XXXVIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA OPERACIONAL Pesquisa Operacional na Sociedade: Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento 12 a 15/09/06 Goiânia, GO DIMENSIONAMENTO DA INFRAESTRUTURA DE CENTROS DE CONTROLE OPERACIONAL EM EMPRESAS DE SANEAMENTO ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL Guilherme Ernani Vieira Prog. de Pós-grad. em Eng. de Produção e Sistemas Pontifícia Universidade Católica do Paraná Professor Adjunto [email protected] Breno Trautwen Júnior Empresa de Saneamento do Paraná (SANEPAR) Engenheiro [email protected] RESUMO Este artigo tem como objetivo mostrar que simulação computacional é uma opção viável e segura para o dimensionamento da infraestrutura de centros de controle operacional (CCO) em empresas de saneamento. Nesta abordagem, foram tratadas as características básicas de um CCO (processos e recursos principais) da Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR). Com o modelo de simulação do CCO considerado, pôde-se verificar que a atual infraestrutura não atenderá de forma satisfatória a área a ser servida pelo centro de operações. Vários modelos de CCO foram criados e diversos experimentos de simulação foram executados a fim de se saber como o futuro CCO deve ser dimensionado de forma a atender o crescimento da demanda prevista para os próximos anos. Palavras-chave: Simulação computacional, saneamento, tratamento e distribuição de água, centro de controle operacional. ABSTRACT This paper aims at showing that computer simulation is a viable and safe option for evaluation of the infrastructure of operation control centers (CCO) at water utility companies. In this approach, basic characteristics of a CCO (main processes and resources) at the Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR) were considered. With the computer model for the CCO considered, one can verify that the current CCO infrastructure will not satisfactorily meet the future demands of the expanded region to be served by the current CCO. Several CCO configurations were created to find out the right size for the new CCO to serve the demand growth expected to take place in the next years. Keywords: Computer simulation, water utility and distribution, operation control center. XXXVIII SBPO [ 2120 ] XXXVIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA OPERACIONAL Pesquisa Operacional na Sociedade: Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento 12 a 15/09/06 Goiânia, GO 1. INTRODUÇÃO Um Centro de Controle Operacional (CCO) de Distribuição de Água é responsável pela operação da rede do sistema de tratamento e distribuição de água de uma determinada região. Os serviços prestados por um CCO devem atender prazos e qualidade adequados, por isso sua operação tem evoluído rapidamente nos últimos anos com a introdução de ferramentas de monitoramento e controle automatizados. Esta evolução, entretanto, não tem levado em consideração mudanças nos processos internos de um CCO e nem na infraestrutura de trabalho ao nível de perfil e das atividades dos profissionais envolvidos. Tais alterações devem ser cuidadosamente avaliadas antes de sua implantação de fato. Simulação computacional tem se mostrado uma excelente opção para avaliação do impacto que alterações podem causar no desempenho de um sistema vigente, tanto em sistemas produtivos como em empresas de serviço e nas mais variadas áreas (AGUILAR & PATER, 1999; BERTRAND & FRANSOO, 2002; BRAGA, 1999; INGALLS, 1998; INGALLS & KASALES, 1999; MATWIJEC, 1999; MORAES & FRANZESE, 2000; MOUSAVI & HINDI, 2000; OTTMAN, 1999; ROWLANDS, 2000; SEPPANEN, 2000; SCHUMACHER & LALSARE, 2000). Até este momento, entretanto, esta ferramenta ainda não tem sido muito utilizada em empresas de saneamento, apesar de alguns trabalhos já começarem a aparecer (ALENCAR & SEEMANAPALLI, 1999; LUNA et al., 1999; SANTANA et al., 2001; SANTANA et al., 1999; WALSKI et al., 2002). Neste trabalho, mostra-se como simulação computacional pode ser usada na avaliação do dimensionamento da infraestrutura de centros de controle operacional em empresas de saneamento. Mais especificamente, trata-se da avaliação da infraestrutura de um CCO recentemente automatizado na Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR) que, em futuro próximo, estará servindo uma região maior do que a atual área atendida. O Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba (SAIC), pertencente a SANEPAR, opera sob supervisão de um único CCO. Este SAIC é constituído por 24 reservatórios, totalizando uma capacidade de 180.000 metros cúbicos de água, e 42 estações elevatórias, compondo 69 zonas de pressão em malha de distribuição de aproximadamente 8.000 km de redes, anéis, adutoras e subadutoras, e abrange os municípios de Curitiba, Colombo, Pinhais, São José dos Pinhais e Araucária. O SAIC passou nestes últimos três anos por um processo intenso de implantação de tecnologias de automação e controle