SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA - SOBRATI
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA
KEIDTEIXEIRA DE OLIVEIRA BATISTA
MAXWELL MESSIAS TINOCO
MIELITETRANSVERSA
RELATO DE CASO
Rio de Janeiro de 2015
KEID TEIXEIRA DE OLIVEIRA BATISTA
MAXWELL MESSIAS TINOCO
MIELITE TRANSVERSA
RELATO DE CASO
Tese apresentada à Sociedade Brasileira
de Terapia Intensiva, como requisito
obrigatório para obtenção do título de
Mestre em Terapia Intensiva.
Orientador: Vanessa do Amaral Tinoco
Rio de Janeiro
2015
RESUMO
A Mielite Transversa (MT) é conhecida como uma síndrome neurológica que
causa inflamação na medula espinhal.
Segundo Krishnan (2004) a medula tem a função de conduzir as fibras
dos nervos para os membros e troncos, fazendo com que assim essas fibras
voltem ao cérebro. As inflamações existentes no interior da medula
interrompem tais caminhos, desencadeando assim os sintomas que pode variar
desde uma fraqueza muscular até a tetraparesia. Dor crônica e a percepção
térmica reduzem em até 90% na maioria dos pacientes independente do local
da lesão medular. Em todos os casos a função esfincteriana é parcialmente ou
totalmente afetada, resultando procedimentos tais como: passagem de sonda
vesical de demora, passagem de sonda vesical de alívio, ingestão de óleo
mineral e/ou lavagem intestinal. (KRISHNAN et al, 2004)
A recuperação do paciente pode ser nula, parcial ou completa, e
geralmente se inicia dentro de 1 a 3 meses após o início dos sintomas.
Estudos provam que o diagnóstico e o tratamento eficazes, são
fundamentais para uma melhora razoável de até 80% dos pacientes.
(REBOUÇAS, 2009).
O trabalho justifica-se considerando sua epidemiologia, raridade e seu
prognóstico extremamente reservado e duvidoso, devido à gravidade do dano
produzido e suas sequelas funcionais em cada caso e tipo de lesão.
Palavras-chave: Mielite Transversa, atuação da enfermagem e da fisioterapia
ABSTRACT
Transverse myelitis (MT) is known as a neurological syndrome that causes
inflammation of the spinal cord.
According Krishnan (2004) to drive the cord has the function of nerve fibers to
the limbs and trunk, thus making these fibers back to the brain. Existing
inflammation within the cord interrupts such paths, thus triggering the symptoms
that can range from a weakness to tetraparesis. Chronic pain and temperature
sensation reduce by 90% in most patients regardless of the site of spinal cord
injury. In all cases, the sphincter function is partially or totally affected, resulting
in procedures such as urethral catheter crossing delay urinary catheter passage
relief, mineral oil intake and / or enema. (Krishnan et al, 2004)
The patient's recovery may be zero, partial or complete, and usually begins
within 1 to 3 months after onset of symptoms.
Studies show that diagnosis and effective treatment are essential for a
reasonable improvement of up to 80% of patients. (REBOUÇAS, 2009).
The work is justified considering its epidemiology, rarity and its extremely
reserved and doubtful prognosis due to the severity of the damage produced
and their functional consequences in each case and type of injury.
Keywords: Transverse Myelitis, nursing practice and physical therapy
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO............................................................................................
2
OBJETIVO..................................................................................................
3
MÉTODO.....................................................................................................
4
DIAGNÓSTICO..........................................................................................
5
RELATO DE CASO....................................................................................
6
ALTERAÇÕES PSICOSSOCIAIS E O IMPACTO NA FAMÍLIA...............
7
ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM.................................................................
8
ATUAÇÃO FISIOTERÁPICA......................................................................
9
COSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................
10
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................
1-INTRODUÇÃO:
A Mielite Transversa (MT) é conhecida como uma síndrome neurológica
que causa inflamação na medula espinhal. Trata-se de uma patologia bastante
incomum e segundo estudos recentes tem uma pequena incidência que varia
entre um e cinco casos por milhão de pessoas ao ano. (JEFFERY et al,1993).
