Artigo de Revisão Traumatismos faciais decorrentes da prática esportiva Facial injuries due to the practice sports Resumo Introdução: As lesões faciais estão presentes em uma grande parcela de vítimas de traumatismos diversos, levando a graves consequências emocionais e funcionais. Dentre os traumas faciais, os traumatismos dentários assumem um papel importante dentro da sociedade, causando um impacto na qualidade de vida das pessoas. A prática de esportes promove grandes benefícios à saúde humana, porém é um dos principais fatores etiológicos de injurias faciais e dentárias. Objetivo: O presente estudo, através de uma revisão de literatura, pretende fornecer informações sobre os traumatismos faciais e dentários aos profissionais da saúde, quanto à ocorrência destes traumas decorrentes da prática esportiva. Revisão de literatura: Devido a grande exposição e a pouca proteção da face, há uma grande incidência de traumas nessa região. A prática de esportes configura-se com uma das principais causas deste tipo de trauma. É fundamental que os cirurgiões-dentistas, bem como a população leiga, representada por pais ou responsáveis, professores primários e treinadores esportivos, enfermeiros, dentre os demais profissionais de saúde, presente no momento de ocorrência do trauma ou nas unidades de atenção primária, tenham conhecimentos e saibam o que fazer para prestar um primeiro atendimento ao traumatizado. Considerações finais: Maiores esclarecimentos em relação a este tipo de trauma são necessários, a fim de estimular a criação de políticas públicas de saúde e formas de prevenção destes, contribuindo assim para diminuição de sua prevalência. João Gabriel Silva Souza 1 Luiza Anjos Soares 2 Tamirys Caroline Silva Souza 3 Alessandra Ribeiro Pereira 4 Andrey George Silva Souza 5 Abstract Introduction: Facial lesions are present in a large proportion of victims of different traumas, leading to serious emotional and functional consequences. Among the facial trauma, dental injuries play an important role within society, causing an impact on quality of life. The major in sports promotes human health benefits, but is a major etiologic factors for dental and facial injuries. Objective: This study, through a literature review, aims to provide information about the facial trauma and dental health professionals, regarding the occurrence of injuries arising from sports. Literature review: Due to the large exposure and little protection from the face, there is a high incidence of trauma in this region. The practice of sports is configured with one of the main causes of such trauma. It is vital that dentists and lay people, represented by parents or guardians, teachers and sports coaches, nurses, among other health professionals, present at the time of occurrence of trauma or primary care units, have knowledge and know what to do to provide a first delivery of trauma care. Conclusion: Further details regarding this type of injury is necessary in order to stimulate the creation of public health policies and prevention of these, thus contributing to decrease its prevalence. Key words: Facial Injuries; Sports; Tooth Avulsion; Athletic Injuries. Descritores: Traumatismos Faciais; Esportes; Avulsão Dentária; Traumatismos em Atletas. INTRODUÇÃO As lesões faciais estão presentes em uma grande parcela de vítimas de traumatismos diversos. Elas podem ocorrer de modo isolado ou associadas a outras lesões (cranianas, cervicais, membros)1. O trauma facial é notável, por levar a graves consequências emocionais e funcionais, com a possibilidade de deformidades permanentes2,3. A pele da face e os ossos faciais, devido a sua projeção anterior corporal, são extremamente expostos a agressões4,5. Nas últimas décadas houve um aumento significativo dos traumas faciais, ocasionadas principalmente por acidentes automobilísticos, ferimento por arma de fogo ou branca, agressão física, acidentes 1)Acadêmico de Odontologia das Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE/SOEBRAS). 