CAPÍTULO 1. CURVAS NO E 2 E NO E 3 10 1.3 Comprimento de arco Seja γ : [a, b] → V uma curva não necessariamente regular. Consideremos P ([a, b]) o conjunto de todas as partições de [a, b] . Uma partição © ª P = a = t0 < t1 < ... < tn(P ) = b ∈ P ([a, b]) determina uma sequência de pontos γ t0 , γ t1 , γ t2 , ..., γ tn , no traço de γ que definem uma poligonal com comprimento dado por n(P ) S (P ) = X i=1 kγ (ti ) − γ (ti−1 )k . Observamos que se P1 , P2 ∈ P ([a, b]) e P1 é um refinamento de P2 então S (P1 ) ≥ S (P2 ) . Definição 1.28 Nas condições anteriores, dizemos que γ é uma curva retificável quando o conjunto {S (P ) : P ∈ P ([a, b])} é limitado superiormente. Neste caso definimos o comprimento da curva γ como sendo o número L = sup {S (P ) : P ∈ P ([a, b])} . Exemplo 1.29 Provemos que a curva γ (t) = (t, t2 ) , 0 ≤ t ≤ 1, é retificável. 1.3. COMPRIMENTO DE ARCO 11 © ª Seja P = 0 = t0 < t1 < ... < tn(P ) = 1 ∈ P ([a, b]) , temos n(P ) S (P ) = X i=1 n(P ) = = kγ (ti ) − γ (ti−1 )k X °¡ ¢° ° ti − ti−1 , t2i − t2i−1 ° i=1 n(P ) h ¡2 ¢2 i 12 2 (ti − ti−1 ) + ti − ti−1 X i=1 n(P ) ≤ ≤ 2 X£ ¯ ¯¤ |ti − ti−1 | + ¯t2i − t2i−1 ¯ i=1 n(P ) X |ti − ti−1 | (1 + ti + ti−1 ) i=1 n(P ) ≤3 X i=1 |ti − ti−1 | = 3. Logo para qualquer P ∈ P ([a, b]) temos S (P ) ≤ 3 e portanto γ é retificável. Exemplo 1.30 Seja γ (t) = (x (t) , y (t)) , onde x (t) = t se t ∈ [0, 1] e y (t) = ( 1 t cos , se t ∈ (0, 1] . t 0, se t = 0 Graficamente temos y 0.4 0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 x -0.2 Para cada n ∈ N, consideremos ½ ¾ 1 1 1 1 1 P = 0, , , , ..., , , 1 , (n − 1) π (n − 2) π (n − 3) π 2π π CAPÍTULO 1. CURVAS NO E 2 E NO E 3 12 Temos ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ 1 1 1 S (P ) ≥ ¯¯ cos (n − 1) π ¯¯ + ¯¯ cos (n − 2) π − cos (n − 1) π ¯¯ (n¯ − 1) π (n − 2) π ¯ (n − 1)¯π ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ 1 1 1 + ¯¯ cos (n − 3) π − cos (n − 2) π¯¯ + · · · + ¯¯cos 1 − cos π ¯¯ (n − 3) π (n − 2) π π ¯ n−2 ¯ X ¯1 ¯ 1 ¯ cos jπ − ≥ cos (j + 1) π ¯¯ ¯ jπ (j + 1) π j=1 ¯ ¯ n−2 ¯ j j+1 ¯ X (−1) (−1) ¯ ¯ = − ¯ ¯ ¯ jπ (j + 1) π ¯ ≥ j=1 n−2 X 2 π Como a série j=1 ∞ X j=1 1 . j+1 1 é uma série divergente, segue desta desigualdade que o conjunto j+1 {S (P ) : P ∈ P ([a, b])} não é limitado superiormente. Portanto a curva não é retificável. Proposição 1.31 