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Fisioterapia respiratória em idosos acamados residentes em ILPI
Luciana da Silva Negreiros1
[email protected]
Orientadora: Dayana Priscila Maia Mejia²
Pós-graduação em Gerontologia – Biocursos
Resumo
Este trabalho que tem como título “Fisioterapia respiratória em idosos acamados residentes
em ILPI” será uma abordagem sobre as intervenções fisioterapêuticas utilizadas nas
principais patologias respiratórias que acometem os idosos. Este estudo tem como objetivo
descrever o processo de envelhecimento global, conhecer os benefícios da fisioterapia
respiratória em idosos acamados, verificar a aplicabilidade das técnicas a serem utilizadas e
conhecer um pouco mais sobre o que é uma Instituição de Longa Permanência para Idosos
(ILPI). Foi utilizada como metodologia a pesquisa bibliográfica qualitativa e descritiva. E
através do mesmo, pretende-se abrir uma fonte para estudo, conhecimento e debate.
Palavras-chave: Idoso; Fisioterapia Respiratória; ILPI.
1. INTRODUÇÃO
Em todo o mundo a população está envelhecendo, o contingente de pessoas idosas com idade
igual ou superior a sessenta anos tem crescido rapidamente e o Brasil é um país que envelhece
a passos largos. Com o aumento da idade, aumentam também as mudanças e alterações
fisiológicas nestes indivíduos.
O conjunto de alterações estruturais e funcionais do organismo que se acumulam de forma
progressiva, especialmente em razão da idade, pode ser compreendido como envelhecimento,
que prejudica o desempenho das habilidades motoras, dificultando a adaptação do indivíduo
ao meio ambiente (MEIRELLES, 2000).
As alterações fisiológicas verificadas com o passar dos anos podem ocorrer de forma mais
lenta ou mais rapidamente, dependendo dos níveis de atividade do idoso. Várias alterações,
que antigamente eram relacionadas ao processo de envelhecimento, ocorrem pela redução de
atividade física e não por causa do envelhecimento (FREITAS, et al., 2002).
Por inúmeras razões, o idoso pode ficar acamado por um período curto ou até mesmo pelo
resto da vida. Estando o indivíduo acamado, as atividades ficam reduzidas acentuando as
perdas físicas. Os cuidados como o idoso acamado devem ser acentuados, para que não haja
maiores complicações (DRIUSSO & CHIARELLO, 2007).
Muitas vezes, o idoso acamado passa a ser um problema para sua família e para a sociedade.
Debilitado e em situação econômica desfavorável, acaba procurando uma ILPI para residir.
Os idosos institucionalizados parecem estar mais propensos a fatores de risco, devido à pouca
mobilidade que são expostos, por permanecerem na dependências de terceiros para realização
do autocuidado, potencializando ainda mais a perda da autonomia funcional.
Todos os sistemas do corpo humano envelhecem e pensa-se que o sistema respiratório seja o
sistema do organismo que envelhece mais rapidamente devido à maior exposição a poluentes
ambientais ao longo dos anos. As mudanças que ocorrem a este nível são clinicamente
relevantes porque a deterioração da função pulmonar está associada ao aumento da taxa de
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Pós-graduanda em Gerontologia
² Orientadora, Fisioterapeuta, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética, Direito e Saúde
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mortalidade e, além disso, o conhecimento das mesmas contribui para a detecção e prevenção
de disfunções respiratórias em idosos.A fisioterapia respiratória é composta de técnicas que
visam à prevenção para evitar complicações em um paciente com quadro clínico de
pneumopatia, melhorar ou reabilitar a disfunção toracopulmonar, e treinar e recondicionar as
condições respiratórias desses pacientes (COSTA, 1999).
As principais patologias respiratórias que acometem idosos são pneumonia e DPOC
(bronquite e enfisema). As técnicas fisioterapêuticas mais utilizadas no seu tratamento são as
manobras de higiene brônquica, drenagem postural, exercícios respiratórios e estimulação
diafragmática.
A reabilitação pulmonar em pacientes pneumopatas estáveis tem o objetivo de melhorar a
ventilação, aumentar a efetividade do mecanismo de tosse, melhorar a força e a resistência
dos músculos respiratórios, corrigir padrões respiratórios inadequados, promover relaxamento
muscular e reintroduzi-los às suas atividades de vida diária. (JARDIM, et al, 2002).
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Processo de envelhecimento
O processo de envelhecimento tem preocupado a humanidade desde o início da civilização.