2)Acadêmica de Odontologia das Faculdades Unidas do Norte de Minas, Montes Claros - MG. 3)Nutricionista pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE/SOEBRAS). Acadêmica de Medicina pela Universidade de Aquino Bolivia, Santa Cruz de La Sierra - Bolivia. 4)Mestranda em Atividades Físicas e Desporto - UTAD. Professora do Curso de Educação Física da Universidade Estadual de Montes Claros. 5)Mestrando em Atividades Físicas e Desporto - UTAD. Professor do Curso de Educação Física da Universidade Estadual de Montes Claros. Diretor de Extensão - Faculdades Unidas do Norte de Minas. Instituição: Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE/SOEBRAS). Montes Claros / MG - Brasil. Correspondência: Andrey George - Diretoria de Extensão - Av. Osmane Barbosa, 11.111 - Bairro JK - Montes Claros / MG – Brasil – CEP: 39404-006 - E-mail: [email protected] Artigo recebido em 30/07/2012; aceito para publicação em 04/11/2012; publicado online em 31/03/2013. Conflito de interesse: não há. Fonte de fomento: não há. Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.42, nº 1, p. 53-57, janeiro / fevereiro / março 2013 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 53 Traumatismos faciais decorrentes da prática esportiva. de trabalho, e podendo ser também consequência de prática esportiva6. A etiologia do trauma facial é heterogênea e o predomínio maior ou menor de um fator etiológico se relaciona com algumas características da população estudada (idade, sexo, classificação social, local, urbana e residencial)4,7. Dentre os traumas faciais, os traumatismos dentoalveolares assumem um papel importante dentro da sociedade, causando um impacto na qualidade de vida das pessoas8. O traumatismo dental constitui-se em um problema de saúde pública na sociedade, atingindo considerável parcela da população. Em alguns casos, esse traumatismo pode ocasionar perdas dentais irreparáveis, tanto no momento do acidente como no decorrer do tratamento, ou até mesmo anos após o ocorrido, devido a sequelas9. A exposição constante a modalidades esportivas diversas em quaisquer níveis de performance, por si, constitui-se situação de risco para ocorrência de lesões10. Devido ao crescimento no número de praticantes de esportes de contato e radicais, e pela competitividade que esses esportes oferecem, a tendência é de aumento substancial nas estatísticas de ocorrências, envolvendo acidentes traumáticos, incluindo os dentários e faciais9. Nesse contexto, o objetivo dessa revisão é fornecer informações sobre os traumatismos faciais e dentários aos profissionais da saúde quanto à ocorrência destes traumas decorrentes da prática esportiva. O levantamento dos dados contidos nesta revisão da literatura foi realizado por meio da base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (Bireme - Biblioteca Regional de Medicina). REVISÃO DE LITERATURA O trauma é um problema sério e crescente em todo o mundo, sendo reconhecido como uma doença pandêmica. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde - OMS, os traumas estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade. Estima-se em 8,5 milhões o número de óbitos devido às consequências do trauma, em 2010, ao redor do mundo2,11, e as lesões da cabeça e da face podem representar 50% de todas as mortes traumáticas12. A grande incidência de lesões na face deve-se à enorme exposição e à pouca proteção desta região, o que acarreta frequentemente lesões graves12,13. Estas lesões ocorrem em alta frequência, afeta desproporcionalmente as populações vulneráveis, envolvendo uma região anatômica que em grande parte define percepções de auto-imagem e identidade14. Em crianças e idosos, as fraturas faciais estão associadas com quedas dentro de casa ou com jogos e brincadeiras infantis4. Em adultos jovens, até a quarta década, as causas mais comuns, além dos acidentes automobilísticos, são as agressões e traumas decorrentes de práticas esportivas4,15. A participação no exercício e no esporte é uma consideração importante na saúde de uma população, e Souza et al. provavelmente continuara a crescer16. A ciência tem demonstrado que a pratica de esportes promove grandes benefícios à saúde humana. Esse tipo de atividade física e, no entanto, um dos principais fatores etiológicos