Gerenciando Estratégias, Projetos e suas Incertezas Por Ricardo Barros Presidente do Chapter Pernambuco do Project Management Institute A prática de tentar adivinhar o futuro é quase tão antiga quanto à humanidade. A história está cheia de exemplos de ritos e lendas relacionados a esse interesse. Bem... Na realidade, Nós estamos interessados no futuro, porque é nele que vamos gastar o resto de nossas vidas. Quando estamos falando de organizações, este é um dos grandes desafios: Antecipar e preparar para o futuro, lidar com o novo, reagir ao inesperado, adaptar-se ou até mesmo provocar a mudança. Terremotos, tsunamis, enchentes, vazamento de óleo, crise financeira, acidentes em minas, deslizamento de barreiras, crise nuclear... Entre outros e outros, foram alguns acontecimentos inesperados e altamente impactantes que ocorreram nos últimos anos. Eis algumas perguntas sempre surgem após estes incidentes: Estamos Preparados? Os governos e as empresas estão em condições de enfrentar estas incertezas e até mesmo diminuir os seus impactos? Como as estratégias desses governos e empresas, através dos seus inúmeros projetos, estão sendo gerenciadas, face aos riscos existentes? Quais os planos estratégicos para os próximos anos, neste contexto de incerteza? Nós vivemos na era da Informação, numa sociedade em mudanças e num momento excitante para as organizações. A sociedade e o mundo globalizado elegem uma organização voltada para o conhecimento, com uma crescente evolução nas formas diferenciadas de geração de valor, onde a necessidade de um acompanhamento da gestão estratégica torna-se imprescindível. Ferramentas como o BSC, que foi desenvolvido lá na década de 90, buscam criar uma arquitetura estratégica, adequada para: Comunicar e acompanhar os objetivos planejados; Instrumentar a compreensão para operacionalizar a visão estratégica e Criar o alinhamento necessário para que o sucesso sustentável se torne uma realidade. Assim como não é possível realizar um vôo seguro baseando-se apenas no velocímetro ou no altímetro de um avião, indicadores financeiros, ou outros isolados, não são suficientes para garantir que a empresa caminhe na direção correta. Uma pesquisa realizada pela SYMNETICS revelou que de 100 organizações brasileiras pesquisadas, somente 10 conseguem implementar com sucesso suas estratégias. A grande dificuldade de lidar com o futuro está na impossibilidade de previsão e, sendo assim, seu controle ou sua modificação são atividades contraproducentes. A grande maioria dos executivos espera, mais cedo ou mais tarde, defrontar-se com algum tipo de descontinuidade. Muitos ainda tentam planejar com base em tendências do passado ou em um único futuro mais provável. Na verdade, a grande provocação é: Como estarmos preparados para enfrentar o que é incerto, desconhecido, e cada vez mais complexo? Nesse contexto, é importante investigar os meios mais adequados para que as organizações possam navegar na turbulência e complexidade do ambiente e para que possam tomar decisões diante de um futuro incerto e cada vez mais dinâmico. Gerenciando Estratégias, Projetos e suas Incertezas A Gestão Estratégica possibilita estabelecer uma visão de longo prazo, criar condições necessárias para estruturar os objetivos a serem perseguidos, organizando as atividades, os Processos e Projetos, garantindo qualificação das pessoas envolvidas, controlando e acompanhando a execução das diversas ações, além de possibilitar a definição de metas e indicadores, facilitando todo o sistema de comunicação existente na organização. Na área pública onde o universo de fatores e pessoas envolvidos e as incertezas inerentes é dos mais complexos, a implementação da estratégia pode tornarse muito mais difícil se não forem usadas as ferramentas e técnicas adequadas .Com a Gestão Pública focada em Gerenciamento Estratégico passamos a pensar um futuro promissor de um país desenvolvido e com seus problemas básicos de infraestrutura resolvidos, evitando retrabalho e, sobretudo, executando projetos sem perda de recursos e de tempo, e garantindo a continuidade necessária para ganhar a confiança pública. E um dos principais caminhos para se atingir a visão, metas, objetivos e ações definidos em um Planejamento Estratégico é através de uma metodologia de Gerenciamento de Projeto. E o que é um Projeto? De acordo com o PMBoK® Guide publicado pelo Project Management Institute (PMI): “Projeto é um grupo de atividades temporárias designadas para produzir um produto ou serviço ou resultado único”. Um projeto é temporário na medida em que ele possui tempos de inicio e fim definidos, diante também de escopo e recursos definidos. Um projeto é único porque não é uma operação ou processo de rotina, mas um conjunto de operações designadas para cumprir um objetivo específico e singular. Assim uma equipe de projeto frequentemente é composta por pessoas que não trabalham usualmente juntas – algumas vezes inclusive são de diferentes áreas, organizações e até múltiplas geografias. Os esforços de recuperação e reconstrução após um desastre natural, a construção de uma ponte ou edifício, o desenvolvimento de um software para melhoria de um processo ou a expansão de vendas em um novo mercado – Todos esses são exemplos de projetos E todos devem ser diligente e profissionalmente conduzidos para entregar os resultados em tempo e dentro do orçado com o aprendizado e a integração que as organizações precisam, sejam elas públicas ou privadas. Ainda de acordo com o PMBoK® Guide: “Gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades e técnicas para executar projetos de maneira efetiva e eficientemente”. É uma competência estratégica para organizações, e que as habilita atrelar os resultados dos projetos aos objetivos do negócio – e assim, competir com vantagens em seus mercados. Um dos maiores defensores mundiais da profissão de gerenciamento de projetos é o Instituto de Gerenciamento de Projetos (PMI – Project Management Institute), que surgiu em meados do século passado, quando a gestão de projetos começou a ser tratada de maneira menos informal e a profissão começou a se estruturar. Organizado inicialmente por cinco pessoas de vanguarda que entendiam o valor do networking, do compartilhamento das informações dos processos e da discussão dos problemas comuns de projetos. Após a primeira reunião oficial em outubro de 1969, no Georgia Institute of Technology em Atlanta, Georgia, EUA, o grupo constituiu oficialmente a associação na Pensilvânia, EUA. Hoje o PMI é uma das maiores associações de filiação profissional do mundo, com meio milhão de membros e profissionais certificados em mais de 185 países. É a organização sem fins lucrativos que avança a profissão de gerenciamento de projetos em todo o globo através de padrões e certificações reconhecidos de comunidades colaborativas, de um extensivo programa de pesquisas e de oportunidades de desenvolvimento profissional. No Brasil o PMI está presente em 13 Capítulos e reúne mais de 10.000 profissionais. Conheça mais sobre como fazer com que o gerenciamento de projetos se torne indispensável para os resultados estratégicos da sua organização acessando o site do PMI Chapter Pernambuco (www.pmipe.org.br) em Português ou do PMI Global (www.pmi.org ) em Inglês. Referências: PMI Standards Committee. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos – PMBoK® Guide. 4.ed. USA: Project Management Institute, 2008. 460 p. SYMNETICS BRASIL. O que é Balanced Scorecard. Disponível em: http://www.symnetics.com.br/midia/>. Acesso em 26/09/2011.