Segundo Leme (1996), poucos problemas têm merecido tanta atenção e preocupação do
homem como o envelhecimento e a incapacidade funcional relacionada a esse processo.
Especificamente no Brasil, a população com idade igual ou superior a 60 anos já é de 15
milhões de habitantes. A sua participação total nacional dobrou nos últimos 50 anos; passou
de 4% em 1940 para 9% em 2000. As projeções indicam 15% do total nacional para o ano de
2020 (IBGE, 2000).
As pessoas, hoje em dia, tem expectativa de atingir uma idade avançada e, às vezes, até muito
avançada. Os americanos que chegam aos 65 anos hoje, podem esperar chegar aos 82 (Freitas,
et al., 2002). O envelhecimento pode variar de indivíduo para indivíduo, sendo gradativo para
uns e mais rápido para outros (CAETANO, 2006).
O envelhecimento é um fenômeno que atinge todos os seres humanos, independentemente.
Sendo caracterizado como um processo dinâmico, progressivo e irreversível, ligados
intimamente a fatores biológicos, psíquicos e sociais (BRITO & LITVOC, 2004). Há um
declínio funcional e uma diminuição da vitalidade das funções biológicas. A pele envelhecida
tende a se tornar mais pálida, mais manchada e menos elástica. Os cabelos ficam mais brancos
e a altura diminui. Há realmente um declínio a olhos vistos.
O processo de envelhecimento propicia a diminuição de massa e fibras musculares
contribuindo para o declínio da força muscular, redução sensório motor, fragilidade óssea
com consequente desequilíbrio (AVIEIRO, et al.; 2004).
Com o avanço da idade, a estatura começa a diminuir em razão da diminuição dos arcos
plantares, alteração das curvaturas da coluna e deterioração das articulações intervertebrais.
(FREITAS, et al.; 2002).
O tecido adiposo geralmente aumenta com o passar dos anos, especialmente de forma
centrípeta, ou seja, depositando-se preferencialmente no tronco (NETTO, 2002).
A perda de força e do alongamento muscular, associado à diminuição da flexibilidade e
alterações ósseas promovem modificações no posicionamento dos segmentos corporais,
alterando o padrão de deambulação do idoso (FRANK & EARL, 1990). Em resumo, o idoso
apresenta perdas altamente significativas. Há perda de força, de massa óssea, de flexibilidade,
de equilíbrio, alterações posturais, perda de memória, diminuição da visão, da audição,
diminuição da expansibilidade torácica, riscos maiores de quedas e consequentemente,
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dificuldade de realização de algumas atividades de vida diária e até mesmo, incapacidade
funcional.
Muitas modificações no envelhecimento ocorrem devido à senescência e não à senilidade tais
como: diminuição do processamento do sistema nervoso central, pela perda de mielina;
diminuição da massa muscular e óssea, dificultando o suporte de sua carga do corpo; perda
líquida e de estatura; diminuição da amplitude de movimento, do consumo de oxigênio;
aumento da resistência vascular e complacência pulmonar (CANDELORO; SILVA, 2002).
Netto (2002) garante que a velhice é caracterizada como a fase final do ciclo da vida. Esta
fase apresenta algumas manifestações físicas, psicológicas, sociais e debilitantes, dos quais se
destacam a diminuição da capacidade funcional, trabalho e resistência; aparecimento da
solidão; calvície; perda dos papéis sociais; prejuízos psicológicos, motores e afetivos.
2.2 Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI)
Na língua portuguesa, instituição é o ato de instituir, criação, estabelecimento, associação ou
organização de caráter social, educacional, religioso, filantrópico. Institucionalizar, por sua
vez, é dar o caráter de instituição (ALCÂNTARA, 2009).
Atualmente, ainda não há uma rede adequada de ações voltadas para os idosos no país. O
Estatuto do Idoso e as políticas nacionais voltadas para essa população descrevem os direitos
e as obrigações da sociedade e do Estado para com os idosos em todos os âmbitos (habitação,
saúde, rede de suporte social e familiar e outros), mas na prática essas leis não são
efetivamente cumpridas.
Segundo a Política Nacional de Saúde do Idoso (1996) a própria família deve priorizar a
assistência ao idoso na comunidade em detrimento ao atendimento asilar, à exceção daqueles
que garantam sua própria sobrevivência, o que nem sempre é possível devido às mais variadas
condições socioeconômicas e familiares onde os idosos estão inseridos.
Essse processo de transição exige transformações sociais e aumentam a demanda de
instituições de longa permanência para idosos (ILPI) no país. São uma alternativa importante
de assistência e devem assegurar a qualidade de vida e satisfação dos idosos atendidos e de
suas famílias (CREUTZBERG, et al; 2007).
