PRODUÇÃO E AVALIAÇÃO DE VÍDEO PARA O ENSINO DE LAVAGEM VESICAL Alessandra Vidal da Silva 1 Denise Costa Dias2 INTRODUÇÃO Tem sido estimado que 40 a 50% dos pacientes com sonda vesical de demora (SVD) de longa permanência sofram uma obstrução da sonda. Isto não apenas causa estresse e desconforto ao paciente como também demanda recursos e um tempo aumentado de enfermagem. Infecções com bacteriúria tornam a urina alcalina predispondo a formação de cristais que frequentemente se depositam no lúmen interno da SVD causando bloqueio do fluxo de urina. A equipe de enfermagem frequentemente maneja esta situação de crise com lavagens vesicais, ou lavagem da SVD (EVANS, GODFREY, 2000). A lavagem vesical é um procedimento realizado através da sonda vesical, para tanto, iniciaremos discorrendo sobre a sondagem vesical, logo após definiremos a lavagem vesical e a abordagem pedagógica que utilizaremos neste projeto. Sondagem vesical é usada quando a urina não pode ser eliminada naturalmente, deve ser drenada artificialmente através de sondas ou cateteres que podem ser introduzidos diretamente na bexiga, ureter ou pelve renal. A sondagem vesical é a introdução de uma sonda ou cateter na bexiga, que pode ser realizada através da uretra ou por via supra-púbica, e tem por finalidade a remoção da urina. Suas principais indicações são: obtenção de urina asséptica para exame, esvaziar bexiga em pacientes com retenção urinária, em preparo cirúrgico e mesmo no pós operatório, para monitorizar o débito urinário horário e em pacientes inconscientes, para a determinação da urina residual ou com bexiga neurogênica que não possuam um controle esfincteriano adequado (VEIGA; CROSSETTI, 1993). 1 Acadêmica do 4º ano de enfermagem da Unioeste, rua André de Barros 503, telefone: (45) 9932-4032, endereço eletrônico: [email protected] 2 Enfermeira doutora, Docente do curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Oeste do ParanáUnioeste - Cascavel. A sondagem vesical pode ser dita de alívio, quando há a retirada da sonda após o esvaziamento vesical, ou de demora, quando há a necessidade de permanência da mesma. Nestas sondagens de demora, a bexiga não se enche nem se contrai para o seu esvaziamento, perdendo com o tempo, um pouco de sua tonicidade e levando à incapacidade de contração do músculo detrusor (POTTER; PERRY, 1996). A sondagem vesical, ou cateterismo pode ser necessário para coletar amostras urinárias ou para avaliar quanto de urina permanece na bexiga depois que o paciente urinou (CRAVEN; HIRNLE, 2007). Em geral as sondas urinárias são feitas de borracha, plástico ou náilon. Um cateter reto com apenas uma luz é empregado para os procedimentos de cateterismo de alívio (isolado ou intermitente). Quando é necessária uma sonda de demora, utiliza-se uma sonda de luz dupla conhecida como sonda de foley. Uma sonda de foley possui uma luz para remover a urina e uma segunda luz, menor, para insuflar um balão que impede que a sonda saia da bexiga. O balão está localizado próximo a extremidade de inserção da sonda e pode ser insuflado e desinsuflado com uma seringa. Um terceiro tipo de sonda e a sonda de demora de luz tripla, que é inserida quando a urina deve ser removida da bexiga e também deve ser realizada a irrigação da bexiga com líquidos ou medicamentos. Em geral, um cateter de luz tripla é empregado depois de cirurgia urológica ou prostática (CRAVEN; HIRNLE, 2007). O método aberto de irrigação, ou lavagem vesical, é realizado com a sonda de demora de luz dupla. Ele raramente é usado e está associado um risco aumentado de infecções do trato urinário (ITU) relacionadas à abertura do sistema, por desconexão da sonda com o tubo de drenagem. De acordo com Craven, Hirlen (2006) deve ser realizada a limpeza da junção da sonda com o tubo de drenagem, e empregando técnica esterilizada, desconectar a sonda do tubo e utilizando uma seringa urológica esterilizada administrar a solução prescrita. A lavagem vesical é uma técnica utilizada em situações extremas, para desobstrução da sonda vesical. Ocorre com a introdução de uma solução fisiológica sob pressão, por meio de seringa urológica. É uma técnica pouco utilizada pelo risco de contaminação e conseqüente infecção decorrente do procedimento (VEIGA; CROSSETTI, 1993). Muitos urologistas prescrevem a retirada da sonda obstruída e colocação de nova sonda. Somente quando o paciente tiver algum traumatismo de uretra ou condição em que a re-sondagem signifique um risco importante é que a lavagem vesical estará indicada. Muitos livros que abordam procedimentos de enfermagem relacionados às vias urinárias, embora descrevam as técnicas de cateterismo vesical e todos os cuidados relacionados, não mencionam esta técnica. No