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1º Teste de psicologia
 Definição de psicologia
“A psicologia é simultaneamente uma das ciências mais antigas e
uma das mais recentes”
Passaram-se muitos séculos até que a psicologia fosse considerada ciência
e se constituísse como área de trabalho independente e autónoma da
filosofia.
É uma das mais antigas por estudar assuntos sobre a humanidade, nos
quais o homem sempre refletiu por serem temas fundamentais para uma
vida em sociedade.
Só nos finais do século XIX é que a psicologia se emancipou da filosofia,
em virtude de ter adotado uma metodologia apostada na observação e no
controlo experimental.
A psicologia é conhecida como uma ciência de charneira, pois temos de
recorrer a diferentes áreas do saber.
Conhecemos dois tipos de psicologia: Psicologia do senso comum e
psicologia científica. Nós vamos estudar a psicologia científica.
 Psicologia do senso comum:
o Pouco ou nada fundamentada
o Inclui preconceitos e generalizações abusivos
o Não tem rigor
o Ametódica
o Pouco critica
 Psicologia científica:
o Fundamentada
o Rigorosa
o Metódica
o Critica (face aos preconceitos e às suas imitações
 Objeto de estudo da psicologia
A psicologia é uma disciplina científica, definida como a ciência que
estuda o comportamento e os processos mentais.
Comportamento – É qualquer ato efetuado pelo organismo e que possa
ser observado e registado. Ex.: sorrir, falar, calçar um sapato. (exterior,
físico)
Processo mental – Fenómeno interno e subjetivo, inferido a partir dos
comportamentos observados. Ex.: sensações, perceções, lembranças.
(interior, mente)
 Finalidades da psicologia
A psicologia tem como finalidades:
 Compreender e descrever comportamentos e processos mentais
 Explicar comportamentos e processos mentais, identificando as
causas que os determinam
 Prever comportamentos, a partir da identificação das suas causas.
 Prevendo comportamentos, controlar as circunstâncias em que
estes ocorrem.
 Dicotomias em psicologia
Na tentativa de compreender o ser humano, os psicólogos foram fazendo
investigações e recolhendo dados de outras ciências que mantêm as
afinidades com a psicologia: a biologia, a etologia, as ciências sociais, a
antropologia, a linguística e outras.
Mas, apesar do seu esforço de cientificidade, os psicólogos não
conseguiram escapar a exageros, assumindo posições extremadas e
unidirecionais, base de acentuadas dicotomias, tendentes a perspetivas
parcelares.
Assim, acerca da determinação do comportamento e do desenvolvimento
humano, surgem as seguintes questões dicotómicas:
 O inato e o adquirido
Surge a propósito da questão de saber:
“Como é que nos tornamos humanos?”
Trata-se de concluir se nascemos com todo o equipamento necessário ou
se depende de aquisições feitas no contacto com o meio.
Alguns psicólogos apoiam que os comportamentos do ser humano se
explicam a partir de mecanismos inatos de natureza hereditária.
Assim, o potencial genético determinaria o desenvolvimento dos seres
humanos e, por isso, repercutir-se-ia no modo como se situam no mundo
e sobre ele agem. Estes psicólogos consideram o meio apenas como
condição necessária para que as características determinadas
geneticamente se atualizem – inato.
De modo contrário, há psicólogos que apoiam que o comportamento do
ser humano é adquirido no contacto com o meio ambiente. O
desenvolvimento humano processar-se-ia à medida que o organismo
fosse reagindo a estímulos provenientes do meio. Para estes psicólogos, as
experiencias e as aprendizagens são fatores insubstituíveis na aquisição
de estruturas que possibilitam a cada ser humano as adaptações
adequadas à sua sobrevivência e à sua continuidade. Serão as
aprendizagens que o individuo efetua no contacto com as situações que
irão determinar as diferenças nos comportamentos ao longo da vida –
adquirido.
 Interno – externo
A questão que se põe nesta dicotomia é uma consequência da questão
anterior, que se traduz por:
“Aquilo que cada um é e o modo como se comporta dependem de
fatores internos ou de fatores externos ao individuo?”
O que são fatores internos? E externos?
Quando falamos de fatores internos, estamos a referir-nos a traços
transmitidos pelos genes, sejam eles de natureza anatómica, fisiológica ou
psicológica. Interno refere-se ao individuo, com o que radica na sua
hereditariedade, por exemplo, a estatura, o funcionamento dos órgãos
internos, o sistema nervoso e hormonal, a capacidade de se emocionar ou
o nível das competências cognitivas que utiliza na resolução de problemas
– interno.
Falar de fatores externos é admitir a possibilidade de os estímulos do
meio agirem sobre o individuo, determinando, assim, a sua essência. Falar
do polo externo é fazer referência ao meio ambiente, ou seja, ao conjunto
de fatores circunstanciais que fazem com que o individuo seja aquilo que
é e se comporte do modo como o faz – externo.

