ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL... O PASSAPORTE PARA O FUTURO! Já em 390 a.C., Hipócrates, considerado o pai da medicina, dizia “que o teu alimento, seja o teu medicamento”. Nessa altura, alguns visionários, já eram capazes de compreender a importância da alimentação na prevenção e tratamento de inúmeras doenças. Esta visão tem vindo a conquistar cada vez mais importância e reconhecimento, sobretudo nas últimas décadas e, hoje em dia, assume uma perspectiva mais positiva e abrangente: a alimentação não só está directamente implicada na prevenção da doença como é responsável pela promoção da saúde e de bem-estar das populações. Assim sendo, o acto de comer, além de nos permitir ter energia para viver e nos proporcionar prazer, pode maximizar o nosso potencial genético e favorecer um pleno crescimento, desenvolvimento e amadurecimento, permitir a manutenção de uma boa forma física e equilíbrio emocional, aumentar a resistência à doença e contribuir para aumentar a duração e qualidade de vida. Não existe um único padrão de alimentação saudável, no entanto, existem recomendações que são comuns a uma alimentação promotora de saúde, que importa saber e promover no dia-a-dia. Assim: • Seguir uma alimentação completa, equilibrada e variada; • Fazer 5 a 6 refeições ao longo do dia: pequeno-almoço, meio da manhã, almoço, lanche, jantar (e ceia); procurando fazer intervalos, entre as refeições, de 3 a 3½ horas; • Começar o dia tomando sempre o pequeno-almoço, procurando fazer uma refeição completa: leite ou derivados, cereais ou derivados (pão, tostas, bolachas,...) e fruta; • Aumentar o consumo de frutas e vegetais! Criar o hábito de comer a sopa de legumes no início das refeições. Preencher cerca de metade do prato com saladas, legumes ou hortaliças, às principais refeições. Como sobremesa, preferir a fruta; • Moderar o consumo de carne! Preferir carnes magras, tais como aves e caça. Evitar enchidos e produtos de salsicharia. Preferir o peixe à carne, e procurar incluir peixe gordo (atum, arenque, salmão, sardinha, cavala,...) de 2 a 3 vezes por semana; • Reduzir o consumo diário de gorduras, principalmente gorduras saturadas e colesterol: carnes vermelhas, manteiga, natas, queijos gordos, charcutaria, folhados,... Preferir o azeite como principal fonte de gordura, para cozinhar ou temperar os alimentos. Não reutilizar gorduras que foram aquecidas a altas temperaturas (fritos); • Preferir os hidratos de carbono “complexos” aos “simples”: pão mais escuro (mistura, centeio, integral), batata, arroz, massa, leguminosas secas ou verdes (feijão, grão, ervilhas, favas,...), em vez de pão branco, cereais refinados, cereais de pequeno-almoço açucarados, bolachas, sumos e outros alimentos açucarados; • Reduzir, ou eliminar, a ingestão de açúcar, bebidas e alimentos açucarados: refrigerantes, sumos, bolos, rebuçados, gomas, chocolates,...; • Diminuir a ingestão de sal, não só pelo uso do sal em natureza quer pelo consumo de produtos salgados, tais como: salsicharia, charcutaria, enlatados, aperitivos, batatas fritas, bolachas, etc. • Procurar comer devagar, mastigando muito bem os alimentos; • Beber água em abundância, cerca de 1½ litros, ao longo do dia! Infusões, tisanas e chás, sem adição de açúcar, são formas saudáveis de beber água, ao contrário de bebidas alcoólicas e açucaradas, pois podem conter quantidades excessivas de calorias, açúcar, corantes e outros aditivos; • Muita atenção ao tipo de confecção culinária: preferir cozidos, grelhados e estufados em cru e com pouca gordura, evitar ao máximo os fritos! Privilegiar o uso de ervas aromáticas, especiarias e outros condimentos que dêem sabor aos alimentos, evitando adicionar gordura ou sal em excesso. Concluindo, a alimentação e a saúde não são difíceis de conciliar desde que se respeitem algumas regras simples. Não esquecer que uma alimentação saudável é importante para todos, em todas as idades e em todas as circunstâncias pois promove saúde e bem-estar, e que os factores ligados à alimentação e aos estilos de vida são os que têm mais peso na quantidade e qualidade de vida e que, por isso, vale mesmo a pena investir em “bem comer para melhor viver”. Elizabeth Marques Nutricionista