55º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 55º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 02 de setembro de 2009 Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 353 Associação entre cromossomo B e X durante a divisão meiótica de Xyleus discoideus angulatus (Romaleidae) Machado, C1; Loreto, V1,; Souza, MJ1 Departamento de Genética, CCB/UFPE. [email protected] 1 Palavras-chave: Cromossomo extra, Gafanhoto, Meiose, Mecanismo de manutenção Pareamento aquiasmático Os cromossomos B são elementos genéticos adicionais no cariótipo de algumas espécies e se caracterizam por um comportamento não-mendeliano de herança e pela ausência de homologia com os demais membros do complemento cromossômico. Devido à grande variação quanto à morfologia e tamanho, os cromossomos B têm sido agrupados em categorias. A mais comum é constituída por macrocromossomos heterocromáticos bastante similares ao cromossomo X. É o caso do cromossomo extra encontrado em diferentes populações do gafanhoto Xyleus discoideus angulatus. Além das semelhanças quanto à morfologia, tamanho e heteropicnose, foram visualizadas associações entre o cromossomos B e X nessa espécie. Por regra, os cromossomos extras não formam pares e sua manutenção é principalmente baseada em um comportamento individual como univalente durante a meiose. Para compreender se a ocorrência do pareamento aquiasmático entre B e X em X. d angulatus decorre de uma associação não preferencial ou de um mecanismo de manutenção, uma vez que a hipótese de origem já foi descartada por estudos anteriores, foi analisada a freqüência de associação entre esses cromossomos em diferentes fases da meiose de machos da espécie. Para o presente estudo foram usados vinte e quatro exemplares, proveniente de diferentes populações naturais do estado de Pernambuco, portando o cromossomo B. As preparações citológicas foram feitas a partir de esmagamento de folículos testiculares, corados com orceína lacto-acética a 2%. Para cada indivíduo foram analisados em média 6 folículos. Os resultados revelaram que dos 24 exemplares estudados, 23 apresentavam um único cromossomo B e em apenas um indivíduo ocorreu uma variação intra-individual de 0 a 2 cromossomos B. Independente da quantidade de cromossomos extras encontrado no cariótipo, todos os indivíduos apresentaram células cujos dois elementos encontravam-se associados. Foram analisadas um total de 3215 células, das quais 2012, cerca de 62,6%, apresentaram associações de dois tipos: ponta-a-ponta e lado-a-lado entre o cromossomo B e X, esta última sendo a mais freqüente. Outra característica importante foi que estas associações ocorreram principalmente no início do ciclo meiótico (prófase I, leptóteno – 72%) e com o avanço da divisão celular a freqüência de associação diminuiu gradativamente até alcançar 36,6% durante a metáfase I. A ocorrência de associações, preferencialmente durante os estágios mais iniciais da meiose, provavelmente é resultante da necessidade que o cromossomo extra tem de possuir estratégias para se manter no genoma. Dessa forma, a associação impede a ocorrência de erros durante a orientação cromossômica na placa equatorial (metáfase I) aumentando assim a eficiência de transmissão do cromossomo B para as células-filhas. Apoio Financeiro: CNPq e FACEPE Acreditava-se que a existência da similaridade e a ocorrência de associação meiótica entre B e X, em X. d. angulatus, fossem devido à origem do cromossomo B, cujo ancestral seria o cromossomo sexual. Entretanto, estudos anteriores corroboram uma possível origem autossômica para esse elemento supernumerário em Xyleus discoideus angulatus.