Segundo Krishnan (2004) a medula tem a função de conduzir as fibras
dos nervos para os membros e troncos, fazendo com que assim essas fibras
voltem ao cérebro. As inflamações existentes no interior da medula
interrompem tais caminhos, desencadeando assim os sintomas. Dor crônica e
a percepção térmica reduzem em até 90% na maioria dos pacientes
independente do local da lesão medular. Em todos os casos a função
esfincteriana é parcialmente ou totalmente afetada, resultando procedimentos
tais como: passagem de sonda vesical de demora, passagem de sonda vesical
de alívio, ingestão de óleo mineral e/ou lavagem intestinal. (KRISHNAN et al,
2004).
A recuperação do paciente pode ser nula, parcial ou completa, e
geralmente se inicia dentro de 1 a 3 meses após o início dos sintomas. Dados
na literatura revelam que os três primeiros meses são determinantes na
regressão da MT (FELDMAN et al, 1981).
Estudos provam que o diagnóstico e o tratamento eficazes, são
fundamentais para uma melhora razoável de até 80% dos pacientes.
(REBOUÇAS, 2009).
2-OBJETIVO:
O presente trabalho tem por objetivo relatar um estudo de caso de
paciente portador de Mielite Transversa Idiopática (M.T.I) e propor a
Sistematização da Assistência de Enfermagem e fisioterápica aos portadores
da (MTI). Os objetivos específicos que perpassam por este estudo são:
conhecer a doença, as limitações do portador de Mielite Transversa Idiopática;
investigar os sinais e sintomas e os procedimentos diagnósticos; identificar as
alterações psicossociais dos portadores e o impacto no contexto familiar.
O conhecimento específico para o cuidado com o paciente portador de
Mielite Transversa é de alta relevância para a aplicação dos recursos
adequado.
Acreditamos que por se tratar de uma patologia de pouca incidência o
conhecimento especializado por parte dos profissionais de Enfermagem e
Fisioterapia, dificulta assim, um melhor tratamento.
Os sinais, sintomas e limitações da doença variam, como exemplo os
neurológicos, que compreendem as deficiências motoras, parestesias,
alterações
da
sensibilidade
profunda,
alterações
cognitivas,
distúrbios
esfincterianos, diminuição da acuidade visual, cefaleia occipital, perda da
sensibilidade, dormência, alterações psicossociais e dor que geralmente são de
maior intensidade onde a inflamação está localizada (JOHNSON et al, 2001).
A percepção individual de si mesmo é afetada pela doença; a liberdade, a
independência, a privacidade, e a autoestima.
3-MÉTODO:
Foi realizada uma revisão de literatura nas bases eletrônicas de dados
SCIELO, LILACS e complementada com pesquisa de livros-texto, sendo
utilizadas análises de prontuário do caso relatado e ainda ,segundo Marcone,
Lakatos, (2010), pesquisa de estudo de caso, consiste na utilização de um ou
mais métodos qualitativos de recolha de informação e não segue uma linha
rígida de investigação.
A pesquisa foi realizada no domicilio da portadora de Mielite Transversa ,
foram coletadas informações da história pregressa da paciente em seus
prontuários, desde quando surgiram os primeiros sintomas até o momento
atual.
O sujeito da pesquisa, portadora da doença, assinou o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
4- DIAGNÓSTICO
A avaliação inicial de um paciente com MT tem que ser imediata.
Recomenda-se uma Ressonância Magnética (RM) com contraste dentro de
algumas horas da apresentação dos primeiros sinais sintomas e episódios.