Individual – social
A questão que aqui se coloca é:
“O homem deve ser entendido como ser social ou como ser
individual?”
O individual centra-se na consciência, no inconsciente, no
desenvolvimento e no comportamento, encaram seres humanos na sua
individualidade e procuram explicar os seus mecanismos psicológicos
sem qualquer referência ao meio social em que cada um está integrado –
individual.
Com o aparecimento da psicologia social, desenvolve-se a convicção de
que o individual puro não existe, na medida em que todos os indivíduos
são seres sociais. Se somos humanos, somos seres sociais. O individuo
emerge de contextos sociais, culturais e históricos que o ajudam a ser
aquilo que é e a ver o mundo da maneira como o vê. Para se
compreender, o ser humano tem de ser perspetivado no contexto social
de onde retira a sua identidade, as suas representações, o seu modo de se
exprimir, ver, pensar e reagir a situações e acontecimentos. Quando se
fala da individualidade do ser humano, está subjacente a ideia de que
cada pessoa se desenvolve pela intervenção das coletividades sociais que
lhe moldaram a sua essência e que, por isso mesmo, estão presentes em
tudo aquilo que ele faz – social.

Estabilidade – Mudança
Quando tentamos descobrir se,
“O ser humano é a mesma pessoa ao longo da vida? Ou muda de
identidade com o tempo?”
A mudança é uma realidade. Sabemos que ser criança não é o mesmo que
ser adolescente. Ao longo da vida passamos por alterações que
determinam etapas qualitativamente diferentes no percurso que
efetuamos. As mudanças cognitivas por que somos obrigados a passar, e
que fazem com que cada etapa percorrida no nosso desenvolvimento se
caracterize por formas de pensar, sentir e agir diferentes das que
caracterizam as outras etapas. Também mudamos porque as
circunstâncias da vida nos obrigam a mudar. Ninguém nasce
predestinado a ser uma estrutura rígida, mantendo-se invariável ao
longo do tempo. Somos uma estrutura dotada de elasticidade. Mesmo
depois de construída a nossa identidade, não significa que se fique com
uma personalidade rígida, pois o individuo continua a ter de reorganizar
em cada momento os elementos integrantes da sua personalidade,
ajustando-os às diversas circunstâncias do meio – mudança.
Mas existe uma certa estabilidade. Há todo um conjunto de traços,
reações, expressões e modos de falar que se mantêm os mesmos e que
nos permitem identificar a pessoa como sendo quem é e prever os
comportamentos que dela são únicos. No fundo, cada pessoa permanece
idêntica a si própria o que permite reconhecê-la nas mais diversas
circunstâncias. Para lá do que nos aparece de diferente em cada pessoa,
existe uma individualidade específica e regular de um eu que apresenta
uma certa permanência, uma certa constância no decurso do seu
desenvolvimento – estabilidade.