das unidades que o compõe. Esta transformação ocorreu também ao nível de CCO, através da reestruturação de processos internos (criação e eliminação de processos) e de alteração no perfil (capacitação e aperfeiçoamento) dos profissionais que atuam nesta área. Algumas destas mudanças foram, por exemplo: • Funções de operação local de unidades de abastecimento foram eliminadas e substituídas por operação remota via Sistema de Controle Supervisório e de Aquisição de Dados (SCADA); • Processos de controle feitos localmente foram substituídos por acionamentos remotos a partir do CCO; • Processos de manutenção que eram acompanhados por operadores locais passaram a ser feitos pelo CCO que agora tem que se deslocar até a unidade com problemas; • Processo de registro de ocorrências que era feito de forma manual passou a ser feito com uso de microcomputadores; e • Processos de cadastro de variáveis também foram passados automaticamente para o sistema de informação, possibilitando sua análise pelo CCO. Anteriormente esta análise era inviável, demandando um tempo maior de trabalho com dados sendo registrados de forma manual. A estrutura funcional existente no CCO opera com quatro escalas de revezamento e cada escala é comporta por um engenheiro, um supervisor e dois operadores. Este CCO foi criado para um processo fortemente dedicado às atividades de campo e com a operação das XXXVIII SBPO [ 2121 ] XXXVIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA OPERACIONAL Pesquisa Operacional na Sociedade: Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento 12 a 15/09/06 Goiânia, GO unidades feitas por operadores locados em cada reservatório, com muito pouca atividade de escritório e, conseqüentemente, pouca análise e avaliação do comportamento hidráulico do SAIC. Com unidades automatizadas, a ação local dos operadores ficou reduzida ou eliminada, exigindo uma presença maior das escalas no Centro de Controle trabalhando junto ao sistema SCADA. A SANEPAR tem em andamento um programa de expansão do sistema de distribuição existente para o ano de 2005. Espera-se que até este ano, o Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba seja expandido de forma significativa. Estas mudanças implicarão em uma série alterações nos processos e também nas formas com que os serviços e operações são atualmente executados. Desta vez, entretanto, simulação computacional poderá ser usada na avaliação de desempenho, os impactos possíveis, e estimar a infraestrutura do novo CCO tendo em vista a manutenção dos atuais índices de desempenho no sistema futuro. 2. EVENTOS E ÍNDICES DE DESEMPENHO DE UM CCO Os principais eventos que devem ser atendidos por um Centro de Controle Operacional de empresa de saneamento são resumidos como: • Ocorrência de alarmes SCADA. Envolve a operação do sistema de controle supervisório e de aquisição de dados. A equipe do CCO deve acompanhar o comportamento do sistema; reconhecer e analisar situações fora de padrões préestabelecidos; ir até o local quando os problemas exigirem intervenção local; e cadastrar as situações que exijam intervenção física no sistema. • Ocorrência de reclamação de falta de água. Acompanhamento da ocorrência de reclamações de falta de água não previstas ou não justificáveis; verificar o motivo das reclamações; acionar equipe de manutenção; cadastrar ocorrências e acompanhar sua solução. • Operação no sistema SCADA. O time do CCO deve verificar periodicamente a situação do sistema distribuição, além de executar outras atividades menores como comunicação com o campo via rádio. • Atividade programada de ida a campo. O CCO deve acompanhar manutenções na rede de distribuição e nos dispositivos eletromecânicos programadas (ou de emergências) que afetam o abastecimento. Deve também acompanhar intervenções de manutenção no sistema hidráulico e eletromecânico quando estas ocasionam paradas significativas causadas por rompimentos de adutoras, queima de bombas e transformadores, limpeza de reservatórios, substituição componentes de grande diâmetro como válvulas e medidores, etc. Através de simulação computacional pode-se estimar o desempenho do sistema sem que este tenha sido implantado ou que esteja em funcionamento. Entretanto, antes de se desenvolver o modelo computacional do sistema a ser analisado, deve-se saber claramente como que o desempenho será medido. Neste trabalho, dezoito índices de desempenho (IND) são utilizados na análise da performance de centros de controle operacional. São eles: ♦ IND1 – Tempo médio entre a ocorrência de um alarme SCADA e o seu fechamento. ♦ IND2 – Tempo médio de uma atividade programada de ida a campo. ♦ IND3 – Tempo média do intervalo de tempo medido entre a ocorrência de uma reclamação de falta de água e o seu fechamento. ♦ IND4 – Média do tempo de espera total de um Alarme SCADA (média dos máximos das replicações). ♦ IND5 – Média do tempo de espera total para cadastro de reclamações