Mas se não puder obtê-la em pouco tempo uma Tomografia Computadorizada
(TC) da medula espinhal é uma alternativa sensata e eficaz, tendo também
como procedimento de diagnóstico a punção lombar que nesse caso seria a
mais exata em seu diagnóstico. E assim, após os exames realizados e
diagnóstico
clínico
correto
começa-se a
administração
de
esteroides
intravenosos em altas doses. Muitos médicos iniciam o tratamento com
metilprednisolona 1000 mg intravenosa em bomba de infusão todos os dias por
cinco dias, sendo de suma importância a rapidez no diagnóstico para se obter
um bom prognostico do paciente (JOHNSON et al, 2001).
5- ALTERAÇÕES PSICOSSOCIAIS E O IMPACTO NA FAMÍLIA
De acordo com Ferreira e Botomé (1984) define como deficiência física o
que está relacionado ao controle motor e sensitivo que compromete o
funcionamento de membros do corpo, ocasionando limitações físicas
temporárias ou permanentes, dependendo da evolução em que se encontra a
doença, isso faz com que a paciente viva uma instabilidade orgânica e social.
Os autores acima quando abordam as alterações no cotidiano afirmam
que esses pacientes iniciam-se com a percepção de que a vida mudou, onde
se pode constatar o quanto uma lesão medular altera o modo de o paciente
perceber sua realidade a partir dessa nova forma de vida. Descrevem como
sendo angustiante o sentimento de perda de suas atividades laborais que
emerge frente à nova condição de vida e devastador e impactante ao dar-se
conta da lesão. O paciente depara-se com a dúvida entre querer viver ou
desistir definitivamente da vida. Isso para os referidos autores se dá
principalmente pelo fato de precisar de ajuda dos outros, sendo que a questão
da dependência é apontada como um forte obstáculo vivenciado no cotidiano e
de difícil aceitação. O sentimento de incapacidade frente às atividades de vida
diárias (AVDs) reforça sua condição de limitado fisicamente e caracteriza sua
situação de dependência. Na medida em que consegue se tornar mais
independente para realizar tarefas básicas de seu dia-a-dia passa a adquirir
mais autoconfiança.
Becker (1997) descreve que o fato de a pessoa necessitar de ajuda de
outras pessoas, na maioria das vezes a ajuda de seus familiares para todo o
tipo de atividade de vida normal de seu cotidiano antes vivenciado pode ser
sentido como uma experiência extremamente degradante e vergonhosa,
podendo ser mais difícil, muitas vezes, do que suportar a própria doença ou a
dor. Por vários anos esse cliente teve vida normal e ativa, tendo suas
atividades diárias concretizadas por todo esse tempo, e por um percalço
percebe que tudo mudou e que toda sua história de vida vivida até ali pode
passar a não ser mais vista em seu futuro, assim torna-se impossível não
compreender que sua vida ocupacional, diária, familiar mudará e se tornará de
mais difícil realização e convivência.
Assim ocorre também com a família no momento em que se depara com
a incapacidade repentina daquele familiar, antes independente e dono de si,
nesse momento nota-se a importância do apoio familiar, porém a difícil
adaptação desse cliente e seu familiar cuidador que terá sua vida mudada
repentinamente para passar a ajudar aquele ente que necessita de seus
cuidados naquele momento. É extremamente compreendido quando essa
família não consegue lidar com tal situação e se depara com o desespero
momentâneo que o acomete naquele momento, assim cabe também nesse
momento repentino os profissionais procurarem através de diálogo buscar a
explicar e ouvir esse familiar fazendo com que assim essa família tente lidar o
mais normal possível com essa nova situação (SARTI, 2005).
5-RELATO DO CASO:
Paciente K.T.O.B, 35 anos, do gênero feminino, com diagnóstico de MTI.
Em 29 de Março de 2009, a voluntária apresentou como primeiros sinais e
sintomas: cefaleia occipital, dores na região da coluna cervical, alterações no
equilíbrio, tonturas.
