O ENFERMEIRO NA ATENÇÃO HUMANIZADA AO

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1
Andréa Ferreira de Queiroz
Juliana Rodrigues da Silva Braga
O ENFERMEIRO NA ATENÇÃO HUMANIZADA AO IDOSO QUE
SE SUBMETE A ANGIOPLASTIA CORONARIANA
TRANSLUMINAL PERCUTÂNEA:
O contorno do medo e ansiedade em pauta
Pindamonhangaba – SP
2015
2
Andréa Ferreira de Queiroz
Juliana Rodrigues da Silva Braga
O ENFERMEIRO NA ATENÇÃO HUMANIZADA AO IDOSO QUE
SE SUBMETE A ANGIOPLASTIA CORONARIANA
TRANSLUMINAL PERCUTÂNEA:
O contorno do medo e ansiedade em pauta
Monografia apresentada como parte dos
requisitos para obtenção do diploma de
Enfermeiro pelo Curso de Enfermagem da
Fundação Universitária Vida Cristã
Orientadora: Prof.ª Ma. Ana Lúcia da Costa
Guimarães
Pindamonhangaba – SP
2015
3
Braga, Juliana Rodrigues da Silva; Queiroz, Andréa Ferreira de
O enfermeiro na atenção humanizada ao idoso que se submete a
Angioplastia coronariana transluminal percutânea: o contorno do medo e
ansiedade em pauta / Juliana Rodrigues da Silva; Andréa Ferreira de
Queiroz / Pindamonhangaba-SP : FUNVIC Fundação Universitária Vida
Cristã, 2015.
26f. : il.
Monografia (Graduação em Enfermagem) FUNVIC-SP.
Orientadora: Profª MsC. Ana Lúcia da Costa Guimarães.
1 Angioplastia coronariana transluminal percutânea. 2 Idoso submetido a
angioplastia. 3 Enfermeiro na minimização da ansiedade e medo apresentados
pelo idoso submetido a angioplastia coronariana.
I O enfermeiro na atenção humanizada ao idoso que se submete a Angioplastia
coronariana transluminal percutânea: o contorno do medo e ansiedade em pauta
II Juliana Rodrigues da Silva; Andréa Ferreira de Queiroz.
4
O ENFERMEIRO NA ATENÇÃO HUMANIZADA AO IDOSO QUE
SE SUBMETE A ANGIOPLASTIA CORONARIANA
TRANSLUINAL PERCUTÂNEA:
O contorno do medo e ansiedade em pauta
NURSE IN THE ELDERLY HUMANIZED WARNING THAT
SUBMIT CORONARY ANGIOPLASTY PERCUTANEOUS
TRANSLUMINAL: The outline of the fear and anxiety under
discussion
Data:___________________
Resultado:_______________
BANCA EXAMINADORA
Profa. Ma. Ana de Lourdes Correa
Assinatura___________________________________
Profa. Ma. Ana Lúcia da Costa Guimarães
Assinatura___________________________________
Profa. Ma. Ana Paula Fernandes de Oliveira Macedo
Assinatura_____________________________________
Profa. Ma. Catarina Rodrigues da Silva (Suplente)
Assinatura: ____________________________________
5
Este trabalho foi escrito na forma de artigo científico a ser submetido à revista Ciência e Saúde online, cujas normas estão em anexo. A parte textual corresponde ao artigo científico escrito conforme
instrução da revista escolhida.
6
O ENFERMEIRO NA ATENÇÃO HUMANIZADA AO IDOSO QUE SE SUBMETE A
ANGIOPLASTIA CORONÁRIANA TRANSLUMINLA PERCUTÂNEA: O contorno do
medo e ansiedade em pauta
NURSE IN THE ELDERLY HUMANIZED WARNING THAT SUBMIT CORONARY
ANGIOPLASTY PERCUTANEOUS TRANSLUMINAL: The outline of the fear and anxiety
under discussion
Andréa Ferreira de Queiroz*
Juliana Rodrigues da Silva Braga*
Ana Lúcia da Costa Guimarães**
* Graduandas em Enfermagem- FUNVIC-Fundação Universitária Vida Cristã
** Docente em Enfermagem-FUNVIC-Fundação Universitária Vida Cristã-Pindamonhangaba-SPEnfermeira Especialista em UTI; Mestre em Engenharia Biomédica.
RESUMO: A atuação do enfermeiro na atenção prestada a pacientes idosos cardiopatas que se submetem à
Angioplastia Coronariana Transluminal Percutânea (ACPT), desperta a discussão de como podem ser
evidenciadas as ações que nortearão um cuidado humanizado, visto que, neste tipo de população, tornam-se
evidentes os sentimentos negativos diante do procedimento, os quais podem, de alguma forma, interferir no
resultado satisfatório da ACTP. O objetivo geral deste estudo foi caracterizar os medos e ansiedades que
permeiam o paciente idoso antes e após a ACPT, bem como verificar como o enfermeiro pode intervir para
minimizar tais sentimentos. Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa, realizada por
meio de revisão de literatura. O universo do estudo foi constituído por livros, artigos científicos e site
direcionado a área da saúde, sendo que 35 artigos científicos foram lidos na íntegra, porém com base nos
critérios de inclusão e exclusão, bem como nos descritores "angioplastia coronariana transluminal
percutânea”, “idoso coronariopata” e “humanização em enfermagem”, foram selecionados 24 que atenderam
a temática do estudo. Foi identificada a população idosa como a principal acometida pelas cardiopatias que
requerem intervenção rápida e eficaz como a ACPT, ao mesmo tempo em que o enfermeiro assume um papel
importante no contorno dos anseios e medos evidenciados por esses pacientes.
Descritores: angioplastia coronariana transluminal percutânea, idoso coronariopata e humanização em
enfermagem
ABSTRACT: The role of nurse in the care provided to cardiac patients elderly patients who undergo PTCA,
awakens the discussion of how the actions that will guide a humanized care can be highlighted, since this
type of population, become obvious negative feelings before the procedure, which may in some way interfere
with the satisfactory result of PTCA. The aim of this study was to characterize the fears and anxieties that
permeate the elderly patients before and after PTCA and see how nurse can intervene to minimize such
feelings. It is a descriptive research with a quantitative approach, conducted through literature review. The
total study population consisted of books, scientific articles and site directed to health, and 35 scientific
articles were read in full, but based on the criteria of inclusion and exclusion, and the descriptors
"percutaneous transluminal coronary angioplasty" "elderly coronary artery disease" and "humanization in
nursing", we selected 24 that met the subject of study. the elderly population has been identified as the main
affected by diseases that require quick and effective intervention such as PTCA, while the nurse takes an
important role in the contour of the anxieties and fears evidenced by these patients.