Continuidade – Descontinuidade
Com esta dicotomia, prende-se a questão:
“Como é que o ser humano e os outros seres vivos evoluem? Brusca
ou progressivamente?”
As nossas características físicas e psicológicas evoluem por um processo
de crescimento semelhante ao que ocorre com a estatura e o peso
(alterações graduais). De uma fase da vida para a outra, os caracteres
permanecem os mesmos, variando apenas em complexidade e grau ou
quantidade. Ex.: a evolução do pensamento de uma criança até à
adolescência e daqui até à idade adulta resulta dum somatório de
experiências, atualização dos potenciais genéticos. O sujeito é passivo,
limitando-se a seguir o curso dos fatores que do interior ou do exterior o
determinam – continuidade.
As correntes que defendem a descontinuidade são de opinião de que as
modificações ocorridas ao longo da vida correspondem a processos de
transformação qualitativa que dá origem a estádios de desenvolvimento
de natureza diferente que se vão construindo ao longo da vida. O
desenvolvimento descrito pelos psicólogos descontinuistas implica a
conceção de um sujeito ativo que intervém no desenvolvimento das suas
próprias estruturas.
As dicotomias são ultrapassadas ao considerar-se o ser humano como um todo
complexo que integra elementos inatos e adquiridos, internos e externos,
individuais e sociais, que permanece o mesmo na sua identidade, estando sujeito
a mudanças graduais em alguns aspetos e abruptas em outros.
Em suma:
INATO / ADQUIRIDO




Genética
Biologia
Natureza
Hereditariedade




Vivências
Experiências
Meio
Educação



Educação
Ambiente social
Ambiente físico/natural

Factores ligados ao
contexto social e
cultural
Vivências sociais
INTERNO/EXTERNO




Memorias/vivências
Estado físico
Personalidade
Complexos e medos
INDIVIDUAL/SOCIAL


Factores pessoais
Afectividade e
emoções, pensamento
e personalidade

ESTABILIDADE / MUDANÇA


Mudanças graduais
Personalidade


Podem aparecer mudanças
bruscas em certas ocasiões
Mudanças constantes ao
longo da vida
CONTINUIDADE /DESCONTINUIDADE


Alterações graduais
Mudanças
quantitativas de grau


Alterações bruscas/radicais
Mudanças de natureza
qualitativa
 Conceitos estruturadores de diferentes conceções de homem
 Perspetiva mental interna - apresenta uma visão do ser humano
essencialmente centrada na sua interioridade, colocando os processos
mentais e emocionais na base das atitudes e das condutas das pessoas.
Os psicólogos que seguem esta orientação têm por objetivo desvendar
a estrutura profunda do ser humano. Wundt e Freud são psicólogos
que se incluem nesta perspetiva.
 Perspetiva comportamental externa – Acentua que o homem se
desenvolve à custa de estímulos exteriores que funcionam como
desencadeadores das condutas. Defendendo que “o que somos é o que
fazemos”, os psicólogos integram esta perspetiva centram-se no
comportamento, entendido como um conjunto de reações exteriores
objetivamente observáveis. Watson.
 Willhelm Wundt
Papel na história da psicologia:
 Criou o primeiro laboratório de psicologia, a nível mundial, o que
deu asas a investigações dos mais prestigiados psicólogos.
 Foi responsável pela atribuição da “independência”/autonomia da
psicologia, separando-a da filosofia e da fisiologia, com métodos e
perguntas “independentes” – pai da psicologia
 Graças a ele a psicologia deixou de ser apenas uma série de
considerações filosóficas acerca da alma humana e passa a ocuparse dos processos mentais / de consciência
 Usava métodos experimentais, ou seja, uma abordagem mais
científica – serviu de exemplo a vários psicólogos, principalmente
aos behavioristas, como Watson.
 Centrou-se nos pensamentos, imagens e sentimentos, áreas
básicas da psicologia cognitiva, isto leva-nos a uma afirmação:
Wundt estimulou o interesse na psicologia cognitiva.
 Foi professor, estimulando a capacidade dos seus alunos a estudar
o homem e os seus comportamentos.
Objeto de estudo:
 Para o autor, o objeto de estudo da psicologia é a mente ou a
consciência, desta forma, estuda os pensamentos, lembranças e
emoções – sensações, são os seus elementos básicos –
estruturalismo.
 Utiliza o método introspetivo, visto que, acredita que a psicologia
deve estudar o consciente.
Método introspetivo:
 Consiste numa análise ao nosso interior, ou seja, o sujeito
concentra-se em si e analisa o seu espírito através de um ato
praticado ou um sentimento



