Diagnóstico e Prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde/ITU- CR Enfª Julliana Pinheiro Definição ITU-RAS é DEFINIDA como: 1. Qualquer infecção ITU relacionada a procedimento urológico; e 2. ITU não relacionada a procedimento urológico diagnosticada após a admissão em serviço de saúde e para a qual não são observadas quaisquer evidências clínicas e não está em seu período de incubação no momento da admissão. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - 2013 Classificação A ITU-RAS no adulto também pode ser CLASSIFICADA em: 1) Relacionada a procedimento urológico, sendo o procedimento mais frequentemente o cateterismo vesical. 2) ITU não relacionada a procedimento urológico 3) ITU sintomática 4) ITU assintomática ou bacteriúria assintomática Outras ITU – compreendem infecções do rim, ureter, bexiga, uretra e tecidos subjacentes ao espaço retroperitoneal e espaço perinefrético. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - 2013 Epidemiologia A infecção urinária é uma das infecções hospitalares mais comuns; 70-80% destas infecções estão relacionadas ao uso de cateter vesical. ITU é uma das causas prevalentes de infecções relacionadas à assistência a saúde-IRAS de grande potencial preventivo, visto que a maioria está relacionada à cateterização vesical. As ITU são responsáveis por 35-45% das IRAS em pacientes adultos, com densidade de incidência de 3,1-7,4/1000 cateteres/dia. Aproximadamente 16-25% dos pacientes de um hospital serão submetidos a cateterismo vesical, de alívio ou de demora, em algum momento de sua hospitalização, muitas vezes sob indicação clínica equivocada ou inexistente e até mesmo sem conhecimento médico. Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Epidemiologia Os agentes etiológicos responsáveis por essas ITU costumam, inicialmente, pertencer à microbiota do paciente. Posteriormente, devido ao uso de antimicrobianos, seleção bacteriana, colonização local, fungos e os cuidados do cateter, pode ocorrer a modificação da microbiota. A bacteriúria assintomática pode levar ao desnecessário uso de antimicrobiano, e sistemas de drenagem urinária podem ser reservatórios de bactérias multirresistentes e fonte de transmissão para outros pacientes. As bactérias Gram-negativas (enterobactérias e não fermentadores) são mais frequentes, mas Gram-positivas são de importância epidemiológica, especialmente do gênero Enterococcus. Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Agentes etiológicos Epidemiologia ITU-CR tem sido associada com aumento de morbidade, mortalidade, custos hospitalares e maior tempo de internação. A ITU é o resultado adverso mais importante do uso de cateter urinário. O uso do cateter urinário também está associado a outras resultados não infecciosos, como: infecção não bacteriana uretral, estenose uretral, trauma mecânico. A ITU é a principal causa de infecção secundária de corrente sanguínea. Estima-se que 12,9% das bacteremias secundárias são de fonte urinária. As ITU-CR podem ser prevenidas com a implementação de práticas baseadas em evidências. Isto significa que 380.000 infecções e 9.000 óbitos relacionados ITU-CR por ano poderiam ser evitadas. O risco de aquisição diária de infecção urinária varia de 3 a 7% quando um cateter vesical permanece instalado. APIC – Guide to Preventing Catheter Associated Urinary Tract Infections – 2014 Strategies to Prevent Catheter – Associated Urinary Tract Infections in Acute Care Hospitals – 2014 – SHEA. 1 dia = 5% 3 dias = 15% 7 dia =35% 15 dias = 75% 5 dia = 25% 20 dias = 100% CID 2010: 50: 625-663 Patogênese Endógena Via uretral, retal ou vaginal Fonte do microrganismo Exógena Equipamento contaminado ou mão de profissional de saúde APIC – Guide to Preventing Catheter Associated Urinary Tract Infections – 2014 Bactérias subirão no trato urinário através da superfície externa ou interna do cateter: 1- Extraluminal: ascensão bacteriana – microrganismos colonizam o cateter na superfície externa, na maioria das vezes com a criação de biofilme. As bactérias tendem a subir mais cedo depois da inserção do cateter, o que sugere a quebra da técnica asséptica na inserção. 