de injurias orofaciais. Tais lesões podem gerar traumatismos dentários irreversíveis e ate impactos emocionais, por representarem uma experiência dramática para os envolvidos17. Aproximadamente 11-40% de todas as lesões desportivas envolvem o rosto13. Os traumas ocasionados pela prática esportiva representam 14 a 39% das causas do traumatismo dentário e correspondem ao terceiro atendimento de traumas na face18. O esporte, e todo tipo de atividade física, em sua prática, encerra um risco de ocorrência de lesões. Os atletas estão potencialmente sujeitos em qualquer fase, de treinamento ou de competição, a sofrerem lesões, que são diretamente proporcionais à existência dos fatores predisponentes, intrínsecos e extrínsecos, e a ausência de programas preventivos19. Atualmente, as lesões desportivas têm extrapolado o âmbito das Ciências do Esporte, configurando-se também, devido a sua magnitude, transcendência e vulnerabilidade, como problema de saúde pública20. Nesse sentido, considera-se surpreendente a baixa quantidade de informações disponíveis acerca da frequência das lesões e de outros efeitos adversos da atividade física, entre a população em geral21. Estudos abordam o tema Lesões Desportivas, contudo, nem sempre há consenso sobre métodos de registro de informações ou, ainda, sobre aspectos conceituais relacionados ao assunto e, assim, maior atenção sobre a questão deve ser considerada10,22. As lesões podem ser consideradas como o principal fator de afastamento de atletas da sua modalidade esportiva. Esse afastamento é prejudicial, pois influencia diretamente no seu desempenho físico e técnico, além dos possíveis prejuízos psicológicos, já que a recuperação pode ser demorada, exigindo deles paciência e cautela para retornar à atividade: e consequentemente, a equipe também é prejudicada. Cada esporte tem suas características próprias de espaço, tempo, dinâmica e exigência física, o que pode determinar o tipo de lesão mais frequente em cada um deles23. Timm et al.24 em estudo que avaliou 1.219 lesões nos atletas da equipe amadora de boxe norte-americana, de 1977 a 1992, 18% destas ocorreram na face. Patins, asa-delta, cricket e mergulho foram recentemente adicionados à lista de desportos perigosos. Estes incluem lacerações dos tecidos moles, perda de um dente, perda de vários dentes (mais frequentemente perda dos incisivos superiores), enquanto os menos frequentes incluem fratura de mandíbula, fraturas alveolares e lesões traumáticas da articulação temporomandibular25. É fundamental que tanto os profissionais de Odontologia bem como a população leiga, representada por pais ou responsáveis, professores primários e treinadores esportivos, enfermeiros, dentre os demais profissionais de 54 R���������������������������������������������� Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.42, nº 1, p. 53-57, janeiro / fevereiro / março 2013 Traumatismos faciais decorrentes da prática esportiva. saúde, via de regra, presente no momento de ocorrência do trauma ou nas unidades de atenção primária, tenham conhecimentos e saibam o que fazer para prestar um primeiro atendimento ao traumatizado26. Os traumatismos dentários constituem uma situação relativamente frequente no cotidiano dos atendimentos clínicos efetuados pelo Cirurgião-Dentista. Habitualmente, esses traumas estão relacionados a quedas e impactos acidentais, práticas desportivas, acidentes de trânsito, agressões físicas, dentre outros27. O trauma dentário tem uma incidência significativa entre os traumas faciais. Essas lesões acometem os dentes, a polpa, os tecidos periodontais, o ossos alveolar, a mucosa bucal, enfim, todas as estruturas dento-alveolares relacionadas12,28. As consequências decorrentes dos traumatismos vão desde a necrose pulpar, mineralizações pulpares, reabsorções internas e externas das raízes, perda de parte da estrutura periodontal de proteção e suporte, fraturas coronárias e/ou radiculares até a perda do próprio dente27,29. Muito se sabe que a participação em esportes carrega um risco considerável de lesões dentárias16,30. Gassner et al.31 em revisão de 10 anos de mais de 21.000 lesões