“PMI (Project Management Institute) – a Profissionalização de Projetos em uma EJ” Tema relacionado: Projeto Interno Assunto: Gerenciamento de Projetos Resumo O estudo de caso relata a implementação de uma nova gestão de projetos em uma EJ. A ausência de um controle eficaz, da delimitação da área abrangida pelo projeto e atrasos nos prazos motivou a mudança da metodologia utilizada. O contato com práticas de outras EJs, pesquisas bibliográficas e participações em cursos levou à decisão que o padrão do PMI – Project Management Institute seria o melhor a ser adaptado a realidade da empresa. As inovações propostas foram a utilização de ferramentas como: Softwares especializados, e documentos formais e métodos adotados pelo PMI. Dentre as técnicas utilizadas na estruturação do projeto pode-se citar: escopo, estrutura analítica, tabelas, rede de atividades, cronogramas, análise de risco. Os resultados obtidos, foram uma maior satisfação dos clientes e dos membros, gestão do conhecimento, otimização dos recursos e do tempo, maior organização da empresa, resultados dos projetos mais satisfatórios, entre outros. 1 1. Introdução O conceito de projeto é cada vez mais importante, ocasionando num crescente número de empresas e organizações sem fins lucrativos que estruturam seus sistemas produtivos para desenvolver e vender a seus clientes projetos não repetitivos. Diversos fatores, como a maior personalização dos produtos e serviços e a necessidade de permanentes inovações internas têm provocado o aumento de projetos internos nas empresas. Com o intuito de atender as suas necessidades, devido ao grande crescimento no número de projetos a serem realizados e de suas complexidades, e ao mesmo tempo enquadrar-se a esse contexto, a EJ em questão buscou a implementação de novas técnicas e ferramentas, tidas como padrão mundial no gerenciamento de projetos, que fossem adequadas a sua realidade. Diante disso, a EJ procurou entender os princípios e as técnicas de gestão eficientes de um projeto a fim de que tanto nos projetos externos, que são a essência de seus serviços, quanto nos projetos internos, a empresa deve estar capacitada para conseguir qualidade de resultados e cumprimento de metas, e desenvolver ferramentas que facilitassem no gerenciamento de projetos, as quais possibilitam a otimização dos recursos disponíveis; o conhecimento prévio do trabalho por parte dos integrantes; a documentação de todas etapas para auxílio na gestão do conhecimento, contribuindo assim diretamente no aumento da qualidade e credibilidade dos projetos. 2. Desenvolvimento A metodologia de gerenciamento de projetos implantada na EJ em questão é baseada nos modelos do PMI – Project Management Institute, a qual é uma organização internacional sem fins lucrativos que desenvolve normas, seminários, programas educacionais e certificações profissionais na área de projetos, visando maior controle sobre o gerenciamento e elaboração de cada fase de um projeto, e o projeto como um todo. A partir da concepção do surgimento de um projeto é iniciada sua estruturação. Os responsáveis envolvidos formalizam o início do projeto, com o 2 preenchimento de um documento específico facilitador da identificação de necessidades e oportunidades, o que ajudará o trabalho dos executores. Assim é possível iniciar o planejamento, a ser realizado pelo gerente e pela equipe do projeto. No início do planejamento é detalhado o escopo, o que tornará possível mensurar claramente recursos e custos, definir as atividades do projeto, além de permitir que todas as pessoas da equipe se sintam parte do processo. A primeira etapa do detalhamento do escopo consiste na elaboração da estrutura analítica, a qual corresponde a sua representação gráfica, facilitando a visualização. Para a realização dessa estrutura é utilizado um software especializado para essa atividade denominado MindManager Pro 6. Por se tratar de atividades que envolvem muitos aspectos técnicos, torna-se necessário, em alguns casos, recorrer a experiências documentadas e professores da área para auxiliar a estimativa de tempo e recursos. Com base na estrutura analítica é