Universidade Federal do Espírito Santo Centro de Ciências Exatas Departamento de Física FIS09066 Física 2 Prof. Anderson Coser Gaudio Prova 1/3 Nome: ___________________________________ Assinatura: ____________________________ Matrícula UFES: _______________ Semestre: 2013/2 Curso: Física (B e L) Turmas: 01 e 02 Data: 11/11/2013 GABARITO Questão 1. A equação da velocidade de um oscilador harmônico é definida por: v(t ) 0, 60 m/s cos 0,50 s 1 t 3 (a) Qual a amplitude das oscilações? [1,0] (b) Qual o período das oscilações? [1,0] Antes de tudo, vamos converter a função cosseno em seno, para apresentar v(t) em sua forma tradicional. cos , teremos: 2 v(t ) 0, 60 m/s sen 0,50 s 1 t 2 3 Como sen v(t ) 0, 60 m/s sen 0,50 s 1 t 6 1-(a) Comparando a função acima com: v(t ) 0 xm sen 0t 0 Identificamos a frequência angular natural do oscilador como: 0 0,50 s1 Também por comparação, concluímos que: 0 xm 0, 60 m/s Substituindo-se o valor numérico de 0, teremos: 0, 60 m/s 0,50 s 1 xm 1, 2 m xm 1-(b) O período de um oscilador harmônico é definido por: T 2 0 2 12,566 0,50 s1 s T 13 s Questão 2. A figura ao lado mostra um pêndulo de comprimento L, com um peso esférico de massa M e raio muito menor do que L. Este peso está ligado a certa mola de constante k. Quando o peso está na vertical do ponto de suspensão, a mola tem o comprimento de equilíbrio. (a) Deduza a expressão do período de oscilação deste sistema no caso de vibrações de pequena amplitude. [1,5] (b) Imagine que M = 1,00 kg e L é tal que na ausência da mola o período seja de 2,00 s. Qual a constante da mola se o período de oscilação do sistema for de 1,00 s? [1,0] 2-(a) Considere o seguinte esquema da situação, onde Fg é a força gravitacional e Fe é a força elástica: Vamos resolver a segunda lei de Newton para este sistema, em sua forma rotacional, para chegar à equação diferencial do MHS. z I z Os torques restauradores que atuam na direção tangencial são o da gravidade e o da mola. z z Fg L Fe L mL2 z mg sen L kx cos L mL2 z Para valores pequenos de , teremos sen e cos 1. Substituindo x por L: mg kL mL z Rearranjando, teremos: g k z L m A equação acima pode ser representada por: z 02 Onde a frequência angular natural do oscilador vale: g k L m 0 Logo, o período do oscilador vale: T 2 g k L m 2-(b) Usando a condição de ausência da mola, que dá ao pêndulo simples um período de 2,00 s, podemos calcular o comprimento do pêndulo: T 2 L g gT 2 9,81 m/s 2, 00 s L 0,993961 4 2 4 2 2 2 m Agora com o sistema completo, sabendo-se que o período é de 1,00 s, determinaremos a constante k: T2 4 2 g k L m 4 2 9,8 m/s 2 4 2 g 29, 6088 k m 2 1, 00 kg 2 L 1, 00 s 0,993961 m T N/m k 29,6 N/m Questão 3. Imagine que Kepler descobrisse que o período de revolução de um planeta, numa órbita circular, era proporcional ao quadrado do raio da órbita. A que conclusão chegaria Newton sobre a dependência entre a atração gravitacional de dois corpos e a distância entre eles? Justifique matematicamente. [2,0] Considere o seguinte esquema da situação: A suposição colocada no enunciado é de que: T r2 (1) Sabendo-se isso, a lei da gravitação de Newton deverá assumir a forma: Fg 1 rn onde n é um número real. Para determinar o valor de n, vamos resolver a equação do movimento circular da massa m. Como a força gravitacional assume o papel de força centrípeta do movimento circular, teremos: Fc Fg mv 2 1 n r r A velocidade de m é a razão entre a distância percorrida numa volta completa (2r) e o tempo requerido para isso (T): 1 2 r m n 1 r T 2 2 n 1 2 T 4 mr 2 1 2 T 4 m r 2 n 1 2 (2) Comparando-se (1) e (2), teremos: n 1 2 2 n3 Portanto, Newton chegaria à conclusão de que: Fg 1 r3 Questão 4. Uma casca esférica fina de massa M e raio R é mantida fixa no espaço. Há um pequeno orifício na casca, como indicado na figura ao lado. Uma massa m é liberada a partir do repouso a uma distância x do orifício, sobre a linha reta que passa por este e o centro da casca. A partir daí, m move-se apenas sob a ação da força gravitacional devido a M. Considere U = 0 quando as massas M e m estiverem separadas por uma distância infinita. (a) Determine a velocidade de m no instante que passa pelo orifício. [1,0] (b) Quanto tempo leva para m ir do orifício até o ponto A, localizado diametralmente oposto ao orifício? [1,0] A (c) Utilize a expressão final obtida no item (a) para calcular a velocidade que m teria ao passar pelo orifício caso fosse liberado a uma distância x = e posto em movimento com um pequeno impulso no sentido da casca. [1,0] (d) O que há de especial na velocidade obtida no item (c)? [0,5] M, R x m Considere o seguinte esquema da situação: 4-(a) Como o sistema é conservativo, aplica-se a conservação da energia mecânica às configurações em que m está em C e B. KC U C K B U B GMm 1 2 GMm 0 mvB xR 2 R 2 GM GM vB2 R xR x vB 2GM x R R De acordo com a coordenada x adotada, teremos: vB 2GM x x R R 4-(b) Dentro da casca esférica o potencial gravitacional é constante e, portanto, não há interação gravitacional entre M e m. Logo, m desloca-se com velocidade constante. Aplicando-se a equação do movimento retilíneo uniforme entre os pontos B e A, teremos: x x0 vxt xC xB vx tBC R R 2GM x t x R R BC 2R t BC 2GM tBC x x R R 2 R3 x R GM x 4-(c) Partindo-se do resultado de (a): vB 2GM x 2GM 1 2GM R x R R x R R x x 1 R 1 x Sendo x uma distância infinita, teremos: vB 2GM 1 R R 1 vB 2GM R 4-(d) O negativo de vB (que movimentaria m de B ao infinito) corresponde à velocidade de escape de m da superfície da casca esférica M. Dados: Aceleração da gravidade na superfície da Terra: g = 9,81 m/s2.