INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA ELIZETHE APARECIDA FERRI ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO PRIMAVERA DO LESTE/2014 INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA ELIZETHE APARECIDA FERRI ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO "Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do Título de Especialização em Educação Infantil Neurociência e Aprendizagem/Psicopedagogia e Educação Infantil." PRIMAVERA DO LESTE/2014 DEDICATÓRIA Dedico primeiramente a Deus que me iluminou todos esses anos que me fez não desistir do meu sonho, e aos meus pais que me apoiaram nesta jornada na minha vida se não fosse eles eu não conseguiria concluir este curso. Hoje eu estou aqui prestes a concluir, eu agradeço muito a eles. Dedico este trabalho as pessoas que lutam diariamente ao meu lado, transmitindo fé, amor, alegria, determinação, paciência, e coragem, tornando os meus dias mais felizes e bonitos. AGRADECIMENTOS Ao todo criador, Deus, que está acima de todas as coisas deste mundo. Concebendo sempre os nossos desejos e vontades, mesmo quando de forma oculta. Agradeço também a todos os professores que me acompanharam durante a Pós Graduação, responsáveis pela realização deste trabalho. A todos os meus amigos e colegas de sala, que com certeza plantaram um pedaço de si em meu coração. Nossas mentes têm sido condicionadas a pensar sobre a cruz como uma redenção que faz menos do que redimir, e a pensar sobre Cristo como um salvador que faz menos do que salvar, e a pensar sobre a fé como a ajuda humana de que Deus necessita para cumprir os seus propósitos. J. I. Packer (via thiagoanunes) RESUMO A educação inclusiva é pauta de pesquisas, projetos, documentos e debates variados no mundo contemporâneo com o foco de análise à educação de alunos com necessidades educacionais especiais. Diante do processo de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais à escola regular, a mesma necessita adequar-se de modo que obtenha estrutura com recursos físicos e humanos para tal público. No entanto, a intenção do presente trabalho é abordar e refletir objeções entre a escola regular e a educação inclusiva, bem como analisar o progresso da mesma historicamente através de pesquisa bibliográficas, bem como verificar benefícios que ela proporciona às pessoas com necessidades educacionais especiais, família. Em pesquisa constata-se que a inclusão escolar é um processo gradativo, e, para que aconteça na prática é necessário o comprometimento da família e comunidade escolar. Palavras-chave: Inclusão; Preconceito; Família. SUMÁRIO Introdução-----------------------------------------------------------------------------------------------07 1. EDUCAÇÃO INCLUSIVA-------------------------------------------------------------------------12 1.1Preconceitos na Inclusão------------------------------------------------------------------------13 2. INCLUSÃO X INTEGRAÇÃO-------------------------------------------------------------------16 2.1 A Importância da Família na Inclusão Escolar--------------------------------------------17 3. OS GRANDES DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL-------18 4. OS DESAFIOS PARA OS PROFESSORES EM RECEBER OS ALUNOS---------22 CONCLUSÃO-------------------------------------------------------------------------------------------25 REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS----------------------------------------------------------------27 INTRODUÇÃO A inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema regular de ensino tem sido um assunto bastante discutido, tanto nos segmentos educacionais quanto nos sociais, no entanto falar de inclusão não é tarefa fácil, porém necessária. Incluir não significa colocar o aluno na escola sem dá condições necessário de permanecia e assistência educacional, mas sim dá suporte pedagógico, além de um ensino de qualidade que desenvolva de forma tridimensional as suas potencialidades, sejam elas: cognitivas, motoras e afetivo-sociais. A inclusão escolar, enquanto paradigma educacional tem como objetivo a construção de uma escola acolhedora, onde não existam critérios ou exigências de natureza alguma, nem mecanismos de seleção ou discriminação para o acesso e a permanência com sucesso de todos os alunos. Este paradigma requer um processo de ressignificação de concepções e práticas, no qual os educadores passem a compreender a diferença humana em sua complexidade, não mais com um caráter fixo e um lugar: preponderantemente no outro, mas entendendo que as diferenças estão sendo constantemente feitas e refeitas e estão em todos e em cada um. Ao mesmo tempo, contribui para transformar a realidade histórica de segregação escolar e social das pessoas com deficiência, tornando efetivo o direito de todos à educação. Educar é um fazer que envolve todas as dimensões do viver humano com o propósito de integrar corpo e espírito, tendo a consciência de que, quando isso não ocorre, teremos a alienação, a perda do sentido individual e social do viver. Educar exige, antes de tudo, fazer e conseguir a aceitação e a legitimação do outro numa perspectiva social e solidária. É essa solidariedade que permite dar sentido a vidas desfeitas, e sentido a vidas que tiveram sua dignidade destruída. Cada ação pedagógica e cada passo educativo precisam agregar valor à vida de cada criança. Implica em parar para ver o que cada criança tem de bom, o que nela existe em potencial, sem a exclusão por antecipação. É dizer não ao rótulo de “incapazes” porque os esperados talentos não se coadunam às atividades previstas. É desejar oferecer ambientes de aprendizagem nos quais a responsabilidade fará realizar tarefas, não somente pela obrigatoriedade, mas por que motivadas a se sentirem bem com aquilo que fazem. 