Objetos de aprendizagem como ambientes interativos de aprendizagem Prof. Me. Wagner Antonio Junior Secretaria Municipal da Educação de Bauru e-mail: [email protected] Pôster Pesquisa em andamento A sociedade da informação e do conhecimento enfrenta o problema de armazenamento e distribuição de informações por meios digitais. A informação é preciosa, mas momentânea e rapidamente atualizável. Quando falamos em educação, esses problemas ficam mais evidentes, principalmente se considerarmos os paradigmas de conhecimento, ciência e produção cultural. Ampliar e diversificar a interação de conteúdos científicos no processo de ensino e aprendizagem utilizando a tecnologia é um desafio para os pesquisadores e professores. Dentre os estudos e possibilidades que surgiram nessa área, podemos destacar os Objetos de Aprendizagem. A definição dos Objetos de Aprendizagem se configura como construções virtuais, programadas, que permitem design, cores, movimento, efeitos utilizando outras linguagens de computação. Formam um constructo de informações e saberes que têm por objetivo facilitar o processo de ensino e aprendizagem, exatamente pela mediação técnica das tecnologias. Segundo Wiley (apud BECK, 2002), Objetos de Aprendizagem são qualquer recurso digital que possa ser reutilizado para o suporte ao ensino. A principal idéia dos Objetos de Aprendizado é quebrar o conteúdo educacional em pequenos pedaços que possam ser reutilizados em diferentes ambientes de aprendizagem, em um espírito de programação orientada a objetos. O termo objeto educacional, learning object, geralmente aplica-se a materiais educacionais projetados e construídos em pequenos conjuntos com vistas a maximizar as situações de aprendizagem em que o recurso pode ser utilizado. A ideia básica é a de que os objetos sejam como blocos com os quais será construído o contexto de aprendizagem. Em Sá Filho e Machado (2003), a definição para Objetos de Aprendizagem se destaca em recursos digitais, que são usados, reutilizados e combinados com outros objetos para formar um ambiente de aprendizado rico e flexível. Seu uso pode reduzir o tempo de desenvolvimento, diminuir a necessidade de instrutores especialistas e os custos associados com o desenvolvimento baseado em web. Esses Objetos de Aprendizagem podem ser usados como recursos simples ou combinados para formar uma unidade de instrução maior. Além da conceituação, destacamos também as características e os elementos que compõe os objetos em sua estrutura e operacionalidade. Segundo Bettio (2000, p.02), são eles: a flexibilidade; a facilidade para atualização; customização, pois o próprio professor pode adaptar o material às suas necessidades; o uso em quaisquer das diversas áreas; a interoperabilidade que é a reutilização dos objetos em plataformas e ambientes em qualquer espaço mundial; indexação e procura. Atualmente se faz necessário pensar a formação de professores com uma proposta que amplie os usos da tecnologia como potencializadora do processo de ensino e aprendizagem. A partir dos elementos destacados no âmbito da tecnologia, existem diretrizes para trabalhos de investigação na área dos objetos e o ensino mediado por tecnologias na formação docente. O primeiro elemento que compõe as diretrizes é a interdisciplinaridade. Segundo Fazenda (1991), a interdisciplinaridade mostra-se fundamentada na intersubjetividade, tornando-se presença mediante a linguagem como forma de comunicação e expressão humana. Assim, a interdisciplinaridade passa a ser viabilizada com base nas possibilidades das tecnologias. O segundo elemento é a teoria dos estilos de aprendizagem. Os estilos de aprendizagem em Alonso, Gallego e Honey (1994) são os traços cognitivos, afetivos e fisiológicos que servem como indicadores relativamente estáveis de como os alunos percebem, interacionam e respondem a seus ambientes de aprendizagem. Os estilos de aprendizagem são: o ativo, o reflexivo, o teórico e o pragmático. São essenciais para os docentes porque repercutem em sua maneira de ensinar. Isso é essencial para definir metodologias e aqui, em especial, tendências do trabalho pedagógico na virtualidade. 