craniomaxilofacial atendidas em uma clínica austríaca, 31% estavam relacionados com o desporto. Traebert et al.32 em estudo transversal realizado com 2.260 escolares, de 11 a 13 anos, de escolas públicas e privadas de Biguaçu, município da microrregião da Grande Florianópolis, para avaliar a prevalência do traumatismo na dentição permanente, demonstrou que a prevalência geral do traumatismo dentário foi de 10,7%; sendo a fraturas de esmalte somente e fraturas de esmalte e dentina, ambos sem sinais de envolvimento pulpar, foram os tipos de danos mais prevalentes. Os traumatismos dentais, decorrentes de atividades esportivas, possuem uma particularidade que os diferem de outros traumatismos, pois podem ser prevenidos: há a possibilidade de se reduzirem drasticamente os níveis de sua ocorrência por meio do uso de protetores bucais, que promovem a proteção de todas as estruturas dentais e periodontais9,33. Giza et al.34 na avaliação das lesões de 202 jogadoras de futebol, para determinar a incidência de lesão, localização anatômica das lesões, e a relação do jogador e posição, mostrou que a cabeça (10,9%) foi um dos locais mais comuns de lesões. Correa et al.35 em estudo para verificar a ocorrência de traumatismos dentários em profissionais brasileiros jogadores de futebol, em 38 equipes, e o nível de conhecimento dos departamentos médicos das equipes, relataram em 71,1% a ocorrência de algum tipo de lesão dentária durante a prática do futebol, sendo as fraturas dentárias (74,1%) e avulsões (59,3%) as mais prevalentes. A promoção da saúde em Odontologia tem sido desenvolvida em várias áreas específicas. Uma delas é Odontologia Esportiva, que se concentra em garantir a saúde bucal para aqueles que prática esportes, bem como evitar acidentes que possam causar lesões orofa- Souza et al. ciais durante o treinamento ou competição esportiva36. Protetores bucais têm sido utilizados por atletas que reconhecem a necessidade de proteção oral durante suas atividades esportivas, porém a frequência de uso do protetor bucal ainda é limitada. Razões para não usar um protetor bucal são principalmente o desconforto e à dificuldade em respirar. Para aumentar o uso deste, protetores bucais devidamente equipados devem ser fabricados e fornecidos36. O diagnóstico e tratamento de lesões faciais obteve grande progresso nas últimas décadas. Trata-se de um trauma de abrangência multidisciplinar, envolvendo principalmente as especialidades de trauma, oftalmologia, cirurgia plástica, maxilofacial e neurocirurgia37. DISCUSSÃO O trauma é a principal causa de óbito nos primeiros 38 anos de vida, sendo responsável por maior redução nos anos produtivos quando comparado às doenças cardíacas e câncer juntos1,38. As lesões faciais graves podem, além dos distúrbios psicológicos, resultar em queda de produtividade em decorrência de perdas visuais e sequelas na deglutição e fonação, aumentando os custos advindos do trauma1. Dentre estas, as que ocorrem durante a participação em esportes vêm sendo de crescente preocupação, podendo resultar em dentes avulsionados, fraturas faciais, lesão cerebral permanente, disfunção de ATM e até a morte39. Em análise retrospectiva dos registros epidemiológicos de 912 pacientes, realizada no Hospital São Paulo, o qual objetivou determinar o perfil das fraturas craniofaciais atendidas em seis anos, identificou que das 1223 fraturas registradas, 109 (12%) destas foram oriundas de acidentes esportivos1. Qualquer injúria de natureza térmica, química ou física que afete um dente é referenciada como traumatismo dentário. Diferentemente de outras partes do corpo, os processos de cicatrização e reparo não acontecem logo após o incidente. O resultado final proveniente de um dente traumatizado pode levar mais de cinco anos para se manifestar. O aumento dos níveis de violência, do número de acidentes de trânsito e uma maior participação em atividades esportivas contribuem para transformar o traumatismo dental em um problema de saúde pública emergente40. Em uma avaliação de 164 pacientes com trauma facial, atendidos no serviço de Pronto-Socorro da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, a