entanto é importante que o enfermeiro conheça esta alternativa terapêutica. OBJETIVOS Geral - Produzir e testar material para o ensino de lavagem vesical Específicos: - Realizar pesquisa bibliográfica sobre a técnica de lavagem vesical; - Produzir vídeo sobre a técnica de lavagem vesical; - Elaborar checklist sobre a técnica de lavagem vesical para ser utilizado em conjunto com o vídeo; - Testar o vídeo junto à acadêmicos de enfermagem. METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, onde encontramos 1 artigo nacional, 4 artigos em língua inglesa e 4 livros de enfermagem que abordam o procedimento. Elaboramos checklist, com base nas referências bibliográficas e o encaminhamos para análise de professores de enfermagem, assim como de profissionais enfermeiros que executam o procedimento em seus ambientes de trabalho. Obtivemos o retorno de 4 profissionais. Produzimos um vídeo sobre a técnica por meio de simulação realizada em laboratório de enfermagem, utilizando o checklist como norteador. O estudo iniciou após aprovação pelo Comitê de ética em Pesquisa. As imagens foram captadas com filmadora digital Sansung® operada pelas autoras. E após a captação, as imagens foram editadas de forma ainda preliminar com o software Windows Movie Maker®. O vídeo sobre lavagem vesical foi editado e cortado em duas partes de aproximadamente 10 minutos cada, abordando três técnicas de lavagem vesical, onde o profissional realizava a técnica sozinho. O vídeo foi postado em um site bastante acessado da internet “you tube”, podendo ser assistido pelo mundo inteiro. A avaliação do vídeo ocorreu por meio digital através da internet. O link do endereço virtual onde os 2 vídeos estão disponíveis foi enviado para o e-mail das turmas do 2º, 3º e 4º ano de enfermagem da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, juntamente com o questionário de avaliação contendo 15 questões e o checklist da técnica. Também foi enviado para o e-mail pessoal de seis professores dessa mesma instituição e para o e-mail de uma aluna do 3º ano de enfermagem da universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Os alunos e professores foram orientados a respeito do termo de consentimento, que foi colocado ao final do questionário de avaliação, e caso o e-mail fosse respondido, automaticamente o termo seria considerado como aceito. DESENVOLVIMENTO Para elaboração do checklist foram utilizadas as recomendações encontradas na literatura, assim como a experiência profissional das avaliadoras. Checklist para o procedimento de lavagem vesical Material necessário: 1 par de luvas de procedimento 1 par de luvas cirúrgicas 1 seringa urológica 50 ml 1 pacote de cateterismo vesical* 3 pacotes de gaze esterilizada Solução antisséptica (PVPI ou Clorexidina alcoólica 2%) Soro fisiológico 250 ml ou a solução prescrita *o pacote de cateterismo pode ser substituído por 2 cubas rins esterelizadas. n 1 2 Ação Verificar a prescrição Lavar as mãos 3 4 microorganismos Preparar o material Planejar o procedimento Orientar o paciente e dispor o material a beira do É um direito do paciente leito Justificativa Evitar erros potenciais Evitar transmissão de ser informado poderá e ele colaborar por compreender melhor o 5 procedimento Fechar a porta da enfermaria e cercar o leito com Preservar a privacidade biombo, se necessário. do paciente. Em caso de quarto privativo basta fechar a porta. 6 Abrir o pacote de cateterismo vesical sem contaminar o interior; abrir o invólucro da seringa urológica e dispô-la sobre o campo; abrir 1 pacote 7 de gaze e dispor sobre o campo abrir o SF 250ml, realizando a antissepsia da ponta do frasco antes, e despejar na cuba redonda ( se a cuba redonda estiver com torundas, deve ser esvaziada de maneira a não contaminar os materiais 8 9 do campo). Calçar a luva de procedimento Utilizar a compressa do pacote de cateterismo para 10 11 forrar o leito Soltar a fixação da sonda vesical Utilizar 1 pacote de gazes e solução antisséptica para realizar a antissepsia do local de aproximadamente 5cm acima e abaixo do local da conexão da sonda foley com o tubo extensor da 12 13 14 bolsa coletora. Calçar a luva cirúrgica Evitar contaminar Aproximar a cuba-rim da ponta da sonda vesical Desconectar a sonda vesical do tubo de drenagem Evitar contaminar utilizando gazes esterilizadas na mão não dominante e o campo fenestrado dobrado na mão 15 dominante. Proteger a ponta do tubo da bolsa coletora com o Evitar campo fenestrado dobrado sobre a contaminar a ponta, ponta da bolsa coletora. prendendo com a pinça do pacote de cateterismo Caso vesical. o profissional proceda a troca da bolsa após a lavagem vesical esta etapa necessária. 