Se γ : [a, b] → V é uma curva regular então γ é retificável. Prova. Seja {e1 , e2 } uma base ortonormal de V e γ (t) = x (t) e1 + y (t) e2 . Consideremos © ª P = a = t0 < t1 < ... < tn(P ) = b ∈ P ([a, b]) . Temos n(P ) S (P ) ≤ X i=1 [|x (ti ) − x (ti−1 )| + |y (ti ) − y (ti−1 )|] . (1.2) Como γ é regular, podemos aplicar o Teorema do Valor Médio em cada sub-intervalo [ti−1 , ti ], obtendo a existência de ξ i , η i ∈ (ti−1 , ti ) tais que x (ti ) − x (ti−1 ) = x0 (ξ i ) (ti − ti−1 ) , e y (ti ) − y (ti−1 ) = y 0 (η i ) (ti − ti−1 ) . Usando o resultado de (1.3) em (1.2)obtemos n(P ) S (P ) ≤ X i=1 [|x0 (ξ i )| + |y 0 (η i )|] (ti − ti−1 ) . Mas x0 e y 0 são limitadas em [a, b] , logo da última desigualdade segue n(P ) S (P ) ≤ k X i=1 (ti − ti−1 ) = k (b − a) , onde k = max [|x (ξ i )| + |y (η i )|] . Isto mostra que γ é retificável. ¤ [a,b] 0 0 (1.3) 1.3. COMPRIMENTO DE ARCO 13 Proposição 1.32 Se γ : [a, b] → V é uma curva regular então o comprimento de arco de γ é dado por Z b L= kγ 0 (t)k dt. a Prova. Consideremos {e1 , e2 } uma base ortonormal de V e γ (t) = x (t) e1 + y (t) e2 . Seja ε > 0. Da definição de integral segue a existência de δ 1 > 0 tal que para toda P ∈ P ([a, b]) com |P | < δ 1 , existem θi ∈ (ti−1 , ti ) tais que ¯ ¯ ¯Z b ¯ n(P ) X ¯ ¯ 0 0 ¯ ¯ < ε. (1.4) kγ (t)k dt − kγ (θ )k (t − t ) i i i−1 ¯ ¯ a ¯ ¯ i=1 Da Proposição 1.31 temos γ retificável e L = sup {S (P ) : P ∈ P ([a, b])} , logo existe P1 ∈ P ([a, b]) tal que |S (P1 ) − L| < ε. (1.5) Como x0 e y 0 são uniformemente contínuas em [a, b] , existe δ 2 > 0 tal que para todos s, t ∈ [a, b] com |s − t| < δ 2 temos |x0 (s) − x0 (t)| < ε e |y 0 (s) − y 0 (t)| < ε. (1.6) Seja P2 um refinamento de P1 com |P2 | < min {δ 1 , δ2 } . De (1.5) segue |S (P2 ) − L| < ε. (1.7) Pelo Teorema do Valor Médio, existem ξ i , η i ∈ (ti−1 , ti ) tais que n(P2 ) S (P2 ) = X i=1 kx0 (ξ i ) e1 + y 0 (η i ) e2 k (ti − ti−1 ) . Temos ¯ ¯ ¯ n(P ¯ n(P2 ) X ¯ X2 ) 0 ¯ 0 ¯S (P2 ) − kγ (θi )k (ti − ti−1 )¯¯ ≤ [|x (ξ i ) − x0 (θi )| + |y 0 (η i ) − y 0 (θi )|] (ti − ti−1 ) . ¯ ¯ ¯ i=1 i=1 Como ξ i , η i , θi ∈ (ti−1 , ti ) e |P2 | < δ 2 , segue de (1.6) que |x0 (ξ i ) − x0 (θi )| < ε e |y 0 (η i ) − y 0 (θi )| < ε. Assim ¯ ¯ ¯ ¯ n(P2 ) X ¯ ¯ 0 ¯ < 2ε (b − a) . ¯S (P2 ) − kγ (θ )k (t − t ) i i i−1 ¯ ¯ ¯ ¯ i=1 (1.8) CAPÍTULO 1. CURVAS NO