de falta de água (média das replicações). ♦ IND6 – Média do tempo máximo de espera total de um Alarme SCADA (média dos máximos das replicações). ♦ IND7 – Média do tempo máximo de espera total para cadastro de reclamações de falta de água (média dos máximos). XXXVIII SBPO [ 2122 ] XXXVIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA OPERACIONAL Pesquisa Operacional na Sociedade: Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento 12 a 15/09/06 Goiânia, GO ♦ IND8 – Número médio de eventos no sistema a qualquer momento (eventos em espera e eventos sendo atendidos). ♦ IND9 – Média do número de eventos do tipo alarme SCADA no sistema. ♦ IND10 – Média do número de eventos do tipo reclamação de falta de água no sistema. ♦ IND11 – Média do número máximo de eventos do tipo alarme SCADA no sistema. ♦ IND12 – Média do número máximo de eventos do tipo reclamação de falta de água no sistema. ♦ IND13 – Número médio de alarmes SCADA na fila para serem reconhecidos. ♦ IND14 – Valor médio de utilização dos carros. ♦ IND15 – Valor médio de utilização dos microcomputadores. ♦ IND16 – Valor médio de utilização do(s) engenheiro(s). ♦ IND17 – Valor médio de utilização do(s) supervisor(es). ♦ IND18 – Valor médio de utilização dos operadores. A partir da obtenção experimental desses índices, pode-se analisar, por exemplo, se configuração do atual CCO atenderá satisfatoriamente às demandas futuras e também qual deve ser a nova infraestrutura do CCO para que este tenha o mesmo desempenho do sistema atual. Nas próximas seções, descreve-se como simulação computacional foi utilizada e os cenários que foram considerados. 3. SIMULAÇÃO DE UM CCO Para definição do modelo de simulação, foram considerados os quatro principais eventos de um CCO explicados acima. Foram levantados dados sobre o número de ocorrências de cada evento; tempo de atendimento de cada ocorrência; e o fluxo ou relacionamento entre os eventos e os recursos disponíveis. Diversos experimentos foram feitos. Para cada cenário considerado, foram feitas cinqüenta replicações simulando a operação de uma semana do CCO. Os resultados dos índices de desempenho foram estimados a partir da média, desvio padrão e intervalos de confianças (nível de confiabilidade de 95%) das replicações. Os dados de entrada sobre freqüência das ocorrências, tempos de serviços, etc. foram obtidos de planilhas de controle e acompanhamento direto da execução de algumas atividades. Para análise desses dados de entrada, utilizou-se o Analisador de Entrada (Input Analyzer) do pacote de simulação computacional Arena da Rockwell Software Incorporated. Três cenários foram analisados: (a) Cenário I: Cenário atual considerando a infraestrutura (recursos) disponíveis no centro de controle e as demandas atuais (dadas pelos quatro tipos de eventos explicados acima). (b) Cenário II: Cenário considerando a infraestrutura atual aplicada às futuras demandas. (c) Cenário III: Cenário desenvolvido a partir de uma nova infraestrutura do CCO aplicada às futuras demandas. Os três cenários têm a mestra estrutura (blocos) de simulação, representada pelas Figuras 1 a 4 abaixo. O que os diferencia são os valores das demandas, dados pela quantidade e tempos de serviços e a infraestrutura (quantidades de recursos) disponíveis. O modelo de simulação considerou os quatro grandes eventos (demandas): ocorrência de alarmes, ocorrência de falta de água, ocorrência de supervisão e ocorrência de campo. A ocorrência de alarmes implica em reconhecimento de diferentes tipos de alarmes recebidos e/ou detectados pelo sistema SCADA, verificação e validação dos alarmes que necessitam ação corretiva (críticos para o sistema); cadastro dos alarmes críticos; atividade de campo para verificação de alarmes críticos que exigem presença local (Figura 1). Os outros tipos de alarmes podem ser solucionados diretamente do sistema de supervisão. (Os valores e expressões XXXVIII SBPO [ 2123 ] XXXVIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA OPERACIONAL Pesquisa Operacional na Sociedade: Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento 12 a 15/09/06 Goiânia, GO numéricas para cada atividade e processos estão descritos na seção seguinte.) No processo de ocorrência de alarmes que exigem verificação a campo, apenas uma pessoa deve ser disponibilizada. Já a ocorrência de faltas de água implica em cadastro e verificação da ocorrência localmente no CCO (Figura 2). A ocorrência de supervisão do SCADA é feita no CCO e é um processo que exige a presença constante de pessoal no CCO – é, portanto, uma atividade de acompanhamento do SCADA. Esta atividade agrupa inúmeras atividades menores de execução diária pelo CCO (atendimento telefônico, comunicação com campo via rádio, etc.) Nas atividades cadastramento de alarmes, cadastramento de reclamação e verificação no SCADA, recursos (um funcionário e um microcomputador) devem ser solicitados e após execução, liberados – tais