Discurso proferido pelo Deputado Dr. Heleno sobre: o dia mundial de prevenção e luta contra a hepatites virais. Discurso proferido pelo Deputado Dr. Heleno (PSDB-RJ) na sessão de de maio de 2002 Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados Volto à tribuna desta Casa para lembrar que no último dia 19 de maio, domingo próximo passado, foi comemorado, em todo o mundo, o “Dia Internacional de Prevenção e Luta contra as Hepatites Virais”. São 6 (seis) os tipos de hepatites já detectados no mundo: A-B-C-D-E-G. No Brasil há ocorrência dos tipos A-B-C. O tipo A, menos agressivo produz uma inflamação que acaba necrosando o fígado. A sua transmissão é feita via fecal-oral ou através de água contaminada. Já existe, no entanto, vacina segura e eficaz para esse tipo de hepatite mas, na maioria dos casos o próprio organismo, através de suas defesas, promove a cura do paciente. No tipo “B”, para o qual também existe vacina específica, quando não tratado poderá levar o paciente a um quadro de cirrose hepática ou a um câncer de fígado. Atualmente o tratamento da Hepatite B é feito através do Interferon Alfa, combinado a medicamentos imunomoduladores. O tipo “C”, um dos mais agressivos, para o qual ainda não existe vacina, o paciente poderá ficar vários anos assintomático e quando a descoberta é feita, o mesmo poderá já estar numa fase crônica ou até mesmo aguda da doença. Gostaria de destacar que, 20% dos infectados pelo vírus da Hepatite “C” conseguem desenvolver uma imunidade, curando-se naturalmente. Os demais, entretanto quando não tratados evoluem também para uma cirrose ou câncer de fígado. Há grande controvérsia quando ao número de infectados pelo vírus da Hepatite “C”. A Organização Mundial de Saúde (OMS) faz uma estimativa de 300 milhões em todo mundo, com cerca de 8 milhões no Brasil, o que significa dizer que, caso esse dado se confirme, são 10 (dez) vezes mais que o infectados pelo HIV. Senhor Presidente, Senhores Deputados, nobres colegas. É bom registrar que os aidéticos dispõem de um “coquetel” composto de cerca de 14 (catorze) medicamentos, disponíveis em todo o Brasil. No Caso da Hepatite “C” existem 2 (dois) medicamentos que estão sendo usados atualmente para a sua cura: A Ribavirina, o Interferon Alfa e que ainda não estão disponíveis para todos os pacientes infectados no Brasil. 2 Até mesmo na Capital Federal, os pacientes que são assistidos pelo Hospital de Base de Brasília, onde se formou uma excelente equipe para o tratamento dessa doença têm, algumas vezes sido obrigados a interromperem o seu tratamento por falta desses medicamentos, trazendo sérios prejuízos à cura do paciente. É importante destacar também que, na Hepatite “C” existem praticamente quatro tipos de vírus (1a, 1b, 2b. 1c ) sendo que alguns são mais agressivos que outros, não respondendo favoravelmente ao tratamento da Ribavirina asssociado ao Interferon Alfa. Isso levou os cientistas a pesquisarem um novo tipo de medicamento: o Interferon Peguilado que, por permanecer mais tempo no organismo tem trazido resultados mais positivos. Entretanto devido ao seu altíssimo custo (cerca de 30 vezes mais caro que o Interferon Alfa, que custa R$ 40,00), ainda não está disponibilizado nos hospitais públicos para os doentes. Temos, por várias vezes, assumido esta tribuna para falar sobre essa “gravíssima endemia”. Felizmente o Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, através do Ministro Barjas Negri ouviu os nosso clamores criando, no Ministério da Saúde um Programa Específico para tratar da questão das Hepatites Virais. 3 Domingo próximo passado, dia 19 de maio comemorouse o Dia Internacional de Prevenção e Luta contra as Hepatites Virais. Alguns doentes, presentes ao evento, e que ainda não conseguiram receber seus medicamentos demonstravam não vislumbrarem perspectivas de cura para o seus casos. No entanto, lá estavam eles, pacificamente, no Parque da Cidade, trocando experiência com aqueles que já iniciaram o tratamento. Tenho certeza, absoluta de que o Ministro da Saúde, Dr. Barjas Negri, com os seus competentes auxiliares saberão recuperar esse tempo perdido e, se for necessário até patentes serão quebradas em benefício dos portadores dessa terrível doença, a exemplo do que já ocorreu com os medicamentos da AIDS. E para encerrar, Senhor Presidente, gostaria de informar que dei entrada num Projeto-de-Lei para que os portadores de Hepatites Virais, já com descompensação orgânica sejam beneficiados com a retirada de parte do FGTS, para o seu tratamento, fato que já acontece com os portadores do HIV. Era o que eu tinha a dizer. Muito obrigado. 4