No dia 09 Abril de 2009, a paciente foi hospitalizada, com perda de
sensibilidade, dor na região occipital, formigamento e tetraparesia e através de
exame de ressonância magnética, onde é possível por sinais de frequência de
pulso magnético a visibilidade da substância cinza e branca do fluido cérebroespinhal que se consegue visualizar se há alguma inflamação e punção lombar
onde a partir do líquor nota-se o aumento da pressão liquória e não visualiza se
trata de um vírus, bactéria ou fungo. Através desses exames foi fechado
diagnóstico patologia de Mielite Transversa Idiopática. Tais exames são
realizados a partir de estudo feito por Almeida (2009), que prescreve a
ressonância magnética como a melhor forma de diagnosticar a MTI.
Após o período de recuperação parcial do quadro a mesma foi acometida
novamente por um novo episódio de surto no dia 02 Junho de 2009 iniciando o
tratamento com internações em um ciclo de 21 em 21 dias por cinco meses
consecutivos com uso de corticosteroide (metilprednisolona 1g, clexane, dentre
outros), tratamento fisioterápico, assistência e cuidado de enfermagem, sendo
tal periodicidade estabelecida pelo médico responsável mediante ao estudo
realizado por Kaplin (2004).
Os resultados desta intervenção medicamentosa, entretanto, não obteve
o resultado esperado, assim começou-se a administrar na paciente a
Imunoglobulina Humana por período de cinco meses consecutivos no ciclo de
21 em 21 dias e iniciou também o uso via oral de micofenolato de mofetila
500mg. Tal mudança surtiu resultado satisfatório, manifestando um quadro
mais estável.
A paciente permaneceu em cadeira de rodas por 45 dias, obtendo alta
hospitalar, continuando com os cuidados de Enfermagem, tratamento
fisioterápico e acompanhamento médico em seu domicilio.
No dia 20 de Abril 2010 a paciente foi acometida pelo terceiro surto de
desmielinização na medula cervical, permanecendo com as internações a cada
21 dias e os mesmos fármacos já citados acima.
Durante esse período paciente obteve melhora parcial do quadro,
reduzindo os seus sintomas, deixando também a cadeira de rodas e iniciando a
deambulação com o auxilio do andador.
Terminando período de internação a paciente obteve recuperação total de
seu quadro, voltando a deambular sem auxilio, permanecendo porém com uso
continuo do medicamento citado acima e fisioterapia.
Dia 22 de Junho de 2011 a paciente foi acometida por novo surto, porém
em região diferente das anteriores, a torácica, comprometendo o nervo frênico
e diafragma, levando a paciente a intensa dispneia tendo que fazer uso de
oxigenoterapia. A mesma foi internada em caráter de urgência e continuou a
fazer uso dos mesmos fármacos citados acima, a paciente voltou a apresentar
fraqueza muscular necessitando retornar ao uso da cadeira de rodas,
permanecendo internada por alguns dias e tendo melhora no quadro obteve
alta hospitalar e seguiu para seu domicilio onde continuou sendo monitorada e
recebendo os cuidados necessários.
Paciente após várias recidivas teve como decisão médica a substituição
do Micofenolato de Mofetila 500mg para o uso de Rituximab 500mg.
No dia 31 de Dezembro de 2011 paciente obteve nova lesão
desmielinizante a nível dorsal e lombar, perdendo a força muscular e
sensibilidade dos membros inferiores, foi internada para novo reforço de
Rituximab sendo liberada para seu domicilio para a passagem do ano com a
família retornando em 02 de Janeiro de 2012 para realização de novo ciclo dos
medicamentos já descritos acima. Neste episódio de surto, entretanto, a
paciente teve o comprometimento esfincteriano necessitando de passagem de
sonda vesical de alivio, óleo mineral e lavagem intestinal.
Dois meses após a paciente é acometida por um novo episodio de surto,
com inflamação na mesma região citada acima.