Key words: percutaneous transluminal coronary angioplasty, coronary artery disease and humanization
elderly in nursing
7
1. INTRODUÇÃO
Na atualidade, as doenças cardiovasculares preocupam, apesar do enorme avanço cientifico
e tecnológico, principalmente no que diz respeito ao aumento das incidências de patologias
cardíacas. 4
No Brasil, assim como em todo o mundo, há acentuado aumento na prevalência de
cardiopatia isquêmica, sendo que o IAM – infarto agudo do miocárdio – decorrente de trombos
formados em coronárias, requer a terapia de reperfusão tecidual emergencial, cujo objetivo é a
busca do restabelecimento rápido do fluxo sanguíneo no miocárdio, com consequente diminuição
do tamanho da área infartada e da mortalidade a curto ou longo prazo. A base do tratamento do
IAM a tempo hábil é a recanalização da artéria lesionada, quer seja por meio de fármacos
trombolíticos, quer seja por ACTP. 7
Mesmo com excelentes resultados obtidos com a revascularização coronariana, as técnicas
mais avançadas ainda não se encontram disponíveis à população de forma geral, sendo que as
primeiras horas do IAM são as mais importantes sob o ponto de vista diagnóstico, terapêutico e
prognóstico para o paciente. É oportuno ressaltar que a reperfusão miocárdica em tempo hábil é
importantíssima para o tratamento, sendo que os resultados da angioplastia coronariana primária, ou
seja, emergencial, em determinados casos, são melhores principalmente quando realizados com
stent. 7
Introduzida em 1977 na área da cardiologia por Andreas Grüntzig, em Zurique, a ACTP foi
inicialmente realizada em pacientes com doença coronariana sintomática de uma única coronária.
Atualmente o procedimento tem se mostrado importantíssimo nas cardiopatias isquêmicas, uma vez
que inúmeras lesões coronarianas obstrutivas podem ser tratadas por tal procedimento, com grande
índice de sucesso. A ACTP tem o objetivo de dilatar um segmento estenosado em uma determinada
artéria coronária, ou seja, reabrir o lúmen do vaso, por meio de um pequeno balão inflável na
extremidade de um cateter que chega até a coronária ocluída através de uma artéria de grande
calibre. Para a inserção do cateter e posicionamento do balão é necessário procedimento estéril,
utilização de visores e um sistema tecnológico altamente moderno. Após insuflação do balão com
consequente desobstrução do vaso, uma prótese chamada stent pode ser posicionada na região
acometida, reduzindo a chance de reestenose local, porém fatores fisiológicos, infelizmente, podem
favorecer a reestenose, muito embora tal ocorrência seja esporádica. 6
Em suma, o tratamento da doença coronariana evoluiu desde o desenvolvimento da
angioplastia e, posteriormente, com a inclusão do stent, tornou-se o procedimento padrão em
intervenção coronária percutânea. 9
8
É importante ressaltar que os pacientes de maior risco, como aqueles com IAM anterior
extenso, com sinais de baixo débito cardíaco ou história de infarto prévio, parecem particularmente
beneficiar-se do procedimento da ACTP. Além disso, a ACTP pode ser recomendada ao paciente
com IAM em que a terapia trombolítica é contra indicada. 7
Pesaro et. al
8
corroboram ao afirmarem que a reperfusão da coronária responsável pelo
IAM é fundamental no tratamento, sendo que a terapia trombolítica ou a intervenção coronariana
percutânea são duas opções terapêuticas bem estabelecidas na literatura. Os autores ainda ressaltam
que pacientes de alto risco devem ser submetidos à estratégia invasiva precoce.
Destaca-se ainda que pesquisa realizada por meio de revisão de literatura mostra que no
Brasil, a primeira ACTP foi realizada em 1979, com o uso de balão. Atualmente, com o avanço
tecnológico associado à maior experiência dos profissionais, bem como aos stents e drogas
antiplaquetárias potentes, ampliou-se a indicação da ACTP para situações que anteriormente eram
consideradas desfavoráveis, como infarto agudo do miocárdio, angina instável, doença coronariana
multiarterial ou lesão de anatomia complexa. Na atualidade, a ACTP é a modalidade de
revascularização miocárdica mais empregada, sendo seus resultados comparáveis aos da cirurgia de
revascularização miocárdica. 6
Porém há de se ressaltar que pacientes que se submetem a tal procedimento normalmente
permanecem em Unidade Coronariana ou Unidade de Terapia Intensiva, sendo que os estímulos
presentes em tais ambientes podem ser fontes de estresse para o paciente, como, por exemplo, a
luminosidade artificial, a existência de alarmes sonoros em inúmeros aparelhos, entre outros, sendo
antiga a suspeita de que estados de estresse mental sejam fatores de risco para maior
morbimortalidade por doenças cardiovasculares. 5
Partindo do principio que a média de idade da população mundial está aumentando e que a
faixa etária superior a 80 anos cresce rapidamente, a busca de novos tratamentos para tais pessoas
tem crescido cada vez mais. Muitos são os medicamentos disponibilizados, bem como as
intervenções cirúrgicas, como as relacionadas a lesões coronarianas, mais precisamente a ACTP e a
RM – revascularização do miocárdio. Por meio de tais procedimentos, bem como de inúmeros
fármacos, muitos pacientes conseguem viver mais e com melhor qualidade de vida. Porém, há
sempre a necessidade de se indicar o procedimento mais adequado de acordo com a necessidade de
cada idoso, sendo que a ACTP encontra-se entre os procedimentos utilizados. 10
Pesquisa realizada com 307 pacientes submetidos à RM vem corroborar ao afirmar que os
pacientes atualmente submetidos a tal procedimento, ou seja, a procedimentos que visam restaurar
as artérias coronárias lesionadas, são mais idosos e de condições clinicas mais grave, tanto cardíaca
quanto sistêmica. 11
9
Estudo com pacientes tratados nos Hospitais São Joaquim e São José da Real e Benemérita
Sociedade Portuguesa de Beneficência de São Paulo, bem como no Hospital Evangélico Samaritano
de Campinas entre janeiro de 1995 e janeiro de 2009, mostra que 31 pacientes nonagenários
submetidos à ACTP, comparados a 6.222 pacientes com idade inferior a 80 anos tratados no mesmo
período, demonstraram maior incidência de eventos cardiovasculares em comparação com os
pacientes mais jovens. No entanto, quando a técnica é possível de ser realizada e o paciente se
encontra em condições clínicas satisfatórias, a intervenção coronária percutânea pode ser
empregada com efetividade e aceitável margem de segurança nos nonagenários. Por meio deste
estudo podemos observar também o grande numero de idosos que recebem tratamentos decorrentes
de alterações coronarianas. 1
Galon et al.12 após estudarem o perfil clínico-angiográfico na doença arterial coronariana
com ênfase nos idosos observaram, entre outros itens, o predomínio da doença coronariana em
20,1% dos idosos acima dos 75 anos e do sexo masculino, sendo que os fatores de risco registrados
com maior frequência para a ocorrência da doença foram a hipertensão arterial e a dislipidemia. Os
autores ainda observaram que os pacientes com idade maior ou igual a 75 anos apresentaram perfil
clínico/angiográfico de maior risco e taxa de sucesso do procedimento coronariano percutâneo
semelhantes aos de pacientes mais jovens, demonstrando ser a ACTP uma técnica segura e eficaz
neste grupo de pacientes.
