÊUTICAS Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences RECIBO N° de Registro: 099/04 Acusamos o recebimento do trabalho para publicação na Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas/ Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences. Autoria: PIMENTEL, L.F.; MOSQUEIRA, V.C.F.; SANTOS-MAGALHÃES, N. S.. Título do artigo: "Nanobiotecnologia aplicada ao controle e combate da malária " São Paulo, 14 de dezembro de 2004 Editora Científica Pimentel, L. F. Preparação e Caracterização de Microesferas de Copolímero de Ácido Lático.... Artigo 2. IN VIVO ANTIMALARIAL ACTIVITY OF QUININE SULPHATE-LOADED PLGA MICROSPHERES - ABSTRACT Quinine sulphate is the drug of choice for the treatment of the most cases of chloroquine resistant falciparum malaria However, the quinine has low therapeutic index and its use as an antimalarial agent at large doses is usually associated with several side effects, such as cinchonism. In order to circumvent this drawback, quinine sulphate loaded microspheres were prepared and the antimalarial activity was investigated on mice infected with Plasmodium berghei. Quinine sulphateloaded microspheres prepared using the double emulsion technique presented spherical shaped particles ranging from 1.53 to 7.65 µm. The drug encapsulation eficiency attained 50.34 ± 0.62%. The in vitro release profile of quinine sulphate- loaded microspheres showed a bimodal behaviour. A burst effect of 40% was initial observed, followed by a gradual drug release achieving 72% at 48 h. Microspheres administered by subcutaneous route were at least as efficient as the free quinine sulphate administered by sc injection at 20 mg/kg for four days. Nevertheless no efficacy improvement achieved with microencapsulation of quinine sulphate. A parenteral microspherebased formulation of quinine sulphate is however feasible, which can ensue a potential strategy to achieve a controlled therapeutic effect in the treatment of malaria.