As ILPI surgiram com a nomenclatura de asilos na Europa do século XVI e abrigavam idosos,
deficientes mentais e meliantes, considerados estereótipos negativos associados a pobreza,
abandono ou rejeição familiar. Ataulmente, esse processo de institucionalização pode ocorrer
por diversas razões: situação financeira desfavorável, ausência de um familiar que
disponibilize tempo para o cuidado, falta de estrutura domiciliar que atenda as necssidades
das limitações físicas e funcionais dos idosos (NUNES, 2008).
A prática da institucionalização no Brasil do século XIX perpassou mudanças nos valores
socioculturais vigentes, sendo agrupadas por Groisman (1999), em três momentos. Num
primeiro, o indigente, visto como incapaz para o trabalho, era considerado parte da sociedade
e, por isso, “protegido” pela caridade das famílias abastadas. Os idosos já se encontravam em
meio a esses pobres, porém não como população diferenciada. O segundo momento é
marcado pelo fortalecimento do discurso higienista da medicina social que, associada à
filantropia, interveio sobre a organização do espaço urbano por uma “sociedade sadia”,
controlando, separando e categorizando os pobres, além de criticar a caridade realizada até
então. O terceiro momento pode ser caracterizado pela “laicização”, quando as instituições se
tornaram especializadas.
Sabe-se que no Brasil é ainda baixo o número de idosos residentes nas ILPIs. Em pesquisa
realizada recentemente pelo IPEA, foram identificados na Região Norte 1.159 idosos em 49
ILPIs, representando 0,1% da população idosa total da região. No Nordeste são 8.386 idosos
vivendo em 301 ILPIs, também representando 0,1%. Na Região Centro-Oeste, 5.529 idosos
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residentes em 249 ILPIs, representando 0,6%. No Sul, 15.422 idosos em 693 ILPIs
igualmente representando 0,6%. E, na Região Sudeste, 48.963 idosos em 2.448 ILPIs,
representando 0,6%.2,3,4 Esses dados atuais de baixo índice de institucionalização em asilos
ou casa de idosos crescerão em futuro próximo, devido ao processo acelerado de
envelhecimento populacional. Em 2025 o Brasil será o sétimo país em número de idosos na
população, com mais de 30 milhões, chegando a representar quase 13% da população total.
Diante dessa realidade, a tendência é que cada vez mais idosos residam em Instituições de
Longa Permanência (ILPI), considerando-se a falta de alternativas de atenção ao idoso na
atualidade, que tornarão a ILPI uma instituição indispensável e insubstituível no sistema
social vigente (SOUZA, P., et al, 2011).
A ILPI representa um sistema social organizacional, fruto da complexidade societal alcançada
nas sociedades funcionalmente diferenciadas, que visa a atender o idoso desprovido de
condições de autogestão da vida. Em decorrência da transição demográfica e epidemiológica
observada no país, em muitos momentos as ILPIs se tornam espaço importante, uma opção
ora voluntária e esperada, ora de necessidade social, que deveria assegurar a dignidade e
qualidade de vida de seus residentes. Observa-se, contudo, um despreparo no funcionamento
das ILPI em todas as regiões do país, principalmente no que diz respeito aos recursos
humanos da instituição, que muitas vezes se fundamenta no modelo caritativo, resultando em
assistência protecionista, frequentemente insensível às potencialidades do idoso, à sua
liberdade de escolha, o que aumenta o quadro de dependência, isolamento social e falta de
perspectivas para uma vida ativa e com qualidade.
Segundo Petrilli (2002), os principais motivos de admissão de idosos em instituição, é a falta
de respaldo familiar relacionada a dificuldades financeiras, precariedades nas condições de
saúde, que contribuem para a institucionalização do idoso.
Para Alcântara (2009), na maioria dos casos a situação financeira é a causa imediata que leva
a família a institucionalizar o parente, decisão esta geralmente dolorosa para ambas as partes.
No entanto, mais lamentável ainda é abndonar o idoso e não lhe oferecer afeto.
O idoso institucionalizado quase sempre constitui uma pessoa distante do convívio familiar,
da própria casa e dos amigos, que contribui para a perda de sua autonomia, dificultando a
elaboração de novos projetos. Essa exclusão social deve estar associada às sequelas de
doenças crônicas não-transmissíveis que são a principal causa das admissões em instituições
(FREIRE & TAVARES, 2005).
