Hepatites Virais Agudas - Acadêmicos de Medicina 8° Período

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Universidade Federal de Mato Grosso
Professora Andréia Ferreira Nery
Médica Infectologista
Icterícia
• A icterícia é um dos principais sintomas das
hepatites agudas.
• A icterícia pode, e deve ser avaliada no
ambiente da atenção básica com exames
simples.
• Não constitui em si uma urgência.
Prof. Ms. Alex Miranda Rodrigues
Prof. Ms. Alex Miranda Rodrigues
Histórico
Hepatites Virais Agudas
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
Hipócrates: 400 a.c.
Surtos de icterícia – séculos XVII e XVIII
Blumberg (1967): Antígeno Austrália
Feinstone (1973): Microscopia eletrônica partículas HAV
Krugman (1975): modelo imperfeito de vacina hepatite B
1977: identificação HDV
 Freqüentemente associado com hepatite de evolução grave
 Prince e Feinstone(1974): Hepatites pós-transfusionais
NANB
 Alter e Houghton (1978-1989): HCV
 1983 – 1988: HEV
Definição
Hepatites Virais Agudas
 Infecção sistêmica que afeta predominantemente o
fígado.
 Inflamação e necrose dos hepatócitos
 Aumento do volume do fígado
 Formas de evolução:



Benigna
Prolongada
Grave
Etiologia
Hepatites Virais Agudas
 Infecções por vírus hepatotrópicos clássicos
 A,B,C,D,E

G,TT, SEM
 Infecções por vírus não relacionados às hepatites
clássicas, mas que causam hepatites em circunstâncias
especiais
 Ex: CMV, EBV, Dengue, Febre Amarela, HVZ, HSV, entre
outros
 Infecções por vírus altamente patogênicos
 Ex: Ebola, Marburg, entre outros
Etiologia
Hepatites Virais Agudas
• HAV
Mandell, Bennett, & Dolin: Principles and Practice of Infectious Diseases, 7th ed.,
Etiologia
Hepatites Virais Agudas
 HBV
Mandell, Bennett, & Dolin: Principles and Practice of Infectious Diseases, 7th ed.,
Etiologia
Hepatites Virais Agudas
 HCV
Mandell, Bennett, & Dolin: Principles and Practice of Infectious Diseases, 7th ed.,
Etiologia
Hepatites Virais Agudas
•HDV
Mandell, Bennett, & Dolin: Principles and Practice of Infectious Diseases, 7th ed.
Etiologia
Hepatites Virais Agudas
 HEV
Mandell, Bennett, & Dolin: Principles and Practice of Infectious Diseases, 7th ed.,
Epidemiologia
Hepatite A
 Doença auto-limitada
 Incidência anual parece ser de 1,5milhões de casos ou
150 casos para cada 100.00 habitantes
 Predomínio na infância
 Transmissão fecal-oral
 Precárias condições higiênicas e sanitárias
 Contatos domiciliares, viagens turísticas
 Preparo de alimentos por indivíduos contaminados
 Manuseio de crianças em creches
 Contato com parceiros sexuais contaminados
Epidemiologia
Hepatite B
 OMS: 200.000 novos casos anuais nos EUA.
 Destes, 30 a 50% são sintomáticos
 Pode evoluir para cronificação
 No Brasil – cerca de 4.000.000 milhões de infectados (principalmente na região
Amazônica, Norte e Nordeste)
 Presente em fluídos corporais e sangue de indivíduos com infecção aguda ou
crônica
 Pode atingir todos os grupos etários
 Transmissão parenteral
 Compartilhamento de agulhas e seringas e outros objetos perfurocortantes
 Exposição a sangue e hemiderivados
 Transplante de orgãos ou tecidos
 Transmissão pelo contato sexual
 Transmissão vertical
 Exposições de origem desconhecida
Epidemiologia
Hepatite C
 Cerca de 3% da população mundial está infectada
 Cerca de 170milhões de indivíduos
 No Brasil, cerca de 3 milhões de indivíduos infectados
 Assintomática na grande maioria das vezes
 Grande tendência à cronificação
 Transmissão parenteral
 Hemotransfusão, uso de drogas ilícitas, hemodiálise,
receptores de orgãos e tecidos transplantados,
acidente de trabalho
 Transmissão sexual
 Transmissão perinatal
Epidemiologia
Hepatite D
 Ocorre apenas em indivíduos HBsAg positivos
 Co-infecção
 Superinfecção
 Pode haver cronificação e hepatite fulminante
 Alta endemicidade na região da Amazônia Ocidental,
Ásia e África
 Transmissão semelhante à observada na hepatite B
 Parenteral
 Sexual
Epidemiologia
Hepatite E
 Auto-limitada
 Bom prognóstico
 Gestantes – elevada mortalidade
 Não evolui para cronicidade
 Predominante em adultos
 Transmissão fecal-oral
 Ingestão de água contaminada
 Rara a transmissão horizontal
 Surtos
 Países em desenvolvimento
 Clima quente
 Precárias condições sanitárias
 Ásia, Oriente Médio, África e México
Fisiopatologia
Hepatites Virais Agudas
Exposição do indivíduo aos vírus hepatotrópicos
Replicação viral nos hepatócitos com parasitismo
maciço
Comprometimento das funções hepáticas
Morte
celular
Liberação de substâncias pró-inflamatórias
Produção de marcadores biológicos
Ativação do
sistema imune
Estímulo à regeneração e à
fibrogênese
História Natural
Hepatites Virais Agudas
 Maioria são assintomáticas ou oligossintomáticas
 Manifestações clínicas são muito semelhantes entre os
diferentes tipos
 Determinar o agente viral responsável através da história
clínica
 Evolução para cura
 Evolução das hepatites virais agudas de evolução benigna
 Quatro fases:




1) Período de incubação
2) Fase prodrômica ou pré-ictérica
3) Fase ictérica
4) Fase de convalescença
Quadro Clínico
Hepatites Virais Agudas
 Curso clínico diferente para cada agente etiológico
 Depende da virulência da cepa viral e da resposta imune
do indivíduo
 1) Período de incubação
 Tempo que medeia a penetração do vírus no organismo e
o início dos sintomas
 Varia de acordo com o vírus
Quadro Clínico
Hepatites Virais Agudas
 2) Fase prodrômica ou pré - ictérica
 Persiste 3 a 10 dias
 Conjunto de sinais e sintomas não específicos que antecede o
aparecimento da icterícia








Pode não existir
Gripe-símile
Anorexia, náuseas, vômitos, diarréia, febre , cefaléia, mal-estar,
astenia, fadiga, mialgias
Dor em HD
Perversões do paladar e do olfato
Aversão a cigarro
Colúria
Crianças: tende a ser mais branda
Quadro Clínico
Hepatites Virais Agudas
 3) Fase ictérica
 Pode durar uma a duas semanas – até meses
 Icterícia marca o início- com diminuição gradativa dos
sintomas prodrômicos


Até a instalação definitiva da icterícia
O paciente pode voltar a se sentir bem
 Hepatomegalia dolorosa
 Colestase intra e extra celular – hipocolia fecal e prurido
cutâneo
 Aumento progressivo das transaminases desde o final do PI

Precede a elevação de bilirrubinas em uma a duas semanas
Quadro Clínico
Hepatites Virais Agudas
 4) Fase de convalescença
 Período que se segue ao desaparecimento da icterícia
 Sensação de bem-estar
 Fraqueza e astenia
 Sensação de desconforto no hipocôndrio direito
 Intolerância a alimentos gordurosos
 Recuperação completa após semanas
Quadro Clínico
Hepatites Virais Agudas
 Hepatite A
 95% dos casos - doença subclínica
 Forma anictérica é predominante
 Crianças tendem a desenvolver a forma anictérica
 Idade, carga viral e resposta imune – intensidade
 Confere imunidade permanente
 Em casos sintomáticos, pode haver evolução prolongada,
porém com resolução benigna e completa
Quadro Clínico
Hepatites Virais Agudas
 Hepatite A
FONTE: Pereira & Gonçalves (2003)
Quadro Clínico
Hepatites Virais Agudas
 Hepatite B
 50 % dos casos é subclínica
 Início insidioso
 Geralmente afebril
 Pródromos mais acentuados que a hepatite A
 Icterícia em 30 a 50% dos pacientes
 Fase icterícia mais prolongada
 Mais freqüente causador de hepatite fulminante
 Manifestações extra-hepáticas nos pródromos – artralgias,
artrite, exantemas e púrpuras.
 Bilirrubina sérica mais elevada que nas outras hepatites