E 2 E NO E 3 14 Como |P2 | < δ 1 , segue de (1.4)que ¯ ¯ ¯Z b ¯ n(P2 ) X ¯ ¯ 0 0 ¯ ¯ < ε. kγ (t)k dt − kγ (θ )k (t − t ) i i i−1 ¯ ¯ ¯ a ¯ i=1 (1.9) Temos ¯ ¯ ¯ ¯ n(P2 ) ¯ ¯ X ¯ ¯ R ¯ ¯ b kγ 0 (θi )k (ti − ti−1 )¯¯ ¯L − a kγ 0 (t)k dt¯ ≤ |S (P2 ) − L| + ¯¯S (P2 ) − ¯ ¯ i=1 ¯ ¯ ¯ ¯ n(P2 ) X ¯R b ¯ 0 0 + ¯¯ a kγ (t)k dt − kγ (θi )k (ti − ti−1 )¯¯ , ¯ ¯ i=1 logo de (1.7), (1.8) e (1.9) que ¯ Z ¯ ¯L − ¯ b a ¯ ¯ kγ (t)k dt¯¯ < (1 + 2 (b − a)) ε, 0 e pela arbitrariedade de ε obtemos a igualdade desejada. ¤ Nota 1.33 Devemos provar que o número obtido na Proposição 1.32, Z b L= kγ 0 (t)k dt, a independe da parametrização considerada. Para isso consideremos as parametrizações regulares γ 1 : [a, b] → V e γ 2 : [c, d] → V com γ 2 (ξ) = γ 1 (g (ξ)) , onde g : [c, d] → [a, b] é uma aplicação mudança de parâmetro regular. 1. Suponhamos g0 (ξ) > 0. Neste caso g é estritamente crescente, logo g (c) = a e g (d) = b. Temos: Z d Z d 0 kγ 2 (ξ)k dξ = g0 (ξ) kγ 01 (g (ξ))k dξ, ξ=c ξ=c fazendo a mudança de variável t = g (ξ) segue Z g(d) Z Z d 0 0 kγ 2 (ξ)k dξ = kγ 1 (t)k dt = ξ=c como queríamos. 2. O caso g 0 (ξ) < 0 é análogo. t=g(c) b t=a kγ 01 (t)k dt, 1.3. COMPRIMENTO DE ARCO 15 Exemplo 1.34 Determinemos o comprimento de arco de γ : [0, 1] → R2 onde γ (t) = (t, ln (cos t)) . Temos µ ¶ sen t 1 0 γ (t) = 1, − e kγ 0 (t)k = . cos t cos t Logo Z ¤ dt = ln |tan t + sec t| 1t=0 = ln |tan 1 + sec 1| . 0 cos t µ ¶ 1 2 2 3 Exemplo 1.35 Seja γ (t) = t , t − t , 0 ≤ t ≤ 2. Determinemos o comprimento 3 2 de arco de γ. Temos ¶ µ 1 1 0 2 e kγ 0 (t)k = 2t2 + , γ (t) = 2t, 2t − 2 2 L= logo 1 ¸ Z 2· 1 19 2 L= 2t + dt = . 2 3 0 CAPÍTULO 1. CURVAS NO E 2 E NO E 3 16 1.4 Reparametrização pelo comprimento de arco Seja γ : [a, b] → V uma curva regular. Definimos a função comprimento de arco por w : [a, b] → [0, L] , w (t) = Z t σ=a kγ 0 (σ)k dσ. (1.10) Como w0 (t) = kγ 0 (t)k , (1.11) segue que w ∈ C 1 ([a, b]) , é injetiva e sobrejetiva. Consideremos a aplicação inversa g = w−1 : [0, L] → [a, b] , s = w (t) 7→ t = w−1 (s) = g (s) . Pelo Teorema da Função Inversa segue que g ∈ C 1 ([0, L]) e 1 d ¡ −1 ¢ 1 w (s) = 0 = 0 . ds w (g (s)) kγ (g (s))k g 0 (s) = (1.12) Definição 1.36 Nas condições anteriores consideramos a reparametrização X : [0, L] → V, X (s) = γ (g (s)) , que é denominada reparametrização pelo comprimento de arco (rpca) de γ. Exemplo 1.37 Seja γ (t) = (cos 3t, sen 3t) , 0 ≤ t ≤ π/2. Determinemos a rpca de γ. Temos γ 0 (t) = (−3 sen 3t, 3 cos 3t) e kγ 0 (t)k = 3, logo w (t) = Z t 3 dσ = 3t, w (0) = 0 e w (π/2) = 3π/2. 