O que pode se entender, é que existem diferentes maneiras e causas que levem o idoso a ser
institucionalizado. Segundo Alcântara (2009), os conflitos familiares, fazem com que o róprio
idoso tome a iniciativa de procurar a institucionalização, por se considerar um peso na família
e por não suportar tanto desgaste, essa decisão para ele representa um alívio.
Nem sempre a autonomia do idoso é respeitada. Ele acaba sendo institucionalizado por filhos,
familiares ou vizinhos sem seu consentimento. No Brasil a indisponibilidade de cuidado
familiar, a falta de serviços de apoio social e de saúde, o alto custo do cuiddo familiar e os
espaços físicos inadequados para idosos fragilizados são fatores para institucionalização.
Culpar a família pela institucionalização do idoso não interfere positivamente em nada. Ao
contrário, deve-se tentar compreender as circunstâncias que leva a interná-lo. Contudo
analisar as forças e as fragilidades da família e intervir em determinadas necessidades que
afetam a relação familiar do idoso institucionalizado. Não esquecendo que todos os idosos
têm amparo legal, preconizado através das leis que garantem seus direitos, sua autonomia e
convivência familiar.
2.3 Principais Patologias Respiratórias que acometem os idosos acamados
2.3.1 Envelhecimento do Sistema Respiratório
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Com o envelhecimento, sucede diminuição da função pulmonar. Nos homens, essa redução é
fator de risco preponderante para incidência de doença coronária. Esta função pulmonar
aumenta durante a adolescência, estabiliza até o período dos 30 anos e, depois disso, começa a
declinar (GALLAHUE E OZMUN, 2005).
Segundo Gorzoni e Russo (2002), algumas alterações estruturais no aparelho respiratório são
evidentes com o envelhecimento.
Shephard (2003) compreende, por sua vez, que o envelhecimento mostra uma caixa torácica
enrijecida, com diminuição na elasticidade pulmonar. Afirma, ainda, que a capacidade vital
decresce enquanto o volume residual aumenta. Porém a capacidade pulmonar total apresenta
poucas alterações.
No sistema respiratório, o envelhecimento de acordo com De Vitta (2000), acarreta
diminuição da ventilações pulmonar, redução da elasticidade dos alvéolos e subtração da
capacidade vital. A redução do consumo máximo de oxigênio (VO2 max) ocorre pelo
apoucamento da massa ventricular decorrente do envelhecimento (AFFIUNE, 2002).
As alterações fisiológicas na senescência no pulmão do idoso podem ser ocasionadas pela
combinações entre alterações anatômicas e a reorientações das fibras elásticas. Essas
alterações fisiológicas são definidas pela diminuição da elasticidade pulmonar, redução da
capacidade da difusão do oxigênio, redução dos fluxos expiratórios, elevação da
complacência pulmonar, fecho das pequenas vias aéreas e fecho prematuro de vias aéreas
(GORZONI E RUSSO, 2002).
O sistema respiratório é afetado pelo envelhecimento, e as alterações ocorridas levam a uma
diminuição da função ventilatória. A caixa torácica torna-se mais rígida em razão da
diminuição da elasticidade e do colágeno dos anéis fibrosos, diminuição da quantidade de
água nos núcleos pulposos das vértebras e diminuição da amplitude de movimento das
articulações costovertebrais (LEWIS, 1995)
Essa diminuição acentuada da força dos músculos respiratórios leva a maior propensão a
fadiga. Como resultado das modificações anatômicas e fisiológicas que acontecem no sistema
respiratório e consequente declínio da função respiratória relacionada a idade, pode-se
observar que os indivíduos idosos estão mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças do
trato respiratório e a fadiga (DRIUSSO & CHIARELLO, 2008). Infecções respiratórias e
pneumonias causam significativo impacto na mortalidade dos idosos. O aumento da
expectativa de vida devido a melhores condições em países desenvolvidos, como não poderia
deixar de ser, levam a uma maior incidência de doenças crônicas.
Idosos tabagistas, por terem sofrido em suas vidas exposições mais longas ao fumo, a cigarros
sem filtro e com elevados teores de nicotina têm maior risco atual de apresentar doenças
relacionadas ao cigarro do que cortes de gerações posteriores. O consumo de tabaco pelos
idosos tende a favorecer o surgimento de co-morbidades, ampliando os gastos deste grupo
etário com cuidados de saúde (ZAITUNE, et al, 2012).
Matsudo et al. (2003), afirmam que a prática de exercícios físicos proporciona maior
longevidade aos idosos, além de reduzir as taxas de mortalidade, melhorar a capacidade
fisiológica em portadores de doenças crônicas, reduzir o número de medicamentos prescritos,
prevenir o declínio cognitivo, reduzir o risco de quedas e diminuir a incidência de fraturas,
além de benefícios psicológicos, como melhora da autoimagem e da autoestima.