atividades não estão mostradas nas figuras por simplificação. Ocorrência de alarme SCADA N Alarme crítico? Reconhecimento Alarme SCADA normal S Análise detalhada S Solicita recursos N Necessita ida a campo? Ida a campo Cadastramento do alarme Libera recursos Alarme urgente resolvido Figura 1 - Alarmes SCADA Reclamação de falta de Reclamação verificada Cadastramento de Reclamação Figura 2 – Reclamação de Falta de Água Operação no SCADA Verificação no SCADA Estação verificada Figura 3 - Operação no SCADA A ocorrência de campo é executada por uma equipe de uma ou duas pessoas e um veículo, e é normalmente realizada com base em uma programação pré-estabelecida de ida a campo. Atividade programa de ida a S Equipe de 1? Solicita equipe de 1 Ida a campo (equipe de 1) Liberar Equipe de 1 Atividade executada N Solicita equipe de 2 Ida a campo (equipe de 2) Liberar Equipe de 2 Figura 4 - Atividade Programada de Ida a Campo XXXVIII SBPO [ 2124 ] XXXVIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA OPERACIONAL Pesquisa Operacional na Sociedade: Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento 12 a 15/09/06 Goiânia, GO Os tempos das atividades de deslocamento a campo nos processos oriundos da ocorrência de alarmes e de atividade programada de campo são idênticos; e o mesmo pessoal que executa as atividades de reconhecimento e verificação de alarmes é geralmente usado para a operação do SCADA. Quanto aos recursos, um centro de controle operacional é composto por: (a) Equipe de funcionários: Operadores, supervisores e engenheiro; (b) Carros, para deslocamento a campo; (c) Microcomputadores, para acompanhamento do sistema SCADA e cadastro de ocorrências Com relação aos serviços prestados, estes podem ser relacionados ao tipo de demanda. Na ocorrência de alarme SCADA, as atividades que podem estar envolvidas são: “reconhecimento do alarme”, “análise detalhada do alarme”, “ida a campo” e “cadastramento de alarme” (apontamento manual feito em planilha de banco de dados ACCESS). Na atividade programada de ida a campo, o serviço é a ida a campo, com equipe de um ou dois operadores. Na operação no sistema SCADA, o serviço é de “acompanhamento no sistema SCADA”. Por fim, reclamação de falta de água implica no cadastramento e verificação no sistema de reclamação de falta de água. Duas simplificações foram consideradas: • Algumas atividades específicas foram agrupadas dentro de um dos quatro eventos principais descritos. Os dados destas atividades específicas foram tirados através de um acompanhamento junto às equipes e adicionados aos tempos dos processos principais obtidos através de planilhas de controle. • Considerou-se uma equipe trabalhando 24 horas ao invés de três equipes em escalas de oito horas, visto que o que se deseja é verificar o dimensionamento de uma equipe. Em termos numéricos essa simplificação tem pouco, ou mesmo nenhum, efeito. 4. SIMULAÇÃO O primeiro cenário diz respeito ao cenário atual, isto é, como o CCO vigente é constituído e opera de acordo com a demanda atual. Em cada turno de oito horas, os recursos utilizados são dois microcomputadores, dois carros, dois operadores, um supervisor e um engenheiro. Na análise dos dados de entrada, utilizados para definição de parâmetros como freqüência das ocorrências, tempos de serviço e alocação de recursos, foram usadas planilhas de controle manuais e planilhas eletrônicas já existentes no CCO. Algumas informações foram consolidadas com observações junto às escalas (pessoal) de trabalho e da experiência prática das mesmas. Planilhas eletrônicas forneceram os dados para reconhecimento de alarmes, e verificação e cadastro de ocorrências críticas. Planilhas manuais foram utilizadas para obtenção de dados de serviços de campo e ocorrências de falta de água. Estas planilhas foram digitadas em formato que pudesse permitir sua análise através do Input Analyzer do Arena. Os dados obtidos e considerações sobre cada evento estão descritos a seguir. Ocorrência de Alarme SCADA A chegada e reconhecimento dos alarmes levou em conta registros do sistema SCADA. Por amostragem dos dados do cadastro de ocorrência foram definidos os percentuais de alarmes que necessitam verificação e destes também qual o percentual que implica em deslocamentos a campo. Os tempos de verificação e cadastro foram obtidos diretamente de registros do sistema supervisório e do sistema de registro de ocorrências utilizados no CCO, ambos informatizados. O tempo de atividade de campo considerou a planilha manual de utilização de veículos. Nem todas as atividades são feitas pelo engenheiro, por outro lado, existem atividades que somente ele pode executar. O grupo FUNCs, mencionado nas próximas tabelas, é composto por todos os funcionários da CCO, enquanto que atividades que exigem recursos específicos têm XXXVIII SBPO [ 2125 ] XXXVIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA OPERACIONAL Pesquisa Operacional na