Elevação ocorre duas a quatro semanas após o início do aumento de
AST/ALT
Quadro Clínico
Hepatites Virais Agudas
 Hepatite B
Fonte: Consenso Brasileiro Hepatite B, 2006
Quadro Clínico
Hepatites Virais Agudas
 Hepatite C
 Evolução silenciosa ou oligossintomáticos
 Mais de 95% dos casos são anictéricos
 Transaminases séricas flutuantes
 80% das vezes a infecção cronifica
Quadro Clínico
Hepatites Virais Agudas
 Hepatite C
Quadro Clínico
Hepatites Virais Agudas
 Hepatite D
 Icterícia somente na co-infecção e na dependência do
curso do VHB

Aguda, grave e fulminante
Quadro clínico
Hepatites Virais Agudas
 Hepatite E
 É assintomática na grande maioria das pessoas
 Sempre anictérica
 Pode causar hepatite fulminante em gestantes

20%
 Surtos epidêmicos
Diagnóstico
Hepatites Virais Agudas
 Clínico
 Anamnese e exame físico


Questionar pródromos e icterícia
História epidemiológica



Surto
Fatores de risco
Infecção prévia por outro vírus
 Laboratorial
 Exames inespecíficos

Hemograma



Discreta linfocitose
Linfócitos atípicos ( VHB)
Bioquímica


AST>ALT – cerca de 10 vezes o valor normal
Aumento de fosfatase alcalina e de GGT
Diagnóstico
Hepatites Virais Agudas
 Exames específicos
 Sorologias
 Hepatite A
 Anti HAV IgM e IgG
 Hepatite B
 HbsAg
 Anti-HBc IgM e IgG
 Hepatite C
 Anti-HCV
 RNA-HCV
 Hepatite D
 Anti- HDV IgM e IgG
 Hepatite E
 Anti-HEV IgM e IgG
Diagnóstico
Hepatites Virais Agudas
 Hepatite A
Prática Hospitalar. Ano X. Número 60. Nov – Dez/2008
Diagnóstico
Hepatites Virais Agudas
 Hepatite B
Prática Hospitalar. Ano X. Número 60. Nov – Dez/2008
Diagnóstico
Hepatites Virais Agudas
 Hepatite C
Prática Hospitalar. Ano X. Número 60. Nov – Dez/2008
Diagnóstico
Hepatites Virais Agudas
 Hepatite D
Prática Hospitalar. Ano X. Número 60. Nov – Dez/2008
Diagnóstico
Hepatites Virais Agudas
 Hepatite E
Prática Hospitalar. Ano X. Número 60. Nov – Dez/2008
Diagnósticos Diferenciais
Hepatites Virais Agudas
 Hepatites tóxicas
 Leptospirose
 Colestase reacional a infecção
 Colecistopatias e colangite
 Síndrome de Gilbert
 Processos expansivos neoplásicos ou granulomatosos
Tratamento
Hepatites Virais Agudas
 Repouso
 Evitar fazer esforço físico até a normalização das transaminases
 Deambular o mínimo possível
 Dieta
 Dieta variada
 Restrição de alimentos gordurosos e bebida alcoólica
 Medidas de suporte
 Suspender o uso de ACHO, hormônios , paracetamol, e outras
medicações
 Vitamina K 10 mg/dia por 3 dias – se TAP alargado
 HVC - Interferon convencional – 5.000.000UI/dia, por 4
semanas + 5.000.000UI, 3x/semana, por 20 semanas
 HVD – em estudo
Prevenção
Hepatites Virais Agudas
 Adequada estrutura de saúde pública
 Instalações sanitárias e higiênicas
 Vacinação
 Utilização de água fervida ou clorada
 Consumo de alimentos cozidos
 Lavar as mãos com água e sabão antes e após as
refeições
 Tratar os reservatórios de água
 Uso de preservativo
Bibliografia
 Mandell, Douglas, and Bennett's _Principles and
Practice of Infectious Diseases, 7th ed. - 2009 –
Churchill Livingstone, Editora Elsevier
 Tratado de Infectologia – Ricardo Veronesi e Roberto
Focaccia, 4ªedição, 2010, Editora Atheneu
 Harrison
- Medicina Interna_Fauci, Braunwald,
Kasper, Hauser, Longo, Jameson e Loscalzo, 17ª edição,
2009, Editora McGraw-Hill Interamericana do Brasil
OBRIGADA!
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