2.3.2 Pneumonia e DPOC (bronquite e enfisema)
As principais patologias respiratórias que acometem os idosos são: Pneumonia e DPOC. A
pneumonia continua sendo a maior causa de morte por doenças infecciosas no mundo, apesar
de todo avanço na área médica e social no decorrer e da disponibilidade de novos antibióticos.
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Ela é a sexta causa de morte nos EUA e a quinta no Brasil, na população idosa. Esse grupo
etário representa 70% de todas as pneumonias.
O idoso é especialmente suscetível à pneumonia. Afirma-se que a infecção no idoso pode ser
silenciosa, latente, sem febre e com tosse e expectoração atenuadas, que o exame clínico é
mal definido e mutável e que todo o conjunto de sintomas é desproporcional à gravidade e às
repercussões sistêmicas.
Com o envelhecimento, há aumento do risco de colonização bacteriana e conseqüente
aspiração, devido a alguns fatores mais prevalentes que na população jovem, tais como:
doença periodontal; má nutrição; alteração da atividade mucociliar da árvore respiratória,
principalmente entre os que são ou foram tabagistas; déficit cognitivo; institucionalização;
hospitalização; polifarmácia e doença de Parkinson, entre outros. As alterações anatômicas e
imunológicas, a falta de autonomia para as atividades de vida diária, a imobilidade e a
presença de co-morbidades podem retardar o diagnóstico e, em decorrência, agravar o
prognóstico (TARANTINO, 2008).
Em pacientes idosos a mortalidade chega a atingir de 15% a 20%. Recentemente, tem sido
descrita elevada mortalidade em pacientes idosos mesmo após a alta hospitalar, sendo esta
decorrente de novas infecções e eventos cardiovasculares (TARANTINO, 2008).
Nos idosos, os achados clássicos da síndrome pneumônica (febre, tosse produtiva, estertores,
dor torácica, dispneia e calafrios) podem estar ausentes ou atenuados. Contrariamente,
confusão mental, redução do nível de consciência, fraqueza, anorexia, delírio, taquipnéia,
febre baixa e tosse seca são manifestações frequentes. A consequência da apresentação tão
inusitada destas pneumonias é um atraso no diagnóstico e tratamento, o que sugere um pior
prognóstico.
Já a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), compreende duas entidades clínicas, a
bronquite crônica e o enfisema e constitui um sério problema de saúde pública em todo o
mundo. Segundo a proposição do I Consenso Brasileiro de Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica (2000), a DPOC é definida como uma entidade clínica que se caracteriza pela
presença de obstrução ou limitação ao fluxo aéreo que apresenta progressão lenta e
irreversível.
Segundo Dweik & Stoller (2000), a DPOC é a quinta maior causa de óbito no Brasil, afetando
sete milhões de brasileiros e causando trinta mil mortes por ano.
A DPOC acomete indivíduos principalmente acima dos 40 anos, sendo mais frequente e mais
grave em indivíduos idosos. Na Inglaterra, em cada mil visitas médicas a homens acima de 65
anos, 890 são motivadas pela DPOC (TARANTINO, 2002).
A DPOC é considerada uma doença tabaco-dependente, isso porque o tabagismo é
responsável por 80 a 90% dos casos da doença. Fumantes correm um risco de 200 a 800%
maior que os não-fumantes de desenvolver DPOC, e a mortalidade entre indivíduos de 65 a
75 anos portadores de enfisema é dez vezes maior que a de não-fumantes (TARANTINO,
2002).
A doença pulmonar obstrutiva crônica geralmente é causada pelo tabagismo ocorrendo uma
obstrução lenta e progressiva das vias aéreas, sendo irreversível, não sendo secundária a outra
causa específica. Os pacientes com DPOC apresentam três patologias associadas ao
tabagismo, bronquite crônica, obstrução das pequenas vias aéreas e enfisema, tendo como
sintomas a falta de ar, a produção excessiva de muco, tosse. (GOLDMAN & AUSIELLO,
2005).
