TÍTULO: Avaliação do pH das variedades de laranja na cidade de Caxias – MA a partir das massas de ácido ascórbico e ácido cítrico anidro na amostra de suco natural AUTORES: BEZERRA,E. A; GONÇALVES, I. L. (UEMA) RESUMO: RESUMO: Neste trabalho foram realizados testes para determinar o pH das amostras de suco natural das variedades de laranja encontradas em Caxias – MA e avaliá-lo em relação às massas dos ácidos ascórbico e cítrico anidro presentes. As medidas de pH foram feitas em amostras de suco concentrado e suco diluído em 50% e 25%, com uso de pHmetro. A titulação com solução de NaOH 0,1N determinou o ácido cítrico anidro e o método de Benetine, o ácido ascórbico. O pH foi de 3,75 a 5,57 para o suco concentrado que, como a massa de ácido cítrico, se comportou inversamente proporcional à massa de vitamina C. Os sucos diluídos tiveram pH entre 3,77 e 6,5. As variedades de laranja apresentaram pH diferente por conterem quantidades distintas de ácidos que estão em equilíbrio de massas definindo a acidez. PALAVRAS CHAVES: laranja, ph, ácidos INTRODUÇÃO: Laranja é o nome genérico dado à fruta que pertence ao grupo citrus (KUHN, 2006). Quase todas as variedades de laranja têm forma arredondada, casca fibrosa e polpa suculenta. A laranja doce (Citrus sinensis) foi levada para o continente europeu por volta do século XV da era cristã (MALAVOLTA, 1989). Todas as frutas podem ser consideradas grandes reservatórios de energia e nutrientes. A laranja é riquíssima em vitamina C e pectina, uma das frações de fibras vegetal importante na regulamentação do colesterol. É rica em vitamina do complexo B (LOURENZI, 1999). A laranja corrige a excessiva acidez do organismo, estimula o sistema circulatório, combate a inflamação das veias e ativa o trabalho das glândulas segregadoras de suco gástrico, facilitando, desta maneira, a digestão e funções intestinais. O ácido cítrico e ácido ascórbico são os principais ácidos presentes na laranja. O primeiro é um ácido tricarboxílico que funciona no organismo humano como agente tamponante e alcalinizante e o segundo é um antioxidante poderoso que exerce papel inestimável nos fenômenos óxidos-redutores, portanto um protetor aos danos do envelhecimento (oxidação) de todas as células e tecidos, beneficiando o rejuvenescimento e o desempenho das glândulas endócrinas. O consumo da laranja objetiva a obtenção desses ácidos, aos quais está ligada a acidez característica de cada variedade da fruta. E o objetivo desse trabalho é determinar o pH em variedades de laranja encontradas na cidade de Caxias-Ma e relacioná-lo as massas dos ácidos ascórbico e ácido cítrico encontrado, pois é necessário estudo que aponte a contribuição de cada ácido na promoção de tal acidez, deixando importante dados nutricionais e técnicos. MATERIAL E MÉTODOS: Este trabalho foi realizado na da cidade de Caxias-MA. Amostras das variedades de laranjas foram coletadas nos bairros Itapecuruzinho e Trizidela. No primeiro bairros foram coletas as variedades laranja baía, laranja seleta do campo e laranja lima tardia e no segundo laranja da terra e laranja westin, também conhecida como laranja da china ou laranja doce. Na zona comerciaria foram encontradas as variedades laranja lima e a laranja pêra, vindas da CEASA – PI. Todas as amostras foram coletadas pela manhã, no período das 09h às 10h entre 15 de janeiro e 09 de fevereiro de 2007. Depois de cada amostra descascada, e com o auxílio de um espremedor de fruta, extraiu-se 100mL do suco de cada amostra que foram analisadas com pHmetro da marca Digimed modelo DM-20, anotando os dados obtidos. Em seguida diluiu-se pela metade (50%) e para um quarto (25%) passando pelo mesmo procedimento, anotando os dados obtidos. Através de titulação com solução de NaOH 0,1N calculouse a concentração de ácido cítrico anidro em cada variedade de laranja e para o ácido ascórbico foi usado o método de Benetine. A avaliação foi feita comparando a variação do pH de cada amostra com a variação das massas de ácido ascórbico e ácido cítrico anidro encontradas nos sucos concentrados. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O pH foi mais ácido para a variedade pêra, 3,75, acima de 3,6 encontrado por TAVARES et al., (2000), e apresentou 50,55 mg/100g de ácido ascórbico e 0,889 g/100g de ácido cítrico. A laranja lima apresentou maior pH, 5,57, e massa de vitamina C, 56,71 mg/100g e segunda menor massa de ácido cítrico, 0,864 g/100g. As outras variedades tiveram pH entre 4,09 e 4,56, vitamina C entre 43,15 e 49,31 mg/100g e ácido cítrico anidro de 0,832 a 1,024 g/100g. Para este os valores estão próximos de 0,95 g/100g apresentado por TAVARES et al. (2000). As variedades de laranja tiveram pH de comportamento inverso à massa de vitamina C, exceto lima tardia e laranja lima. Estas mostram a variação da acidez relacionada à do ácido cítrico anidro. Com o aumento da quantidade de ácido ascórbico na variedade laranja lima, esperava-se uma queda do pH, mas o que vemos é um crescimento, no momento que há um decréscimo no ácido cítrico anidro. Na lima tardia há diminuição do ácido ascórbico, mas também há um aumento de ácido cítrico anidro e o pH cai. O comportamento entre os ácidos também é inverso, demonstrando a existência de um equilíbrio em relação às massas desses ácidos. Na diluição para 50% as variedades baía, seleta de campos e pêra tiveram um aumento no pH e as demais, diminuição. Nas amostras em 25% o pH foi mais elevado em relação à primeira diluição, com exceção da laranja pêra. O ácido cítrico é tamponante e alcalinizante, o que pode ter favorecido a pequena variação do pH das amostras. Observa-se que na variedade laranja lima, que apresentou maior massa de vitamina C e a segunda menor massa de ácido cítrico anidro, a variação da propriedade foi maior durante a diluição, mostrando influência do ácido ascórbico sobre a pequena quantidade de ácido cítrico. CONCLUSÕES: As variedades de laranja estudadas apresentaram pHs diferentes por conterem quantidades distintas de ácidos. As variedades de laranja têm seu pH definido pelo ácido ascórbico em equilíbrio de massa com o ácido cítrico anidro. Esse equilíbrio pode influenciar a variação do pH durante diluições dos sucos. AGRADECIMENTOS: Ao Departamento de Química e Biologia da Universidade Estadual do Maranhão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: KUHN, Ivete Bohn et al. Aproveitamento das frutas cítricas na alimentação. 2ª edição. Ed. Porto Alegre: EMATER/RS – ASCAR, 2006 67p. LOURENZI, Hercílio de. Laranja. Revistas Curas naturais. São Paulo: Editora Escala 1999. Ano 1 n.1 p.17. dez 1999. MALAVOLTA, Eurípedes. Nutrição mineral calagem, gessagem e adubação de citrus. Piracicaba-SP: 1989 TAVARES, José T. de Queiroz et al. Estabilidade do acido ascórbico em sucos de laranja submetidos a diferentes tratamentos. jan/dez. 2000. Disponível em: <www.magistra.ufba.br/publica/magist12/00-12-01c.html> Acesso em 05/01/2007. ABQ - Associação Brasileira de Química Av .Presidente Vargas, 633 sala 2208 - Centro Rio de Janeiro - RJ - Brasil Telef one:(21) 2224-4480 E-mail: abqev [email protected]