No entanto, ressalta-se que o idoso com predisposição cardiopata e eventos anteriores que
se associam a futuros eventos negativos cardiológicos, está sujeito a sofrer emocionalmente com a
notícia de uma confirmação de doença cardíaca e, consequentemente, com o tratamento em si, o
qual requer autocuidados mínimos, necessitando ou não de intervenção invasiva. 4
O medo, definido como uma emoção não patológica, mas sim como algo existente nos
animais e no homem, é um estado progressivo de insegurança e angústia, de impotência e invalidez
crescentes diante da impressão iminente de algo que ocorrerá e que gostaríamos de evitar, porém,
progressivamente, nos sentimos menos capazes de evitar aquilo que poderá ocorrer. 13
Tal sensação vai, de forma paulatina, tomando uma proporção até que o indivíduo tenha
seus sentimentos e emoções estabilizados. O medo, basicamente, divide-se em seis fases, de acordo
com o grau de extensão e imensidão em que se encontra, a saber: Prudência; Cautela; Alarme;
Ansiedade; Pânico; Terror. 13
“O medo é uma alteração das emoções e dos sentimentos, porém é fundamental para a nossa
autopreservação. Já imaginou se não o tivéssemos? O que seríamos capazes de fazer? Atravessar
uma rua sem temer a um possível acidente, pôr em risco a própria vida”. 13.
Já a ansiedade pode ser descrita como um sentimento vago e desagradável de medo,
associado à apreensão, cujas características principais são tensão ou desconforto derivados de
10
antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho, ou seja, é o medo do desconhecido. A
ansiedade e o medo são considerados patológicos quando se apresentam de forma exagerada,
interferindo na qualidade de vida do individuo. 14
Desse modo, observa-se que o medo e a ansiedade são inerentes a qualquer ser humano, de
forma menos ou mais acentuada, sendo que tais sentimentos vão de encontro, normalmente, a algo
novo, ao desconhecido.
Já se sabe que a insuficiência cardíaca, uma vez instalada, tem forte impacto na vida do
paciente, não somente no que diz respeito aos aspectos físicos, mas também aos psicológicos, como
o medo, a ansiedade, entre outros. 2
É de extrema importância no âmbito hospitalar a percepção do medo e ansiedade
demonstrados pelo paciente nos momentos pré e pós-procedimento cardíaco, seja por intervenção
da ACTP, seja por cirurgia cardíaca.
Sentimentos diversos, como medo e ansiedade, são vivenciados por pacientes nas unidades
de hemodinâmica – setor onde, além de outros procedimentos, realiza-se a ACTP. Tais emoções, na
maioria das vezes, motivam o surgimento do estresse, depressão, negação, e raiva. Há de se falar
que fatores ambientais como ruídos emitidos por vários aparelhos, equipamentos e ambiente
totalmente estranho e frio ao paciente e profissional com vestimenta diferenciada prolongam a
dúvida e os anseios do paciente. Os idosos, por sua vez, estão mais propícios a sofrer alterações
emocionais e tornam-se transigentes ao tratamento, lembrando que, para muitos deles, o fator idade
avançada associa-se a morte e esta ao tratamento a que será submetido. 15
Estudo realizado com 20 pacientes submetidos à ACTP em Goiás, cujo objetivo era
analisar os diagnósticos de enfermagem apresentados pelos mesmos nas 12 primeiras horas em UTI
após ACTP verificou que, dentre os diagnósticos observados pelos autores, encontrava-se a baixa
autoestima situacional relacionada ao prejuízo funcional, em virtude das limitações prescritas, bem
como relacionada à mudança no papel social, fatos estes evidenciados através de sentimentos
negativos que os pacientes apresentaram sobre si mesmos em resposta a recuperação, havendo
pacientes que, por meio de expressões e comportamentos negativos, demonstraram tal sentimento
em relação ao momento vivenciado, principalmente no que tangia a pensamentos negativos
voltados ao resultado do procedimento e as limitações da mobilidade. Os autores ressaltam que
pacientes submetidos à ACTP têm, entre as indicações do procedimento, o IAM – Infarto Agudo do
Miocárdio – e, em virtude da patologia, apresentam quase sempre o estado emocional
comprometido com percepção negativa, devido ao risco de vida que a doença acarreta. 16
Já o estudo realizado em Fortaleza, Ceará, por meio de entrevista com 18 idosos na fase
pré-cateterismo cardíaco, teve como objetivo identificar os diagnósticos de enfermagem de idosos
que passam por tal procedimento, abordando os aspectos psicossociais. As autoras concluíram que
11
há a necessidade de se propor um clima de confiança antes do exame, sendo importante escutar e
respeitar sentimentos, crenças e valores, bem como orientar quanto ao procedimento. 4
Ainda de acordo com o mesmo estudo, as pessoas, mediante estímulos, podem desencadear
respostas positivas ou negativas, cabendo ao enfermeiro atuar como mediador. 4
Estudo realizado em Unidade de Terapia Intensiva mostra que pacientes idosos e não
idosos internados em tal setor apresentaram iguais necessidades de cuidados e, consequentemente,
demanda de trabalho de enfermagem, fato que não difere do setor de hemodinâmica, onde o idoso é
submetido à ACTP. 18
Portanto, é de suma importância que o enfermeiro assuma funções norteadoras com a
finalidade de sanar as dúvidas do idoso que irá se submeter à ACTP, procurando desmistificar a
visão, muitas vezes errônea, que possui sobre o procedimento, respondendo a seus questionamentos,
minimizando seus medos e ansiedades durante o procedimento, bem como após a execução do
mesmo. Para tanto, é importante que o enfermeiro procure identificar como o idoso enfrenta a
situação de estar aguardando um procedimento cardíaco, bem como qual a sua maior preocupação
em relação ao período que vivenciará no pós-procedimento. 4
Tal reflexão leva-nos a compreender a importância de atentarmos não somente aos
problemas físicos que o idoso apresenta, como, por exemplo, os cardiovasculares, mas também aos
psíquicos, como o medo e a ansiedade, os quais podem ser vivenciados antes, durante e após a
realização da ACTP.
A presente pesquisa tem como objetivo geral caracterizar os medos e ansiedades que
permeiam o paciente idoso antes e após a ACTP e, como objetivo específico, verificar como o
enfermeiro pode intervir para minimizar tais sentimentos.
2- METODO
2.1 – Tipo de estudo
Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa, realizada por meio de
revisão de literatura.
É oportuno ressaltar que a pesquisa bibliográfica norteia o pesquisador diante do tema a
ser estudado com base no levantamento de trabalhos previamente já elaborados e que se relacionam
com o escolhido. Permite a identificação e seleção dos métodos e técnicas a serem utilizados e
fornece critérios que assistem a introdução e revisão da literatura do projeto ou trabalho a ser
construído. 19
A classificação especial para a bibliografia se justifica, pois, a escolha das obras em análise
que deve ser criteriosa, preservando apenas as que interessem especialmente ao assunto tratado. 20
12
2.2 – Coleta de dados
O universo do estudo foi constituído por livros, artigos científicos e site direcionado a área
da saúde, sendo que 35 artigos científicos foram lidos na íntegra, porém com base nos critérios de
inclusão e exclusão, bem como nos descritores "angioplastia coronariana transluminal percutânea”,
“idoso coronariopata”, “humanização em enfermagem”, foram selecionados 24 que atenderam a
temática do estudo.
