AMBIENTES VIRTUAIS NA ORGANIZAÇÃO

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AMBIENTES VIRTUAIS NA ORGANIZAÇÃO APRENDENTE
GURSKI, Clara – Mestranda- PUC-PR - [email protected]
FREITAS, Débora Regina do Nascimento de, Mestranda- PUC-PR - [email protected]
TOZETTO, Joseli Monteiro - Mestranda- PUC-PR [email protected]
CAMPOS, Kelly Christie Marques de - Mestranda- PUC-PR - [email protected]
ZANIOL, Paulo D’assumpção - Mestrando- PUC-PR [email protected]
MATOS, Elizete Lúcia Moreira – Professora Doutora PUC-PR [email protected]
RESUMO
Desde que as tecnologias de comunicação e informação começaram a se expandir pela sociedade,
aconteceram muitas mudanças nas maneiras de ensinar e de aprender. Nesta nova sociedade, não se
concebe mais a idéia de linearidade do pensamento, como há muito tempo, pois o conhecimento é
construído numa constante relação e conexão de informações. O presente artigo propõe uma
reflexão sobre a organização aprendente, que se caracteriza pela produção intelectual, com uso
intensivo das tecnologias da informação e comunicação, exigindo novas formas de ensinar,
aprender e produzir conhecimento e onde a utilização de ambientes virtuais apresenta-se como uma
das principais tendências da complexa realidade educacional contemporânea, dinamizando estes
novos espaços de aprendizagem. As novas tecnologias permitem a interatividade, a participação, a
intervenção, a bidirecionalidade e a multidisciplicinaridade, ampliando a sensorialidade e rompendo
com a linearidade e também com a separação emissor/receptor. O desafio na universidade é pensar
numa abordagem de aprendizagem que favoreça a interatividade, o diálogo, a recursividade, a
unidade complexa e que os docentes percebam a mudança com naturalidade, criando ambientes
favoráveis à pesquisa, oportunizando ações críticas e criativas no processo de ensino e
aprendizagem, tornando as aulas mais interessantes e participativas.
Palavras-Chave: Organização Aprendente, Ambientes Virtuais, Educação a Distância.
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PRESSUPOSTOS INICIAIS
Na era do conhecimento evidencia-se o ensino-aprendizagem com criatividade e a
potencialização do pensamento. O aprendente é convidado a participar de forma colaborativa e
interativa numa organização em que o professor é o gestor da aprendizagem, com uma nova visão
para atuação dos docentes. Em função do grande avanço da tecnologia e especialmente após a
disseminação da Internet, a EAD tem criado oportunidades, cada vez mais ao alcance de todos, de
ambientes que facilitem ao estudante fazer um curso independente de sua localização geográfica e
do tempo e horário para dedicar aos estudos.
A era do conhecimento requer uma visão mais abrangente no âmbito educacional
visto que a alfabetização tecnológica e a utilização dos meios telemáticos é tão necessária e
importante quanto a nova postura pedagógica. O momento exige mudança de posturas e de
paradigmas em prol de uma educação sintonizada com a cibercultura, onde professores e alunos
necessitam estar “plugados” de forma interativa e colaborativa sendo o aluno construtor de seu
conhecimento e o professor gestor da aprendizagem numa amplitude maior de compromisso,
competência técnica e científica.
Nesta perspectiva, o profissional da educação adquire nova postura e os ambientes
virtuais de aprendizagem podem contribuir estabelecendo um elo entre as comunidades de
aprendizagem em que estejam envolvidos professores e alunos e as Tecnologias de Informação e
Comunicação apresentam-se como suporte pedagógico que potencializam e impulsionam a
educação em todas as modalidades de ensino.
As novas tecnologias interativas renovam a relação do usuário com a imagem, com
o texto, com o conhecimento. São de fato um novo modo de produção do espaço
visual e temporal mediado. Elas permitem o redimensionamento da mensagem, da
emissão e da recepção (SILVA, 2001, p.11)
Com a constante evolução das tecnologias surgem informações que muitas vezes
não são abordadas nas salas de aula. A Internet possibilita acesso aos novos conteúdos, promovendo
a interação em rede. Mesmo morando em um lugar isolado, um usuário pode visitar, virtualmente,
centros de pesquisas, bibliotecas e conversar com outros profissionais. No cenário educacional,
usando os recursos da rede, professores e alunos podem trocar mensagens, conteúdos e realizar
discussões fora do espaço da sala de aula.