Em Abril de 2012 houve o surgimento de nova lesão na região lombar,
sendo reavaliada a conduta médica onde fez a troca do Rituximab pelo
batainterferona 1ª 44ug(REBIF),com aplicação de 3x semana,injetável.Assim
do dia 31 de Dezembro de 2012 até dezembro de 2014, houve pouca evolução
do quadro sendo confirmado pelos médicos a permanência de sequelas e
déficits de membros inferiores, não conseguindo deambular por longas
distâncias sem o auxilio de terceiros. No dia 01 de julho de 2015 a cliente teve
novo surto na qual ficou 2 meses na cadeira de rodas e hoje está deambulando
com auxílio de andador e na incerteza quanto à doença futuramente. No que
diz a médica responsável pelo seu caso, exatamente por se tratar de uma
patologia rara e complexa as perspectivas futuras não são ditas mediante
dúvidas que permanecem por todo esse tempo não somente em seu caso, mas
em todos os outros tratados pela mesma até o momento.
6- ALTERAÇÕES PSICOSSOCIAIS E O IMPACTO NA FAMÍLIA
De acordo com Ferreira e Botomé (1984) define como deficiência física o
que está relacionado ao controle motor e sensitivo que compromete o
funcionamento de membros do corpo, ocasionando limitações físicas
temporárias ou permanentes, dependendo da evolução em que se encontra a
doença, isso faz com que a paciente viva uma instabilidade orgânica e social.
Os autores acima quando abordam as alterações no cotidiano afirmam
que esses pacientes iniciam-se com a percepção de que a vida mudou, onde
se pode constatar o quanto uma lesão medular altera o modo de o paciente
perceber sua realidade a partir dessa nova forma de vida. Descrevem como
sendo angustiante o sentimento de perda de suas atividades laborais que
emerge frente à nova condição de vida e devastador e impactante ao dar-se
conta dos sintomas. O paciente depara-se com a dúvida entre querer viver ou
desistir definitivamente da vida. Isso para os referidos autores se dá
principalmente pelo fato de precisar de ajuda dos outros, sendo que a questão
da dependência é apontada como um forte obstáculo vivenciado no cotidiano e
de difícil aceitação. O sentimento de incapacidade frente às atividades de vida
diárias (AVDs) reforça sua condição de limitado fisicamente e caracteriza sua
situação de dependência. Na medida em que consegue se tornar mais
independente para realizar tarefas básicas de seu dia-a-dia passa a adquirir
mais autoconfiança.
Becker (1997) descreve que o fato de a pessoa necessitar de ajuda de
outras pessoas, na maioria das vezes a ajuda de seus familiares para todo o
tipo de atividade de vida normal de seu cotidiano antes vivenciado pode ser
sentido como uma experiência extremamente degradante e vergonhosa,
podendo ser mais difícil, muitas vezes, do que suportar a própria doença ou a
dor. Por vários anos esse cliente teve vida normal e ativa, tendo suas
atividades diárias concretizadas por todo esse tempo, e por um percalço
percebe que tudo mudou e que toda sua história de vida vivida até ali pode
passar a não ser mais vista em seu futuro, assim torna-se impossível não
compreender que sua vida ocupacional, diária, familiar mudará e se tornará de
mais difícil realização e convivência.
Assim ocorre também com a família no momento em que se depara com
a incapacidade repentina daquele familiar, antes independente e dono de si.
Nesse momento nota-se a importância do apoio familiar, porém a difícil
adaptação desse cliente e seu familiar cuidador que terá sua vida mudada
repentinamente para passar a ajudar aquele ente que necessita de seus
cuidados naquele momento. É extremamente compreendido quando essa
família não consegue lidar com tal situação e se depara com o desespero
momentâneo que o acomete naquele momento, assim cabe também nesse
momento repentino muita das vezes a orientação de um psicólogo para ajudar
essa família a lidar o mais normal possível com essa nova situação (SARTI,
2005).
7- ATUAÇÕES DE ENFERMAGEM
Desde o início do século XX, a preocupação em estabelecer normas de
cuidados individualizados com pacientes que necessitam de cuidados vem
aumentando em vários países, dentre eles o Brasil (ANDRADE, 2005).
