Fabiana Alves Lima Covre

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Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Educação Física
Trabalho de Conclusão de Curso
Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Educação Física
A ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA COM
PORTADORES DE TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO TDAH
Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Educação Física
Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Educação Física
Autor (a): Fabiana Alves Lima Covre
Orientador: Luiz Antonio de Oliveira Rocha
Pró-Reitoria
de Graduação
Orientador:
(Nome
do orientador com titulação)
Curso de Educação Física
Autor: Alessandra Walleska Martins da Silva
Orientador: (Nome do orientador com titulação)
Pró-Reitoria de Graduação
CursoAlessandra
de Educação
Física Antonio Cassimiro, Antonio Geraldo,Cleber Campos, Suelane Amaral
Autores:
Walleska,
Orientador: Dr. Ronaldo Rodrigues da Silva
Pró-Reitoria
deWalleska
Graduação
Autor:
Alessandra
Martins da Silva
Curso de(Nome
Educação
Física
Orientador:
do orientador
com titulação)
Brasília - DF
2011
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FABIANA ALVES LIMA COVRE
A ATUAÇÃO DO PROFESSOR DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA COM PORTADORES DE
TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO - TDAH
Artigo apresentado ao curso de graduação em
Educação Física da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para a obtenção do
titulo de licenciado em educação física.
Orientador: Luiz Antonio de Oliveira Rocha
Brasília
2011
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Artigo de autoria Fabiana Alves Lima Covre , intitulada “ A atuação do professor de
Educação Físca com portadores do Transtorno de déficit de Atenção e HiperatividadeTDAH” , apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em
Educação Física da Universidade Cátolica de Brasília, em 04 de junho de 2011, aprovada pela
banca examinadora abaixo assinada:
_________
_____________________________________
Luiz Antonio de Oliveira Rocha
Orientador
Educação Física (UCB)
_____________________________________________________
Prof. Doutor:Francisco Jose Andriotti Prada
Educação Física (UCB)
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A ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA COM PORTADORES DE
TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
FABIANA ALVES LIMA COVRE
Resumo: O transtorno de déficit de atenção TDAH é o distúrbio mais comum na infância,
sendo mais freqüente que a paralisia cerebral, a epilepsia e o retardo mental. Sendo esta uma
preocupação para pais e professores de crianças, pois acarreta uma serie de dificuldades. O
TDAH é visto como a mais freqüente desordem comportamental da infância, resultante de um
desenvolvimento não adequado Amaral (2001) Segundo a ABDA - Associação Brasileira de
Déficit de Atenção, o TDAH atinge de 3 a 6 % das crianças em idade escolar; é responsável
pelo maior número de repetências nas escolas. O presente estudo de revisão bibliográfica teve
como objetivo analisar a influência da profissional de educação física atuando com crianças
portadoras de TDAH transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
Palavras-chave: TDAH- Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, professor educação
física.
Introdução
Os professores às vezes se deparam com queixas de pais estressados, irritados,
desanimados, relatando que seus filhos são “apáticos”, “agressivos”, “inquieto,”, no “mundo
da lua”, e com baixo desempenho escolar. Em um estudo com crianças com problemas de
atenção, realizado por Piek et al. (1999), apenas 2 das 16 crianças diagnosticadas com déficit
de atenção por hiperatividade já sabiam que apresentavam o distúrbio. Déficit de Atenção é a
dificuldade em manter a atenção concentrada; a característica que define o TDAH é um
comportamento que se mostra desatento, hiperativo e impulsivo a ponto de não ser condizente
com a idade e constituir-se em um obstáculo significativo para o sucesso social e escolar. Esse
resultado alerta para a falta de conhecimento dos pais e professores com relação ao
comportamento da criança. Ao desconhecer os problemas e as conseqüências do excesso de
ansiedade e da falta de atenção apresentada por crianças hiperativas, corre-se o risco de
ocorrerem falhas no aprendizado que poderiam ser resolvidas com o tratamento médico e com
a adaptação das aulas e maior atenção para estas crianças pelos profissionais do ensino.