A partir do universo do estudo, os artigos que contemplavam os objetivos da pesquisa
foram pré-selecionados mediante análise do resumo e posterior leitura na íntegra para confirmação
da seleção.
O período destinado a tais procedimentos se deu durante os meses de agosto e setembro de
2013.
A busca dos artigos científicos foi realizada na biblioteca eletrônica Scientific Eletronic
Library Online (SciELO) e em site voltado a área da saúde.
A busca dos livros foi realizada na biblioteca física da Fundação Universitária Vida Cristã.
2.3 – Critérios de inclusão e exclusão
Na busca sistematizada dos artigos e para a seleção da amostra foram incluídos aqueles
com publicação original e online, realizada no período de 2005 a 2013, em língua portuguesa,
disponível na íntegra e que atendiam aos descritores já citados.
Foram excluídos os artigos publicados em língua estrangeira e/ou apresentavam apenas o
resumo.
Para pesquisa em livros foram incluídos os publicados a partir do ano de 2000 e em língua
portuguesa.
2.4 – Instrumento para coleta de dados a partir de artigos
Os artigos foram submetidos à leitura exaustiva e ao processo de fichamento por meio de
um instrumento previamente elaborado pelas autoras (ANEXO 1).
4. RESULTADOS
1. Quadro – Angioplastia Coronariana Transluminal Percutânea
Ano de
Publicação
2006
Título do Artigo
Assistência de
enfermagem a idosos
que realizam
cateterismo cardíaco:
uma proposta a partir do
Modelo de Adaptação
de Calista Roy.
Autores
Temática
Freitas MC,
Oliveira MS.
Identificar os
diagnósticos de
enfermagem
psicossociais de idosos
que passam por
cateterismo cardíaco
Fonte
Pesquisada
Revista Brasileira
de Enfermagem
13
Relação entre
estressores e
características
sociodemográficas e
clínicas de pacientes em
unidade coronariana
Marosti CA,
Dantas RAS
Feliciano EC,
Marques, IR.
2007
Implante de stents
coronários e assistência
de enfermagem
2007
IAM com Supra -ST Trombólise ou ICP:
Consenso
Ferrari ADL,
Manenti E.,
Júnior NRT.
Pesaro. AEP.
et al
2008
Síndromes coronarianas
agudas: tratamento e
estratificação de risco
Análise de custo
efetividade dos stents
farmacológicos e não
farmacológicos na
doença coronariana
Ferreira, E.
et al
2006
2010
Pacientes internados
em uma UCO que
passam por estressores
e que podem ser
minimizados por
ações do enfermeiro.
Mostrar as possíveis
complicações no
período pós-implante
de stent e compor um
corpo de
conhecimento para
apoiar a assistência de
enfermagem.
Resultados com
angioplastia primária
são melhores,
principalmente em
IAM ST.
Evidências e
recomendações para
avaliação e tratamento
das síndromes
coronarianas agudas.
Apresentação do custo
e beneficio do stent
farmacológico na IC
de DAC
Revista Latino
Americana de
Enfermagem
Revista de
Enfermagem da
Universidade de
Santo Amaro.
Revista da
Sociedade de
Cardiologia do
Rio Grande do
Sul.
Revista Brasileira
de Terapia
Intensiva
Arquivos
Brasileiros de
Cardiologia
O quadro acima mostra que, dos artigos científicos pesquisados, seis atenderam ao assunto
relacionado à Angioplastia Coronariana Transluminal Percutânea.
2. Quadro – Idosos submetidos a intervenções coronarianas.
Ano de
Publicação
2005
2006
Fonte
Título do Artigo
Modificações no
perfil do paciente
submetido à operação
de revascularização
do miocárdio
Assistência de
enfermagem a idosos
sob cat.cardíaco: uma
proposta a partir do
Modelo de Adaptação
de Calista Roy.
Autores
Temática
Feier FH.
et al
Pessoas de mais idade
tendem a apresentar
maior número de
doenças cardíacas
graves, sendo que
atualmente os idosos
são os pacientes mais
submetidos à
revascularização do
miocárdio.
Identificar os
diagnósticos de
enfermagem
psicossociais de idosos
que passam por
cateterismo cardíaco.
Freitas MC,
Oliveira MS.
Pesquisada
Revista
Brasileira de
Cirurgia
Cardiovascular
Revista
Brasileira
de Enfermagem
14
2007
2010
Peculiaridades no
tratamento da
cardiopatia isquêmica
no idoso
Almeida A
S, Manfroi,
WC.
Intervenção Coronária
Percutânea em Pacientes
Nonagenários
Pimentel WA.
et al.
Perfil Clínicoangiográfico na Doença
Arterial Coronariana:
Desfecho Hospitalar
com Ênfase nos Muito
Idosos
2010
Galon MZ.
et al.
O número de
pacientes idosos 
Revista Brasileira
submetidos a RM por 
de Cirurgia
via percutânea ou por
Cardiovascular
intervenção cirúrgica
cresce ano após ano,
sendo que no IAM a
mortalidade é menor
quando a intervenção
se dá precocemente,
porém é preciso
identificar o
procedimento mais
indicado ara cada
caso.
Pacientes
nonagenários podem

Revista Brasileira
ser tratados com
de Cardiologia
ACTP de forma
Intensiva
efetiva e segura, desde
que o procedimento
seja factível e o
paciente encontre-se
em condições clínicas
satisfatórias.
O conhecimento dos
fatores de risco das
Arquivos
manifestações clínicas
Brasileiros
da doença arterial
de Cardiologia
coronariana permite
intervir de maneira
mais eficaz junto a
uma população idosa.
O quadro acima revela que, dos artigos científicos pesquisados, cinco atenderam ao assunto
relacionado a Idosos submetidos a Intervenções Coronarianas.
3. Quadro – O enfermeiro frente ao medo e a ansiedade que permeiam o idoso em ACTP
Ano de
Publicação
2005
2006
Título do Artigo
Autores
Temática
Transtornos de
ansiedade
Castillo AGL.
et al.
A identificação
precoce da
ansiedade pode
evitar
repercussões
negativas na vida
do individuo.
Identificar os
diagnósticos de
enfermagem
psicossociais de
idosos que passam
por cateterismo
cardíaco
Assistência de enf.
a idosos que em
cateterismo
cardíaco: uma
proposta a partir
do Modelo de
Adaptação de
Calista Roy.
Freitas MC,
Oliveira MS.
