G.8.1 - Psicologia. Expansão de Classes de Equivalência de Estímulos por Crianças com Deficiência Visual 1 2 Alessandra C. Canosa , Milena Gandolfine , Maria Stella C. A. Gil 3 1.Estudante de doutorado do Programa de Pós-graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos- UFSCar* [email protected] 2. Estudante de mestrado do Programa de Pós-graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos- UFSCar 3. Professora do Depto.de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos- UFSCar Método, Resultados e Discussão Participaram duas crianças com 7 anos de idade e deficiência visual. A primeira fase do estudo constituiu-se do ensino de relações condicionais e teste da emergência de classes de estímulos equivalentes, via o procedimento de emparelhamento com o modelo (MTS). Foram ensinadas e testadas as relações entre elementos de cinco conjuntos de estímulos relacionados a três animais: elefante, macaco e leão. Constituíram os conjuntos: os nomes ditados (elefante, macaco e leão) (A); réplicas de pelúcia atendendo a proporção do tamanho dos animais (B); réplica dos sons produzidos por eles (C); desenho em relevo (D); réplicas em pelúcia de mesmo tamanho (E) e miniaturas em plástico (F). Na Fase 2, realizada 18 meses após o encerramento da Fase 1, foram acrescentados dois novos conjuntos de estímulos: cartões com os nomes dos animais (elefante macaco e leão) escritos em braile (G) e cartões com “nomes próprios” (Loti, Leto e Latu) atribuídos aos animais, apresentados em escrita braile (H). A manutenção das classes estabelecidas na Fase 1 e o ensino e teste para verificação da expansão das classes empregaram procedimento MTS. Os participantes tiveram desempenho acurado (Figura 1) nas sondas de manutenção, aprenderam a relação entre o nome do animal falado e o nome escrito em Braile (relação AH) e demonstraram a inclusão de novos estímulos nas classes formadas na Fase 1. A expansão das classes estabelecidas na Fase 1 produziu novas classes que incluíram oito elementos cada: o animal em pelúcia ; seu nome ditado; a réplica do som produzido pelo animal; o desenho em relevo; as miniaturas em plástico, os nomes dos animais em escrita braile e “nomes próprios” dos animais, em braile. A expansão das classes correspondeu ao comportamento textual envolvido na leitura com compreensão. Tentativas Número de respostas corretas Introdução A formação de classes de estímulos equivalentes, de acordo com o modelo de Equivalência de Estímulos, é um fenômeno robusto, amplamente atestado em seres humanos com e sem deficiência. A expansão das classes de estímulo tem grande interesse dada a implicação na economia da aquisição de comportamentos novos e complexos. Uma classe de estímulos equivalentes pode ser expandida a partir do ensino de novas relações condicionais entre os elementos dos novos conjuntos de estímulos e os membros das classes de estímulos previamente estabelecidas. Este trabalho teve como objetivo a expansão de classes de estímulos equivalentes por crianças com deficiência visual. Número de respostas corretas Palavras Chave: Equivalência de Estímulos, Expansão de classes, Deficiência Visual. Tentativas Figura 1. Frequência acumulada de acertos de cada participante (P1 e P2) nas tentativas de MTS nas diferentes condições experimentais. Conclusões Este estudo constatou a expansão de classes de estímulos equivalentes auditivos e táteis com 18 meses de intervalo entre a emergência das classes iniciais e o teste da expansão das classes. A possibilidade de expansão de classes de estímulos representa uma grande economia para o ensino de diversos comportamentos, inclusive a leitura com compreensão. Agradecimentos Autora 1- Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) Autora 2 - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) Autoras 1, 2, 3 - Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino (INCT-ECCE). Referências Canosa, A. C.; Gil, M.S.C.A (2013). Equivalence Class Formation in children with visual impairment. In: 39th Annual Convention of Associations for Behavior Analysis International, 2013, Minneapolis. Resumos dos trabalhos apresentados 2013. Sidman, M., & Tailby, W. (1982). Conditional discrimination vs. matching to sample: An expansion of the testing paradigm. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 37, 5-22. Skinner, B.F. (1957). Verbal behavior. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice Hall De Rose, J. (1993). Classes de estímulos: implicações para uma análise comportamental da cognição. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 9 (2), 283-303. 67ª Reunião Anual da SBPC