08 Para MITTLER (2001), a educação inclusiva só começa com uma radical reforma da escola, com a mudança do sistema existente e repensando-se inteiramente o currículo para se alcançar as necessidades de todas as crianças. Para esse autor a inclusão não significa transferir o aluno da escola especial para a escola regular, pois, ela representa uma mudança na mente e nos valores para as escolas e para a sociedade em geral, porque subjacente à sua filosofia está à celebração da diversidade. Consoante a este pensamento MITTLER (2003 p.25), diz que: Isto se refere a todas as crianças que não estão beneficiando-se com a escolarização e não apenas aquelas que são rotuladas com o termo necessidades educacionais especiais. A educação inclusiva segundo RODRIGUES, apud RIBEIRO e BAUMEL (2003), não deve ser tratada como uma abordagem tradicional onde era sinônimo de uniformização, mas numa abordagem de atenção a diversidade e a igualdade com respeito pelas diferenças e pelas necessidades individuais, desenvolvendo as potencialidades de cada aluno através de percursos individualizados de aprendizagem, respeitando as características e o ritmo de cada um. Neste sentido, PERRENOUD (1988), apud NÓVOA (2007, p.14), diz que: Ao longo das últimas décadas, os especialistas da educação têm-se esforçado por racionalizar o ensino procurando controlar a priori os fatores aleatórios e imprevisíveis do ato educativo, expurgando o 17 cotidiano pedagógico de todas as práticas, de todos os tempos que não contribuem para o trabalho escolar propriamente dito. Para BAPTISTA (2006), primeiramente a escola deve estar adequada àquela criança, jovem ou adulto. Tendo profissionais adequados e espaços direcionados as determinadas deficiências. Essa escola deve também respeitar os limites do educando e desenvolver uma real integração social na comunidade em que vivem a inclusão implica também em uma mudança de paradigmas, de conceitos e costumes, que fogem as regras tradicionais, ainda fortemente calcados na linearidade do pensamento, no primado do racional e do ensino, na transferência dos conteúdos curriculares. Ainda existe uma resistência por parte das escolas, em concretizar essa inclusão, suas desculpas variam entre não ter profissionais especializados, salas adequadas ou acessos dentro das escolas, exemplo para os cadeirantes, entre outras. A inclusão é, portanto um conceito intrigante, que busca retirar as barreiras impostas pela exclusão em seu sentido mais global. A educação 09 é, portanto um direito de todos, e assegurá-lo é necessariamente, dar boas vindas a esse aluno, sem questionar suas possibilidade ou dificuldades. Respeitando-os, integrando-os ao cotidiano escolar, visando capacitar e melhorar a vida desses educando. As desigualdades sociais no Brasil afetam diretamente as diversas condições de acesso à educação no país. Quase todos os indicadores educacionais brasileiros evidenciam este fato. Para o autor FERREIRA (2005, p. 44) a inclusão envolve: [...] uma filosofia que valoriza diversidade de força, habilidades e necessidades [do ser humano] como natural e desejável, trazendo para cada comunidade a oportunidade de responder de forma que conduza à aprendizagem e do crescimento da comunidade como um todo, e dando a cada membro desta comunidade um papel de valor. Em face disso, nota-se que a materialização da escola verdadeiramente inclusiva trabalha baseando-se na defesa de princípios e valores éticos, na projeção dos ideais de cidadania e justiça, nivelada a uma proposta que visa à promoção de práticas pedagógicas contemplando o aluno, individualmente, em sua maneira peculiar durante o processo de aprendizagem e envolvendo, com compromisso e empenho, a comunidade escolar. A inclusão é um processo dinâmico e gradual, esta se resume em “cooperação/solidariedade, respeito às diferenças, comunidade, valorização das diferenças, melhora para todos, pesquisa reflexiva.” (SANCHEZ, 2005, p. 17). O educador é o mediador e responsável pela construção do conhecimento, interação e socialização do aluno com NEE, sendo a inclusão considerada uma tentativa de reedificar esse público, analisando desde os casos mais complexos aos mais singelos, pois uma educação de qualidade é direito de todos. (SANCHEZ, 2005, p. 17). Deficiência: caracterização e conceituação, a história da atenção à pessoa com deficiência tem-se caracterizado pela segregação, acompanhada pela consequente e gradativa exclusão, sob diferentes argumentos, dependendo do momento histórico focalizado. Para conhecer as ideias que norteiam a concepção acerca da deficiência, recorremos, em particular, à autora Maria Salete Aranha (2000), que se reporta à história para buscar uma melhor compreensão do lugar que a pessoa com deficiência ocupa na sociedade contemporânea. 