Fonte Pesquisada
Revista
Brasileira de
Psiquiatria
Revista Brasileira
de Enfermagem
15
2006
2007
2011
2013
Necessidades de
cuidados de
enfermagem e
intervenções
terapêuticas em
Unidade de
Terapia Intensiva:
estudo
comparativo entre
pacientes idosos e
não idosos
Ciampone JT;
Gonçalves LA;
Maia FOM;
Padilha KG.
Correlação entre
instrumentos de
qualidade de vida
relacionada à
saúde e
independência
funcional em
idosos com
insuficiência
cardíaca
Scattolin FAA;
Diogo MJDE;
Colombo RCR.
Características
psicológicas dos
pacientes
submetidos à
intervenção
coronária
percutânea.
Uma abordagem
psicológica sobre
o medo
Schmidt MM.
et al
D’Elía KAA.
Comparativo dos
cuidados de
enfermagem e as
necessidades
terapêuticas de
idoso e não idoso
em UTI.
Qualidade de vida
do idoso ao
descobrir
cardiopatia –
alterações
funcionais e
emocionais que
podem ser
moldadas com
ações que
promovam
independência
funcional.
Em pacientes
submetidos à
intervenção
coronária
percutânea a
prevalência de
efeitos adversos
psicológicos é
alta.
O medo, de
alguma forma,
está associado a
sofrimento e
angústia, mas é
um sentimento
comum a todo
indivíduo. Além
do sofrimento
psíquico, o medo
pode causar
reações orgânicas
e fisiológicas.
Acta Paulista de
Enfermagem
Caderno Saúde
Pública
Arquivo Brasileiro
de Cardiologia
https://
psicologado.com.
O quadro acima permite observar que, dos artigos científicos pesquisados, seis colaboraram no
que tange o relacionamento do enfermeiro frente ao medo e a ansiedade que permeiam o idoso em ACTP,
porém ressalta-se que um foi obtido por meio de site voltado a psicologia, o qual aborda o medo de forma
especifica.
16
5. DISCUSSÃO
Os artigos apresentados no primeiro quadro nos permite observar que as doenças
cardiovasculares preocupam e que o procedimento invasivo em questão é um dos métodos mais
usados atualmente na síndrome coronariana aguda.
As cirurgias cardíacas, antes inevitáveis, vêm dando espaço à ACTP, principalmente com o
uso de stent, em virtude de sua eficácia em comparação a outras formas de tratamento. 6
Para o procedimento, realizado em setor hemodinâmico, são necessários cateteres
radiopacos e substâncias radioativas, os conhecidos contrastes, por meio das quais o médico
consegue visualizar o local da lesão coronariana e reabrir a luz do vaso, instalando um stent. 4
Nas ultimas décadas houve considerável progresso tecnológico no desenvolvimento dos
stents, sendo estes mostrados como o método mais eficaz no tratamento de doenças coronarianas.
Porém a reestenose tornou-se o grande desafio da cardiologia intervencionista, principalmente no
que diz respeito à reoclusão intra stent, fato que mostra a importância do stent farmacológico, sendo
que os componentes que o dispositivo carreia promovem maior segurança e eficácia ao
procedimento, mas sua maior limitação é o custo. 6,9
Por meio dos artigos com temática voltada a idosos que se submetem a intervenções
coronarianas, apresentados no segundo quadro, observa-se que tal população é mais susceptível a
patologias cardiovasculares e, consequentemente, a cateterismo cardíaco bem como a
revascularização miocárdica, quer seja por meio de ACTP, quer seja por meio de cirúrgica cardíaca.
Pimentel et al.1 corroboram ao afirmarem que, com o aumento da incidência da doença
coronariana entre idosos, é de ser esperar o aumento do numero de procedimentos coronarianos
percutâneos em tal população.
O estudo realizado por Almeida e Manfroi 10 mostra que cada vez mais, pessoas idosas são
submetidas com sucesso a revascularização miocárdica por via percutânea ou por intervenção
cirúrgica, sendo que no infarto agudo do miocárdio o índice de mortalidade é menor quando a
intervenção ocorre precocemente. Os autores ainda concluem que o fator idade não contra indica os
procedimentos de revascularização miocárdica de qualquer técnica, porém consideram a
necessidade de rigoroso cuidado no que diz respeito à escolha do stent farmacológicos ou metálico.
Ou seja, o envelhecimento é uma fase da vida do ser humano e o fato da pessoa ser idosa
não contra indica o socorro rápido e eficaz que busque dar a ela não somente a chance de sobrevida,
mas também a qualidade de vida.
Com tal reflexão corroboram Scatollin e Diogo
2
os quais mostram que, mesmo
enfrentando os desafios relacionados ao envelhecimento, a sobrevida da população em geral tem
aumentado, sendo que tal aumento, direta ou indiretamente, associa-se à busca pela melhor
qualidade de vida de diversas maneiras, sendo necessária a atualização de conhecimentos
17
tecnológicos por parte dos profissionais da área da saúde, haja vista a tecnologia avançar dia após
dia em tal área, porém em nenhum momento a tecnologia deve abolir o cuidado humanizado.
Por meio dos artigos pesquisados cujas temáticas corroboram com o enfermeiro frente ao
medo e a ansiedade que permeiam o idoso em ACTP, pode-se observar que a identificação precoce
da ansiedade é de suma importância no que diz respeito a possibilidade de se evitar repercussões
negativas na vida das pessoas, sendo que tal sentimento, associado ao medo, pode ser vivenciado
pelo idoso que se submete a ACTP.
Na prática do dia-a-dia de enfermeiros que se dedicam ao trabalho em setor de
hemodinâmica, local onde a ACTP é realizada, é possível observar diversas manifestações
emocionais desencadeadas pelos pacientes idosos, não somente pelo impacto da patologia
coronariana, mas também pela incerteza voltada aos acontecimentos futuros relacionados ao
procedimento, e isto em virtude do desconhecimento sobre o mesmo. O cateterismo cardíaco,
através do qual a ACTP é realizada, é um procedimento que invade o coração e seus vasos e,
normalmente, desencadeia medo e ansiedade, entre outros sentimentos. 4
“Representa para os pacientes uma experiência preocupante e pouco
agradável, pois a sua realização os faz sentir como se suas vidas
tivessem ameaçadas”. 4
Freitas e Oliveira 4, no estudo que realizaram com idosos em setor de hemodinâmica, citam
frases marcantes pronunciadas por alguns deles, como, por exemplo:
“Mexer com o coração da gente, não é brincadeira não, é coisa
séria, porque se ele parar acaba tudo, e aí está o problema”,
“A gente fica um pouco preocupada, nervosa, nunca veio num lugar
desses, então a gente fica com medo de estar num lugar desconhecido,
você não conhece ninguém, não sabe o que pode acontecer e tem
confiar naquilo que vocês vão fazer com a gente, então é meio
difícil”,
“Ficar aqui não é fácil, você é um estranho, você não entende direito
o que os médicos falam, então você fica medroso”,
"(...) É como eu sempre falo, você tem 10 dedos, se cortar um, você
joga e fica com nove, você tem duas vistas, se perde uma, com a outra
enxerga, mais o coração não tem jeito, só tem ele, se ele parar acabou
tudo, a vida acabou, e você morre e eu não quero isso, então choca
muito (...)”.4
18
Neste contexto, observa-se que toda doença leva a pessoa a vivenciar uma situação que,
além de romper com o equilíbrio físico, demanda uma nova estruturação psicológica para suportar o
momento. Tal fato gera insegurança, medo e ansiedade. Quando a doença exige a hospitalização, a
fragilidade se potencializa ainda mais. 17
Ressalta-se ainda que uma cirurgia pode ser para o paciente um dos momentos mais
críticos do processo terapêutico, em virtude do medo do desconhecido e da complexidade do
procedimento, sendo que o impacto que isso pode causar varia de paciente para paciente e depende
de vários fatores, como idade, tipo de cirurgia, temor ao ambiente hospitalar, entre outros. 17
Tal situação também ocorre com os idosos que se submetem a ACTP, como já descrito por
autores citados anteriormente.