A rede oferece oportunidades de interações que aproximam professores e alunos.
Para Moran (1997), ao adotar a Internet, as paredes das escolas se abrem, pois se amplia a
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possibilidade das pessoas se intercomunicarem, trocarem informações, dados e pesquisas. Neste
novo espaço de interatividade não há mais dois grupos distintos de emissores e receptores, mas sim,
emissores-receptores
que
podem
constantemente
reconstruir
conhecimentos,
inclusive
colaborativamente.
As novas tecnologias (...) permitem a participação, a intervenção, a
bidirecionalidade e a multiplicidade de conexões. Elas ampliam a sensorialidade e
rompem com a linearidade e com a separação emissão/recepção (SILVA, 2001,
p.11)
Cabe aqui ressaltar que o termo interatividade refere-se a possibilidade de diálogo,
reciprocidade, comunicação efetiva. Belloni (1999) realça a importância da interatividade para a
manutenção do interesse dos aluno de EAD:
É importante lembrar que o aspecto temporal, embora muitas vezes negligenciado,
é de extrema importância: o contato regular e eficiente, que facilita a interação
satisfatória e propiciadora de segurança psicológica entre os estudantes e a
instituição “ensinante”, é crucial para a motivação do aluno, condição
indispensável para a aprendizagem autônoma. (BELLONI, 1999, p.54)
As discussões educacionais sobre a inserção das mídias interativas incorporadas
ao ambiente escolar e o fortalecimento dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem é tema que
constantemente está sendo abordado nas Instituições de Ensino, especialmente nas Instituições de
Ensino Superior e a inserção dos Ambientes Virtuais de Aprendizagens nas Instituições de Ensino,
sejam elas de Educação Básica ou de Ensino Superior pode se constituir em grande aliada do ensino
aprendizagem para a transformação do cenário educacional, fazendo-se necessário uma atuação
efetiva dos profissionais da educação, sem restrições ao enfrentamento do “novo”, do desconhecido,
pois as informações circulam na velocidade da luz e das fibras óticas. As transformações e inserções
tecnológicas em outros setores cresce em ritmo exponencial e não podemos afirmar que o mesmo
acontece com a educação.
O AMBIENTE VIRTUAL E A ORGANIZAÇÃO APRENDENTE
Com o advento da sociedade do conhecimento, o paradigma inovador da Ciência
influencia a Educação, propondo ao professor que redimensione sua prática pedagógica, mudando
assim o seu papel e o do aluno. Esta proposta oportuniza ações críticas e criativas no processo de
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ensino e aprendizagem, tornando as aulas mais interessantes e participativas.
O desafio na universidade é a de que os docentes percebam a mudança com
naturalidade, criando ambientes favoráveis à pesquisa “como sujeito, o aluno precisa ser instigado a
avançar com autonomia, a se exprimir com propriedade, a construir espaços próprios, a tomar
iniciativa, a participar com responsabilidade, enfim a fazer acontece, a aprender a aprender”
(BEHRENS, 2005, p. 84).
Como orquestrador do processo de ensino e aprendizagem, o professor deve
buscar atividades que motivem e instiguem o aluno a produzir e a interagir com os colegas,
considerando a pesquisa como pilar científico e educativo, gerenciando novos espaços de
construção do conhecimento. A Educação a Distância apresenta-se como uma possibilidade neste
paradigma, pois os ambientes virtuais favorecem novas formas de comunicação, onde professores e
alunos poderão ser atores e autores responsáveis pela aprendizagem. “Neste novo ambiente, a figura
do espectador passivo ou do simples consumidor de informações deixam de existir e passam a ser
relativizadas.”(FERREIRA ; BIANCHETTI, 2004. p. 112).
Os ambientes virtuais são sistemas que possibilitam, por meio de suas
ferramentas, a criação, a organização e o gerenciamento de cursos. Eles foram criados para dar
suporte às atividades mediadas pelas TICs (Tecnologias de informação e comunicação). Esses
ambientes começam a despontar na educação como um recurso promissor, proporcionando um
enriquecimento no processo de ensino-aprendizagem e desempenhando um papel significativo.