O tabagismo não é o único fator de risco para a DPOC, incluindo também exposições
prolongadas e intensas poeiras, substâncias químicas ocupacionais, poluiçào do ar em recinto
fechado, poluição do ambiente, aumentando a carga de artículas inaladas no pulmão e uma
deficiência de alfa1-antitripsina (BRUNNER & SUDDART, 2005). Como um dos processos
patológicos tem o enfisema que é definido como dilatação dos espaços aéreos distais às vias
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aéreas de condução, isto é bronquíolos respiratórios e alvéolos, secundaria a destruição das
paredes desses espaços aéreos. Nesse processo ocorre a destruição dos alvéolos e estes são
responsáveis pela troca gasosa. (GOLDMAN & AUSIELLO, 2005).
Temos na DPOC o enfisema pulmonar que é causado por uma destruição dos alvéolos que
estes são responsáveis pela oxigenação do sangue e eliminação dos gases. Com isso o
portador do enfisema sente falta de ar, tendo as trocas gasosas prejudicadas.
O fator desencadeante da bronquite crônica é semelhante a uma irritação crônica causada por
substâncias inaladas, como a fumaça do cigarro, poeiras de grão, algodão, sendo que as
bacterianas e virais são importantes no surgimento de exacerbações agudas da doença.
(ROBBINS e COTRAN, 2005).
As literaturas não têm uma causa definida para bronquite crônica. Essa inflamação provoca
uma redução dos brônquios, causando uma dificuldade ao respirar, tendo como resultado
dificuldade respiratória, cansaço mais rápido durante as atividades físicas.
A bronquite crônica ocorre como uma produção excessiva de muco, ocorrendo tosse
produtiva crônica tendo esses sintomas comuns em algumas outras doenças como a
tuberculose podendo ser assim confundida e atrapalhar o diagnóstico da mesma.
Dentre os sintomas mais freqüentes elucidados nos pacientes com DPOC, é perceptível a
dispnéia, a mesma é a característica importante na anamnese, principalmente quando se trata
de bronquite aguda. Ao que é notável, a dispnéia se torna constante em pacientes com
obstrução crônica, podendo estar presente até mesmo se o paciente encontrar-se em repouso.
É comum além da dispnéia o paciente apresentar quadros de tosse, sibilos, escarros, onde
estes são evidenciados na anamnese. (GOLDMAN e AUSIELLO, 2005).
2.4 Tratamento Fisioterapêutico
A fisioterapia respiratória desempenha um papel de extrema importância na reabilitação de
pacientes pneumopatas. Especificamente em pacientes DPOC, a fisioterapia respiratória visa
ao recondicionamento físico do sistema cardiorespiratório, procurando aumentar a resistência
e a força dos músculos respiratórios, e objetivando a readaptação do ambiente a uma
convivência satisfatória com sua condição, reintroduzindo-o a suas atividades de vida diária e
as suas funções (TARANTINO, 2002).
Os recursos manuais da fisioterapia respiratória compõe um grupo de técnicas de exercícios
manuais específicos que visam a prevenção, no intuito de evitar a complicação de um quadro
de pneumopatia instalado, à melhora ou reabilitação de uma disfunção toracopulmonar e ao
treinamento e recondicionamento físico das condições respiratórias de um pneumopata.
Visam também ao condicionamento físico e respiratório a educação de um individuo sadio
normal, como respirar corretamente, como forma de prevenção no intuito de evitar uma
disfunção respiratória ou que uma disfunção se instale. (COSTA, 1999).
O tratamento apropriado do paciente com problemas pulmonares requer o conhecimento do
distúrbio fisiológico presente e da eficácia de um dado tratamento dentro do contexto daquele
problema. Historicamente, os efeitos de diversas medidas terapêuticas não estavam validados
por rigorosa avaliação cientifica. Consequentemente, os fisioterapeutas devem estar
preparados para aperfeiçoar suas idéias com o influxo continuo de novas informações
(IRWIN & TECKLIN, 2003).
A fisioterapia ambulatorial é constituída por uma série de técnicas, exercícios e orientações
que visam proporcionar ao paciente meios pelos quais ele possa controlar e diminuir a
incidência de crises, proporcionando melhor qualidade de vida.
O primeiro passo é realizar uma detalhada anamnese. É por meio dela que serão colhidas
informações a respeito do indivíduo, da história da doença e das condições atuais do paciente.
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Consiste em uma série de perguntas que giram em torno da doença e que objetivam fornecer
subsídios para a determinação das disfunções apresentadas pelos pacientes (COSTA, 1999).
Após o exame físico e ausculta pulmonar, será feito o exame de espirometria. Espirometria é a
medida de ar que entra e sai dos pulmões. É um teste que permite o diagnóstico e a
quantificação dos distúrbios ventilatórios. Constitui um valioso instrumento para detectar e
classificar problemas pulmonares, avaliar a evolução clínica de uma doença e parametrizar os
recursos terapêuticos empregados pelos indivíduos. Pela espirometria podem-se medir
volumes, capacidades e fluxos pulmonares, e para todos esses parâmetros existem tabelas
baseadas em fórmulas que oferecem valores de normalidade previstos, em relação a altura,
peso e idade do indivíduo (DO VALLE, 1997).