TDAH / DDA / TDAHI / ADDH: todas estas siglas fazem referência ao problema de
déficit de atenção. DDA significa Distúrbio de Déficit de Atenção. Assim, este transtorno
também pode ser chamado de TDAHI - Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade /
Impulsividade. Em inglês ADDH é chamado de Attention Deficit Disorder with
Hyperactivity. Ao longo do tempo, o TDAH recebeu várias denominações, como por
exemplo: lesão cerebral mínima, síndrome hipercinética e disfunção cerebral mínima. Na
maioria das vezes os nomes mudaram para acompanhar os resultados das pesquisas e dessa
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refletir o maior conhecimento sobre o TDAH. Um exemplo foi o termo “lesão cerebral
mínima” utilizado quando se acreditava que o portador de TDAH possuíam alguma lesão que
não seria detectada em exames radiológicos. Atualmente, sabe-se que o TDAH não é
conseqüência de nenhuma lesão no cérebro e não existe, até o momento, nenhum exame ou
teste que possa sozinho dar seu diagnostico, nem exames modernos como PET,SPECT,
eletroencefalograma digital ou dosagem de substancia no sangue ou em fios de cabelo.
Para um diagnostico correto é necessária uma avaliação clinica e informações
fornecidas por pais e professores que são usadas como base. Os professores são de extrema
importância nesse processo, pois têm condições privilegiadas de observação do
comportamento das crianças, a interação dessas crianças com outras. Às vezes os educadores
passam mais tempo com essas crianças do que os pais e outro fator importante a experiência
que tem com um grande numero de crianças possibilita a distinção entre os comportamentos
esperados para a faixa etária e os comportamentos atípicos.
O que é TDAH
As causas do TDAH são em grande parte, desconhecidas, as supostas causas envolvem
fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais. Pode afetar crianças, adolescentes e até
mesmo alguns adultos. Pode apresentar-se com diferentes intensidades, com sintomas
variando de leve a grave.
O TDAH tem sua origem numa área especifica do cérebro o lobo pré-frontal. Quando
esta estrutura cortical tem seu funcionamento comprometido há dificuldade de focar a
atenção, segundo Barkley (2005) a atividade cerebral que comanda a inibição do
comportamento, a auto-organização, o auto-controle e a habilidade de inferir o futuro está
prejudicada por um metabolismo deficiente dos neurotransmissores, levando à incapacidade
de administrar eficazmente os aspectos os críticos do dia-a-dia.
Os neurotransmissores mais participativos, nesse processo de desregulação no
funcionamento do lobo frontal, são as catecolaminas, que incluem a noradrenalina e a
dopamina. Segundo Silva (2003), estudos apontam para a participação de outros
neurotransmissores no funcionamento do cérebro, como é o caso da serotonina que exerce
papel como coadjuvante no processo de organização cerebral.
A ação reguladora do
comportamento humano é feita pelo lobo frontal, que exerce uma série de funções de caráter
inibitório, sendo responsável em frear os pensamentos, impulsos e velocidades das atividades
físicas e mentais; isto acontece por essa região do cérebro receber menor aporte sangüíneo em
conseqüência, menor glicose, diminuição de energia e metabolismo, com isso o cérebro passa
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a receber uma enorme quantidade de pensamentos e impulsos numa velocidade bem acima da
média, ocasionando uma grande desorganização interna A forma como o lobo frontal regula o
comportamento ocorre pelo exercício das seguintes funções: fazer manutenção dos impulsos
sob controle, planejar ações futuras, filtrar impulsos irrelevantes, acionar as reações de luta e
fuga, controlar emoções, caráter inibitório, regular o grau de disposição física e mental.
O lobo frontal também é responsável pelas funções executivas que vão desde a
capacidade do individuo planejar e desenvolver estratégias para a resolução de problemas à
realização de metas de vida, o que exige entre outras habilidades, a flexibilidade do
comportamento, interação de detalhes num todo coerente e o manejo de múltiplas fontes de
informações todos coordenados com o uso de conhecimento adquirido, ou seja, todos os
comportamentos voltados para a realização de um objetivo ou de uma tarefa.
A apresentação clínica do TDAH compreende três categorias principais de sintomas:
desatenção, impulsividade e hiperatividade que se manifesta em diferentes ambientes e
causam comprometimento funcional. O quadro clínico é amplo e variado, abrangendo uma
constelação de sintoma. Distúrbios motores, perceptivos, cognitivos e comportamentais
comprometem o aprendizado de crianças, que intelectualmente são normais. (BARKLEY,
2002).