10 As práticas educativas vêm sendo aprimoradas a cada dia, para que se possa acompanhar o desenvolvimento do aluno envolvido no processo de ensino e aprendizagem. Os fatores que influenciam nas mudanças das práticas já existentes são fatores sociais, culturais econômicos entre outros. Porém, os que mais são observados são os fatores socioculturais, pois é a partir da vivência dos alunos e do seu contexto social que poderemos elaborar atividades pedagógicas que venham ao encontro das necessidades e particularidades dos nossos alunos. As mudanças e as adaptações das práticas educativas existentes são fundamentais para um bom desenvolvimento do trabalho, pois conhecer e tentar entender o mundo no qual o aluno está inserido é o primeiro passo a ser desenvolvido. Proporcionar atividades interessantes que cativem a curiosidade do aluno é essencial. (SANCHEZ, 2005, p. 17). A pesquisa aplicada deste projeto será realizada por meio de referencial teórico. A inclusão deve ser entendida como fazendo parte dum combate mais alargado destinado a suplantar discursos e práticas de exclusão, assumindo-se contra a ideologia que quer ver cada indivíduo completamente separado e isolado. A inclusão tem em vista uma melhoria da instrução. Longe de ser uma disciplina marginal destinada a encontrar metodologias para escolarizar um grupo relativamente restrito de alunos num quadro escolar clássico, a inclusão constrói os fundamentos de uma abordagem que poderá conduzir à transformação do próprio sistema. (SALAMANQUE, 2008). O título desse trabalho já contém em si mesmo a mensagem de que o tema pode ser examinado sobre vários enfoques porque inúmeras são as teorias para explicar a Educação Inclusiva, entre elas este trabalho destaca: a Inclusão, os Preconceitos na Inclusão, Inclusão x Integração, a Importância da Família na Inclusão, os Grandes desafios para os professores em receber essas crianças. Mudanças na concepção de como a aprendizagem se dão acarretam mudanças nas explicações acerca das dificuldades enfrentadas pelos alunos e professores. O presente trabalho surgiu da preocupação e da necessidade de melhor compreensão do processo de Inclusão de Crianças na escola regular. Veremos nos próximos capítulos que a Educação Inclusiva ainda é uma grande dificuldade em nossas escolas, e como lidar com essas mudanças, e as 11 estratégias usadas, segundo autores e seus relatos, conversa com familiares, e chegar a uma conclusão. 1. UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇAO INCLUSIVA No ano de 1994 é publicada a Política Nacional de Educação Especial, que orientou o processo de integração instrucional e condicionou o acesso às classes comuns do ensino regular àqueles que “(...) possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais.” (BRASIL, 1994, p.19). A Política Nacional de Educação Especial (BRASIL,1994), fruto da concepção integracionista, cujo modelo condicionava o acesso nas classes comuns do ensino regular àqueles alunos considerados aptos ou adaptados às condições e ritmo de aprendizagem da turma o termo usado por este Plano para se referir aos alunos que gozavam destes direitos é ‘pessoas com deficiência, condutas típicas, altas habilidades/superlotação’. A política de inclusão escolar, diferente da política de integração que colocava o ônus da adaptação no aluno, segundo ROSA (2005) implica em todo um remanejamento e reestruturação da dinâmica da escola para receber esses alunos especiais. Na escola inclusiva é necessário um planejamento individualizado para cada aluno, que recebe dentro de sua própria classe, os recursos e o suporte psicoeducacional necessários para seu desenvolvimento. É necessário também que haja um profissional especializado acompanhando diretamente o aluno durante a aula e orientando o professor do ensino regular na adaptação curricular e metodológica. ROSA (2005, p. 88) defende que: [...] o aprimoramento da qualidade do ensino regular e a adição de princípios educacionais válidas para todos os alunos resultarão naturalmente na inclusão escolar dos portadores de deficiência. Em consequência, a educação especial adquire uma nova significação. Tornase uma modalidade de ensino destinada não apenas a um grupo exclusivo de alunos – o dos portadores de deficiência – mas uma modalidade de ensino especializada no aluno e dedicada à pesquisa e desenvolvimento de novas maneiras de se ensinar, adequadas à heterogeneidade dos aprendizes e compatíveis com ideais democráticos de uma educação para todos. Analisando o conceito de deficiência descrito por essa convenção, percebemos que as atitudes excludentes da sociedade contribuem com perpetuação das diferenças e impedem o desenvolvimento da PNEE. Se formos indivíduos que aprendemos essencialmente através das trocas sociais com os seres da mesma espécie, a exclusão certamente é um obstáculo ao crescimento de qualquer pessoa. Existindo apenas interação entre as pessoas com deficiência, como defende o 13 modelo de segregação, ou sugere o paradigma integracionista, a sociedade estará negando o direito à diferença e o direito a igualdade de oportunidades. MANTOAN (2009, p. 16) relata que: É necessário que a sociedade reflita a função da escola enquanto agente de transformação social e responsável por uma educação de qualidade que atenda a diversidade, pois inclusão é um direito de todos. Não se justifica mais que instituições responsáveis pela educação formal ainda perpetuem práticas excludentes. Numa escola inclusiva, as pessoas com deficiência não precisam se modificar para serem incluídas. Estudos apontam para uma tendência da solidificação de uma cultura inclusiva, ou seja, a de escola para todos, no cenário educacional brasileiro, exigindo-se a construção de um novo referencial que englobe os sistemas regular e especial de ensino. A esse respeito, Melo et al.