Schmidt et al.12 ao investigarem a prevalência de depressão, ansiedade e estresse
psicológico em 137 pacientes submetidos à intervenção coronária percutânea, verificaram que 73%
apresentaram um dos diagnósticos psicológicos pesquisados, sendo que destes, 29% apresentaram
ansiedade. Percebe-se, dessa forma, que em pacientes submetidos à intervenção coronária
percutânea, a prevalência de efeitos adversos psicológicos característicos é alta, sendo que tal
informação é importantíssima para os profissionais que cuidam de pacientes submetidos a implante
de stent coronário.
Em relação às ações executadas pelo enfermeiro a fim de diminuir ou cessar emoções
negativas que o paciente pode apresentar ao se submeter à ACTP, os artigos pesquisados e expostos
mostram que já é visto que as emoções transmitidas pelo indivíduo idoso no setor de hemodinâmica
são evidentes e se acentua no momento pré e pós-procedimento, quer seja em ACTP, quer seja entre
outros. Tratando-se de ACTP, as alterações emocionais se apresentam mais aguçadas, pois se
associa o conhecimento da população, em geral, da importância do coração e do risco de vida
iminente caso hajam complicações relacionadas ao procedimento. 23
Essas alterações, caracterizadas como medo, ansiedade, entre outras, devem ser discutidas
relacionando-se todas as ações desenvolvidas pelo enfermeiro em unidade de hemodinâmica, desde
as assistenciais diretas até as mecânicas, que necessitam da utilização de aparelhos e tecnologia para
serem concretizadas. 24
É importante que o uso da tecnologia, por exemplo, no cuidado ao paciente seja norteado
por princípios humanos, pois interfere na atuação entre enfermeiro e paciente, e faz com que a
assistência seja prejudicada, o que não pode ser permitido. 21
A sistematização da assistência de enfermagem se destaca como um processo objetivo e
que norteia tanto o paciente quanto o enfermeiro a cerca do procedimento e do que deverá ser feito
para que tudo seja cumprido da melhor forma. 22
19
Conhecendo o paciente e tudo o que o envolve, é possível realizar um diagnóstico de
enfermagem fidedigno, bem como a prescrição e as intervenções propostas pelo enfermeiro, que
somados fazem um diferencial no cuidado prestado. As sistematizações da assistência de
enfermagem variam de acordo com o assunto de cuidado tratado como: sistematização da
assistência de enfermagem à pacientes cirúrgicos, à pacientes de uma UTI cardíaca, à pacientes de
um pronto atendimento, entre outros. 22
Adicionando a sistematização da assistência de enfermagem a este fim cardiológico, ou
seja, a submissão à ACTP, o enfermeiro consegue proporcionar um ambiente seguro não só ao
paciente, mas à equipe de enfermagem que o assiste. Assim como esse método de organização de
trabalho e melhoria de qualidade de atendimento prestado, existem outras formas de envolver
contextos teóricos com práticos e afunilar teorias a fim de obter um melhor resultado. 16
A Teoria de Adaptação Callista Roy é um modelo muito utilizado na atenção do cuidado
prestado pelo enfermeiro que estimula o paciente adaptativamente, à vontade de sair de um conceito
limitativo de sua doença para superar suas dificuldades e ter qualidade de vida no momento pré e
pós-procedimento cardíaco minimamente invasivo. Trata-se da promoção de adaptação do paciente
por meio de duas ações do enfermeiro: a avaliação e a intervenção. 4
A ansiedade desenvolvida pelo indivíduo que se submeterá a uma ACTP provém de vários
fatores que só serão descobertos, se o enfermeiro que o assiste estiver à disposição de ouvi-lo para
certificar-se de onde origina essa ansiedade e para que, assim, possa intervir diante desse problema.
Para tanto, promover um ambiente de diálogo entre paciente e enfermeiro, torna-se um fator senão
essencial, mas extremamente importante. 17
Assim como a obtenção da diminuição da ansiedade do paciente, o medo também pode ser
contornado, salientando as dúvidas perante o procedimento. A promoção do ambiente harmônico,
do momento de diálogo e da explicação de todo o procedimento, contribui para que o paciente tenha
autocontrole de suas emoções e, consequentemente, contribua para o bom resultado hemodinâmico
do procedimento. 4
A assistência de enfermagem humanística prova um diferencial notável da atuação do
enfermeiro nos diversos campos de trabalho, sendo que no ramo da cardiologia diagnóstica e
intervencionista o enfermeiro assume papel de orientador e norteador ao paciente. 21
O enfermeiro garante uma assistência integral, proporcionando conforto e segurança ao
paciente e com qualidade quando ele tem e busca conhecimento teórico-prático a cerca da
especialidade vivenciada, além da busca por oferecer atendimento humanitário ao paciente. 23
Na maioria das vezes, os pacientes submetidos à ACTP relatam estar passando por todo o
processo pela primeira vez, o que encoraja o enfermeiro intervencionista a trata-lo de forma
singular, elencando seus contextos familiares, valores e crenças, a um atendimento integral e
20
específico, o que faz do procedimento algo simples ao que, muitas vezes, é mascarado pelo medo
natural do ser humano de estar tratando de um órgão vital, o coração. 4
6. CONCLUSÃO
As pesquisas em estudo foram compreendidas no período de 2005 a 2013.
Cada um dos artigos científicos pesquisados, com sua particularidade, descrevia
comportamentos, sentimentos e atuação do profissional de enfermagem ao indivíduo acometido por
patologia cardíaca e que necessitasse de internação hospitalar para realização de procedimentos
mínima ou totalmente invasivos.
O fato de estar num ambiente desconhecido onde serão realizadas intervenções que
interferem na integridade física e emocional do ser humano, gera discussões aos profissionais
envolvidos, em questão o enfermeiro, que participa dessas divergências de estado e que promove,
de certo modo, um conforto a curto e longo prazo a quem assiste.
As intervenções coronarianas têm abrangido em maior proporção indivíduos com idade
superior a 60 anos e estes, por sua vez, demonstram insegurança e medo quanto ao procedimento e
seus resultados.