O autor provocava sensações (imagem, luz ou som), fazendo com
que o paciente analisasse e descrevesse o que sentia, usando o seu
consciente (após a descrição, o cientista tem de a registar e
interpretar)
Para que a introspeção faculte dados viáveis, deve ser praticada a
nível laboratorial, ou seja, deve ser controlada. Desta forma,
interroga os pacientes logo após lhes ter provocado as sensações e
tem cuidado a quem aplica os seus métodos.
O facto de o sujeito ser observador e ser observado, tem
limitações.
Estruturalismo:
 Consiste na descoberta da estrutura ou anatomia dos processos
conscientes.
 Para compreender a fundo a estrutura da consciência, adota uma
perspetiva analítica, decompondo-a em fatores cada vez mais
simples até chegar às sensações puras (sensações são as unidades
básicas que constituem todos os fenómenos
 Quer então saber o que está na base dos sentimentos e sensações
 Através de muitas experiencias, chegam à conclusão que as
sensações se combinam formando algo mais do que apenas a soma
dos vários elementos que as constituem
 Estas sensações associam-se segundo determinadas leis
 O objetivo do autor é determinar essas leis de conexão que regem
a organização dos elementos constituintes da consciência humana
Criticas:
Foram dirigidas ao seu método de estudo, o método introspetivo porque:
 É difícil observar-se e ser observado, em simultâneo
 Os fenómenos psíquicos não coincidem com a sua observação,
levando a distorções por se recorrer à memória
 A tomada de consciência de determinado fenómeno, altera esse
fenómeno
 A auto-observação não pode ser controlada por outros
observadores, visto que, não se consegue aceder à consciência de
outra pessoa
 O sujeito pode não ter palavras para descrever o que sente
 Não é aplicável a crianças ou doentes mentais, pela incapacidade
de se exprimirem
 Apenas dá importância ao consciente
Também o estruturalismo é criticado por tentar analisar processos
conscientes através da decomposição de elementos, sendo assim
considerado artificial, visto que, a experiencia não pode ser vista por
partes mas sim como um todo, como uma unidade completa.
Contributo do autor para a Psicologia:
Wundt deu, sem dúvida, um forte contributo para a psicologia. Este
definiu claramente o seu objeto de estudo: a experiência consciente. Os
seus métodos de pesquisa seguiram a melhor tradição científica,
envolvendo a observação, experimentação e medição. Embora o objeto de
estudo dos estruturalistas esteja hoje ultrapassado, a introspeção é ainda
usada em muitas áreas da Psicologia. Com a ajuda de Wundt e os
estruturalistas, a Psicologia avançou além das suas fronteiras iniciais.
 Sigmund Freud
Freud apresenta o inconsciente como elemento integrante da estrutura
do psiquismo ou da mente humana.
Modelo do Psiquismo:

1ª tópica:
Freud considerava o psiquismo humano semelhante a um iceberg, em
que uma gigantesca parte imersa (inconsciente) sustenta a pequena
parte que emerge à superfície (consciente).
Consciente – constituído por noções, imagens e lembranças que a
pessoa é capaz de voluntariamente evocar e controlar segundo as suas
necessidades, os seus desejos ou as suas exigências sociais.
Inconsciente – formado por instintos, pulsões e desejos socialmente
inaceitáveis, mas que a todo o momento exercem pressão para se
manifestar. O inconsciente é a base do consciente, estando nele
depositados todos os motivos e impulsos biológicos, garantia de
sobrevivência individual e da espécie. O conjunto de pulsões e desejos
inconscientes possuem um dinamismo próprio, cujo papel na
determinação do comportamento é superior ao dos fenómenos
conscientes. Esta é a grande “novidade” de Freud, o inconsciente como
o aspeto mais significativo, considerando nele residir a explicação da
mente e das condutas humanas, a consciência é destronada pelo
inconsciente que vai conduzir uma inédita do “eu” ou da
personalidade.