(2009) afirmam que a democratização do ensino, na ótica da inclusão, e sua ampliação para todos, exige a adequação da escola à recepção de todos os alunos e não o inverso. Sabe-se que pelo fato de ser essa uma nova cultura, ainda em processo, muitos pontos permanecem obscuros, sem respostas e passíveis de questionamentos pelos professores e pesquisadores. Partindo-se dessa perspectiva, propõe-se uma reflexão relacionada às tendências de inclusão no Ensino Superior, pois, se por um lado houve avanços importantes nos processos inclusivos nos ensinos fundamental e médio, as discussões a respeito da inclusão de pessoas com necessidades especiais no Ensino Superior brasileiro ainda são incipientes. Portanto, não há exagero em se afirmar que essa temática está restrita, ainda, aos círculos acadêmicos e governamentais, pois não ganhou espaço significativo nas mídias ou nos diversos fóruns que informam (e formam) os diferentes contextos sociais. 1.1 PRECONCEITOS NA INCLUSÃO Para ADORNO (2002), a barbárie, que por sua vez é irmã dileta do preconceito, não é fruto exatamente de um capitalismo, é uma condição intrínseca a um processo civilizador. Para ele progresso e barbárie são inseparáveis, no entanto, em uma posição diferencial, que devemos alterar nossas relações sociais, como forma de produção de novas relações, estas mesmas relações produziriam uma resistência diferencial nesse sistema de produção, A adaptação e a diversificação de 14 conteúdos devem fazer parte de uma preparação para o estilo de aprendizagem que o educador levará aos seus alunos para que se sintam satisfeitos e iguais a todos os outros, sem exclusão. Todo conteúdo programado deverá atender as necessidades: É preciso, sobretudo, compreender a nossa incompreensão, a nossa resistência em compreender o outro como agente de reprodução de iniquidade que o vitima e ao vitimá-lo nos vitima também. Porque no fim, na prepotência de querer libertá-lo, o que queremos é nos libertar dele, nos livrar dele. “Porque não estamos propondo a construção do novo – apenas a extensão a ele do que já é velho, dos mecanismos de reprodução das relações sociais e não da produção de novas relações. (p. 45). Não sem razão, a identidade também é constituída pela família, enquanto que a diferença é um território social, onde as designações de suas representações no âmbito social pertencem. BAUMAN (2001), reitera que esse território social a que chamamos diferenças requer estudo, exercício e disciplina no âmbito da convivência social: A capacidade de conviver com a diferença, sem falar na capacidade de gostar dessa vida e beneficiar-se dela, não é fácil de adquirir e não se faz sozinha. Essa capacidade é uma arte que, como toda arte requer estudo e exercício. A incapacidade de enfrentar a pluralidade de seres humanos e a ambivalência de todas as decisões classificatórias, ao contrário, se autoperpetuam e reforçam: quanto mais eficazes a tendência à homogeneidade e o esforço para eliminar a diferença, tanto mais difícil sentir-se à vontade em presença de estranhos, tanto mais ameaçadora a diferença e tanto mais intensa a ansiedade que ela gera. (p. 123). Mas devemos destacar que se o grupo é uma instância importante para o desenvolvimento do preconceito, isso não significa que ele seja a fonte de seu surgimento. Nesse sentido concordamos com HELLER (1972), quando afirma: Dizemos tudo isso apenas com a finalidade de refutar o ponto de vista dominante na sociologia contemporânea, segundo o qual a fonte de preconceitos é o grupo enquanto tal, a coesão grupal em si; ora, o próprio conceito de ‘grupo’ já nos parece uma categoria ultra generalizadora e, por conseguinte, de escasso rigor científico; as simples concordâncias formais não são suficientes para justificar que se tratem como idênticas as formações grupais ‘face-to-face’ e as integrações sociais. Essas são hoje, como dissemos as produtoras dos preconceitos socialmente influentes; e não estão baseadas em relações ‘face-to-face’. (p. 55). A relação da ideologia com o preconceito em nível individual é destacado pela autora. Todo indivíduo é particular, singular, no que diz respeito aos seus interesses próprios, mais imediatos, e é humano-genérico quando consegue transcender esses interesses e passa a se preocupar com a realização do que é próprio à essência humana: o trabalho como objetivação, a sociabilidade, a universalidade, a consciência e a liberdade (ver p.4). Os preconceitos se associam aos interesses particulares e se contrapõem ao humano-genérico. A ideologia 15 fomenta a particularidade dos interesses, associando-os ao desenvolvimento de preconceitos. (HELLER, 1972). 