prática esportiva representou 5,5% da etiologia dos casos investigados, ocorrendo com a mesma incidência entre homens e mulheres37. Na analise dos tipos de lesões encontradas em uma equipe de basquetebol, com 13 atletas, de Assis - SP, as que ocorreram com maior frequência foram ferimento nos lábios, que atingiu 12 atletas (92,3%)19. Atletas que estão potencialmente em risco devem ser bem informados sobre os meios disponíveis de pro- Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.42, nº 1, p. 53-57, janeiro / fevereiro / março 2013 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 55 Traumatismos faciais decorrentes da prática esportiva. teção adequada, e consequências temporárias e permanentes de lesões sofridas durante a participação esportiva, a fim de utilizar os meios disponíveis de proteção, evitando assim lesões na região dental/facial25. Na avaliação da prevalência de lesões orofaciais durante a prática de esportes e o uso de protetores bucais, entre 700 universitários da região sul do Brasil, identificou que 37,02% dos alunos declararam já ter sofrido algum tipo de lesão orofacial. Destes, apenas 9,90% procuraram assistência odontológica após o trauma, e 19,24% já haviam utilizado protetor bucal e 44,89% consideram seu uso como importante36. A prevenção e o tratamento do trauma facial vêm sendo considerado uma parte importante da prática geral. Crianças e adultos estão participando mais de eventos esportivos, onde a probabilidade de trauma é significativo. Aumento de lesões faciais vem junto com o aumento da prática esportiva36. Ainda pouco divulgada e conhecida, a Odontologia Desportiva não é uma especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) e não é matéria oferecida na maioria dos cursos de graduação. É uma área da Odontologia ligada à Educação Física que atua em clubes, academias, federações e confederações esportivas trabalhando junto a uma equipe multidisciplinar (médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos), visando uma saúde bucal equilibrada, proteção e melhor saúde geral, de forma a proporcionar ao atleta melhor desempenho esportivo, além da realização de tratamentos de emergência18. Devido à importância e os danos ocasionados pelos traumas faciais e dentários, destacando-se os decorrentes da prática esportiva, maiores estudos devem ser realizados a fim de identificar suas principais causas, além de contribuir para prevenção e elaboração de politicas publicas de saúde que contemplem a população em geral. CONCLUSÃO Os traumatismos faciais e dentários constituem atualmente como um problema de saúde pública mundial, devido sua alta prevalência e danos provocados. Estes tipos de trauma possuem etiologia variada, que pode ser influenciada pelas características sociodemográficas de cada população. A prática de esportes configura-se com uma das principais causas deste tipo de trauma. Apesar do amplo conhecimento em relação aos benefícios provenientes da pratica de esportes a saúde sistêmica, ainda e escasso os conhecimentos sobre os traumas decorrentes deste e suas formas de prevenção. O tratamento e prevenção dos traumas provenientes da prática de esportes é responsabilidade de profissionais da saúde, tais como: profissionais de educação física, médicos, cirurgiõesdentistas, especialistas em traumas ocorridos na região buco-maxilo-facial, entre outros profissionais da saúde. Maiores esclarecimentos em relação a este tipo de trauma é necessários, a fim de estimular a criação de po- Souza et al. liticas públicas de saúde e formas de prevenção destes, contribuindo assim para diminuição de sua prevalência. REFERÊNCIAS 1. Pereira MD, Kreniski T, Santos RA, Ferreira LM. Trauma craniofacial: perfil epidemiológico de 1223 fraturas atendidas entre 1999 e 2005 no Hospital São Paulo – UNIFESP-EPM. Rev Soc Bras Cir Craniomaxilofac 2008;11(2):47-50. 2. Silva JJL, Lima AAAS, Melo IFS, Maia RCL, Filho TRCP. Trauma facial: análise de 194 casos. Rev Bras Cir Plást 2011;26(1):37-41. 3. Levin L, Zaik Y. Education on and prevention of dental trauma: it’s time to act! 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