2 e 3 - Intraluminal: as bactérias tendem a ser introduzidas na abertura do sistema de drenagem urinária; também podem ascender da bolsa coletora de urina através do refluxo. APIC – Guide to Preventing Catheter Associated Urinary Tract Infections – 2014 Fatores de Risco Duração do cateterismo é o fator de risco mais importante para o desenvolvimento da infecção. Fatores de risco adicionais incluem sexo feminino, idade avançada e não manter o sistema fechado. Strategies to Prevent Catheter – Association Urinary Tract Infections in Acute Care Hospital: 2014 - SHEA Indicações de cateterismo vesical Uso no período perioperatório para procedimentos selecionados. Monitorização do débito urinário para procedimentos selecionados. Manejo da retenção urinária aguda e obstrução. Assistência para pacientes incontinentes e com úlcera por pressão. Excepcionalmente, como solicitação do paciente para melhor conforto ( final de vida). Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Métodos alternativos para drenagem de urina Estimular micção espontânea através da emissão de som de água corrente. Aplicar bolsa com água morna sobre a região suprapúbica. Realizar pressão suprapúbica delicada. Fornecer comadre e patinho. Utilizar fraldas, auxiliar e supervisionar idas ao banheiro. Utilizar sistemas não invasivos tipo condom para homens. Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Gestão/Auditoria de Antimicrobianos Intervenções coordenadas destinadas a melhorar e medir o uso adequado de antimicrobianos por promover a seleção do melhor esquema antimicrobiano, dose, duração do tratamento e da via de administração. Influencia no controle de resistência antimicrobiana; A partir das culturas microbiológicas obtidas dos pacientes atendidos e internados no hospital, é possível à Equipe de controle de infecção conhecer a epidemiologia das infecções urinárias e sua susceptibilidade aos antimicrobianos, definindo assim protocolos para tratamento baseados neste conhecimento Guide to Preventing Catheter – Associated Urinary Tract Infections APIC Diagnóstico de ITU-RAS Sintomática ITU-RAS sintomática é definida pela presença de ao menos um dos seguintes critérios: Critério 1. Paciente tem pelo menos 1 dos seguintes sinais ou sintomas, sem outras causas reconhecidas: febre (>38°C), urgência, frequência, disúria, dor suprapúbica ou lombar e apresenta uma cultura de urina positiva com ≥105 unidades formadoras de colônias por mL de urina (UFC/mL) de um uropatógeno (bactérias Gram negativas, Staphylococcus saprophyticus, ou Enterococcus spp), com até duas espécies microbianas. Como a cultura de Candida spp. não é quantitativa,considerar qualquer crescimento; Agência Nacional de Vigilância Sanitária - 2013 Diagnóstico de ITU-RAS Sintomática Critério 2- Paciente com pelo menos 2 dos seguintes sinais ou sintomas, sem outras causas reconhecidas: febre (>38°C), urgência, frequência, disúria, dor suprapúbica ou lombar e pelo menos 1 dos seguintes: Presença de esterase leucocitária ou Nitrito na análise da urina. Presença de piúria em espécime urinário com ≥10 leucócitos/μL ou ≥10 leucócitos por campo de imersão na urina não centrifugada. Presença de microrganismo no Gram da urina não centrifugada. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - 2013 Diagnóstico de ITU RAS Sintomática (...Continuação Critério 2) Pelo menos 2 urinoculturas com repetido isolamento do mesmo uropatógeno com ≥ 102 UFC/mL em urina não coletada por micção espontânea. Isolamento de ≤ 105 UFC de um único uropatógeno em urinocultura obtida pelo paciente sob tratamento com agente efetivo para ITU. Diagnóstico de ITU feito pelo médico Assistente. Terapia adequada para ITU instituída pelo médico. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - 2013 Diagnóstico ITU RAS Assintomática ITU-RAS assintomática é definida pela presença de ao menos 1 dos seguintes critérios: Critério 1. Paciente está ou esteve com um cateter vesical (CV) em até 7 dias antes da urinocultura e apresenta urinocultura positiva com ≥105 UFC/mL de até duas espécies microbianas e não apresenta febre (>38°C), urgência, frequência, disúria, dor suprapúbica ou lombar; Critério 2. Paciente do sexo feminino que não utilizou CV nos 7 dias anteriores a coleta de urina e apresenta duas urinoculturas com ≥105 UFC/mL com isolamento repetido do mesmo microrganismo (até duas espécies microbianas) em urina colhida por micção espontânea ou apresenta uma urinocultura positiva com > 105 UFC/mL de até duas espécies microbianas em urina colhida por CV e não apresenta febre (>38oC), urgência, frequência, disúria, dor suprapúbica ou lombar; Agência Nacional de Vigilância Sanitária - 2013 Diagnóstico ITU RAS Assintomática Critério 3. Paciente do sexo masculino que não utilizou