2. INCLUSÃO X INTEGRAÇÃO Incluir alunos especiais na escola regular, não é somente transferir os mesmos de uma escola especial para a regular, ou seja, além de mudanças na estrutura dos edifícios escolares, tem que haver preparação para os professores, para que deem a assistência necessária a esses alunos, essas mudanças são necessárias, pois não é possível falar em inclusão sem que haja ajustes de cada unidade escolar e adaptações curriculares. No sentido etimológico, integração vem do verbo integrar, que significa formar, coordenar ou combinar num todo unificado. Inclusão, do verbo incluir, significa compreender, fazer parte de, ou participar de. Nota-se que, no significado de inclusão, aparece à palavra participar, fazer parte, o que pressupõe outra visão. Participação é uma necessidade fundamental do ser humano, logo o homem só terá possibilidade de total desenvolvimento numa sociedade que permita e facilite a sua participação. (VOIVODIC, 2004). A educação para o trabalho e o fenômeno da globalização, embora não se possa estabelecer entre ambos os temas uma relação biunívoca, sem dúvida que há, entre eles, estreitas relações que agravam a referida crise. Se a competição que tem caracterizado as relações interinstitucionais e interpessoais é ameaçadora para cidadãos "comuns", o que dizer quando se trata de cidadãos “peculiares" e que tem exercitado, plenamente, seus direitos de apropriação do saber e do saber fazer? Como enfatiza DEMO (1997, p. 12): A educação profissional é sempre formação e não treinamento. E mais: “o caráter educativo do processo” profissionalizante precisa predominar sobre todos os outros aspectos, porque não se trata apenas de inserisse no mercado, mas de envolver o todo no contexto da cidadania; saber pensar e aprender a pensar de notam não só habilidades propedêuticas de estilo formal e inovador, mas, sobretudo, a qualidade política de quem, ao mesmo tempo, maneja bem o conhecimento e o humaniza; (...) embora o esforço educativo no campo profissionalizante corra sempre o risco de subordinarse ao mercado ou de cair no vazio por desvinculação com o mercado, se aceita hoje que o trabalhador só tem a ganhar se o processo profissionalizante se centrar na qualidade educativa, para poder retirar daí tanto à capacidade de inserir-se no mercado quanto, sobretudo, de poder confrontar-se com ele. Para ROSA (2005, p. 91), as adaptações curriculares são estratégias para promover maior eficácia educativa, a fim de contribuir, de forma mais coerente, com o sistema de inclusão e com o atual estado dos sistemas educacionais, que são, ainda, insuficientes para atender os alunos das escolas regulares, especialmente 17 os alunos com necessidades educativas especiais. As adaptações curriculares se caracterizam pela procura de uma maior flexibilidade e dinamismo do Projeto Político Pedagógico de cada instituição de ensino e da formação de cada educador. 2.1 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA INCLUSÃO ESCOLAR FERREIRA & FERREIRA (2004), afirmam que há indícios de que algumas situações educacionais de superação de dificuldades na escolarização têm sido devido à participação da família. No decorrer dos anos 90, houve inclusive o reconhecimento legal sobre a importância da participação da família no processo de escolarização dos (as) filhos (as), explicitado em documentos, tais como: Estatuto da Criança e do Adolescente. Há diversas opiniões, de pais, professores, coordenadores, diretores, políticos, enfim, opiniões de nossa sociedade, muitos a favor e muitos contra a inclusão de alunos com deficiência na rede regular de ensino, que devem ser respeitadas. Mas também deve ser respeitado o direito que nos é garantido constitucionalmente de ter educação, e aos alunos com necessidades especiais, garantida a educação preferencialmente no ensino regular. O que beneficia não só esses alunos, de crescerem e terem oportunidades no mercado de trabalho e na sociedade, como também, futuras gerações que aprenderão que em nossas diferenças somos todos iguais. Conforme MANZINI (2000, p.02), a ideia da inclusão se fundamenta numa filosofia que reconhece e aceita a diversidade, na vida em sociedade. Isto significa garantia do acesso de todos a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada indivíduo ou cada grupo social. 3. OS GRANDES DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL Um dos principais questionamentos a respeito da Educação Especial é de que forma ocorre a ação pedagógica. De acordo com a Secretaria de Educação Especial (SEESP), a ação pedagógica deve ser norteada por princípios específicos: normalização, integração e individualização. Teoricamente, esses princípios, dentre outros, devem estar interligados durante o processo de inclusão. A ideia de normalização é vista como base filosófico-ideológica da integração e consiste em: [...] oferecer aos portadores de necessidades especiais as mesmas condições e oportunidades sociais, educacionais e profissionais a que outras têm acesso [...] respeitando-se as características pessoais, normalização significa aceitar a maneira de esses indivíduos viverem, com direitos e deveres (BRASIL, 1994, p.16). GONZÁLEZ (2002), defende que os processos de formação inicial sejam capazes de contribuir para que os professores se formem como pessoas, que cheguem a compreender a sua responsabilidade no desenvolvimento da escola e que adquiram uma atitude reflexiva acerca de seu ensino. Para que isso aconteça aponta que: Será necessário prestar uma maior atenção no contexto social, político e cultural da escola, com a finalidade de fazer o professor em formação compreender que a tolerância e a flexibilidade, diante