Espirometria é um teste de medidas práticas e fundamentais para verificação de DPOC.
Quando o paciente espirra, este é observado; a partir da capacidade pulmonar é avaliada, de
acordo uma curva, fluxo, volume. Ainda que a espirometria seja bastante apropriada em
estimar os resultados decorrentes da resposta pulmonar no paciente com DPOC; é necessária a
utilização de outras formas de diagnóstico, quando ocorrer incerteza mediante aos resultados
nessa forma é possível um melhor conhecimento a respeito da causa da doença são exemplos:
gasometria arterial. Como a respiração geralmente está inadequada, a perfusão também é
ineficaz para demandas do organismo, ocorrendo muitas vezes níveis de hipóxia. (FREITAS,
et al. 2006).
As manobras fisioterapêuticas aplicadas aos cuidados respiratórios englobam técnicas que tem
o objetivo de promover a higiene pulmonar, a redução do quadro de hiperinsuflação
pulmonar, a diminuição da dispnéia, o treinamento da musculatura respiratória e a promoção
do condicionamento físico, a fim de evitar a inatividade e a deterioração da capacidade
funcional.
As manobras de higiene brônquica correspondem a um conjunto de técnicas para garantir a
viabilidade das vias aéreas, promovendo condições para uma adequada ventilação e
prevenção de infecções respiratórias. São elas: Drenagem Postural, Percussão ou Tapotagem,
Vibração, Tosse e Aspiração (se necessário)(KNOBEL, 1998).
A Drenagem Postural consiste na técnica de posicionamentos específicos do paciente, a partir
da anatomia da árvore brônquica, para facilitar a drenagem de secreções com o auxílio da
gravidade (SOARES, et al.; 2000).
As percussões pulmonares englobam manobras realizadas com as mãos em forma ritmada e/
ou compassada, com o objetivo de descolar a secreção pulmonar viscosa, do sua eliminação.
Podem ser destacadas duas formas principais de percussões: a tapotagem e a percussão cubital
(COSTA, 1999).
A tapotagem consiste em uma forma específica de percussão, utilizando-se as mãos em forma
de concha, com os dedos aduzidos, de forma ritmada e alternada com flexo-extensão do
punho, aplicada nas áreas torácicas correspondentes aos segmentos pulmonares com secreção
(SARMENTO, 2005).
A vibração manual consiste em moviemntos rítmicos, rápidos e com intensidade suficiente
para causar a vibração a nível bronquial. É realizada com as mãos espalmadas, acopladas e
com certa pressão no tórax do paciente (COSTA, 1999).
Os exercícios respiratórios são feitos com o frênulo labial, mais conhecido como respiração
com lábios franzidos e também com padrão diafragmático, onde o paciente aprende a utilizar
seu abdome para respirar, exigindo, dessa forma, o máximo de seu diafragma.
Os pacientes podem usar também incentivadores respiratórios. O Flutter é um incentivador
respiratório portátil do tipo expiratório, que tem por função aumentar a eliminação de muco
das vias aéreas. O paciente é instruído a expirar dentro do bocal do aparelho, promovendo o
deslocamento de uma bola de metal e provocando uma vibração que é transmitida para as vias
respiratórias (SOARES, et al, 2000).
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A cinesioterapia respiratória é constituída por exercícios terapêuticos orientados, visando
otimizar a capacidade ventilatória do indivíduo pneumopata e reduzir seu gasto energético.
Tem o objetivo de promover a aprendizagem de um modo mais eficiente de respirar,
principalmente com a conscientização e automatização da respiração diafragmática, relaxar a
musculatura acessória, aumentar a força e a resistência dos músculos respiratórios, aumentar a
amplitude toracoabdominal, melhorar a postura destes indivíduos, adequar musculatura
expiratória, entre outras (AZEREDO, 2002).
Todas essas técnicas serão utilizadas, mediante avaliação prévia, no tratamento de idosos
acamados que apresentem complicações respiratórias e pneumopatias, a fim de trazer
diminuição do desconforto respiratório e melhora das funções respiratórias.
3. METODOLOGIA
Este estudo é uma revisão da literatura sobre as técnicas e manobras fisioterapêuticas
respiratórias em idosos acamados que residem em instituições de longa permanência (ILPI).