CV nos 7 dias anteriores a coleta de urina e apresenta uma urinocultura positiva com > 105 UFC/mL de até duas espécies microbianas em urina colhida por micção espontânea ou por CV e não apresenta febre (>38oC), urgência,frequência, disúria, dor suprapúbica ou lombar. COMENTÁRIOS Cultura de ponta de cateter urinário não é um teste laboratorial aceitável para o diagnostico de ITU; As culturas de urina devem ser obtidas com a utilização de técnica apropriada: coleta limpa por meio de micção espontânea ou cateterização. A urina coletada em paciente já cateterizado deve ser aspirada assepticamente do local próprio no circuito coletor e a cultura processada de forma quantitativa. Não há indicação de troca do cateter para obter urina para cultura. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - 2013 Diagnóstico Outras ITU As definições de outras ITU devem preencher um dos seguintes critérios: Critério 1. Paciente tem isolamento de microrganismo de cultura de secreção ou fluido (exceto urina) ou tecido do sítio acometido, dentre aqueles listados em “outras ITU”; Critério 2. Paciente tem abscesso ou outra evidência de infecção vista em exame direto durante cirurgia ou em exame histopatológico em um dos sítios listados em “outras ITU”; Agência Nacional de Vigilância Sanitária - 2013 Diagnóstico Outras ITU Critério 3. Paciente tem pelo menos 2 dos seguintes sinais ou sintomas sem outra causa reconhecida: febre (>38ºC), dor ou hipersensibilidade localizada em um dos sítios listados em “outras ITU” e pelo menos um dos seguintes critérios: A- Drenagem purulenta do sítio acometido. B - Presença no sangue de microrganismo compatível com o sítio de infecção suspeito, dentre aqueles listados em “ outras ITU”. C – Evidência radiográfica (ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou cintilografia com gálio ou tecnécio) de infecção. D – Diagnóstico de infecção do rim, ureter, bexiga, uretra ou tecidos em torno do espaço retroperitoneal ou perinefrético. Critério 4. Terapia apropriada para infecção do rim, ureter, bexiga, uretra, ou tecidos em torno do espaço retroperitoneal ou perinefrético instituída pelo médico. Critérios de grau de evidência Nível de recomendação e qualidade da evidência: Categoria/Grau Nível de recomendação: Definição A - Boa evidência para embasar a aplicação de uma recomendação. B - Evidência moderada para embasar a aplicação de uma recomendação. C - Evidência pobre para embasar uma recomendação. Qualidade da evidência: I - Evidência de > 1 ensaio randomizado. II - Evidência de 1 ensaio randomizado; de estudos observacionais de coorte ou casocontrole (preferencialmente > 1 centro); de múltiplas séries temporais ou de resultados extraordinários em experimentos não controlados. III - Evidência embasada em opiniões de autoridades respeitadas; baseada em experiência clínica, estudos descritivos ou relatórios de comitês de especialistas. Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Esquema de categorização Categoria IA - Forte recomendação baseada em alta a moderada qualidade de evidência sugerindo benefícios ou dados clínicos. Categoria IB - Forte recomendação baseada evidências de baixa qualidade, sugerindo benefícios ou dados clínicos ou uma prática aceitável. Categoria IC - Forte recomendação exigida pela Regulamentação Estadual ou Federal. Categoria II - Fraca recomendação baseada por qualquer evidência de qualidade sugerindo uma compensação entre os benefícios clínicos e danos. Nenhuma recomendação/ questão não resolvida - Não resolvida porque há evidências de baixa ou muito baixa qualidade com compensações incertas entre benefícios e danos. Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Práticas Básicas para prevenção ITU Relacionadas a Infraestrutura Protocolos para inserção e manutenção do cateter (A-II). Assegurar que a inserção do cateter seja realizada apenas por profissional capacitados e treinados (B-III). Assegurar a disponibilidade de materiais para inserção com técnica asséptica (B- III). Implementar sistema de documentação em prontuário de informações, como: indicações do cateter, responsável pela inserção, data, hora da inserção de retirada (A-III). Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Práticas Básicas pra Prevenção ITU Vigilância de Processo Agrupar pacientes ou unidades, conforme o risco, para estabelecer a rotina de monitoramento e vigilância, considerando a frequência do uso de cateteres e os riscos potenciais, como: UTI, tipo de cirurgia, obstetrícia. (B-III). Identificar critérios para identificar pacientes com ITU-CR (A-II). Coletar informações de cateter-dia (denominador) para pacientes no grupo ou unidades monitoradas (A-II). Calcular ITU-CR para populações definidas (A-II): mensurar o uso de cateter (porcentagem de pacientes com cateter urinário inserido durante a internação; porcentagem de uso do cateter com indicações adequadas; duração do uso do cateter) e procura dos casos, utilizar métodos de vigilância validados e apropriados para a instituição (A-III). Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Práticas Básicas para Prevenção ITU Educação Permanente Treinamento da equipe de saúde envolvida na inserção, cuidados e manutenção do cateter urinário em relação à prevenção de ITU-CR, incluindo alternativas ao uso do cateter, procedimentos de inserção, manejo e remoção (A-III). Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Práticas Básicas para Prevenção ITU Técnica Apropriada de Inserção Inserir o cateter apenas quando necessário para o cuidado do paciente e manter o dispositivo somente enquanto indicação persistir (A-III). Considerar outros métodos de manejo, incluindo cateter e qualquer tipo condom ou cateterização intermitente, quando apropriado (A-I). Higienizar as mãos antes e após a inserção do cateter e qualquer manuseio do sistema ou do sítio (A-III). Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Práticas Básicas para Prevenção ITU Técnica Apropriada de Inserção Utilizar técnica asséptica e material estéril para inserção (A-III). Utilizar luvas, campo e esponja; solução estéril ou antisséptica para limpeza do meato uretral; bisnaga de gel lubrificante estéril de uso único na (A-II). Utilizar cateter de menor calibre possível para evitar trauma uretral (B-II). Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Práticas Básicas para Prevenção ITU Manuseio Correto do Cateter Após a inserção, fixar o cateter de modo seguro e que não permita tração ou movimentação (A-III). Manter o sistema de drenagem fechado e estéril (A-I). Não desconectar o cateter ou tubo de drenagem, exceto se a irrigação for necessária (A-I). Trocar todo sistema quando ocorrer desconexão, quebra da técnica asséptica ou vazamento (B-III). Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Práticas Básicas para Prevenção ITU Manuseio Correto do Cateter Para exame de urina, coletar pequena amostra através de aspiração de urina com agulha estéril após desinfecção do dispositivo de coleta (A-III) – levar a amostra imediatamente ao laboratório. Manter o fluxo de urina desobstruído (A-II). Esvaziar a bolsa coletora regularmente, utilizando recipiente coletor individual e evitar contato do tubo de drenagem com o recipiente coletor (A-II) Manter sempre a bolsa coletora abaixo do nível da bexiga (A-III). Limpar rotineiramente o meato uretral com soluções antissépticas é desnecessário, mas a higiene rotineira do meato é indicado (A-I). Não é necessário fechar previamente o cateter antes da sua remoção. Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Práticas Básicas para Prevenção ITU Riscos e Benefícios Usar cateter urinário em pacientes operados somente quando necessário, ao invés de rotineiramente; Evitar o uso de cateteres urinários em pacientes para gestão de incontinência (I-B). Considerar alternativas para cateterização vesical crônica, tais como cateterismo intermitente, em pacientes com lesão medular (II). Considerar cateterismo intermitente em crianças com mielomeningocele e bexiga neurogênica para reduzir o risco de deterioração do trato urinário (II). Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Práticas Básicas para Redução ITU Riscos e Benefícios Minimizar o uso e duração de cateter urinário em todos os pacientes, que possuem maior risco para infecção de trato urinário relacionado a cateter, tais como mulheres, idosos e pacientes com imunidade comprometida e que possuem maior risco de mortalidade, tais como: idosos e pacientes com doença grave (IB). Considere o uso de cateter externo como alternativa para cateter uretral em pacientes do sexo masculino cooperativos, sem retenção urinária ou obstrução do trato urinário (II). O cateterismo intermitente é preferível a cateteres uretrais de demora ou suprapúbica em pacientes com disfunção de esvaziamento vesical (II). Se utilizar cateterismo intermitente, realizar a intervalos regulares para evitar hiperdistensão da bexiga (IB). No contexto de cuidados não agudos, a utilização de técnica limpa (não estéril) para cateterismo é um alternativa aceitável e mais prática para os pacientes crônicos que necessitam de cateterismo intermitente (IA). Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Práticas Básicas para Redução ITU Riscos e Benefícios Cateter hidrofílico apresenta benefícios em termos de segurança (redução de bacteriúria e micro hematúria) e qualidade de vida para pacientes com retenção urinária neurogênica crônica que necessitam de cateterização intermitente (A-I). Silicone pode ser preferível a outros materiais para reduzir o risco de incrustação de cateteres de longo prazo em pacientes cateterizados que têm obstrução frequente (II). Sistemas de sonda vesical com junções tubo-cateter conectado, são sugeridas para o uso (II). Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Práticas Básicas de Prevenção ITU Responsabilização A Direção dos serviços de saúde devem garantir a implantação do programa de controle de infecção efetivo, assegurar que pessoas capacitadas façam parte da comissão de controle de infecção. A gerência é responsável por garantir a execução dos trabalhos por pessoas competentes. As equipes assistenciais e de apoio são responsáveis por manter as medidas de controle de infecção (higienização das mãos, precauções e isolamentos, limpeza e desinfecção dos equipamentos e meio ambiente, técnica asséptica de inserção de cateter, avaliação diária de cateter vesical). Líderes do hospital e das unidades devem assegurar que os profissionais responsabilizem por suas ações. Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Práticas Básicas de Prevenção ITU Responsabilização O responsável pelo programa de controle de infecção deve garantir a identificação das ITUCR, análise dos dados regularmente com divulgação dos resultados, incorporação de práticas baseadas em evidências. Os responsáveis pela equipe assistencial e pela orientação aos pacientes deverão realizar treinamento para equipe de saúde, pacientes e familiares. Equipes de controle de infecção, segurança do paciente, gerenciamento de risco, farmácia hospitalar, laboratório e tecnologia da informação devem assegurar funcionamento do sistema para realização do programa de vigilância. Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Estratégias especiais para controle Implantar programa na instituição para identificar e remover cateteres desnecessários, utilizando lembretes ou ordens para interromper o uso e avaliar a necessidade de remover o cateter (A-I). Desenvolver e implantar manutenção do cateter. política de revisão contínua, diária, da necessidade de Implantar visita diária com médico e enfermeiro revisando a necessidade da manutenção do cateter. Desenvolver protocolo de manejo de retenção urinária no pós-operatório, incluindo cateterização intermitente. Estabelecer sistema complicações. de análise e divulgação de dados sobre o uso de cateter e Definir e monitorar eventos adversos além de ITU-CR, como obstrução do cateter, remoção acidental, trauma ou reinserção após 24 horas da retirada. Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Estratégias que não devem ser utilizadas para prevenção Não utilizar regularmente cateter impregnado com prata ou outro antimicrobiano (A-I). Não triar rotineiramente bacteriúria assintomática em pacientes com cateter (A-II). Não tratar bacteriúria assintomática, exceto antes de procedimento urológico invasivo (A-I). Evitar irrigação do cateter (A-I): não realizar irrigação contínua com antimicrobiano como rotina de prevenção de infecção; não utilizar instalação rotineira de soluções antissépticas ou antimicrobiana em sacos de drenagem urinária (II); se houver previsão de obstrução, utilizar sistema fechado de irrigação e quando houver obstrução do cateter por muco, coágulos ou outras causas, proceder à irrigação intermitente. Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Estratégias que não devem ser utilizadas para prevenção Não utilizar rotineiramente antimicrobianos sistêmicos profiláticos (A-II). Não trocar cateter rotineiramente (A-III). Não utilizar, de rotina, lubrificantes antissépticos (II). Não utilizar de rotina sistemas de drenagem urinária com mecanismos de redução de entrada bacteriana, como cartuchos de liberação de antissépticos na porta de drenagem (II). Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2013 Obrigada! [email protected]