Sociedade: Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento 12 a 15/09/06 Goiânia, GO detalhado o seu tipo na coluna “Recursos Necessários”. Reclamação de Falta de Água Os dados de ocorrência desse tipo de evento foram obtidos a partir de relatórios do Sistema de Controle de Falta de Água o qual fornece o número de ocorrências hora a hora. A coleta de dados sobre o tempo de atendimento foi feita através de acompanhamento da atividade por um período de vinte e quatro horas. Este tempo considera o registro manual da ocorrência obtida do Sistema de Atendimento ao Cliente da SANEPAR e um tempo de análise desta reclamação. Operação no sistema SCADA Este processo foi modelado como tendo uma ocorrência a cada hora e tempo de serviço próximo de uma hora. Isto foi feito para agrupar outras atividades que exigem a presença de uma pessoa da escala permanentemente no CCO. Não foi considerado um tempo de 60 minutos porque uma vez que a atividade de reconhecimento de alarmes pode ser executada pelos recursos alocados nesta atividade. Atividade Programada de Ida a Campo Para os dados de ocorrência de eventos exigindo ida a campo, bem como os tempos de serviço, foram consideradas as planilhas de preenchimento manual de utilização de veículos, as quais registram a utilização destes recursos. Foi considerada a necessidade de modelar dois tipos de processos em função de ocorrerem eventos que exigem que apenas uma pessoa se desloque (75% dos casos) a campo enquanto que outros eventos (25% dos casos) dois funcionários são necessários para determinado tipo de acompanhamento de campo. Experimentos - Cenário I Como dito anteriormente, as principais medidas de desempenho consideradas nesse estudo foram relacionadas ao tempo médio entre a ocorrência (chegada) de um evento e o seu fechamento, tempo máximo de espera por atendimento, número médio de eventos em filas de espera e utilização dos recursos (funcionários, carros e computadores). Os dados de entrada e resultados dos experimentos estão resumidamente mostrados na Tabela 1 e na segunda coluna da Tabela 2, respectivamente. Tabela 1: Dados de entrada – Cenário I Evento Ocorrência de Alarme SCADA Reclamação de Falta de Água Operação no sistema SCADA Atividade Programada de Ida a Campo XXXVIII SBPO Expressão para o tempo entre eventos 45 segundos (constante) Serviços e Atividades Associadas Expressão para o tempo de serviço/atividade Recurso(s) Necessário(s) Reconhecimento de Alarme SCADA Análise Detalhada Triangular (1, 2, 4) segundos Ida a Campo (equipe de um) Cadastramento de Alarme SCADA 1 PC e 1 membro de FUNCs 1 PC e 1 membro de FUNCs (mesmos usados no reconhecimento do alarme) 1 Carro e 1 Operador 1 membro de FUNCs 30+Weibul(31,3; 0,455) Exponencial (20) minutos 60 minutos (constante) Cadastramento de Reclamações Verificação no SCADA 15 + Exponencial (107) [minutos] “300+Exponencial(197)” – Tempo de Análise Detalhada [segundos] Triangular (120, 300, 360) [segundos] Normal (45, 5) [minutos] Exponencial (4) horas Ida a Campo (equipe de um) Ida a Campo (equipe de dois) 15 + Exponencial (107) [minutos] 15 + Exponencial (107) [minutos] 1 PC e 1 membro de FUNCs 1 PC e 1 FUNCs 1 Carro e 1 Operador 1 Carro, 1 Operador e 1 Engenheiro [ 2126 ] XXXVIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA OPERACIONAL Pesquisa Operacional na Sociedade: Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento 12 a 15/09/06 Goiânia, GO Validar o modelo de simulação do CCO da SAIC atual foi simples. Comparou-se, de forma subjetiva, o desempenho obtido através do modelo de simulação com os índices de desempenho já conhecidos pelo pessoal do CCO. Como os valores de performance foram bem próximos dos obtidos na prática, concluiu-se que o modelo computacional criado era válido, isto é, corresponde à realidade do atual centro operacional da empresa. A partir dos resultados obtidos, observa-se, por exemplo, que uma atividade programada de ida a campo leva, em média, 153 minutos para ser concluída (IND2). Este tempo considera 121 minutos para se deslocar a campo e fazer o serviço e 32 minutos de espera, por carro e por funcionário (valores não mostrados na Tabela 2). Uma reclamação de falta de água está levando atualmente em torno de 11 minutos para ser cadastrada no devido sistema (IND3 – Cenário 1). Apesar desta ser uma atividade rápida (média esperada de 5 minutos), a demora se dá pela necessidade de se utilizar recursos (um microcomputador e um operador) que são também são utilizados em outras atividades. A média do valor máximo para cadastro de uma reclamação de falta de água é de 20 minutos (IND7). Esta é uma medida muito importante para a CCO, pois é o cadastramento desta reclamação que irá acionar a equipe de manutenção para solucionar o problema de falta de água na região. Outros dois importantes eventos para a medida de desempenho do CCO dizem respeito ao número médio de eventos do tipo alarmes SCADA e número de reclamações de