Rotina de Prevenção de Infecção do Trato Urinário

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MINISTÉRIO DA SAÚDE
HOSPITAL FEDERAL DE BONSUCESSO
COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
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ROTINA I 10 – 08/08/2005 Revisada em 29/07/2010
Rotina de Prevenção de Infecção do Trato Urinário
1- A cateterização por via uretral ou suprapúbica somente deve ser realizada por
profissionais previamente treinados e familiarizados com a técnica de cateterização.
2- Higienizar sempre as mãos com água e sabão antes e após manipular o cateter, sistema
coletor ou bolsa coletora e usar luvas de procedimento durante a manipulação dos
mesmos.
3- A cateterização vesical não deve ser usada como tratamento de pacientes incontinentes
ou para facilitar nos cuidados de enfermagem. Nestes casos o uso de fraldas ou
coletores externos como o condom (Ex. paratex®) pode implicar em menor risco de
desenvolver infecção do trato urinário pelos pacientes.
4- O uso de antibióticos profiláticos antes da cateterização não está recomendado.
5- A higiene da genitália com sabão antisséptico (PVP-I ou clorexidina) e a antissepsia
da genitália com PVP-I ou clorexidina tópicos devem obrigatoriamente anteceder o
procedimento de cateterização vesical.
6- É obrigatória a utilização da técnica asséptica durante a realização do procedimento
(bandeja, seringa, anestésico e cateter estéreis).
7- O profissional deve obedecer ao rigor asséptico do procedimento realizando a
degermação das mãos com sabão antisséptico (PVP-I ou clorexidina) e utilizando
paramentação cirúrgica (capote e luvas estéreis, máscara e gorro).
8- No momento da cateterização, o cateter e o sistema coletor devem estar conectados.
Uma vez conectados cateter e sistema coletor, esta junção não deve ser aberta em
nenhuma situação.
9- O sistema coletor e a bolsa coletora devem sempre ser mantidos abaixo do nível da
pelve favorecendo a drenagem por ação da gravidade, para não permitir o refluxo de
urina para a bexiga. Em situações de mobilização do paciente cateterizado ou
transporte do mesmo, o tubo coletor deve ser fechado para não permitir o refluxo de
urina para a bexiga. Uma vez terminado o procedimento, o sistema coletor deve ser
reaberto.
10- A fixação do cateter com fita adesiva na face interna da coxa ou na fossa ilíaca (em
homens) deve ser realizada rotineiramente para impedir mobilização do cateter e risco
de traumatismos.
11- A bolsa coletora deve ser mantida acima do nível do chão e se deve ter atenção
constante para que a mesma não toque esta superfície.
12- Em pacientes com indicação de cateterização de curta permanência, a cateterização
intermitente pode ser preferível em relação à cateterização contínua.
13- A cateterização intermitente não deve ser usada em pacientes com obstrução ou
estenose das vias urinárias, em virtude do maior risco de traumatismos.
14- Nos pacientes submetidos à cateterização intermitente, realizar este procedimento pelo
menos quatro vezes ao dia e se houver drenagem de mais de 600 ml de urina durante
qualquer dos procedimentos, realizar a cateterização com maior freqüência e em
intervalos menores.
15- Durante o banho, higienizar a região perineal com água e sabão, incluindo a junção do
cateter ao meato uretral.
16- O cateter de menor calibre que permita fluxo urinário adequado deve ser usado para
minimizar risco de traumatismos durante a cateterização.
17- O cateter deve ser mantido pelo menor tempo possível para reduzir o risco de infecção
e não há orientação quanto à troca rotineira (ex: quinzenal, mensal) do cateter urinário.
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18- A presença de piúria, bem como de alterações na cor ou no odor da urina em pacientes
assintomáticos com cateterização urinária não deve ser usada como indicação para
coleta de urinocultura ou uso de antibióticos.
19- A troca do cateter urinário está indicada em caso de piúria maciça (visível no sistema),
presença de resíduos visíveis no interior do sistema coletor sob risco de obstrução,
contaminação do sistema (ex: abertura da junção cateter e sistema coletor) e mau
funcionamento do sistema (obstrução ou vazamento).
20- Em caso de suspeita de infecção urinária relacionada a cateter, a amostra de urina para
cultura deverá ser coletada no ponto adequado de coleta existente no sistema de
drenagem. Neste caso, o cateter vesical somente deverá ser trocado se estiver inserido
por tempo superior a quatorze dias (realizando a coleta de urina após a inserção do
novo cateter) e em caso de candidúria trocar o cateter independente do tempo de
cateterização.
21- Bacteriúria assintomática (urinocultura com crescimento de um ou mais germes em
concentração acima ou igual a 1000 UFC/mL) em pacientes cateterizados não deve ser
tratada devido o risco de indução de germes multirresistentes, exceto em pacientes
transplantados renais recentes, com proposta de manipulação cirúrgica urológica e em
gestantes.
22- Esvaziar o saco coletor quando necessário, não permitindo que ultrapasse o limite de
segurança recomendado (2/3 da bolsa coletora).
23- No esvaziamento das bolsas coletoras recomenda-se a utilização de cálice graduado
individual. Na inviabilidade preconiza-se que o cálice seja lavado antes de ser
utilizado para o esvaziamento do próximo coletor.
24- Não encostar o tubo de drenagem da bolsa coletora no cálice graduado durante a
realização do esvaziamento da mesma.
25- Não é recomendada a técnica de exercício vesical para a retirada do cateter urinário.
26- A irrigação vesical com antissépticos ou antibióticos, bem como a sua aplicação direta
no saco coletor não são recomendadas. Em caso de tratamento de bola fúngica por
Candida, a irrigação vesical com anfotericina B pode ser empregada.
27- A irrigação vesical com soro fisiológico pode ser usada em casos de hematúria maciça
sob risco de obstrução do cateter. Porém em casos de obstrução do sistema por
coágulos, não está indicado irrigação para desobstrução e sim a troca do cateter
urinário.
28- Na situação onde houver a exteriorização do cateter o mesmo não poderá ser
reintroduzido. Trocar todo o sistema.
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