Silva (2001) aborda várias categorias de aplicações, explorando o uso de ambientes virtuais:
- Desenvolvimento de tarefas no mundo real através de teleoperação;
- Treinamento virtual de tarefas que mais tarde serão realizadas no mundo real;
- Aprendizagem e aquisição de conhecimento;
- Projeto cooperativo;
- Diversão;
- Comunicação
- Exploração das capacidades perceptual e motora dos homens.
Ainda, segundo Silva, “a educação pode deixar de ser um produto para se tornar
um processo de troca de ações que cria conhecimento e não apenas o reproduz”. (2001, p. 24)
As novas tecnologias permitem a interatividade, a participação, a intervenção, a
bidirecionalidade e a multidisciplicinaridade, ampliando a sensorialidade e rompendo com a
linearidade e também com a separação emissor/receptor.
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Falar em Educação em ambientes virtuais de aprendizagem, nos remete a enfatizar
que tão importante quanto a qualidade do material didático e da preparação do corpo docente, é o
processo de comunicação entre os participantes do processo de ensino e aprendizagem “Comunicar
não é simplesmente transmitir, mas disponibilizar múltiplas disposições à intervenção do
interlocutor. A comunicação só se realiza mediante a sua participação. Isso quer dizer
bidirecionalidade, intervenção na mensagem e multiplicidade de conexões”. (SILVA, 2001, p.69)
Os ambientes virtuais passam por uma mutação constante, não existindo um
padrão determinado para nortear a prática pedagógica. Desde a tela aula, que permitia a transmissão
em massa, onde o professor praticamente transferia suas aulas presenciais para o meio televisivo, e
assim, a falta de retorno na comunicação, impossibilitava a percepção da aprendizagem dos alunos.
Na seqüência vieram os cursos em videoconferência que com a presença de
tutores em sala de aula, permitiam uma troca entre emissor/receptor, estes modos de aula “virtual”
permitiam um ensino a distância, porém em um mesmo horário. Atualmente estamos presenciando
com o surgimento da Internet cursos ofertados via web, onde o material de estudo é disponibilizado
para um estudo individualizado, assíncrono. Onde o aluno opta pelo melhor horário para seus
estudos. Também estamos presenciando alguns cursos que utilizam vários meios simultaneamente,
com o uso de vídeo conferencia para as aulas, com tutores em sala e material didático
disponibilizado via web, o que possibilita o acesso ao estudante que não possui o equipamento em
casa.
Em breve estaremos com várias mídias, a tv digital, celulares de terceira geração e
acesso wirelles (sem fio) e o número de possibilidades em relação ensino e aprendizagem devem
crescer. O que vai proporcionar com que a as pessoas possam conduzir o seu aprendizado conforme
o seu ritmo. Mas aprender num ambiente virtual não significa uma tarefa isolada, por isto requer
processos de interação, entre professor e aluno e entre aluno e aluno. Os alunos são responsáveis
pela própria aprendizagem, mas também por contribuir no processo de aprendizagem de seus pares.
‘’Os integrantes do grupo esperam que cada um faça sua parte, e o grupo todo pode falhar se isso
não acontecer.” (HARASIM, 2005, p. 262)
O que surge como diferencial é como transformar, ou melhor como preparar este
professor e este aluno para estas novas ferramentas, questões experimentais e motivacionais são as
maiores barreiras encontradas para o sucesso destas novas formas de ensinar a aprender. Todos
devem estar preparados para este novo caminho, onde a figura do professor é mais do que de um
colaborador, é de alguém que instiga o aluno a encontrar o caminho do conhecimento.
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Esta afirmação parte de uma concepção oposta à dos sistemas instrucionais
baseados no ensino como transferência de uma informação fragmentada. Buscando ultrapassar a
reprodução para a produção do conhecimento, o professor precisa alicerçar sua ação docente numa
abordagem que contemple uma prática transformadora, assumindo o papel de mediador entre o
saber elaborado e o conhecimento a ser produzido. “Como mediador do conhecimento, o professor
engaja-se com o aluno no ato de conhecer e lidera o processo pela competência”.(BEHRENS, 2005,
p.74)
A postura do professor enquanto mediador pedagógico no desenvolvimento das
atividades em ambientes virtuais de aprendizagem deve ser a de um facilitador, conduzindo o
processo de ensino e aprendizagem de maneira que permita aos alunos explorar o material do curso,
instigando a pesquisa crítica e a construção de um conhecimento significativo e transformador.