Cabe ressaltar, que a implementação de um modelo predeterminado de
assistência, não é garantia de maior qualidade no cuidado com clientes que
necessitam de cuidados intensivos, é necessário a integração entre diversas
áreas profissionais para se obter resultados mais satisfatórios, sem deixar de
considerar as percepções do profissional de enfermagem, o qual está em
contato direto com o cliente, entende suas limitações e angústias em ter suas
atividades restritas (NASCIMENTO et al, 2008).
A atuação do enfermeiro com cuidador de clientes busca auxiliar no
desenvolvimento de suas atividades de vida diária. Pois este profissional
apresenta formação adequada para o desenvolvimento e adequação de
práticas planejadas no contexto de uma assistência, a qual possibilita a
identificação, compreensão e resolução dos problemas de clientes que
necessitam de cuidados (MALUCELLI et al, 2010). Nesse contexto este
profissional pode favorecer o entendimento sobre as limitações físicas que a
patologia apresenta.
O enfermeiro pode também promover uma readaptação na execução
das AVD´s, no sentido de reeducar o cliente em funções básicas tais como
alimentação, higiene corporal e oral, postura e locomoção. Segundo Andrade
(2005), o enfermeiro obtém durante sua formação acadêmica os requisitos
básicos para a prestação de cuidados individualizados, centrados nas
necessidades do cliente cuidado. Desta forma é de extrema importância que
em sua prática busque adequações para a execução da AVD’ s, propiciando
mais conforto ao cliente.
Outro aspecto importante da atuação do profissional de enfermagem
refere-se ao Incentivo e planejamento de grupos de apoio social, nos quais
clientes e familiares podem trocar experiências e frustrações, promovendo
assim meios para melhor contornar os contratempos da doença.
O enfermeiro deverá também, orientar quanto à imobilidade dos
membros
inferiores,
evitando
má
circulação
e
edemas
que
podem
comprometer ainda mais a saúde do cliente, assim como diz (GUYTON, 2002),
em seu livro, onde a partir do momento em que um membro fica por um longo
período de tempo estabilizado o mesmo passa a perder sua força, circulação e
temperatura e tem riscos de trombose.
O profissional deve também encaminhar a grupos psicoterapêuticos para
que o mesmo seja ouvido e orientado quanto a sua doença (Cordeiro, 2007)
É de propriedade única e exclusiva do enfermeiro sondar e realizar
lavagem intestinal na cliente quando necessário. Outro dever do profissional de
enfermagem concretizar banho no leito e higiene oral quando a cliente estiver
em surto e não conseguir realizar sozinha.
Oferecer alimentação sólida em posição de Fowler ou semi-fowler
quando em surto para evitar bronco aspiração é uma das responsabilidades do
enfermeiro. Estimular ingesta hídrica também em cabeceira elevada é de suma
importância e cabe ao enfermeiro proporcioná-la a cliente quando a mesma
não conseguir realizá-la sem auxilio, onde segundo Silva, (2010) esta prática
evita problemas maiores que pelo bronco aspiração poderia ocorrer.
Outro aspecto importante e que é de responsabilidade do enfermeiro é
orientar quanto à mudança de decúbito à cliente e seus familiares, evitando
assim o aparecimento de úlceras. Deve orientar quanto a posição de fowler ou
semi-fowler quando a cliente apresentar fadiga respiratória evitando assim
dispneia e complicações posteriores (GUYTON et al, 2002).
O profissional também deve orientar quanto ao risco de acidentes
domésticos e queimaduras devido a diminuição da sensibilidade por parte da
cliente mediante sua patologia, que segundo Bean (2008), estando a medula
“doente” existe perda de vários seguimentos, como por exemplo, a perda da
sensibilidade de membros, como citado que leva por várias vezes a acidentes
domésticos ao cliente.
Uma prática que deve ser comum é a manutenção das grades da cama
levantadas quando paciente estiver em surto. Aferir sinais vitais também é de
responsabilidade do enfermeiro no âmbito de sua profissão, visto que o cliente
pode em seu momento de surto sofrer alterações motoras e musculares que
podem leva-lo a uma queda e a alterações dos sinais vitais, como relatado por
Gogo et al, 2010.