das diferenças individuais, sejam do tipo que forem, deve ser uma forma de comportamento habitual na sala de aula, fortalecendo uma formação capaz de enfrentar os desafios de uma educação pluralista. Uma educação, em suma, que seja intercultural. (p. 247). Partindo-se deste entendimento – da valorização à diversidade e respeito ao sujeito aprendente – muitas ações práticas podem ser desenvolvidas para a construção de uma escola pluralista, que articule a diversidade biopsicossocial dos alunos com seus próprios itinerários (necessidades educacionais) pedagógicos. Segundo COLL (1995, p. 18), o projeto da escola depende da ousadia de seus agentes e de cada escola em se assumir como tal, partindo da cara que tem seu cotidiano e seu tempo-espaço, isto é, no contexto histórico em que ela se insere. Para termos uma noção real da situação escolar do deficiente no Brasil, seria necessário que soubéssemos o número exato deles. Pois, a partir da comparação entre o número de habitantes brasileiros deficientes e o número de matrículas dos mesmos em instituições de ensino, poderíamos analisar se estas pessoas estariam sendo atendidas e recebendo uma educação de qualidade. Entretanto, nem mesmo o IBGE sabe ao certo este número. Desta forma se torna 19 difícil saber como é a situação dos Deficientes, já que nem mesmo sabemos de quantos estamos falando. Entretanto, a escola existe em função do aluno. O aluno nela ingressa para se apropriar de conhecimentos, de habilidades, para aprender a se relacionar crítica e na sociedade. Se isto não ocorre, a escola não está cumprindo sua função. O sucesso dos alunos não pode depender de sua capacidade de se adaptar aos códigos existentes dentro dela. Essas crianças carentes socialmente e culturalmente são vistas como incapazes, de aprender e avançar numa escola acabada e perfeita que se julgue imune á avaliação. Assim nos ensina ESTEBAN (1992, p. 80): Buscando a homogeneidade, é escamoteado que crianças diferentes criadas em contextos diferentes, expostas a realidades diferentes, desenvolvem, consequentemente habilidades e conhecimentos diferentes. Embora a diferença não signifique a capacidade de uns para aprender e a incapacidade de outros, sua existência aponta a necessidade de que o trabalho escolar possa incorporar a heterogeneidade que constitui o real, sendo construído o rela, sendo construído a parti desses diferentes, que o tornam mais rico e dinâmico. Podemos então concluir que a escola como espaço inclusivo deve ter por desafio o sucesso de todos os alunos sem exceção. Analisamos que nossa escola não pode mais fugir a esse desafio. Ela terá que estar preparada para lidar com situações que fujam ao cotidiano. A não garantia de acesso e permanência de todos na escola é a forma mais perversa e remendável de exclusão escolar e, consequentemente, de exclusão social. Pois nega o direito elementar de cidadania. Para um projeto educativo baseado nos princípios de integração/inclusão, devemos pensar numa renovação pedagógica, que considere as diferenças. Uma educação de qualidade para todos contende-se, entre outros fatores, a atribuição de novas dimensões da escola no que consiste não somente na aceitação, como também na valorização das diferenças, resgatando os valores culturais e o respeito do aprender e construir, conforme define a Declaração de Salamanca (BRASIL,1994 p. 8-9): [...] as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas devem se adequar [...] elas constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos. 20 Iniciativas particulares são bem vindas, mas insuficientes para um trabalho da envergadura da educação inclusiva. O comprometimento coletivo fará com que a inclusão seja vivenciada para desenvolver uma educação voltada para a diversidade. O trabalho de investigação ajudou a perceber o tamanho da complexidade do processo de inclusão escolar. As mudanças necessárias vão muito além da percepção do diferente numa escola e dentro de uma sala de aula. A inclusão escolar é uma vivência diária que precisa ser cultivada pelo diálogo constante, pela humildade do pedir ajuda, reconhecendo as próprias fragilidades e insuficiências. O desafio da inclusão escolar está associado ao desafio de superar, gradativamente, a brutal exclusão social, ainda uma das marcas fortes de nossa contemporaneidade. É um grande desafio, difícil, complexo, mas não impossível. A educação inclusiva possibilita uma mudança de mentalidade, alarga horizontes de esperança inclusiva para articular a sociabilidade com o potencial dos diferentes. Criar sensibilidade para a inclusão é uma tarefa exigente, mas possível como o é o próprio ato do aprender, do conhecer e do viver. A escola inclusiva, para fazer educação inclusiva, precisa de educadores que oportunizem a todos os alunos e a cada um dos alunos o desafio do pensar. São necessários educadores que despertem em cada aluno o prazer do pensar, que despertem o prazer da aprendizagem e que objetivem a vivência convidativa e insubstituível do diálogo educadores que no conversar e no diálogo reconhecem que cada aluno é um sujeito de ideias e um sujeito de palavras. (SEVERINO, 2002). Essa escola precisa de educadores que saibam que cada aluno tem o que dizer, e que ele é capaz de dizêlo e, melhor ainda, que será ouvido. Para VARELA (1990), apud MORAES (2003, p. 109), “o papel central da inteligência humana deixou de ser a capacidade para resolver problemas para ser a capacidade de ingressar num mundo compartilhado.” Eis um dos grandes desafios da educação inclusiva e, também, um dos grandes desafios da atualidade. Sabe-se que existem várias leis que garantem o acesso e permanecia do aluno com necessidade especial no sistema de ensino. A constituição brasileira em seu inciso III do Art. 208 afirma que o atendimento educacional ao portador de necessidades especiais deve ocorrer “preferencialmente na rede regular de ensino.” 