16 Aspirar 50 ml de SF(ou solução prescrita) com a 17 seringa urológica Introduzir a ponta da seringa urológica na ponta da sonda vesical e injetar com uma pressão leve e não será 18 constante Aspirar a sonda vesical com a seringa urológica 19 observando o aspecto e volume do líquido aspirado Repetir o procedimento 14 e 15 até o retorno ser 20 claro, sem resíduos ou coágulos. Fechar o sistema, reconectando a sonda ao tubo da bolsa coletora e fixá-la novamente à perna do 21 paciente. Deixar o paciente confortável e levar o material 22 23 usado para o expurgo Lavar as mãos Registrar o procedimento realizado, volume injetado, volume aspirado e aspecto do mesmo. Os vídeos foram elaborados pela acadêmica e orientadora no laboratório de enfermagem, utilizando de materiais próprios para a técnica e de manequim. Foram realizadas algumas improvisações, como por exemplo, para não molharmos internamente o manequim foi colocada uma cuba rim na ponta da sonda foley, esta serviu como uma “bexiga artificial”, na qual o líquido era injetado e da qual o líquido era aspirado posteriormente. Para simular a coloração de uma urina hematúrica e com coágulos foi utilizado água corrente com adição de PVPI e xarope avermelhado. O tempo utilizado para filmagem foi de aproximadamente 6 horas, distribuídas em 3 dias diferentes. No primeiro dia filmamos a técnica realizada com o pacote de cateterismo vesical, no segundo dia filmamos a técnica com a utilização de 2 cubas rins esterilizadas em substituição ao pacote de cateterismo. No terceiro dia aventamos a hipótese de que a instituição possa optar pelo papel grau cirúrgico ao invés de campo de pano para o empacotamento do material. Neste caso seria necessário acrescentar um campo cirúrgico para a abertura do material. As imagens foram captadas com filmadora digital Sansung® operada pelas autoras. E após a captação, as imagens foram editadas de forma ainda preliminar com o software Windows Movie Maker®. Obtivemos a avaliação de cinco alunas do 3º ano de enfermagem da Unioeste com a idade entre 19 e 22 anos, uma aluna do 4º ano da mesma instituição com 21 anos e duas professoras que fazem parte do corpo docente do curso de enfermagem da Unioeste e atuam na área da docência há 15 e 27 anos; totalizando 8 avaliadores, sendo 6 discentes e 2 docentes. O período de coleta de dados teve alterações devido à paralisação ocorrida em todas as Universidades Estaduais do Paraná, motivado pelo aumento do número de casos da Gripe H1N1. Esse fato prejudicou o andamento da coleta de dados, pois os alunos ficaram sobrecarregados de provas e trabalhos e poucos concordaram em participar da pesquisa. A primeira pergunta do questionário questionou sobre a utilidade do checklist para orientar a realização de lavagem vesical e todos concordaram que este é um recurso útil e não houve sugestões de modificação deste. Foi questionado se os indivíduos utilizariam o checklist para sua auto avaliação e todos responderam afirmativamente, e para a avaliação de alunos no desempenho da técnica apenas uma não concordou, justificando que “essa forma de avaliação pode inibir a criatividade e tornar a atividade muito mecânica”. Foi questionado se as imagens/informações apresentadas nos vídeos possibilita a aprendizagem sobre lavagem vesical e todos responderam afirmativamente, justificando que: Aluna 1 (3º ano): “Sim. Porque trás o checklist, e em seguida é possível visualizar passo a passo o procedimento, incluindo o matérial o manejo e a técnica propriamente dita.” Aluna 2 (3º ano): “Sim. Além de padronizar a técnica, o recurso visual trás uma melhor assimilação da teoria com a prática.” Aluna 4 (3º ano): “Sim, pois apesar de ter realizado a técnica em laboratório, os acadêmicos acabam esquecendo muitas das técnicas apresentadas, sendo que não realizamos muitas das técnicas nas aulas práticas supervisionadas. Por isso achei muito interessante o vídeo, pois possibilita o aluno relembrar da prática” Aluna 5 (3º ano): “Sim, porém o vídeo sem demonstração dos professores e sem a prática do aluno em aulas práticas não possibilita um bom aprendizado.” Aluna 6 (4º ano): “Sim. Possibilita a aprendizagem sim. Nunca realizei a técnica na prática e considero que facilitou a visualização do procedimento.” Professora 1: “Sim, ficou muito didático a apresentação, com os passos a serem seguidos.” Professora 2: “Sim, apresenta a sequência do procedimento” Todos concordaram que as informações sobre o procedimento apresentadas no vídeo são suficientes, sendo que uma das alunas comentou que: “com certeza não exclui a necessidade de aprender a técnica em laboratório durante a formação, o que dará suporte para a memória não só visual mas motora também, e a relação entre elas.” O questionário perguntou se para a