51º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005 Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4 [email protected] / [email protected] Palavras chaves: Di George, autossômico dominante, diagnóstico precoce, aconselhamento genético, deleção, cariótpo, FISH Alves, RM1; Pierluigi, M; 2; Fortuna, CMM 1; Bricarelli, FD2; Silva, JS1; Alves, ES1; Greve, H3; Toralles, MBP1 1 Laboratório de Genética Médica-HUPES/UFBA 2 Laboratorio di Genetica Umana- Ospedalli Galliera di Genova-It 3 Serviço de Neonatologia- Hospital Roberto Santos-Ssa-Ba. Síndrome de Di George em uma família jovem: Importância do diagnóstico precoce e aconselhamento genético A Síndrome de Di George, Seqüência CATCH22 ou Síndrome de deleção 22q11.2 é caracterizada por um padrão de defeitos estruturais do timo, hipoparatireoidismo, hipocalcemia secondários, defeitos cardíacos conotruncais, dismorfísmos faciais e fenda palatina. Estudos moleculares em pacientes com estas características, na década de 80, revelaram que alguns destes têm uma microdeleção no braço longo do cromossomo 22, frequentemente, relacionada a uma translocação não-balanceada entre esse e um outro cromossomo. Estes resultados levaram a formulação da hipótese de que os genes no cromossomo 22q11.2 eram responsáveis pelas características da Síndrome. Outras características clínicas podem ser encontradas em pessoas com Síndrome de Di George como: baixo peso ao nascimento, microcefalia, retardo do desenvolvimento psicomotor, disturbios de comportamento, de aprendizado, de socialização, comprometimento de linguagem quirodactilos longos e hiperextensíveis. A expressividade clínica é muito variada também dentro da mesma família. A Síndrome, na maioria das vezes, se verifica de novo, com cerca da mesma freqüência nas células germinais materna ou paterna. São, todavia, notados raros casos familiares transmitidos por modalidade autossômica dominante (cerca de 15%), ou como conseqüência do desbalanceamento de uma translocação balanceada. O presente trabalho tem como objetivo discutir a síndrome de Di George diagnosticada em uma família jovem (idade materna 21 e paterna, 18) com dois filhos afetados. O primeiro diagnóstico foi feito post mortem do primogênito, no período neonatal, que apresentava as características severas da Síndrome. O segundo filho, sem sinais clínicos aparentes, porém com sopro cardiáco, foi diagnosticado com 30 dias de vida. Os testes moleculares nos genitores revelaram que a deleção existia no pai e transmitia-se de modo autossômico dominante. Foi realizado cariótipo a partir de células de linfócitos em meio RPMI e soro bovino fetal, o bandeamento foi feito com tripsina e corado com Giemsa. A deleção foi detectada por técnica de FISH. A suspeita cínica precoce do primeiro filho foi de fundamental importância para a conduta de investigação da família e posterior aconselhamento genético . Diante da variabilidade da expressão fenotípica da Síndrome de Di George é indispensável que se faça estudos nos pais para verificar a possibilidade da transmissão familiar e assim conduzir um aconselhamento genético com segurança. 836