possível atribuir responsabilidades de execução e os momentos oportunos para obtenção de apoio, pois nela são listadas todas as macro-atividades que o projeto deve conter e seus detalhamentos, denominados pacotes de trabalhos, os quais tornam mais precisa a estimação de tempo e recursos. Outro benefício que a Estrutura Analítica possibilita é a identificação dos riscos, os quais podem ser listados e mensurados, fornecendo uma análise da probabilidade e impacto destes sobre o projeto. Com isso, gera-se a formulação de planos de contingência casos as ameaças ocorram. Para formulação do cronograma procura-se estabelecer relações e interdependências entre as atividades identificadas, as quais são transferidas da estrutura analítica ao software MS Project 2003. Nele é possível descrever cada atividade, sua duração, seus recursos e a ligação entre cada atividade. A ordem de execução é estabelecida por motivos técnicos ou por necessidades. Com esse detalhamento o software gera automaticamente o cronograma do projeto, todos os recursos necessários e consequentemente seus custos, facilitando a visualização das atividades que podem ser realizadas em paralelos ou seqüencialmente, e o controle do projeto. Com o cronograma finalizado, é possível visualizar no próprio software a rede de atividades do projeto respeitando as relações de precedências de cada 3 atividade estabelecidas. Cada atividade só pode ser iniciada quando as precedentes estiverem concluídas. A rede de atividades identifica a interatividade lógica e o relacionamento entre atividades considerando as dependências. Ela demonstra graficamente o início e término de cada atividade, bem como as folgas existentes e caminhos críticos, os quais devem ter acompanhamento e cobrança mais rigorosa. As atividades com folgas maiores que zero possuem especificada nessa rede quatro datas que guiarão o gerente do projeto durante a sua execução. São elas: primeira data de inicio, primeira data de término, ultima data de início e ultima data de término. Já as atividades com folga igual a zero são constituídas apenas de duas datas: data de início e de término. Essas atividades são as que demandam maior controle do gerente do projeto, pois, além de não ter nenhuma folga, tem muitas outras atividades que dependem da sua realização. Finalizadas todas as etapas, deve ser feito um documento que contenha todas as evoluções. O referido documento deve ser adaptado a um molde de fácil entendimento para ser apresentado aos clientes. Com o aval do cliente, o projeto planejado passa para a fase de execução, a qual é monitorada constantemente pelo gerente do projeto através software MS Project 2003, onde todas as datas e recursos estão especificados. Para auxiliar o controle do projeto são realizadas reuniões técnicas e de monitoria, que são separadas para otimizar o tempo. Reuniões técnicas, conduzidas para assuntos técnicos e envolvem apenas pessoas focadas na busca de solução. Reuniões de acompanhamento são realizadas com regularidade ao longo do projeto, para conhecer a performance do projeto e de seus participantes, controlar cronograma, custos e pontos-chaves. Toda a equipe e o gerente do projeto participam desta reunião. Ao chegar do término do projeto é preciso expor a todos envolvidos que os objetivos estão próximos da conclusão. Nessa etapa o gerente realiza uma análise sobre a equipe, o escopo orçado e a quantificação e atendimento dos objetivos, além de reunir todos documentos elaborados durante a execução. Todos esses dados levantados são discutidos em uma reunião que ocorre após o término do projeto, denominada reunião de lições aprendidas. Nela são discutidos os pontos que podem ser melhorados para elaboração de 4 um próximo projeto, as dificuldades encontradas, o acompanhamento dos riscos, dos recursos, do tempo orçado, as falhas encontradas no projeto. Essas variáveis são documentadas servindo de dados históricos para futuros projetos. 