2ª tópica:
Para Freud a mente do ser humano era constituída por três estruturas,
a que chamou instâncias do eu: id, superego e ego.
O id é uma componente inata, básica e primitiva, totalmente
inconsciente, age segundo o princípio do prazer. No id gera-se a
energia psíquica, isto é, a força ativadora do comportamento humano
a que Freud chamou de libido (carácter afetivo-sexual). Também nele
se geram duas categorias de “instintos” humanos: o eros (instinto de
vida, presente na satisfação de necessidades básicas como o alimento
e o sexo) e o thanatos (instinto de morte, presente em todos os
comportamentos de defesa que implicam agressão e destruição)
O superego forma-se por volta dos 5/6 anos, através da interiorização
dos valores, das regras e das proibições impostas. O superego, ao
contrário do id, é de natureza social e moral, representando a
componente ideal da personalidade humana. Esta instância é,
também, uma espécie de guardião moral, tendo por função impedir a
manifestação das pulsões socialmente inaceitáveis, recalcando-as.
O ego nasce do impacto entre o id e os factos reais que o impedem de
obter prazer de modo imediato. Opera de acordo com o principio da
realidade, modera a impulsividade do id. Torna-se um mediador entre
as solicitações do id e as exigências do superego. O ego é uma
estrutura racional, é a instância executiva da personalidade, assim,
seleciona as situações a que a pessoa deve responder, controla a ação
e decide de que modo as necessidades e os desejos podem ser
satisfeitos.
Conflito intrapsíquico:
ID
“Eu quero isso
agora!”
Conflito
SUPEREGO
“Pessoas bem
formadas não
fazem isso”
EGO
“Talvez
consigamos
chegar a um
acordo”
As pressões opostas exercidas pelo id e pelo superego geram um conflito
suscetível de criar ansiedade.
Para enfrentar a ansiedade, as pessoas recorrem a diversas modalidades
de ação que Freud designa como mecanismos de defesa do ego / eu.
O equilíbrio interno da pessoa e a sua adaptação social dependem da sua
capacidade para usar os mecanismos que melhor protejam a sua
integridade psicológica.
Estádios de desenvolvimento:
Freud atribui grande importância aos estádios de desenvolvimento.
Existem 5 estádios: oral, anal, fálico, latência e genital
Oral:
Do nascimento aos 12/18 meses de idade
Fontes de prazer: boca, lábios e língua.
Manifestações: mamar, comer e morder.
Conflitos: a grande causa de conflitos neste estádio é a altura do
desmame. A partir daqui, as características da personalidade poderão ser:
 Otimismo – quando a criança ultrapassa o conflito
 Pessimismo – quando a criança deixa de mamar muito cedo. Neste
caso as consequências na personalidade da criança podem manifestarse de variadas maneiras. Pode gerar impaciência, inveja,
agressividade, a criança pode criar aversão ou repugnância a certos
objetos devido a privação a experiências neste estádio, assim como,
deixar de comer.
Anal:
Dos 12/18 meses aos 3 anos de idade
Fontes de prazer: ânus
Manifestações: reter, expulsar e controlar
Conflitos: quando a criança está na fase de treino. Iniciam-se as idas ao
bacio e, com isso, duas possíveis situações:
 Retentivo anal – é o célebre caso ‘não quero!’ ‘faço quando quiser’.
Este caso pode causar na personalidade avareza, obstinação, a ordem
compulsiva e a meticulosidade. Embora haja mais ordem nesta
situação, a criança acaba por se sentir mais controlada e por isso
recusa-se a ‘obedecer’ ao que lhe é dito.
 Expulsivo anal – nesta situação a criança não tem problemas na
expulsão. Não existe ordem nem treino, criando desta forma a
crueldade, a destruição, a desordem e a desarrumação. A criança faz o
necessário quando quer.
Fálico:
Dos 3 aos 5/6 anos de idade
Fontes de prazer: órgãos genitais
Manifestações: Exploração do próprio corpo e o dos outros através do
toque.
É neste estádio que se forma o superego.
Conflitos: o conflito estará presente no complexo de Édipo, no caso
masculino, e no complexo de Electra, no caso feminino. Estes complexos
são importantes na formação da personalidade porque se baseiam na
independência por parte dos rapazes e das raparigas em relação aos pais.
Desta fase poderão advir o orgulho, a promiscuidade, a humildade, a
sedução, a timidez ou a castidade. Tudo isto é definido pelo superego.
Latência:
Dos 5/6 anos de idade aos 12/13 anos de idade
Neste estádio não existem pulsões, estas encontram-se adormecidas, ou