0 A aplicação inversa é g = w−1 : [0, 3π/2] → [0, π/2] , g (s) = s/3, e a rpca é dada por X : [0, 3π/2] → R2 , X (s) = γ (g (s)) = (cos s, sen s) . Observemos que X 0 (s) = (− sen s, cos s) e kX 0 (s)k = 1, ∀s ∈ [0, 3π/2] . 1.4. REPARAMETRIZAÇÃO PELO COMPRIMENTO DE ARCO 17 Exemplo 1.38 Determinemos a rpca de γ (t) = (et cos t, et sen t) , 0 ≤ t < ∞. Temos √ γ 0 (t) = et (cos t − sen t, sen t + cos t) e kγ 0 (t)k = 2et , logo Z t√ √ ¡ ¢ w (t) = 2eσ dσ = 2 et − 1 , w (0) = 0 e lim w (t) = ∞. t→∞ 0 Assim a aplicação inversa é g = w−1 : [0, ∞) → [0, ∞), g (s) = ln à √ ! s+ 2 √ , 2 e a rpca é dada por X : [0, ∞) → R2 ,onde à à à √ !! √ !!! √ !à à à s+ 2 s+ 2 s+ 2 √ √ √ cos ln , sen ln . X (s) = γ (g (s)) = 2 2 2 Observamos que também neste exemplo se tem kX 0 (s)k = 1, ∀s ∈ [0, ∞). Proposição 1.39 Se γ : [a, b] → V é uma curva regular e X : [0, L] → V a reparametrização pelo comprimento de arco de γ, então kX 0 (s)k = 1, ∀s ∈ [0, L] . Prova. Da definição temos ¢ ¡ X (s) = γ w−1 (s) , onde w é como em (1.10). Pelo Teorema da função composta temos X 0 (s) = Por (1.12) segue X 0 (s) = d ¡ −1 ¢ d ¡ −1 ¢ w (s) γ w (s) . ds dt 1 kγ 0 (w−1 (s))k de onde se conclui a igualdade desejada. ¤ ¢ ¡ γ 0 w−1 (s) , Definição 1.40 Uma parametrização regular γ : [a, b] → V tal que kγ 0 (t)k = 1, para todo t ∈ [a, b] , é chamada parametrização natural. CAPÍTULO 1. CURVAS NO E 2 E NO E 3 18 1.5 Curvatura e referencial de Frenet Definição 1.41 Seja γ : [a, b] → V uma curva regular e X : [0, L] → V sua parametrização pelo comprimento de arco, X (s) = (x1 (s) , x2 (s)) . 1. Definimos o vetor tangente unitário à X em s como sendo o vetor T (s) = X 0 (s) = d X (s) . ds 2. Se X ∈ C 2 ([0, L]) definimos a curvatura de X em s por k (s) = kT 0 (s)k = kX 00 (s)k . 3. Nos pontos onde k (s) 6= 0, definimos o vetor normal unitário à X em s como sendo o vetor 1 T 0 (s) . N (s) = k (s) Nota 1.42 Sejam γ e X como na Definição 1.41 1. Os vetores T (s) e N (s) são ortogonais pois 1 = kT (s)k2 = hT (s) , T (s)i , ∀s ∈ [0, L] , assim, derivando com respeito à s segue 0 = hT 0 (s) , T (s)i , ∀s ∈ [0, L] . 