Portanto, a educação com suporte na TIC, quer presencial ou a distância, funda-se
no respeito à diversidade, no diálogo, na autoria, na produção de conhecimento e
na presença de um formador que tem o papel de mediador no processo de
aprendizagem dos alunos. (SILVA, 2003, p.208)
Este novo professor será a ponte para a nova sociedade do conhecimento
permitindo que seus alunos se desenvolvam não mais de forma linear, dessa maneira ele deverá ser
multidisciplinar, atuar em várias frentes e estará mais a ligado ao mundo empresarial, pois o
objetivo não é mais a formação apenas e sim a formação continuada.Atuando como um animador e
motivando os alunos, o professor mediador incita a aprendizagem colaborativa e interdependente –
conectando os alunos, estimulando o diálogo, dividindo responsabilidades entre os participantes,
provocando a aprendizagem em grupo – e é a interação o elemento balizador deste processo.
CONSIDERAÇÕES
A utilização das tecnologias digitais e comunicacionais na Educação têm
permitido que a modalidade de Educação à Distância se expanda em alta velocidade e desta forma
os ambientes virtuais ganham espaço no cenário educacional, constituindo-se em lócus de
aprendizagem e sociabilidade. Essas tecnologias estão exercendo influências significativas nas
práticas pedagógicas, inicialmente com o desenvolvimento e uso de softwares educacionais,
simuladores, jogos, internet e mais recentemente, por meio dos ambientes virtuais de aprendizagem,
que permitem flexibilidade da navegação e formas síncronas e assíncronas de comunicação,
oferecendo aos estudantes a oportunidade de definirem seus próprios caminhos de acesso às
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informações desejadas, afastando-se dos modelos massivos de ensino e aprendizagem e garantindo
assim, aprendizagens personalizadas.
As inovações tecnológicas acarretam modificações nas práticas pedagógicas,
principalmente quando utilizados os ambientes virtuais de aprendizagem tanto para a educação a
distância como para suporte ou apoio à educação presencial física.
A Educação pode ser vista como um processo de descoberta, exploração e de
observação, além de eterna construção do conhecimento. Diante disso, as características específicas
do ambiente virtual de aprendizagem podem transformá-la num poderoso instrumento a serviço de
todos que buscam a evolução da educação. Muitas coisas que até pouco tempo atrás eram sonhos,
atualmente, com os avanços tecnológicos existentes torna-se uma realidade; uma Realidade Virtual.
Para a propagação desses ambientes virtuais deverão ser vencidas algumas
barreiras, como o alto custo de implantação, a falta de métodos, de técnicas e de ferramentas de
desenvolvimento, aliados à necessidade de envolvimento de equipes multidisciplinares, pois embora
o potencial de interações e de participação ativa nos ambientes virtuais seja indiscutível, a
tecnologia não garante que isso aconteça efetivamente, se não houver formação pessoal adequada o oferecimento de cursos em ambientes virtuais não é suficiente, torna-se necessário organizar um
ambiente onde o corpo docente esteja preparado, pois a função do professor no processo de
aprendizado se modifica – logo, o investimento na formação docente é tão importante quanto a
preparação de materiais e suporte tecnológico, por exemplo.
O Ambiente Virtual é um campo recente e várias pesquisas serão necessárias,
principalmente para a comprovação de seu potencial na área educativa de forma a obter modelos
para o desenvolvimento de aplicações virtuais que integrem as novas tecnologias nos procedimentos
de ensino-aprendizagem.
Pensar num ambiente virtual de aprendizagem é pensar na possibilidade de fazer
da sala de aula virtual, um lugar privilegiado para a formação de um sujeito crítico, criativo,
responsável, autônomo, colaborativo – ciente de sua participação ativa no processo educacional. Por
isto o papel da mediação pedagógica é de grande importância, na provocação do diálogo que
disponibiliza e na articulação de múltiplas informações.
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REFERÊNCIAS
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Médicas.
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