falta de água que estão no sistema a qualquer momento (IND9 e IND10, respectivamente). Quanto maior forem estes valores, significa que o sistema não está respondendo aos problemas com eficiência. Atualmente, estas filas são de 10 e 0,5 eventos, respectivamente. Tabela 2: Resultados dos Experimentos Índice de Desempenho IND1 Cenário I Cenário II Cenário III (a) Cenário III (b) 7,6232 57,5400 2,1774 4,0074 IND2 153,1200 382,9000 193,8500 173,5000 Minutos Minutos IND3 11,3687 58,8201 6,1741 7,9660 Minutos IND4 7,3428 57,2171 1,8851 3,6858 Minutos IND5 7,0330 54,4832 1,8400 3,6329 Minutos IND6 20,1028 118,8000 10,8056 22,7382 Minutos IND7 20,0965 123,7900 11,4600 23,6727 Minutos IND8 12,1640 123,1492 9,5744 10,5121 <número de eventos> IND9 10,1665 115,6500 5,1713 8,0310 IND10 0,5664 3,9472 0,4072 0,5398 IND11 27,1679 257,2000 22,2271 46,0902 IND12 1,1839 9,1177 0,9891 2,0142 IND13 9,7274 114,3300 1,8525 3,6489 Alarmes SCADA Reclamações de Falta de Água Alarmes SCADA Reclamações de Falta de Água Alarmes SCADA IND14 0,3948 0,7402 0,5007 0,4512 IND15 0,5442 0,6932 0,4624 0,4646 IND16 0,3203 0,6198 0,4684 0,3086 IND17 0,5082 0,7384 0,3753 0,5507 IND18 0,5697 0,7853 0,5174 0,5931 A utilização dos recursos está num nível muito bom (média de 46,74%). Os carros estão em uso em média 39,48% do tempo (IND14), os microcomputadores 54,42% do dia (IND15), o engenheiro, supervisor e operários, ficam ocupados em média 32,03%, 50,82% e 56,97% por turno de oito horas (IND16, IND17 e IND18, respectivamente). Experimentos - Cenário II Com a expansão da área de atendimento do SAIC, as demandas por serviços e os seus respectivos tempos irão crescer de forma significativa. Através da simulação do atual Centro de XXXVIII SBPO [ 2127 ] XXXVIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA OPERACIONAL Pesquisa Operacional na Sociedade: Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento 12 a 15/09/06 Goiânia, GO Controle Operacional aplicado ao SAIC previsto, faz-se uma estimativa do desempenho do CCO frente às futuras mudanças e mostra-se que seu redimensionamento será uma exigência. A estrutura do modelo computacional, mostrada nas Figuras 1 a 4, permanece a mesma, apenas a ocorrência dos eventos e os tempos de serviços serão aumentados. Para a situação de ampliação do sistema, foram consideradas as seguintes modificações para o futuro sistema (veja os novos valores na Tabela 3): (a) Ampliação do número de unidades atendidas: mais treze reservatórios e dezenove elevatórias. Isto amplia em 50% o número de unidades atualmente atendidas. Para isto, foi estimado um acréscimo no número de alarmes em torno de 33%. (b) Incorporação de outros sistemas pelo SAIC proveniente de outras localidades (Fazenda Rio Grande, Piraquara, Quatro Barras, e Campina Grande do Sul). Esta ampliação aumentará a distância entre dois pontos extremos do sistema, que hoje é de 40 km, em mais 20 km, isto é, para 60 km - aumentado com isto o tempo médio dos serviços de ida a campo. Devido aos controles locais, bem mais complexos e eficientes do que os existentes atualmente, o número de ocorrências de ida a campo deve seguir a distribuição inicial com aumento de apenas 25% e o tempo de atendimento não deve crescer mais do que 30%. (c) Haverá um aumento no tempo médio de supervisão do SCADA na ordem de 10%. (d) Estima-se que o número de reclamações de falta de água será aumentado em 25%. Também haverá um aumento do número de equipamentos de campo e da complexidade do controle em cada unidade. Este impacto, entretanto, já está considerado no item (a) acima. A automação das unidades fará com que estas não precisem ser assistidas de operadores, havendo conseqüente diminuição da necessidade de visitas periódicas da equipe do CCO – isto também foi considerado nos valores mostrados no item (b). O desempenho do atual CCO frente à expansão do atual SAIC será fortemente deteriorado, principalmente no que diz respeito aos oito primeiros indicadores, conforme mostrado na terceira coluna da Tabela 2 e segunda coluna da Tabela 4. Estima-se que o número médio de Alarmes SCADA que esperam nas filas para serem reconhecidos (IND4) subirá de sete para 57, e a média do número máximo de eventos do tipo reclamação de falta de água no sistema a qualquer momento do dia (IND12) subirá de 1 para 9, equivalendo a 679% e 670% de aumento, respectivamente. Tabela 3: Dados de entrada – Demandas para o novo SAIC Evento Ocorrência de Alarme SCADA Reclamação de Falta de Água Operação no sistema SCADA Atividade Programada de Ida a Campo XXXVIII SBPO Expressão para o tempo entre eventos 30 segundos (constante) Serviços e Atividades Associadas Expressão para o tempo de serviço/atividade Recurso(s) Necessário(s) Reconhecimento de Alarme SCADA Análise Detalhada Triangular (1, 2, 4) segundos 1 PC e 1 membro de FUNCs 30+Weibul(31,3; 0,455) Ida a Campo (equipe de um) Cadastramento de Alarme SCADA 1 PC e 1 membro de FUNCs (mesmos