2.1. Recursos Financeiros Durante a fase de implementação dessa nova metodologia baseada nos moldes do PMI, poucos recursos financeiros foram utilizados, pois não houve gastos com aquisição dos softwares ou com a compra de livros. Grande parte dos livros consultados foi encontrada na biblioteca da universidade em que a EJ em questão se encontra. Já a aquisição do guia do conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos do PMI denominado PMBOK – Project Management Body of Knowledge, se fez através de contatos com profissionais da área que continham o mesmo transformado em arquivo para computador. Os únicos recursos financeiros utilizados foram destinados a capacitação dos membros pertencentes à Diretoria de Projetos da EJ, os quais realizaram os seguintes cursos: Gestão de Projetos - Ministrado por Luís César M. Menezes, PMP – Project Management Professional (certificação do PMI). Investimento: R$ 70,00. Gerenciamento de Projetos – Ministrado por Ayrton Ângelo S. Filho, coordenador de projetos da ACIM – Associação Comercial e Empresarial de Maringá. Investimento: R$ 150,00. Estes cursos propiciaram uma grande aquisição de conhecimento, e o conhecimento de novas técnicas e ferramentas de gerenciamentos de projetos. 2.2. Recursos Humanos Essa nova metodologia implementada foi fruto de uma insatisfação dos membros da Diretoria de Projetos da EJ, devido ao pouco conhecimento em 5 técnicas e ferramentas de gerenciamento de projetos, o que ocasionou alguns problemas nos projetos já realizados. Essa mudança foi realizada por três membros, todos da diretoria de projetos, encabeçados pelo seu diretor. Porém, hoje, essa metodologia é adotada por todas as diretorias e, consequentemente, por todos os membros da EJ, inclusive sendo requisito mínimo para aceitação ou não dos projetos. 2.3. Recursos Tecnológicos Como já foi dito anteriormente, são utilizados atualmente para o gerenciamento de projetos, basicamente dois softwares, o MindManager Pro 6, utilizado para elaboração da estrutura analítica, durante a fase de planejamento do projeto, e o MS Project 2003, utilizado nas fases de planejamento, execução e controle do projeto. 2.4. Tempo de implementação Desde quando a Diretoria de Projetos conheceu a metodologia adotada pelo PMI até a sua implementação foram aproximadamente 6 meses, porém até hoje são testadas e implementadas novas técnicas e ferramentas de gestão, pois os membros buscam constantemente se manterem atualizados, pois é uma área nova, e com inúmeras inovações. 3. Considerações Finais Implementada a nova metodologia, foi observado um melhor rendimento dos participantes da EJ em todos os projetos, tornou-se claro a figura da equipe do projeto e do seu gerente, o qual norteia os executores e é responsável por solucionar possíveis conflitos encontrados no desenvolvimento. Além disso os resultados dos projetos elaborados com essa nova metodologia foram mais satisfatórios, e com maior precisão em relação ao tempo e aos custos. Outro fator importante foi à melhoria na satisfação dos clientes, pois suas expectativas foram atingidas, devido a um ótimo 6 planejamento, execução e controle dos projetos, que tiveram um grau de qualidade maior. Com essa satisfação tanto interna, membros, quanto externa, clientes, o número de projetos vem crescendo cada vez mais, possibilitando uma maior capacitação profissional de todos os membros da EJ diretamente e indiretamente. Diretamente pois os membros envolvidos nos projetos acabam desenvolvendo conhecimento na área em questão, e indiretamente, pois a realização dos projetos externos geram mais receitas que são direcionadas a cursos e eventos que agreguem conhecimentos. Outros benefícios são que serviços nesses moldes conduzem a EJ à gestão do conhecimento, a uma melhora na organização, e ao aumento no seu grau de profissionalização. 7 Referências bibliográficas MENEZES, L.C.M. Gestão de Projetos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. BOITEUX, C. Demaria. Administração de Projetos: PERT/CPM/ROY 5. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1979. MAXIMIANO, A.C.A. Administração de Projetos: transformando idéias em resultados. São Paulo: Atlas, 1997. PROJECT MANAGEMENT Conhecimentos em INSTITUTE. gerenciamento Um de Guia Projetos do Conjunto (Guia de PMBOK). Pensilvânia: 3 ed, 2004. 8