melhor compreensão da técnica apresentada seria necessário visualizar novamente o vídeo e as 2 professoras responderam não achar necessário, das alunas 4 acham sim necessário uma nova visualização e de preferência em sala de aula para esclarecimento de dúvidas com os professores. O conteúdo do vídeo foi considerado interessante pelo formato e imagens, fácil, completo pela maioria dos que responderam o questionário (7), apenas uma aluna considerou o vídeo cansativo de assistir, sendo que esta mesma aluna foi a única a considerar a técnica demonstrada no vídeo como difícil. Foi questionado sobre a necessidade de explicações sobre a técnica e o conteúdo, e metade dos respondentes julgou necessário que o vídeo seja acompanhado por explicações verbais concomitantes, com interrupções do mesmo. Sendo que para uma aluna “para melhor entendimento da técnica é importante além do vídeo que o professor demonstre em laboratório “.Outra metade considerou que não há necessidade de explicações concomitantes ou posteriores por que está bem claro. Os professores que responderam ao questionário após a visualização do vídeo responderam que não ensinam essa técnica no laboratório, mas julgam importante que os alunos aprendam a mesma. Sendo que uma delas não recorda ter aprendido essa técnica durante sua graduação. Apenas uma aluna, do quarto ano do curso respondeu não ter aprendido a técnica. Algumas sugestões foram fornecidas pelas professoras para aprimoramento do vídeo, as alunas não fizeram sugestões. Todas concordaram que seria útil para o ensino de outras técnicas de enfermagem a elaboração de vídeos: Aluna 1 (3º ano): “Sim, devido ao fato de poder visualizar a técnica a qualquer hora depois de apreendida.” Aluna 2 (3º ano): “Sim, padronizando as técnicas ensinadas na instituição, e a melhor visualização do acadêmico, fazendo ligação entre a teoria e a prática.” Aluna 3 (3º ano): “Sim, considero, pois é uma maneira didática de se assimilar o conhecimento.” Aluna 4 (3º ano): “Com certeza. Acho muito útil para a formação, pois são várias as técnicas, e com os vídeos podemos relembrar as mesmas” Aluna 5 (3º ano): “A utilização de vídeo é um recurso interessante, mas nada dispensa a demonstração do professor em laboratório, o vídeo seria como um complemento.” Concordamos com esta aluna que afirma que o recurso de ser um complemento, pois o vídeo é apenas um recurso audio-visual de forma alguma dispensa a explicação e demonstração da técnica pelo professor. Aluna 6 (4ºano): “Certamente. Caso o aluno não pegue alguns detalhes do procedimento na aula prática ou, por algum motivo, não tenha tido tempo de praticá-lo em sala de laboratório, pode assistir o vídeo em casa e assim rever e tirar duvidas restantes”. Neste caso discordamos, pois assistir ao vídeo não dispensa a prática da técnica em laboratório. O vídeo intenciona apenas orientar a prática. A destreza manual é adquirida apenas com o manejo real dos materiais, cabendo destacar que nesta técnica em particular a seringa urológica é de difícil manejo. Mas a prática é imprescindível para qualquer técnica. O tempo necessário para ler o checklist, ver o vídeo e responder ao questionário foi em média 40 minutos. CONCLUSÃO A técnica de lavagem vesical é pouco utilizada, pouco estudada e pobremente abordada na literatura de enfermagem. Esta técnica, como outras na área de enfermagem, permite algumas variações nos passos do procedimento, assim como, em relação ao tipo de materiais utilizados para a sua execução. Recomendamos que cada instituição adote um formato, defina os materiais a serem utilizados, a maneira correta de utilizá-los e que disponibilize orientações para que os profissionais possam realizar o procedimento de forma segura. O vídeo e checklist elaborados podem constituir um recurso didático útil para complementar de forma interessante a formação dos alunos. No entanto a validação deste recurso, tanto em termos de conteúdo como em termos de qualidade de imagem, som, legendas, ainda deve ser avaliado posteriormente com uma amostra maior incluindo mais docentes de enfermagem desta e de outras instituições. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CRAVEN, R. F.; HIRNLE, C. J. Fundamentos de Enfermagem 4a ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2007. EVANS, A.; GODFREY, H. Bladder washouts in the management of long-term catheters British Journal of Nursing, Vol. 9, Iss. 14, 27 Jul 2000, pp 900 - 906 . POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Grande tratado de enfermagem prática: clínica e prática hospitalar. São Paulo: Santos Editora, 1996. VEIGA, D. A; CROSSETTI, M. G. O. Manual de técnicas de enfermagem. 4.ed. Rev. e Ampl. Porto alegre, Sagra: DC Luzzato, 1993.