Foi baseado numa pesquisa bibliográfica qualitativa e descritiva. Foram usados nesta
pesquisa: artigos científicos, revistas científicas, dissertação de mestrado, livros e trabalhos de
conclusão de curso. As referências citadas foram publicadas entre 1997 a 2012 e os resultados
encontrados estão de acordo com o que foi proposto no tema.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados foram encontrados em diferentes e diversas bibliografias relacionadas ao
envelhecimento e tudo o que está ligado a ele. Segundo Depolito, et al (2009) idosos
institucionalizados (moradores de ILPI’s) que apresentam menor autonomia e menor
capacidade funcional, ficando física e emocionalmente debilitados, apresentam chances
significativas de se tornarem idosos acamados. Montenegro e Silva (2007), afirmam que nos
idosos institucionalizados a presença de incapacidades funcionais é maior do que em idosos
não institucionalizados, o que indica que tais idosos apresentam maiores necessidades sociais,
de saúde e menos autonomia e independência nas atividades diárias, sendo, portanto, mais
dependentes do que os idosos não institucionalizados. Ruivo, et al (2009), relata que este tipo
de situação também está intimamente relacionada com o envelhecimento do corpo e de seus
sistemas. Idosos acamados têm grande propensão à pneumonia e ao DPOC. (FECHINE &
TROMPIERI, 2012).
A literatura também fala do expressivo número de idosos fumantes e da relação dos mesmos
com as doenças ligadas ao cigarro. Segundo Zaitune, et al (2012), esta faixa populacional
apresenta diminuição da expansibilidade torácica, diminuição da capacidade de difusão,
redução do fluxo e da função pulmonar, levando ao aumento da mortalidade nos idosos.
Como forma de tratamento, foi averiguado nos estudos científicos, a importância da
fisioterapia respiratória na reabilitação destes pacientes, aumentando a força dos músculos
respiratórios e sua resistência, melhora da difusão e da função pulmonar, reintroduzindo este
idoso nas suas atividades de vida diária, nas suas funções e melhorando sua qualidade de vida.
4. CONCLUSÃO
O envelhecimento do sistema respiratório e de seus órgãos, o tabagismo e o fato de estarem
acamados, levam grande parte dos idosos a apresentar quadros de Pneumonia e DPOC.
As instituições de longa permanência para idosos (ILPI), são locais que abrigam, acolhem e
dão suporte para esta população idosa que decide não dar trabalho para familiares, ou até
mesmo não possuem estrutura familiar e cuidados por parte de terceiros.
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A fisioterapia respiratória, com suas técnicas de higiene brônquica, drenagem postural,
exercícios respiratórios e estimulação diafragmática, entra no tratamento destas patologias e é
imprescindível para a melhora da doença e do conforto respiratório.
Este projeto buscou mostrar a importância e relevância de se conhecer a fisiologia pulmonar,
bem como suas principais patologias através de pesquisas bibliográficas de caráter cientifico.
Não deixando de trazer ao conhecimento público, o que é uma instituição de longa
permanência para idosos, como surgiram e o papel que estas instituições representam na
sociedade atual.
Foi falado também sobre os riscos que o tabagismo causa, com maiores complicações, com o
surgimento de co-morbidades e de prejuízos terapêuticos como inatividade física e ingestão
insuficiente de alimentos.
Estes fatos são importantes e apontam para a necessidade de a instituição oportunizar a
realização de atividades físicas diariamente com o intuito de incentivar tanto a mudança de
rotina na instituição quanto a dos idosos. Neste sentido, as atividades básicas devem ser
realizadas, dentro do possível, pelos idosos sem ajuda de terceiros, diminuindo-se o grau de
dependência.
Do que se expôs, restou clara a importância do papel da Fisioterapia e demais áreas da saúde
dentro de uma ILPI, para incentivar a prática de atividades básicas das quais muitos idosos se
omitem, por comodismo, por não terem oportunidades de realizá-las ou por já apresentarem
incapacidades físicas e funcionais. Um adequado programa de atividades poderia
proporcionar sensível melhora na aptidão funcional dessa população, com ganhos na sua
qualidade de vida.
Diante disso, é necessário que a instituição reveja a rotina dos idosos e ofereça oportunidades
para que se tornem mais ativos e independentes. Por outro lado, os idosos devem ser
conscientizados da importância de não fumarem e de realizarem atividades no seu cotidiano,
ajudando nas tarefas domésticas e no cuidado com seu corpo, a fim de que, possam evitar
complicações posteriores e óbito precoce.
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