21 E esta afirmação é reforçada com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.349/96) que prevê “currículos, métodos e técnicas, recursos educativos e organização específicos” para o atendimento adequado de Necessidades Educativas Especiais (art. 59, I) e “... professores de ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns.” (art. 59, III). 4. OS DESAFIOS PARA OS PROFESSORES EM RECEBER OS ALUNOS A formação de professores é um aspecto que merece ênfase quando se aborda a inclusão. Muitos dos futuros professores sentem-se inseguros e ansiosos diante da possibilidade de receber uma criança com necessidades especiais na sala de aula. Há uma queixa geral de estudantes de pedagogia, de licenciatura e dos professores: “Não fui preparado para lidar com crianças com deficiência.” (LIMA, 2002, p.40). Acredita-se que a formação docente e a busca da qualidade do ensino para crianças com necessidades educativas especiais envolvem, pelo menos, dois tipos de formação profissional: a primeira é a dos professores do ensino regular que conte com o conhecimento mínimo exigido, uma vez que há a possibilidade de lidarem com alunos com “necessidades educativas especiais”; a segunda é a de professores especialistas nas variadas “necessidades educativas especiais” que possam atender diretamente os discentes com tais necessidades e/ou para auxiliar o professor do ensino regular em sala de aula. (BUENO, 1993). Essa falta de capacitação se dá porque no Brasil, de acordo com SIEMS (2010), a preocupação com a formação dos professores voltada para a educação inclusiva é muito recente. De acordo com a autora, é necessário mais investimentos nos processos de formação para reconstruir as práticas educacionais, reorientando, assim, os processos exercidos na Formação de Professores. Segundo a abordagem histórico-cultural no que diz respeito ao desenvolvimento da criança e sua aprendizagem, esta ocorre mediante a transformação construtiva de pensamentos, sentimentos e ações, envolvendo uma interação entre conhecimentos preliminares e conhecimentos novos que constroem outros significados psicológicos, resultantes em outras ações, pensamento e linguagem. Desenvolvimento e aprendizagem são coisas distintas e relacionadas, sendo preciso considerar o nível de desenvolvimento já conquistado e também o nível de desenvolvimento emergente ligado à capacidade de resolução de problemas, a partir do auxílio de outras pessoas que se encontram mais experientes ou possibilitadas, indicando que a criança poderá ser autônoma no porvir quando o nível de desenvolvimento da mesma permitir. (VIGOTSKY, 1994). Com relação ao 23 desenvolvimento da atenção, o indivíduo durante toda sua vida constrói signos que o possibilitam ter conhecimento sobre os estímulos diversos que lhe exercem influência, igualmente, conhecer e dominar seus processos de comportamento e desenvolver e tomar para si o autocontrole daquilo que faz, sente e pensa. (VIGOTSKI, 1995). Na perspectiva histórico-cultural, o aluno é sujeito ativo de seu processo de formação e desenvolvimento intelectual, social e afetivo. O professor cumpre o papel de mediador desse processo com o proporcionamento e favorecimento da interrelação (encontro/confronto) entre o sujeito, o aluno, e o objeto de seu conhecimento, que é o conteúdo escolar. (ORRÚ, 2010). Nesse processo de mediação, o saber do aluno, enquanto sujeito ativo é muito importante na formação de seu conhecimento. O ensino é compreendido como uma intervenção repleta de intencionalidade, inferindo nos processos intelectuais, sociais e afetivos do aluno, visando à construção do conhecimento por parte do mesmo, sendo ele o centro do ensino, o sujeito do processo. Portanto, neste sentido, o professor deve ser um mediador que explora a sensibilidade de seu aluno a fim de perceber quais são os significados construídos por seus alunos com referência aos conceitos que estão sendo formados, quer sejam conceitos mais elementares ou complexos. O fator biológico não deve ser considerado como determinante para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. Segundo as proposições de VIGOTSKY (1997), acerca da criança com dificuldades de aprendizagem e seu desenvolvimento são importantes com relação à determinação da maneira como essa condição deve ser compreendida e trabalhada no contexto da educação, conferindo a este aluno o direito a seu papel ativo na construção de seu desenvolvimento, a partir de sua capacidade individual de apropriar-se e internalizar formas sociais de comportamento como participante de seu processo de conhecimento como sujeito histórico. Deste modo, esta criança passa a ser percebida e compreendida como indivíduo possuidor de diferentes capacidades e potencialidades em emergência que devem ser encorajadas para ser o alicerce