seja, verifica-se a ausência de interesses sexuais. Este estádio coincide
com a entrada na escola primária, passando a existir curiosidade
intelectual e relacionamento social da criança. As características da
personalidade consistem na aprendizagem social e no desenvolvimento
da consciência moral.
Não existem conflitos.
Genital:
Adolescência.
Começam a existir contactos pessoais com outras pessoas.
Caso tenham ocorrido fixações noutros estádios de desenvolvimento é
aqui que se manifestam, sob a forma de perturbação. Só se atinge a
genitalidade caso o complexo de Édipo tenha ficado bem resolvido. Alguns
adultos nunca atingem esta fase, sem recorrer a psicoterapia revelando
várias perturbações, nomeadamente a nível sexual.
Técnicas psicanalíticas:
Associação livre:
É considerada a regra fundamental da psicanálise.
Na associação livre, é pedido ao paciente que exprima
indiscriminadamente, num estado consciente, o que lhe vai na mente. O
analista interpreta à luz da teoria psicanalítica e devolve-lhe os conteúdos
que são ditos pelo paciente.
A análise dos sonhos:
O paciente expõe ao analista os seus sonhos. Freud explica os sonhos
como sendo a linguagem simbólica e um dos mecanismos do inconsciente
humano para retratar “uma realização disfarçada de um desejo
recalcado”.
Esta análise tem como objetivo ir para além da descrição feita pelo
paciente e descobrir o sentido oculto do sonho, resultante da descrição
simbólica feita pelo analista.
Processo de transferência:
O paciente revive situações passadas, geralmente recalcadas, no momento
com o analista.
Dá-se uma transferência de emoções e sentimentos como desejos, ciúmes,
inveja, ódio, ternura e amor, que no passado eram dirigidos a outra
pessoa, para o analista.
O analista interpreta e, através da interpretação, explica ao paciente a
ligação das emoções transferidas com acontecimentos do passado.
Atos falhados:
Eventos (erros e lapsos de fala e do funcionamento psíquico) em que o
resultado obtido não é o resultado esperado, existe um desvio para uma
outra atividade.
Cada ato falhado traz consigo uma intenção considerada como uma
“mensagem” do inconsciente.
Através dos atos falhados o analista pode encontrar pistas de
recalcamentos e desejos inconscientes, por vezes causas de patologias.
Mecanismos de defesa do ego:
Processos subconscientes desenvolvidos pela personalidade que
possibilitam à mente desenvolver uma solução para lidar com conflitos e
frustrações a nível da consciência. Para Freud o termo “defesa” deveria
ser utilizado para “todas as técnicas que o ego utiliza em conflitos que
podem levar a neurose”.
Recalcamento - o sujeito envia para o seu id as pulsões, desejos e
sentimentos que não pode admitir no seu ego. Conteúdos recalcados
(sonhos, atos falhados, lapsos de linguagem)
Regressão – frente a uma frustração o sujeito adota atitudes,
comportamentos ou modos de pensar característicos de um estádio de
desenvolvimento anterior.
Ex.: nascimento de um irmão pode originar birras, cenas de ciúmes, uma
criança que já esta habituada a fazer chichi no bacio/sanita passa a fazê-lo
onde não deve.
Racionalização – o sujeito justifica o seu comportamento através de
argumentos racionais, retirando o aspeto emocional de uma situação
frustrante.
Ex.: um irmão explica de forma racional porque bateu noutro.
Projeção – o sujeito atribui aos outros (sociedade, pessoas ou objetos)
desejos, ideias ou características que não admite em si próprio.
Ex.: a boneca é má; aquela pessoa odeia-me.
Deslocamento – o sujeito transfere pulsões e emoções do seu objeto
natural, mas que não e facilmente aceite, para um objeto substituto.
Ex.: o pai chega a casa irritado com o dia de trabalho e a criança ao assistir
descarrega a angústia, raiva na boneca.
Formação reativa – o sujeito resolve o conflito entre os valores e as
tendências consideradas inaceitáveis, apresentando comportamentos
opostos as pulsões.
Ex.: uma pessoa ser amável com alguém que odeia; um sujeito afasta-se de
quem gosta.
Sublimação – o sujeito substitui o fim ou o objeto das pulsões de modo a
que essas se possam manifestar em modalidades socialmente aceitáveis.
Ex.: um piromaníaco torna-se bombeiro de maneira a ter uma relação
diferente com o fogo.
Fatores importantes sobre os mecanismos:
 Apresentam-se em todas as pessoas
 São escolhidos inconscientemente pelo individuo
 Atuam conforme a natureza da situação e das características da
personalidade do sujeito