Partindo deste pressuposto, conclui-se que o enfermeiro assume total ou senão, grande
responsabilidade na promoção do conforto e diminuição dos anseios do indivíduo idoso que se
submete a uma ICP – Intervenção Coronariana Percutânea – em específico às angioplastias que, de
certo modo, atuam na solução de um evento cardíaco patológico e geram medo e ansiedade no
paciente.
O enfermeiro, buscando o cuidado humanizado no atendimento a estes pacientes, deve
estar preparado e ciente de todo o contexto que envolverá tais indivíduos e, junto à sua equipe,
elaborar meios de contornar e até mesmo extinguir sentimentos negativos que, de certo modo,
podem influenciar no momento pré, intra e pós ACTP, sendo que a sistematização da assistência de
enfermagem é o método mais eficaz para isso.
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cardíaco: uma proposta a partir do Modelo de Adaptação de Calista Roy. Rev. Bras.Enferm. 2006
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atendidos em uma unidade de hemodinâmica segundo o grau de dependência dos cuidados de
enfermagem. Acta Paul Enferm 2008;21(1):72-6.
8. ANEXO 1
Instrumento de coleta de dados para fichamento de arquivos:
Descritores utilizados
ACTP, idoso coronariopata, humanização em enfermagem
Fonte de publicação
Título do artigo
Autores
Integra
(
) Sim
(
) Não
Língua portuguesa
(
) Sim
(
) Não
Ano de publicação
Temática
23
NORMAS DA REVISTA PARA A QUAL O ARTIGO SERÁ ENVIADO:
Diretrizes para Autores – REVISTA FUNVIC
Os trabalhos devem ser redigidos em português, o uso da forma culta correta é de responsabilidade dos
autores. Os nomes dos autores, bem como a filiação institucional de cada um, devem ser inseridos nos
campos adequados a serem preenchidos durante a submissão e não devem aparecer no arquivo. A Revista
Ciência e Saúde on-line sugere que o número máximo de autores por artigo seja 6 (seis). Artigos com
número superior a 6 (seis) serão considerados exceções e avaliados pelo Conselho Editorial que poderá
solicitar a adequação. Pesquisas feitas com seres humanos e animais devem, obrigatoriamente, citar a
aprovação da pesquisa pelo respectivo Comitê de Ética. O não atendimento de tal proposta pode implicar em
recusa de sua publicação. Da mesma forma, o plágio implicará na recusa do trabalho.
Os autores dos artigos aceitos poderão solicitar a tradução do artigo para língua inglesa nos tradutores
indicados pela revista e reenviar. Os custos com a tradução serão de responsabilidade dos autores.
O periódico disponibilizará aos leitores o conteúdo digital em ambos os idiomas, português e inglês.
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Sugere-se um número máximo de 20 páginas, incluindo referências, figuras, tabelas e quadros. Os textos
devem ser digitados em Fonte Times New Roman, tamanho 12, espacejamento 1,5, justificado, exceto
Resumo e Abstract. Devem ser colocadas margens de 2 cm em cada lado.
As Figuras: gráficos, imagens, desenhos e esquemas deverão estar inseridas no texto, apresentar boa
qualidade, estar em formato JPEG, com resolução de 300dpi com 15cm x 10cm. O número de figuras deve
ser apenas o necessário à compreensão do trabalho. Não serão aceitas imagens digitais artificialmente
'aumentadas' em programas computacionais de edição de imagens. As figuras devem ser numeradas em
algarismos arábicos segundo a ordem em que aparecem e suas legendas devem estar logo abaixo.
Tabelas e Quadros: deverão ser numerados consecutivamente com algarismos arábicos e encabeçados pelo
título. As tabelas e os quadros devem estar inseridos no texto. Não serão admitidas as tabelas e quadros
inseridos como Figuras.
Títulos de tabelas e quadro e legendas de figuras deverão ser escritos em tamanho 11 e com espaço simples
entre linhas.
Citação no texto: deve-se seguir o sistema numérico de citações, em que as referências são numeradas na
ordem em que aparecem no texto e citadas através dos seus números sobrescritos (depois de ponto e de
vírgula; antes de ponto e vírgula e dois pontos). Citações de mais de uma referência devem obedecer ordem
numérica crescente. Quando no final da frase, os números das referências devem aparecer depois da
pontuação. Citações com numerações consecutivas devem ser separadas por hífen (Ex: 3-6); em caso
contrário, deve-se utilizar vírgula (Ex: 3,4,9,14). Toda referência deverá ser citada no texto. Exemplos:
Conforme definem Villardi et al.1, a perda óssea alveolar... O uso de implante de carga imediata tem sido
discutido por vários autores.1,3,5-8 Teses, dissertações e monografias, solicitamos que sejam utilizados apenas
documentos dos últimos três anos e quando não houver o respectivo artigo científico publicado em
periódico. Esse tipo de referência deve, obrigatoriamente, apresentar o link que remeta ao cadastro nacional
de teses da CAPES e aos bancos locais das universidades que publicam esses documentos no formato pdf.
Grafia de termos científicos, comerciais, unidades de medida e palavras estrangeiras: os termos científicos
devem ser grafados por extenso, em vez de seus correspondentes simbólicos abreviados. Incluem-se nessa
categoria os nomes de compostos e elementos químicos e binômios da nomenclatura microbiológica,
zoológica e botânica. Os nomes genéricos de produtos devem ser preferidos às suas respectivas marcas
comerciais, sempre seguidos, entre parênteses, do nome do fabricante, da cidade e do país em que foi
fabricado, separados por vírgula. Para unidades de medida, deve-se utilizar o Sistema Internacional de
Unidades. Palavras em outras línguas devem ser evitadas nos textos em português, utilizar preferentemente a
sua tradução. Na impossibilidade, os termos estrangeiros devem ser grafados em itálico. Toda abreviatura ou
sigla deve ser escrita por extenso na primeira vez em que aparecer no texto.
24
ESTRUTURA DO ARTIGO
PESQUISAS ORIGINAIS devem ter no máximo 20 páginas com até 40 citações; organizar da seguinte
forma:
Título em português: caixa alta, centrado, negrito, conciso, com um máximo de 25 palavras;
Título em inglês (obrigatório): caixa alta, centrado. Versão do título em português;
Resumo: parágrafo único sem deslocamento, fonte tamanho 11, espaço 1, justificado, contendo entre 150 e
250 palavras. Deve conter a apresentação concisa de cada parte do trabalho, abordando objetivo(s), método,
resultados e conclusões. Deve ser escrito sequencialmente, sem subdivisões. Não deve conter símbolos e
contrações que não sejam de uso corrente nem fórmulas, equações, diagramas;
Palavras-chave: de 3 a 5 palavras-chave, iniciadas por letra maiúscula, separadas e finalizadas por ponto.