Conseqüências do TDAH
O TDAH está associado com comorbidades importantes que vão desde perturbações
no desempenho escolar até problemas de ordens psicossociais na vida do indivíduo. Dentre
elas, destacam-se as alterações na coordenação motora, interferindo na aprendizagem escolar
e nas atividades cotidianas (ARAUJO & SILVA, 2003; ARTIGAS-PALLARES, 2003;
DIAMOND, 2000; FARRÉ & NARBONA, 2001; KADESJO; GILBERG, 2001; PIEK;
PITCHER; HAY, 1999). Segundo Farré e Narbona (2001), algumas alterações são percebidas
na coordenação global, na orientação espaço-temporal e na motricidade fina. Fernandez et al.
(1999) mencionam prejuízos na motricidade fina e na coordenação global.
Para Benczick (2000), o TDAH gera impacto em uma grande pluralidade de
dimensões tais como comportamentais, intelectuais, sociais e emocionais, pois promove
dificuldades, como controle de impulsos, concentração, memória, organização, planejamento
e autonomia.
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Na maioria das crianças e dos adolescentes (85,7%) encontrou-se alguma comorbidade associada, sendo comuns os transtornos de conduta, de aprendizagem, de humor e
ainda o distúrbio de desenvolvimento da coordenação dificultando a aquisição e apropriação
da coordenação motora fina que é regulada nas regiões anteriores do córtex, isto é, nos
lóbulos frontais (PEREIRA; ARAÚJO; MATTOS,2005).
Coordenação motora fina é a capacidade de usar de forma eficiente e precisa os
pequenos músculos, produzindo assim movimentos delicados e específicos. Este tipo de
coordenação permite dominar o ambiente, propiciando manuseio dos objetos. Ex; Recortar,
lançar em um alvo, costurar,desenhar, escrever e etc. Contudo para que haja um trabalho de
coordenação é necessário que se tenha um canal de entrada de informações (input) e um canal
de saída para execução (output)dos comandos vindos do cérebro. O canal input é preenchido
pelo sistema receptor, ou seja, os sentidos visual, tátil, cinestésico, auditivo, e vestibular.
Enquanto que o canal output é composto pelo Sistema locomotor completo (membros
superiores, membros inferiores e tronco).
A coordenação é considerada uma inteligência manual que distingue das outras
espécies, pois requer a conjugação dos programas de ação, atenção voluntária, manipulação e
preensão de objetos, relacionada com a percepção visual sendo de grande importância para o
desenvolvimento psicomotor e para o desenvolvimento da aprendizagem da escrita, leitura e
cálculo. Sua função é de coordenar os movimentos dos olhos durante a fixação da atenção e
da manipulação de objetos que exijam controle visual além de abrangerem as funções de
programação, regulação e verificação das atividades preensivas e manipulativas mais finas e
complexas podendo ser avaliada segundo Fonseca (1995) por três subfatores: coordenação
dinâmica manual (destralidade bimanual e agilidade digital), tamborilar (dissociação digital
seqüencial e localização tátil - quinestésica) e velocidade-precisão (preferência manual e
coordenação visuográfica).
Segundo Winnick (2004) mais da metade das crianças com TDAH passa a apresentar
distúrbio de conduta, atividades delinqüentes ou violação dos direitos alheios, e um terço
pode passar a experimentar drogas e abusar das mesmas precocemente.
Silva (2003) relata que pessoas com TDAH são mais propensas ao uso de drogas do
que outras que não apresentam o distúrbio. Estima-se que nos Estados Unidos existam entre
10 e 15 milhões de pessoas com TDAH e que, aproximadamente, 40 a 50% delas façam uso
de drogas.
Esse transtorno se caracteriza basicamente com sintomas de desatenção, dificuldade de
ser manter atento a uma tarefa, exceto em situações que ela seja extremamente excitante ou
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empolgante, dificuldades de levar as coisas até o fim e sintomas de hiperatividade e
inquietude. De ficar sentado na cadeira sem se levantar, ou sem ficar se remexendo, mexendo
mãos e pés. Segundo Mattos (2004),
Segundo Matos (2004) as crianças com TDA/H parecem sonhar acordadas (os
professores podem perceber isso antes dos pais) e muitas vezes são mais lentas na cópia e na
execução dos deveres porque "voam" o tempo todo. Elas cometem muitos erros por
desatenção.
