2.4 TRANSFORMAÇÕES LINEARES PLANAS 2.4.1 Reflexão 2.4.1.1 Em relação ao eixo dos xx Expressão Representação geométrica f: R2 → R2 (x, y) 6 (x, – y) Matriz canônica ⎡ 1 0⎤ A=⎢ ⎥ ⎣0 − 1⎦ 2.4.1.2 Em relação ao eixo dos yy Expressão Representação geométrica f: R2 → R2 (x, y) 6 (– x, y) Matriz canônica ⎡ − 1 0⎤ A=⎢ ⎥ ⎣ 0 1⎦ 2.4.1.3 Em relação à reta y = x. Para achar a lei podemos usar T(1, 0) = (0, 1) e T(0, 1) = (1, 0). Expressão Representação geométrica f: R2 → R2 (x, y) 6 (y, x) Matriz canônica ⎡0 1 ⎤ A=⎢ ⎥ ⎣1 0 ⎦ 59 2.4.1.4 Em relação à reta y = – x. Podemos achar a lei tomando T(0, 1) = (– 1, 0) e T(1, 0) = (0, – 1). Expressão Representação geométrica f: R2 → R2 (x, y) 6 (– y, – x) Matriz canônica ⎡ 0 − 1⎤ A=⎢ ⎥ ⎣ − 1 0⎦ 2.4.2 Projeção 2.4.2.1 sobre o eixo dos xx Expressão Representação geométrica f: R2 → R2 (x, y) 6 (x, 0) Matriz canônica ⎡1 0⎤ A=⎢ ⎥ ⎣ 0 0⎦ 2.4.2.2 sobre o eixo dos yy Expressão Representação geométrica f: R2 → R2 (x, y) 6 (0, y) Matriz canônica ⎡ 0 0⎤ A=⎢ ⎥ ⎣ 0 1⎦ 60 2.4.3 Dilatação ou Contração Seja α um número real não nulo. 2.4.3.1 Na direção do vetor (α ∈ R) Expressão Representação geométrica f: R2 → R2 (x, y) 6 (αx, αy) Matriz canônica ⎡α 0 ⎤ A=⎢ ⎥ ⎣ 0 α⎦ 2.4.3.2 Na direção do eixo dos xx (horizontal) Expressão Representação geométrica 1 2 para o caso α = 2 e α = . f: R2 → R2 (x, y) 6 (αx, y) Matriz canônica ⎡α 0⎤ A=⎢ ⎥ ⎣ 0 1⎦ 2.4.3.3 Na direção do eixo dos yy (vertical) Expressão Representação geométrica 1 2 para o caso α = 2 e α = . 61 f: R2 → R2 (x, y) 6 (x, αy) Matriz canônica ⎡1 0 ⎤ A=⎢ ⎥ ⎣0 α ⎦ 2.4.4 Cisalhamento 2.4.4.1 Na direção do eixo dos xx Expressão Representação geométrica f: R2 → R2 (x, y) 6 (x + αy, y) Matriz canônica ⎡1 α ⎤ A=⎢ ⎥ ⎣0 1 ⎦ 2.4.4.2 Na direção do eixo dos yy Expressão Representação geométrica f: R2 → R2 (x, y) 6 (x, αx + y) Matriz canônica ⎡ 1 0⎤ A=⎢ ⎥ ⎣α 1⎦ 62 2.4.5 Rotação de um ângulo θ no sentido anti-horário Expressão Representação geométrica Rθ: R2 → R2 v 6 Rθ(v) (x, y) 6 (x', y') = ? Matriz canônica ⎡cos θ − sen θ⎤ A=⎢ cos θ⎥⎦ ⎣sen θ Observando a representação geométrica, temos que: Lembremos que: | v | = | Rθ(v) |; sen (α + θ) = sen α cos θ + sen θ cos α y sen α = ; | v| cos (α + θ) = cos α cos θ – sen α sen θ cos α = x ; | v| Assim, sen (α + θ) = y, | v| sen α cosθ + sen θ cosα = cosθ y x y, + sen θ = | v| | v| | v| x sen θ + y cosθ = y , cos (α + θ) = y, | v| x, |v| cosα cosθ − sen α sen θ = x, |v| x y x, cosθ − sen θ = |v| |v| |v| x cosθ − y sen θ = x, ⎡cos θ − sen θ⎤ . cos θ⎥⎦ ⎣sen θ Então, Rθ (x, y) = (x cos θ – y sen θ, x sen θ + y cos θ ) e [R θ ] = ⎢ 2.4.6 Exemplo. Considere o triângulo de vértices A (– 3, 1), B(1, – 3) e C(3, 3) sobre o qual se aplicam, respectivamente, as seguintes transformações: reflexão em relação ao eixo dos xx e duplicação dos módulos. a) Encontrar os vértices A1, B1 e C1 determinados pela primeira transformação e os vértices A2, B2 e C2 determinados pela segunda transformação. b) Representar, geometricamente, no mesmo sistema de eixos cartesianos os triângulos ABC, A1B1C1 e A2B2C2. Solução. a) • Vamos designar por f1 e f2 a primeira e segunda transformação, respectivamente: 63 f1: reflexão em torno do eixo dos xx ⇒ (x, y) 6 (x, – y); f2: duplicação dos módulos ⇒ (x, y) 6 (2x, 2y) Para encontrarmos os vértices A1, B1 e C1, aplicamos a transformação f1 nos vértices A, B e C. Dessa forma teremos: f1(x, y) = (x, –⇒ A1 == f1(– 3,= (– 3, – 1) = (1, 3) 1) y) f1(A) ⇒ B1 = f1(B) = f1(1, –= (3, – 3) ⇒ C1 = f1(C) 3) = f1(3, 3) Para encontrarmos os vértices A2, B2 e C2, aplicamos a transformação f2 nos vértices A1, B1 e C1. Assim: f2(x, y) = (2x, 2y) ⇒ A2 = f2(A1) = f2(– 3, –= (– 6, – 2) = (2, 6) ⇒ B2 = f2(B1) 1) ⇒ C2 = f2(C1) = f2(1, 3) = (6, – 6) = f2(3, – 3) • Outra forma de encontrarmos os vértices A1, B1 e C1 é utilizando a matriz que representa a ⎡ 1 0⎤ ⎥ . Dessa forma temos: ⎣0 − 1⎦ ⎡ 1 0⎤ ⎡− 3⎤ ⎡− 3⎤ ⎡ 1 0⎤ ⎡ xA ⎤ A1 = f1(xA, yA) ⇒ A1 = [ f1]A ⇒ A1 = ⎢ ⇒ A1 = ⎢ ⇒ A1 = ⎢ ⎥ ou, A1 = (– ⎢ ⎥ ⎥ ⎢ ⎥ ⎥ ⎣0 − 1⎦ ⎣ yA ⎦ ⎣0 − 1⎦ ⎣ 1⎦ ⎣ − 1⎦ transformação reflexão dada por [ f1 ] = ⎢ 3, – 1) ⎡1 0⎤ ⎡ x ⎤ ⎡1 0⎤ ⎡ 1⎤ ⎡1⎤ B B1 = f1(xB, yB) ⇒ B1 = [ f1]B ⇒ B1 = ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⇒ B1 = ⎢0 − 1⎥ ⎢− 3⎥ ⇒ B1 = ⎢3⎥ ou, B1 = (1, ⎣0 − 1⎦ ⎣ yB ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎣ ⎦ 3) ⎡1 0⎤ ⎡ x ⎤ ⎡1 0⎤ ⎡3⎤ ⎡ 3⎤ C C1 = f1(xC, yC) ⇒ C1 = [ f1]C ⇒ C1 = ⎢ ⎥ ⎢ y ⎥ ⇒ C1 = ⎢0 − 1⎥ ⎢3⎥ ⇒ C1 = ⎢− 3⎥ ou, C1 = (3, – − 0 1 ⎣ ⎦ ⎣ C⎦ ⎣ ⎦⎣ ⎦ ⎣ ⎦ 3). ⎡2 0⎤ ⎥ , que representa a transformação f2: ⎣0 2⎦ ⎡− 6⎤ ⎡2 0⎤ ⎡− 3⎤ ⎡ 2 0⎤ ⎡ xA1 ⎤ A2 = f2(xA1, yA1) ⇒ A2 = [ f2]A1 ⇒ A2 = ⎢ ⎥ ⎢ y ⎥ ⇒ A2 = ⎢0 2⎥ ⎢ − 1⎥ ⇒ A2 = ⎢− 2⎥ ou, A2 = 0 2 ⎣ ⎦ ⎣ A1 ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎣ ⎦ Da mesma forma, procedemos com a matriz [ f 2 ] = ⎢ (– 6, – 2) ⎡ 2 0⎤ ⎡ x ⎤ ⎡2 0⎤ ⎡ 1⎤ ⎡ 2⎤ B1 B2 = f2(xB1, yB1) ⇒ B2 = [ f2]B1 ⇒ B2 = ⎢ ⎥ ⎢ y ⎥ ⇒ B2 = ⎢0 2⎥ ⎢− 3⎥ ⇒ B2 = ⎢6⎥ ou, B2 = (2, 0 2 ⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ B1 ⎦ 6) ⎡2 0⎤ ⎡ x ⎤ ⎡2 0⎤ ⎡ 3⎤ ⎡ 6⎤ C1 C2 = f2(xC1, yC1) ⇒ C2 = [ f2]C1 ⇒ C2 = ⎢ ⎢ y ⎥ ⇒ C2 = ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⇒ C2 = ⎢− 6⎥ ou, C1 = ⎥ ⎣0 2⎦ ⎣− 3⎦ ⎣ ⎦ ⎣ 0 2 ⎦ ⎣ C1 ⎦ (6, – 6) • Observe que se trata de uma composição de funções e, portanto, podemos representar as duas transformações por uma só lei matemática. Assim, designando por f a lei que transforma os vetores A, B e C em A2, B2 e C2 temos: 64 f (x, y) = f2(f1(x, y)) = f2(x, – y) = (2x, – 2y). Assim, a transformação f1 seguida de f2 pode ser escrita dessa forma: (x, y) 6 (2x, – 2y) ou f (x, y) = (2x, – 2y). Matricialmente, procederíamos da seguinte forma ⎡2 0⎤ ⎡ 1 0⎤ ⎡ x ⎤ [ f ( x, y )] = ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎥⎢ ⎣0 2⎦ ⎣0 − 1⎦ ⎣ y ⎦ ou seja, a matriz da transformação f, [ f ], é obtida pelo produto da matriz da transformação f2, [ f2], pela matriz da transformação f1, [ f1]. (Cuidado! O produto de matrizes não é comutativo.) ⎡ 2 0 ⎤ ⎡ 1 0⎤ [ f ] = [ f 2 ][ f1 ] ⇒ [ f ] = ⎢ ⎥ ⇒[f]= ⎥⎢ ⎣0 2⎦ ⎣0 − 1⎦ 0⎤ ⎡2 ⎢0 − 2⎥ ⎣ ⎦ • Vamos utilizar a matriz [ f ] para encontrar os vértices A2, B2 e C2, resultado final das transformações: ⎡2 0⎤ ⎡− 3⎤ ⎡ − 6⎤ ⎡2 0⎤ ⎡ 1⎤ ⎡ 2⎤ ⎡2 0⎤ ⎡3⎤ A2 = [ f ]A = ⎢ ⎥⎢ ⎥ = ⎢ ⎥ ⎣0 − 2⎦ ⎣ 1⎦ ⎣− 2⎦ B2 = [ f ]B = ⎢ ⎥⎢ ⎥ = ⎢ ⎥ ⎣0 − 2⎦ ⎣− 3⎦ ⎣6⎦ ⎡ 6⎤ C2 = [ f ]C = ⎢ ⎥⎢ ⎥ = ⎢ ⎥. ⎣0 − 2⎦ ⎣3⎦ ⎣− 6⎦ 65