Mesmas situações podem desencadear mecanismos de defesa
diferentes em indivíduos diferentes.
Os mecanismos mais eficazes em conflitos anteriores tendem a ser
usados para conflitos futuros
O uso prolongado e excessivo de mecanismos pode torna-los
desadequados em situações do nosso dia-a-dia.
Podem ser frustrados tornando, assim, o conflito ainda mais
intensificado.
Quando os mecanismos falham, podem ocorrer transformações
mais agressivas no comportamento.
Contributos para a psicologia
Freud distingui três níveis de consciência, deu importância sobretudo o
estudo das forças inconscientes que motivam o comportamento humano e
desenvolveu a psicanálise
Freud fez-nos tomar consciência dos pensamentos e emoções
inconscientes, da ambivalência das relações precoces de pais e filhos e da
presença de pulsões sexuais.
Ao demonstrar o “dinamismo interno” de cada um de nos, onde uma parte
representa personagens de desejos reprimidos, faz-nos aperceber que
mesmo estando sozinhos, agimos psiquicamente em grupo, ou seja, o
entendimento do psiquismo de um individuo contribui para o
entendimento do funcionamento de um grupo.
Faz do social um agente formador e transformante.
Psicoterapia em grupo.
 John Watson
Para Watson a psicologia tinha de ser objetiva o que significava rejeitar a
psicologia mentalista praticada por Wundt.
Watson queria tornar a psicologia uma área científica.
Objeto de estudo:
Watson propõe que a psicologia estude o comportamento (behaviour),
que define como o conjunto de respostas objetivamente observáveis que
o organismo executa face a estímulos também objetivamente observáveis.
Método de estudo:
Como ciência do comportamento, a psicologia deve cingir-se,
exclusivamente, ao binómio situação-reação (S - R).
Situação - Estímulos objetivamente observáveis
Reação – Respostas objetivamente observáveis
A ligação S – R processa-se de modo mecânico o que lhe permite fazer
uma interpretação causalista do comportamento e, consequentemente,
elaborar leis explicativas do mesmo.
As leis behavioristas pretendiam:
 Perante um estímulo, prever a reação subsequente
 Perante uma resposta, determinar o estímulo que a desencadeou
Watson chega às suas conclusões através da experimentação animal,
considerando que a sequência estimulo-resposta se processa de modo
automático. Esta conceção mecânica do comportamento é generalizada ao
ser humano, cujas condutas seriam adquiridas segundo processos de
condicionamento.
Condicionamento – O que vai influenciar e impor condições. As nossas
relações podem ser moldadas face a estímulos. Condiciona-se a
personalidade através de vivências e do meio.
Watson subestima a interferência de fatores inatos, como a
hereditariedade, a tese nuclear do behaviorismo acerca da formação do
ser humano advoga que os estímulos externos são os responsáveis pelo
comportamento, pelo que será possível controlar o comportamento
humano manipulando as situações do meio ambiente.
Assim, o behaviorismo ou comportamentalismo pressupõe um conjunto
de aspetos partilhados com o espírito positivista e que,
fundamentalmente, são os seguintes:
 Só na condição de ser totalmente objetiva é que na psicologia se
pode arrogar o direito de possuir estatuto de ciência
 Só é possível a objetividade com a introdução de um novo
paradigma de trabalho: em vez da mente, o comportamento
 Por não serem observáveis, os processos mentais não fazem parte
do objeto da psicologia
 O comportamento reduz-se a respostas objetivamente observáveis
como reação a estímulos igualmente observáveis
 Entre situação e reação há relações mecânicas, determinadas
quantitativamente, as quais permitem chegar a leis de
comportamento
 As leis behavioristas da psicologia vão permitir prever e controlar
os comportamentos
 Não há diferença entre a psicologia animal e humana (unificação
da psicologia)
 À semelhança das demais ciências, a psicologia deve usar a
experimentação, método capaz de levar a conclusões
generalizáveis.
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