Deverá ser consultada a lista de Descritores em Ciências da Saúde-DECS, que pode ser encontrada no
endereço eletrônico: http://decs.bvs.br/
Abstract (obrigatório): fonte tamanho 11, espaço 1, justificado, deve ser a tradução literal do resumo;
Keywords: palavras-chave em inglês;
Introdução: deve apresentar o assunto a ser tratado, fornecer ao leitor os antecedentes que justificam o
trabalho, incluir informações sobre a natureza e importância do problema, sua relação com outros estudos
sobre o mesmo assunto, suas limitações. Essa seção deve representar a essência do pensamento do
pesquisador em relação ao assunto estudado e apresentar o que existe de mais significante na literatura
científica. Os objetivos da pesquisa devem figurar como o último parágrafo desse item.
Método: destina-se a expor os meios dos quais o autor se valeu para a execução do trabalho. Pode ser
redigido em corpo único ou dividido em subseções. Especificar tipo e origem de produtos e equipamentos
utilizados. Citar as fontes que serviram como referência para o método escolhido.
Resultados: Nesta seção o autor irá expor o obtido em suas observações. Os resultados poderão estar
expressos em quadros, tabelas, figuras (gráficos e imagens). Os dados expressos não devem ser repetidos em
mais de um tipo de ilustração.
Discussão: O autor, ao tempo que justifica os meios que usou para a obtenção dos resultados, deve contrastar
esses com os constantes da literatura pertinente; estabelecer relações entre causas e efeitos; apontar as
generalizações e os princípios básicos, que tenham comprovações nas observações experimentais; esclarecer
as exceções, modificações e contradições das hipóteses, teorias e princípios diretamente relacionados com o
trabalho realizado; indicar as aplicações teóricas ou práticas dos resultados obtidos, bem como, suas
limitações; elaborar, quando possível, uma teoria para explicar certas observações ou resultados obtidos;
sugerir, quando for o caso, novas pesquisas, tendo em vista a experiência adquirida no desenvolvimento do
trabalho e visando a sua complementação.
Conclusões: Devem ter por base o texto e expressar com lógica e simplicidade o que foi demonstrado com a
pesquisa, não se permitindo deduções. Devem responder à proposição.
Agradecimentos (opcionais): O autor deve agradecer às fontes de fomentos e àqueles que contribuíram
efetivamente para a realização do trabalho. Agradecimento a suporte técnico deve ser feito em parágrafo
separado.
Referências (e não bibliografia): Espaço simples entre linhas e duplo entre uma referencia e a próxima. As
referências devem ser numeradas na ordem em que aparecem no texto. A lista completa de referências, no
final
do
artigo,
deve
estar
de
acordo
com
o
estilo
Vancouver
(norma
completa http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK7256/;
norma
resumida http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html).
Quando a obra tiver até seis autores, todos devem ser citados. Mais de seis autores, indicar os seis primeiros,
seguido de et al. Alguns exemplos:
Artigo publicado em periódico:
Lindsey CJ, Almeida ME, Vicari CF, Carvalho C, Yaguiu A, Freitas AC, et al. Bovine papillomavirus DNA
in milk, blood, urine, semen, and spermatozoa of bovine papillomavirus-infected animals. Genet. Mol. Res.
2009;8(1):310-8.
25
Artigo publicado em periódico em formato eletrônico:
Gueiros VA, Borges APB, Silva JCP, Duarte TS, Franco KL. Utilização do adesivo Metil-2-Cianoacrilato e
fio de náilon na reparação de feridas cutâneas de cães e gatos [Utilization of the methyl-2-cyanoacrylate
adhesive and the nylon suture in surgical skin wounds of dogs and cats]. Ciência Rural [Internet]. 2001 Apr
[citado
em
10
Out
2008;31(2):285-9.
Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782001000200015.
Instituição como autor:
The Cardiac Society of Australia and New Zealand. Clinical exercise stress testing. Safety and performance
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Artigo eletrônico publicado antes da versão impressa
Yu WM, Hawley TS, Hawley RG, Qu CK. Immortalization of yolk sac-derived precursor cells. Blood. 2002
Nov 15;100(10):3828-31. Epub 2002 Jul 5.
Livro (como um todo)
Murray PR, Rosenthal KS, Kobayashi GS, Pfaller MA. Medical microbiology. 4th ed. St. Louis: Mosby;
2002.
Capítulo de livro
Meltzer PS, Kallioniemi A, Trent JM. Chromosome alterations in human solid tumors. In: Vogesltein B,
Kinzler KW, editors. The genetic basis of human cancer. New York: McGraw-Hill; 2002. p. 93-113.
RELATOS DE CASO CLÍNICO
Artigos predominantemente clínicos, de alta relevância e atualidade. Os relatos de caso devem apresentar a
seguinte estrutura: título em português; título em inglês; resumo em português; palavras-chave; abstract; keywords; introdução; relato do caso; discussão; conclusão e referências. Não devem exceder 12 páginas,
incluídos os quadros, as tabelas e as figuras, com até 30 citações.
ARTIGOS DE REVISÃO
Poderão ser aceitos para submissão, desde que abordem temas de interesse, atualizados. Devem ser
elaborados por pesquisadores com experiência no campo em questão ou por especialistas de reconhecido
saber. Devem ter até 20 páginas, incluindo resumos, tabelas, quadros, figuras e referências. As tabelas,
quadros e figuras limitadas a 06 no conjunto, devem incluir apenas os dados imprescindíveis. As figuras não
devem repetir dados já descritos em tabelas. As referências bibliográficas devem ser limitadas a 60. Deve-se
evitar a inclusão de número excessivo de referências numa mesma citação.
Devem conter: título em português e inglês, resumo e abstract (de 150 a 250 palavras), palavraschave/keywords, introdução, método, resultados e discussão, conclusão, agradecimentos (caso necessário),
referências.
EDITORIAIS
Colaborações solicitadas a especialistas de áreas afins, indicados pela Conselho Editorial, visando analisar
um tema de atualidade. Devem conter: Título em português e inglês, Autor, Palavras-chave, Keywords,
Texto em português, Referências (quando necessário). Os trabalhos não devem exceder a 2 páginas.
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relação a todos os itens listados a seguir. As submissões que não estiverem de acordo com as normas serão
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2. Os arquivos para submissão estão em formato Microsoft Word (DOC ou DOCX).
3. URLs para as referências foram informadas quando possível.
4. O texto do trabalho deve estar conforme as NORMAS da revista (em espaço 1,5, fonte 12 Time New
Roman), Figuras e Tabelas inseridas no texto (logo após o seu chamamento, Figuras em resolução
mínima de 300 DPI). Os trabalhos não devem exceder as 20 páginas em espaço 1,5. É importante
ressaltar que pesquisas feitas com seres humanos e animais devem citar a aprovação da pesquisa pelo
respectivo Comitê de Ética. A falta dessa aprovação impede a publicação do artigo. ATENÇÃO:
trabalhos fora das Diretrizes para Autores não serão aceitos e serão devolvidos.
5. O texto segue os padrões de estilo e requisitos bibliográficos descritos em Diretrizes para Autores,
na página Sobre a Revista.
26
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disponíveis em Assegurando a avaliação pelos pares cega foram seguidas.
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