O uso de medicamentos no TDAH como forma de terapia sempre causa polêmica,
principalmente se a medicação tem a função de alterar de alguma maneira às funções
cerebrais. Para Silva (2003), a terapia medicamentosa costuma produzir resultados eficazes na
grande maioria dos casos, contribuindo para uma mudança positiva dessas pessoas.
A atuação do professor de Educação Física
Os professores são os primeiros a detectar problemas comportamentais ou
disciplinares nos alunos que apresentam mais desatenção ou mais inquietude do que seria
esperado para aquela faixa etária. Inclusive porque eles têm uma grande experiência com um
numero muito grande de alunos. Quando o professor suspeita da presença do TDA/H deverá
procurar os pais e sugerir o encaminhamento para um especialista que possa fazer esse
diagnostico. Quanto mais cedo é feito o diagnostico, quando mais cedo é instituído o
tratamento adequado, melhor será o prognostico desse aluno. Segundo Silva (2003):
O professor que desconhece o problema pode acabar concluindo que essa criança é
irresponsável ou rebelde, pois em um dia pode estar produtiva e participante, mas no dia
seguinte simplesmente não prestar atenção a nada e não levar a cabo os deveres.
O professor tem que assumir o importante papel de organizar os processos de ensino
de forma a favorecer ao maximo a aprendizagem do aluno com TDAH, o professor tem que
reconhecer uma vez que ao transtorno não afeta apenas o comportamento da criança, existe a
dificuldade em tarefas que exigem habilidades para resolução de problemas e de organização
que acabam determinando comprometimento do aprendizado. Os professores de educação
física devem trabalhar com cada criança para identificar as áreas de distúrbio de
aprendizagem e ajudá-la a desenvolver estratégias de adaptação e superação; podem ajudá-la
a notar seus pontos fortes e em alguns casos, seus grandes talentos, e dar valor ao fato de
serem especiais em todo o contexto.
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O importante é o resultado e não o processo. Esse é um dos conceitos da educação
inclusiva que não pode ser perdido de vista. O ideal não é tentar encaixar a todo custo um
aluno com especificidades em um modelo educacional que mais dificulta do que facilita o
aluno portador de TDAH a desenvolver sua competência.
As finalidades das atividades físicas devem ser bem definidas, considerando a
continuidade das atividades anteriores com as posteriores, possuindo ao mesmo tempo a sua
própria integridade (início, meio, fim). As brincadeiras e os jogos servem como meios vitais,
pelos quais as estruturas cognitivas superiores são gradualmente desenvolvidas, englobam
muitos ambientes e variáveis para promover o crescimento cognitivo das crianças, ressalta
Lorenzini (2002), a brincadeira é um instrumento que dá à criança experiência necessária ao
seu desenvolvimento sensorial, motor, perceptual, cognitivo e cultural.
Esse instrumento que é a atividade pode apresentar diferentes aspectos como meio
importantíssimo no processo de auxílio técnico ao tratamento do TDAH, podendo ser
consideradas de três formas: atividades primárias - atividades na qual a motricidade e
psicomotricidade são fundamentais; a ação passa-se em tempo real, e em espaço real; essas
atividades oferecem uma verdadeira vivência corporal para as crianças; atividades secundárias
- atividades na qual o sucesso motor e psicomotor são secundários e subordinados à atenção, à
observação e ao imaginário, elas se alternam com as atividades primárias; atividades terciárias
- são atividades específicas e adaptadas a uma situação particular, ao tratamento da criança.
O desempenho motor e a aptidão física são duas áreas importantes a serem analisadas.
Existe uma enorme variedade de desempenho motor em cada criança com este distúrbio; pois
alguns alunos que apresentam TDAH podem se tornar atletas medianos e até mesmo
talentosos, ou apresentarem níveis abaixo da média para desempenho motor. A variabilidade
do desempenho é certamente o aspecto mais frustrante, pois o comportamento motor de
muitas dessas crianças pode, se alterar facilmente tanto de forma evolutiva de um tempo para
outro como de forma decrescente.
A incompetência atlética e o fracasso escolar podem contribuir para um auto-conceito
baixo dessas crianças, ocasionando um sentimento de desvalorização e frustração,
enfrentando ainda grande dificuldade de relacionamento social. A educação física pode
proporcionar um grande laboratório de aprendizagem para desenvolver habilidades sociais aos
alunos com TDAH.