2. Nos pontos em que k (s) 6= 0, está bem definido um sistema de coordenadas cartesianas ortonormal {Xs , T (s) , N (s)} , chamado referencial de Frenet. 3. Da Definição 1.41 segue que T 0 (s) = k (s) N (s) . 4. Se X é de classe ≥ 3 e k (s) 6= 0, ∀s ∈ [0, L] , podemos escrever N 0 (s) = α (s) T (s) + β (s) N (s) , onde α (s) = hN 0 (s) , T (s)i e β (s) = hN 0 (s) , N (s)i . (1.13) 1.5. CURVATURA E REFERENCIAL DE FRENET 19 Como kN (s)k = 1, ∀s ∈ [0, L] , obtemos β (s) = hN 0 (s) , N (s)i = 0. Como hN (s) , T (s)i = 0, ∀s ∈ [0, L] , obtemos α (s) = hN 0 (s) , T (s)i = − hN (s) , T 0 (s)i = −k (s) . Concluimos, então, que N 0 (s) = −k (s) T (s) . (1.14) As equações em (1.13) e (1.14) são denominadas Equações de Frenet para curvas no E 2 . 5. Se X é de classe ≥ 2, k (s) mede o quanto a curva se afasta da reta tangente no instante s. Vejamos isso: Temos ° ° °d ° ° k (s) = ° T (s)° ° ds ° ° ° T (s + 4s) − T (s) ° ° = lim4s→0 ° ° ° 4s 2 sin 4θ/2 = lim4s→0 4s 4θ sin 4θ/2 = lim4s→0 4s 4θ/2 d = θ (s) . ds Exemplo 1.43 Seja γ : [0, π/2] → R2 onde γ (t) = (cos 3t, sen 3t) . Determinemos os vetores tangente e normal à γ. Vimos que a reparametrização pelo comprimento de arco é X : [0, 3π/2] → R2 onde X (s) = (cos s, sen s) . CAPÍTULO 1. CURVAS NO E 2 E NO E 3 20 Logo d T (s) = X (s) = (− sen s, cos s) , ds d T (s) = (− cos s, − sen s) , ds ° ° °d ° ° k (s) = ° ° ds T (s)° = 1, 1 d N (s) = T (s) = (− cos s, − sen s) . k (s) ds Nota 1.44 Os vetores T (s) e N (s) foram definidos a partir de uma reparametrização pelo comprimento de arco. Muitas vezes é difícil encontrar essa reparametrização. Vejamos como evitar essa dificuldade com o exemplo abaixo. Exemplo 1.45 Seja γ : [1, ∞) → R2 , onde µ 2 3¶ t t γ (t) = , . 2 3 Se X (s) é a reparametrização pelo comprimento de arco de γ então Z t −1 X (s) = γ (g (s)) , onde g (s) = w (s) , w (t) = kγ 0 (σ)k dσ. 1 Logo T (s) = d d d X (s) = (g (s)) γ (g (s)) . ds ds dt No nosso caso temos logo Assim Temos e portanto √ ¡ ¢ γ 0 (t) = t, t2 , e w0 (t) = kγ 0 (t)k = t 1 + t2 , ¡ 2¢ 1 1 (1, t) , onde t = g (s) . t, t = √ T (s) = √ t 1 + t2 1 + t2 · ¸ d d 1 d √ T (s) = g (s) (1, t) 2 ds dt 1+t µ ds ¶ √ 1 −t t 1 2 √ = √ , 1 + t − t√ t 1 + t2 1 + t2 1 + t2 1 + t2 1 = (−t, 1) . t (1 + t2 )2 ° ° ° °d 1 ° = , k (s) = ° T (s)° ° ds t (1 + t2 )3/2 N (s) = 1 (1 + t2 )1/2 (−t, 1) .