usados no reconhecimento do alarme) 1 Carro e 1 Operador Exponencial (15) minutos 60 minutos (constante) Cadastramento de Reclamações Verificação no SCADA 20 + Exponencial (135) [minutos] “300+Exponencial(197)” – Tempo de Análise Detalhada [segundos] Triangular (120, 300, 360) [segundos] Normal (55, 5) [minutos] Exponencial (3) horas Ida a Campo (equipe de um) Ida a Campo (equipe de dois) 20 + Exponencial (135) minutos 20 + Exponencial (135) minutos 1 membro de FUNCs 1 PC e 1 membro de FUNCs 1 PC e 1 FUNCs 1 Carro e 1 Operador 1 Carro, 1 Operador e 1 Engenheiro [ 2128 ] XXXVIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA OPERACIONAL Pesquisa Operacional na Sociedade: Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento 12 a 15/09/06 Goiânia, GO O número médio de eventos (alarmes SCADA, reclamações de falta de água, operação no sistema e atividade programada de ida a campo) no sistema a qualquer momento (IND8) subirá de 12 para 123, uma degradação de 912%. A média do tempo máximo de espera total de um alarme SCADA (IND6) e a média do tempo máximo de espera total para cadastro de reclamações de falta de água (IND7) subirão em torno de 500%, mesmo embora os valores de utilização dos recursos subirão, em média, “apenas” 54%. É claro que uma reclamação de falta de água não poderá esperar 124 minutos para ser cadastrada - lembre-se que ainda haverá o tempo para solucionar o problema. Tabela 4: Comparações entre os novos cenários em relação à situação atual (Cenário I): Índice de Desempenho Cenário II Cenário III (a) Cenário III (b) IND1 654,80% -71,44% -47,43% IND2 150,07% 26,60% 13,31% IND3 417,39% -45,69% -29,93% IND4 679,23% -74,33% -49,80% IND5 674,68% -73,84% -48,34% IND6 490,96% -46,25% 13,11% IND7 515,98% -42,98% 17,80% IND8 912,41% -21,29% -13,58% IND9 1037,56% -49,13% -21,01% IND10 596,89% -28,11% -4,70% IND11 846,71% -18,19% 69,65% IND12 670,14% -16,45% 70,13% IND13 1075,34% -80,96% -62,49% IND14 87,50% 26,84% 14,30% IND15 27,38% -15,02% -14,62% IND16 93,51% 46,24% -3,67% IND17 45,30% -26,15% 8,36% IND18 37,86% -9,17% 4,12% Média 500,76% -28,85% -4,71% Na média, haverá uma deteriorização no desempenho do CCO em torno de 500% quando se considera todos os dezoito indicadores como igualmente importantes. Experimentos - CENÁRIO III Com os dados mostrados anteriormente, fica claro que o atual CCO não poderá atender de forma satisfatória os serviços do SAIC futuro. Deverá haver um redimensionamento do CCO de forma a se manter os atuais níveis de desempenho. Neste estudo, propõe-se um aumento na quantidade de recursos do CCO na mesma ordem de grandeza do aumento no número de solicitações recebidas semanalmente. Embora não mostrado nas tabelas anteriores, o número médio de solicitações recebidas semanalmente no cenário atual é de aproximadamente de 14.156. No SAIC previsto, serão 21.059 solicitações, um aumento de aproximadamente 50%. Portanto, estima-se que o novo centro de controle operacional deverá ter também um aumento de 50% na sua capacidade. Com isto, a infraestrutura para o futuro cenário deverá ser de três microcomputadores, três carros e seis funcionários. Os seis funcionários poderão ser: (a) três operadores, dois supervisores e um engenheiro, ou (b) três operadores, um supervisor e dois engenheiros. Nesse estudo, foram considerados os dois casos, por isso, Cenário III (a) e Cenário III (b). Novos experimentos com o SAIC futuro junto com a nova infraestrutura foram realizados. Os resultados das simulações para ambos os cenários estão resumidos na Tabela 2, colunas quatro e cinco, respectivamente. No Cenário III (a), a quantidade de engenheiros não será alterada, entretanto sabe-se que seus serviços serão aumentados devido a serviços específicos como atividade programada de XXXVIII SBPO [ 2129 ] XXXVIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA OPERACIONAL Pesquisa Operacional na Sociedade: Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento 12 a 15/09/06 Goiânia, GO 1200,00% 1000,00% Cenário II 800,00% Cenário III (a) 600,00% Cenário III (b) 400,00% 200,00% 0,00% IN D 1 IN D 2 IN D 3 IN D 4 IN D 5 IN D 6 IN D 7 IN D 8 IN D 9 IN D 10 IN D 11 IN D 12 IN D 13 IN D 14 IN D 15 IN D 16 IN D 17 IN D 18 Diferença em relação ao Sistema Atual ida a campo com equipe de 2. Por isso, o valor médio de utilização do engenheiro (IND11) foi o que apresentou uma degeneração mais acentuada (aumento de quase 50%). Outros dois índices (IND2 e IND14) também tiveram seus valores piorados (tempo médio de atividade de ida a campo e valor médio de utilização dos carros), entretanto, seus percentuais ficaram a baixo de 30%, o que pode ser aceitável na prática. Todos os demais índices foram melhorados com relação aos índices do cenário atual, principalmente a média do tempo máximo de espera total de um Alarme SCADA e a média do tempo máximo de espera total para cadastro de reclamações de falta de água. Na média geral (de todos os índices), o