1 Segundo as análises de Alonso e Gallego (2002), os estilos de aprendizagem para o trabalho na virtualidade são preciosos na estruturação e desenvolvimento de atividades. Essa teoria se fundamenta numa linha educativa prática e de uso das tecnologias para a construção do conhecimento. O terceiro elemento que destacamos é a interatividade, que nas análises de Silva (2001) expressa a bidirecionalidade entre emissores e receptores, a troca e a conversação. O autor distingue duas acepções: interatividade tecnológica, em que prevalece o diálogo, a comunicação e a troca de mensagens; e interatividade situacional, definida pela possibilidade de agir-inferir no programa e/ou no conteúdo. A interatividade pressupõe uma ação de troca de informações, mensagens, análises, sugestões. As referências científicas destacadas nos elementos que compõem as diretrizes para a construção de Objetos de Aprendizagem têm por meta ampliar as possibilidades de níveis superiores no desenvolvimento da cultura de uso da tecnologia em uma perspectiva de construção de conhecimento. Para tanto, a construção de parâmetros didáticos e metodológicos da elaboração de materiais virtuais para o processo de ensino e aprendizagem utiliza os Objetos de Aprendizagem não só para os docentes em cursos presenciais, como complemento ou objeto de pesquisa e discussão dos conteúdos, como também em cursos de educação a distância, e-learning, b-learning, m-learning e em plataformas virtuais, enfim, cursos de formação de professores tanto inicial como continuada. O tema dessa pesquisa é a formação continuada de professores com uso de Objetos de Aprendizagem virtuais. O problema aqui destacado é a aplicação desses Objetos de Aprendizagem na formação continuada de professores que atuam na Educação Básica. O objeto de pesquisa os próprios docentes do Ensino Básico. A hipótese que norteia esse trabalho constitui-se na questão norteadora: é viável a aplicação de Objetos de Aprendizagem virtuais na formação continuada de professores da Educação Básica? Pretende-se desenvolver essa investigação sob o enfoque do método descritivo, por meio da pesquisa qualitativa, nas etapas: a) pesquisa bibliográfica e b) pesquisa de campo. Para Lakatos e Marconi (2001), a pesquisa bibliográfica viabiliza meios para resolver problemas, possibilitando explorar novas áreas onde existem questões que 2 ainda não se cristalizaram completamente. Assim, espera-se que a pesquisa bibliográfica permita estruturar melhor um estudo exploratório. Concluído esse estudo bibliográfico ocorrerá a pesquisa de campo, que na análise de Minayo (1994), se apresenta como uma possibilidade de conseguirmos aproximação com aquilo que desejamos conhecer e estudar, criando um conhecimento da realidade presente no campo. Assim, buscaremos no campo os subsídios para análise do fenômeno abordado. A pesquisa pretende estruturar sua busca de dados por amostragem. Na assertiva de Rudio (2002), com uma amostragem, julga-se comprovar a realidade do todo com base nos resultados obtidos de um menor número de elementos. O instrumento de coleta de dados a ser utilizado na pesquisa de campo será o questionário, contendo questões fechadas e abertas. De acordo com a metodologia proposta por Lakatos e Marconi (2001), o questionário constitui-se de uma série ordenada de perguntas a serem respondidas por escrito e sem a presença do pesquisador. O trabalho de campo será realizado com docentes das escolas públicas de Ensino Básico em um município no interior do estado de São Paulo, tendo duração aproximada de seis meses. PALAVRAS-CHAVE: Educação básica; Objetos de aprendizagem; Estilos de aprendizagem. REFERÊNCIAS ALONSO, C.M.; GALLEGO, D.J.; HONEY, P. Los estilos de aprendizaje: procedimentos de diagnóstico y mejora. Madrid: Mensagero, 1994. ALONSO, C.M.; GALLEGO, D.J. Aprendizaje y ordenador. Madrid: Dykinson, 2002. BECK, R.J. Learning objects: what? Center for Internation Education. University of Winsconsin. Milwaukee, 2001. BETTIO, R. W. de. Avaliações gráficas e dinâmicas aplicadas a ambientes virtuais de aprendizagem. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). UFSC, Florianópolis, 2003 3 FAZENDA, I (Org.). Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 1991. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2001. MINAYO, M.C.S. et al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes, 1994. RUDIO, F.V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: Vozes, 2002. SÁ FILHO, C. S.; MACHADO, E, de C. O computador como agente transformador da educação e o papel do objeto de aprendizagem. Disponível em: <http://www.abed.org.br/seminario2003/texto11.htm>, Acesso em: 30 mai. 2007. SILVA, M. Sala de aula interativa. 2.ed. Rio de Janeiro: Quartet, 2001 4