Existem várias causas e formas de TDAH, portanto deve haver várias formas
diferentes de ensinar crianças com esse distúrbio. Atualmente, não há uma aceita
universalmente, mais existem várias bem sucedidas com alguns alunos e mal sucedidas com
10
outros. As abordagens mais utilizadas são: controle de comportamento, abordagens
multissensoriais e multifacetadas. O controle de comportamento está relacionado à estratégias
que empregam o reforço ou a punição para aumentar a freqüência de comportamentos
desejáveis e diminuir a dos indesejáveis. Essa abordagem ajuda o professor a analisar a
criança em seu ambiente e entender como certos comportamentos específicos funcionam com
a criança naquele ambiente. Podendo o professor então analisar a situação e modificá-la.
A abordagem multissensorial enfatiza o ensino por meio das áreas de ensino em que o
aluno é forte, enfocando o uso de canais sensoriais no processo ensino aprendizagem; os
sentidos visual, auditivo, cinestésico e tátil são utilizados para ajudar crianças com dificuldade
de atenção, combinado com o método de ensino com o estilo de aprendizagem preferido da
criança.
Já na abordagem multifacetada são utilizados vários tipos de abordagens diferentes;
utilizando de diversas intervenções, aconselhamentos e estratégias comportamentais, visando
auxiliar e facilitar o aprendizado de crianças com TDAH. Winnick (2004 p.156) sugere
estratégias específicas de ensino para professores de educação física para ajudarem as
crianças com TDAH a manterem a atenção e concentração, tanto em ambientes inclusivos
como segregados: usar uma abordagem de ensino que seja altamente estruturada e consistente,
através de rotina e instruções prévias e transições suaves de aprendizagem; estabelecer regras,
onde as regras devem ser entendidas e aplicadas a todos; usar programa de controle de
comportamento para ensinar às crianças a seqüência, prestar atenção, pensar e agir, fim de
diminuir a hiperatividade e aumentar a concentração; expressar claramente todas as
expectativas esperadas e as regras de comportamento na atividade aplicada; escolher
atividades que enfatizem movimentos lentos e controlados, para diminuir a hiperatividade e a
impulsividade; dar aulas em ambientes tranqüilos e menos estimulantes para diminuir a
distratibilidade; usar a mediação verbal para ensinar as crianças particularmente
desorganizadas e distraídas; estabelecer objetivos para ajudar os aprendizes desorganizados a
se concentrar; destacar os comandos relevantes; ensinar estimulando mais de um sentido;
incentivar o planejamento motor; mudar a tarefa para inovar; revisar previamente as
habilidades básicas antes de iniciar as mais avançadas; minimizar a utilização de jogos
coletivos competitivos, estimular a cooperação através de jogos cooperativos; obter sistema
de apoio dentro.
Contudo o professor de educação física tem que abranger todas as áreas de
desenvolvimento da criança, uma vez que desenvolvimento motor influencia profundamente
no desenvolvimento cognitivo e também no desenvolvimento afetivo. Há, portanto, evidência
11
que o treinamento de um movimento controlado pode resultar modificação cerebral
(MAJOREK et al. 2004). Também há comprovação indicando a relação entre treinamento
motor e performance cognitiva (MAJOREK et al. 2004).
Considerações finais
Especificamente nas crianças com TDAH, a psicomotricidade passa a ser indicada
para melhorar o controle motor, considerando as alterações na coordenação motora nessa
população (FONTENELLE, 2001; TOLEDO, 2001). O profissional de educação física tem
que fazer uma abordagem que envolva na atuação no desenvolvimento motor da criança com
TDAH, pois a criança se depara constantemente com atividades que põem em prova seu
controle postural, e que muitas vezes essas atividades constituem um problema para as
crianças, nessas atividades podem ocorrer dificuldades perceptivas e motoras no qual impede
sucesso nas habilidades motoras, seu autoconceito é afetado, resultando em conseqüências
sociais e emocionais significativas. Hoje, temos cursos de capacitação para profissionais de
educação (ABDA-RJ) e oficinas com diversos profissionais especializados em TDAH para a
disseminação de conhecimentos, mas essas ações ainda são incipientes. A busca por uma
escola ideal não existe e consideramos que o ideal é onde o aluno aprende. Precisamos de
professores disponíveis para aprender, que se permitam ficar intrigados diante de um aluno,
que busquem informações para alavancar suas ações como docentes.
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