O enfermeiro deve também observar sinais de irritações na pele
(vermelhidão, ulceração) ou de tensão (compressão), além de proteger as
áreas de sensibilidade diminuída dos extremos de calor e de frio.
Oferecer medicação quando a cliente apresentar dor ou algum tipo de
desconforto e de acordo com a prescrição médica.
Estimular a cliente a ficar na posição sentada para melhorar o conforto
ou dores também é parte do trabalho do enfermeiro (MALUCELLI et al, 2010).
8- ATUAÇÕES FISIOTERAPICA
O paciente relatado nesse caso demonstrou melhora lenta e progressiva
durante os dois anos, onde foi acompanhado pela fisioterapia na força
muscular e no equilíbrio, assim, o beneficiando na marcha, nas atividades
funcionais e da vida diária. Conclusão – A fisioterapia ajudou o paciente a
adquirir força muscular e equilíbrio, melhorando a marcha, as transferências, as
atividades funcionais e da vida diária. Além disso, estimulou e motivou o
paciente a vencer suas limitações físicas, trouxe esclarecimentos sobre a
patologia e o prognóstico, e o encorajou a retornar a vida social.
Como é escassa a literatura que aborde a fisioterapia na MTA, foi optado por
objetivos que favorecessem a função, como o aperfeiçoamento da marcha e
das transferências, através do ganho de equilíbrio, propriocepção, força
muscular e alongamento dos membros inferiores, superiores e do tronco, e
melhora das atividades da vida diária.
Neste caso a paciente foi submetida a intervenções fisioterápica respiratória,
pois com a evolução da patologia veio a comprometer as funções musculares
principais e auxiliares apresentando alteração nos movimentos da caixa
torácica. Músculos da Respiração: Na inspiração, os principais músculos são o
diafragma, os intercostais externos e os diversos músculos pequenos do
pescoço que tracionam para cima a parte anterior da caixa torácica. Os
músculos inspiratórios produzem aumento do volume da caixa torácica por dois
meios distintos. Primeiro, a contração do diafragma promove o descenso da
parte inferior da caixa torácica, o que a expande no sentido vertical.
Músculos da Respiração: Na inspiração, os principais músculos são o
diafragma, os intercostais externos e os diversos músculos pequenos do
pescoço que tracionam para cima a parte anterior da caixa torácica. Os
músculos inspiratórios produzem aumento do volume da caixa torácica por dois
meios distintos. Primeiro, a contração do diafragma promove o descenso da
parte inferior da caixa torácica, o que a expande no sentido vertical. Com
limitação ocorre a dificuldade na abertura da cavidade torácica para fins
terapêuticos, sempre teve como obstáculo a pressão mais baixa no interior do
tórax, que impossibilita o estabelecimento de comunicação entre o interior e o
exterior da cavidade sem o prejuízo do colapso dos pulmões. A paciente teve
que ser submetido a manobras respiratórias: O uso do AMBU para melhora do
quadro, fadiga respiratória pela perda da capacidade, elasticidade e
complacência. Deve ser usado um AMBU de volume adequado ao peso do
paciente e a frequência de ventilação manual deve ser igual a do ventilador
previamente ao transporte. O volume de ar a ser insuflado deve ser adequado
para a expansão bilateral e simétrica da parede torácica do paciente (8 a 10
ml/Kg), mantendo uma relação inspiração: expiração em torno de 1:2 a 1:323.