do desenvolvimento das funções superiores. (ORRÚ, 2008). Sob este prisma, o professor deve ser um facilitador da aprendizagem, um mediador envolvido e participante ativo de todo esse contexto e o aluno deve ser 24 concebido como sujeito ativo da construção de sua história, de seu aprendizado, um sujeito com possibilidades de aprendizagem. A supervalorização dos diagnósticos pela escola e seu apoio à medicalização da vida da criança são caminhos opostos cujo enfoque é a desconsideração da subjetividade do sujeito e aniquilação de sua personalidade. É a expressão mais nítida de barreiras atitudinais que adjetivam uma escola excludente e esse não deveria ser o reflexo de uma instituição formadora de cidadãos. A formação de professores é um aspecto que merece ênfase quando se aborda a inclusão. Muitos dos futuros professores sentem-se inseguros e ansiosos diante da possibilidade de receber uma criança com necessidades especiais na sala de aula. Há uma queixa geral de estudantes de pedagogia, de licenciatura e dos professores: “Não fui preparado para lidar com crianças com deficiência.” (LIMA, 2002, p.40). FERNANDEZ (1991), menciona que “para aprender, necessitam-se dois personagens (ensinante e aprendente) e um vínculo que se estabelece entre ambos.” Segundo a autora, para chegar a uma aprendizagem efetiva deve haver um ensinante e um aprendente e, entre eles, um relacionamento. Quando há um fracasso na aprendizagem, é preciso pensar sobre estas situações, pois o problema pode estar no professor, na escola, nos pais e não exclusivamente no aprendente. (p.47). Para FREITAS (1998), a professora se comporta como se fosse à proprietária da sala de aula, bem como de tudo que está ali dentro: mesa, quadro, giz e, inclusive, os alunos. É por isso que ela se sente no pleno direito de manipulá-los conforme sua vontade. (p.74). CONCLUSÃO Falar de inclusão, em nossa sociedade, é um desafio. Porque simplesmente, esta dita sociedade possui barreiras para separar as escolas regulares dos alunos com necessidades especiais. A primeira, e mais difícil, é o preconceito. A segunda é a estrutura física, que embora não seja tão difícil de ser superado, o poder público não tem disponibilizado verbas suficientes para que estas barreiras sejam superadas. Outra barreira é a falta de conhecimento a respeito dos direitos dos deficientes por parte dos seus familiares. Como lutar por direitos se não se sabe nem mesmo que eles existem. O desafio não é apenas colocar alunos com necessidades especiais dentro de uma mesma sala de aula e sim fazer com que essa educação inclusiva proporcione a esses alunos uma evolução no seu desenvolvimento educacional e pessoal, e os faça sentir inclusos numa sociedade que deveria ser igual para todos a educação Especial é uma das modalidades de ensino que mais necessita de atenção e investimento por parte dos órgãos competentes, no entanto, o que observa na prática é que muito do que vem sendo feito de forma concreta e positiva para esta área parte de iniciativas pessoais e individuais do professor. Não se vê na prática um trabalho consistente que dê suporte e estrutura para o professor trabalhar com o aluno incluído. No entanto, apesar de todos os problemas que dificultam a inclusão pôde-se constatar que no que se referem à socialização os alunos incluídos demonstraram uma grande alegria e prazer de estar num ambiente com crianças diferentes dela. Além dos pais, professores e colegas de turma, o próprio aluno com necessidades educativas especiais deixa claro que prefere estar no ensino comum, que gosta de fazer as mesmas coisas que as outras crianças de sua idade, ou seja, brincar, correr, pular, discutir, etc. Acreditamos que para ter uma educação de qualidade é necessária uma infraestrutura adequada, um corpo docente qualificado e para isso é necessário que exista ações governamentais comprometidas com esse processo de mudanças e adaptações, onde haja disponibilização de verbas, valorização e qualificação da comunidade escolar, especialmente de professores e corpo técnico da escola, sendo 26 necessário inspecionar para que as leis sejam cumpridas. Dá mesma é imprescindível que a sociedade aprenda a conviver com a diversidade humana, através da compreensão e cooperação para que ocorra realmente uma inclusão. Deste modo o processo de inclusão é amplo, com transformações pequenas e grandes, tanto em ambientes físicos, como na sociedade, onde as pessoas sofrem marginalizações desde suas raízes históricas, seja pela classe social que ocupa, pela sua condição étnica ou pela orientação sexual, e para tentar mudar essa realidade é necessária uma junção de esforços tanto daqueles que desenvolvem e aplicam as políticas públicas como de todas as pessoas que compõem o universo social. Assim para se tiver uma educação inclusiva deve-se ocorre uma transformação profunda na estrutura, na organização e na compreensão que poderemos vir a ter sobre as relações sociais de modo geral, onde a exclusão realmente não mais ocorra. E, para isso, através de condições humanas e materiais reais criadas no ambiente escolar, poderíamos começar seriamente a pensar e exercer uma prática pedagógica onde a inclusão, de fato, pudesse começar a ser uma realidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADORNO, T. W. 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