índices melhoraram 13,68%. Na média, esta infraestrutura apresentará uma melhora nos índices de desempenho na ordem de quase 30%. Considerando-se o cenário III (b), oito índices ficarão um pouco pior do que os atuais valores (veja os percentuais maiores do que zero na última coluna da Tabela 4). Na média, a melhora desta nova configuração em relação aos índices atuais será de apenas 5%, gerando assim, praticamente o mesmo desempenho atualmente obtido. A explicação se dá pelo fato de que o supervisor é mais utilizado do que o engenheiro (veja que no Cenário I, a utilização do engenheiro é de 32% enquanto do supervisor é de aproximadamente 51%). Portanto, o aumento do número de supervisores traz mais benefícios do que o aumento da quantidade de engenheiros. Sugere-se, portanto, que para atender ao futuro sistema de abastecimento de água integrado de Curitiba, o novo centro de controle operacional deverá contar com uma expansão de aproximadamente 50% dos seus recursos, isto é, deverão ser adquiridos mais um carro e um microcomputador, e contratados mais um supervisor e um operador. A figura abaixo resume a comparação dos cenários II, III(a) e III(b) em relação ao cenário atual. -200,00% Índices de Desempenho Figura 5 – Comparativo dos cenários 5. CONCLUSÕES Este é provavelmente um trabalho pioneiro no uso de simulação computacional para dimensionamento de centros de controle operacional em empresas de saneamento. A partir deste estudo, percebe-se que através de simples modelos de simulação é possível fazer experimentos para auxiliam na tomada de decisão. No caso de empresas de saneamento, simulação pode, portanto, gerar resultados que ajudam no dimensionamento da infraestrutura de centros de controle operacionais, tendo em mente a obtenção de certos índices de desempenho. Ao todo, dezoito indicadores de performance foram utilizados nesse estudo, dentre eles, os mais importantes foram: (a) tempo médio entre a ocorrência de um alarme SCADA e o seu fechamento; (b) tempo média do intervalo de tempo medido entre a ocorrência de uma reclamação de falta de água e o seu fechamento; (c) média do tempo máximo de espera total de um Alarme SCADA; (d) média do tempo máximo de espera total para cadastro de reclamações de falta de água; e (e) utilização dos recursos. XXXVIII SBPO [ 2130 ] XXXVIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA OPERACIONAL Pesquisa Operacional na Sociedade: Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento 12 a 15/09/06 Goiânia, GO Com esses índices, pode-se mostrar que: ♦ o atual CCO não poderá atender satisfatoriamente a expansão da rede prevista para daqui a poucos anos. Através da simulação, foi constatado que haverá, em média, uma degradação na qualidade do serviço prestado em torno de 500% ♦ um aumento na capacidade na ordem de 50% será suficiente para que o CCO possa atender a região mantendo os atuais níveis de desempenho; e ♦ a contratação de mais um supervisor trará mais benefícios do que a contratação de um engenheiro. Ao todo, foram feitos experimentação com quatro cenários: cenário atual, para validação da ferramenta como técnica viável (Cenário I), cenário com CCO atual aplicado às demandas futuras (Cenário II) e cenários de dois novos CCOs aplicados às demandas futuras (Cenário III(a) e III(b)) – supondo-se, com base no aumento de serviço previsto, que novo CCO deverá ter sua infraestrutura ampliada em torno de 50% para poder manter os atuais níveis de desempenho. Comparando-se as duas possibilidades para o novo CCO, a infraestrutura que apresentou os melhores desempenhos deverá ter contar com três microcomputadores, três carros, três operadores, dois supervisores e um engenheiro. Pela confiabilidade dos resultados apresentados, este trabalho poderá servir como base para projetos mais detalhados quando a empresa pensar em ampliação dos seus centros de controle operacional. Entretanto, outros pontos devem ser cuidadosamente considerados, como, por exemplo: (a) Definir alternativas para melhoria da estrutura do CCO como descentralização do centro de controle, redimensionamento de pessoal e redimensionamento dos demais recursos. (b) Refinar as atividades de cada processo. (c) Detalhar outros processos que foram de forma simplificada agrupados dentro dos 4 processos básicos, objeto deste trabalho. (d) Elaborar procedimentos mais específicos de apropriação de tempos e quantidades dos processos que ainda tem registro manual. (e) Levantar os custos de cada recurso utilizado, subsidiando as soluções para um possível redimensionamento das escalas de trabalho e dos recursos disponíveis. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUILAR, M. e PATER, A. J. G. Business Process Simulation: A Fundamental Step Supporting Process Centered Management. Proceedings of the 1999 Winter Simulation Conference. 1999. ALENCAR, M. L. S. de, SEEMANAPALLI, S. V. K. 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