Deve-se utilizar um AMBU com reservatório, capaz de fornecer FiO2 de 85 a
100%. Estudos apontam que a prática constante de técnicas que melhorem a
desobstrução brônquica, dentre elas o empilhamento de ar, podem melhorar o
prognóstico de pacientes com doença neuromuscular, por diminuir o risco de
complicações pulmonares (Schmidt, 2008). O estudo de Geiseler e Karg (2008)
revela que, embora não haja elevado grau de evidência, acredita-se que a
morbidade e a mortalidade possivelmente podem ser afetadas de forma
positiva. Como também submetida ao uso da oxigenoterapia hiperbárica (OHB)
é uma modalidade terapêutica que consiste na oferta de oxigênio puro (FiO2 =
100%) em um ambiente pressurizado a um nível acima da pressão atmosférica,
habitualmente entre duas e três atmosferas. A OHB pode ser aplicada em
câmaras com capacidade para um paciente (câmara monopaciente ou
monoplace) ou para diversos pacientes (câmara multipaciente ou multiplace). A
paciente obteve auxilio respiratório, com objetivo de repouso e manutenção
dos parâmetros ventilatórios.
A administração O2 de afluxos baixos pode
ocorrer através de cânulas nasais ou por máscara facial. A cânula nasal é o
método mais frequente e de eleição inicial por ser simples e bem tolerado.
Devem ser utilizadas aquelas cânulas construídas de materiais plásticos
adaptáveis a configuração facial do paciente (Fisher, 1980).
A k. .
foi
submetida como forma preventiva e de conforto.
Além da melhora física o paciente declarou que a fisioterapia o ajudou a
entender melhor a etiologia e o prognóstico da patologia, facilitando a encarar
as limitações e os desafios com maior motivação e determinação, além disso,
aumentou o seu convívio social.
9- CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Enfermagem é conhecida como ciência da arte do cuidar, e para que isso
possa se tornar possível é necessário que se pratique uma interação entre
quem cuida e quem é cuidado, visto isso se torna necessário a troca de
informações e de sentimentos entre as pessoas envolvidas para o
aperfeiçoamento e otimização do atendimento.
Através de uma estratégia de trabalho em equipe as ações de
enfermagem e fisioterapia irá contribuir na promoção, prevenção, recuperação
e reabilitação da saúde daquele indivíduo. Esse processo é sistemático e
dinâmico no que diz a prestar cuidado, promover cuidado e trazer resultados a
partir de métodos de baixo custo.
Assim faz com que os profissionais passem a analisar constantemente
as suas atividades e ver assim se pode melhorar em algum aspecto, e é
essencial para que possa gerenciar e desenvolver uma assistência segura,
humanizada e organizada.
Compreende-se
que,
para
que
se
tenha
uma
assistência
individualizada, humanizada e adequada é necessário que a equipe tenha um
conhecimento científico da mesma e orientar todos aqueles que fazem parte da
realização do cuidado.
O conhecimento científico da patologia aliado ao conceito holístico do
cuidar muito poderá minimizar o sofrimento no tratamento do paciente, pois é
uma doença lenta, progressiva e causa alterações biopsicossociais assim a
partir da fundamentação científica, a enfermagem e a fisioterapia são capazes
de implementar cuidado especializado e resolutivo atendendo toda a dimensão
da filosofia da profissão: ciência, ética e arte no cuidar, promovendo assim ao
cliente uma condição mais confortável nos períodos de surto e recuperação de
surto.
O atendimento fisioterápico diminui os riscos de mais complicações
respiratórias, diante do exposto, conclui-se que as estratégias ventilatórias
proporcionam uma melhora clínica significativa, e que para cada problema
respiratório existe uma estratégia que melhor se adapte, devido aos efeitos
fisiológicos que cada técnica propõe, ou seja, melhora da oxigenação, da
complacência estática, diminuição da PaCO2, com consequente melhora no pH
e aumento da SaO2 , e que a utilização de oxigenoterapia prolongada foi
eficaz.
Devido à escassez de literatura relacionando a MTA com a reabilitação em
longo prazo não foi possível ter parâmetros ou fazer comparações dos
resultados deste caso, assim, é evidente a necessidade de novos estudos que
abordem a reabilitação tanto em curto prazo como em longo, as abordagens
terapêuticas mais eficazes para as diversas sequelas que podem ocorrer nos
seu variável grau.
Por tanto é indiscutível a necessidade de um aprimoramento científico dos
profissionais visando a melhoria dos cuidados prestados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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